Verão no aquário

Verão no aquário Lygia Fagundes Telles




Resenhas - Verão no Aquário


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Davils 07/01/2023

Don't touch, it's art
Peguei esse livro só porque queria ler algo da Lygia, mas esperando uma leitura enfadonha. Não poderia estar mais enganado.
A escrita é apaixonante. É delicado, profundo, envolvente. E sutilmente espinhoso.
Extremamente bem construído, desde os devaneios da narradora, aos personagens e suas relações, às referências ao título, até à última frase. Perfeição. Não consegui largar, li praticamente em uma noite.
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Dani 18/12/2023

Que maravilhoso
Esse livro foi meu primeiro contato com a Lygia, uma autora que eu já estava há um bom tempo querendo conhecer. Amei a escrita dela, a sensação intimista que a obra traz, o desenrolar, o modo como a motivação e a percepção de cada personagem é clara. Não são caricatos ou estereotipados, a autora faz um excelente trabalho em lidar com suas ideias e sensações, principalmente por ser um romance de formação.
Ansiosa para ler mais dela, fiquei mt feliz desse livro ter sido o primeiro dela que li!!
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Valdir 26/02/2023

Uma leitura menos cativante que ?Ciranda de Pedra?, mas ainda assim muito intensa e profunda.

Raiza, assim como Virgínia, é um poço de complexidade. Lygia sabe construir protagonistas que nos despertam todo tipo de sentimento.

Destaque para todos os diálogos entre Raiza e a mãe. A relação entre ambas é o maior triunfo do livro.
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Sara 28/12/2023

Narrado em primeira pessoa esse livro traz a protagonista raiza, acompanhamos ela na vida atual mas também sei enraizamento com o passado através de sua lembranças revividas com o convívio familiar.
Aqui temos raiza que perdeu o pai novo e lembra de seu hálito de hortelã,o seu tio cortando revistas no sótão,sua prima,sua tia com suas poções de perfumes e sua mãe Patrícia escritora com que m ela não se dá muito bem e raiza tenta sempre ser contra duas atitudes.
A escrita é incrível,as imagens que se forma,o abafamento do verão,o aquário ambiente restrito em que os personagens se movimentam,esse reencontro com o próximo econsigo mesmo.
Temos também um imagem da vida amorosa de raiza e André o anjo caído que está constante flerte com a morte e como raiza tenta se aproximar dele,seria por ódio a sua mãe?desejo próprio?algo proibido? Essa foi uma das relações complicadas aqui desenvolvida e seu final me deixou emudecida
Acompanhamos a solidão que tanto acompanha raiza,seu medo de um posicionamento definitivo,esse evitar os mergulhos profundos.
Com o fim do verão os ânimos acalourados vai terminar também todo esse mal estar da trama,criar uma nova expectativa?raiza vai conseguir sair desse aquário ou vai continuar assim? A Lídia deixa isso pra gente leitor decidir
Acho que talvez raiza tenha aprendido e crescido com os acontecimentos,quero acreditar que ela vai conseguir se reerguer e que os acontecimentos não a levem ao sofrimento.
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Gustavo796 21/01/2023

Livro de metáforas
O livro é voltado em um triângulo amoroso entre a protagonista, a mãe dela e o André.
A protagonista passa por diversos momentos do começo da vida adulta, sendo assim, diversas transformações.
Gostei do livro por conta da forma de representar toda a ambientação e todas as descrições, feitas a partir de muitas metáforas e comparações.
Confesso que achei a leitura um pouco difícil e algumas vezes entediante.
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Paloma.Pinheiro 22/09/2022

Um livro que desmistifica a família tradicional
Esse livro é um verdadeiro quebrando tabus a começar pela representação de uma família nada tradicional em que a mãe uma escritora de renome sustém a casa enquanto o marido é alcoólatra e perde a Farmácia da qual era dono. Esse livro é narrado pela perspectiva da filha do casal cujo nome é Raíza, e manifesta a relação mãe e filha narrada em primeira pessoa pela Raíza. A filha se sente intrigada com a história da mãe que se envolve com um seminarista (aparentemente em uma relação de amizade, como se trata de um livro da Lygia Fagundes essa é uma deixa para conclusão do leitor) e decide que está apaixonada também por André, os conflitos e o desenrolar da história fica para quem for ler.
Um livro de grande significado, que levanta questionamentos e rompe com a boa moral e
bons costumes
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Lari 29/04/2013

Por que a Lygia é minha autora brasileira preferida?
Verão no Aquário é narrado em primeira pessoa pela Raisa, uma jovem problemática presa entre as lembranças de um passado a que já não pertence, um presente difícil e doloroso, marcado pela difícil relação com sua mãe, e um futuro incerto, sem perspectivas de que seja aquilo que ela havia sonhado para si própria. Acompanhamos a batalha interna dessa mulher que no fundo não passa de uma menina, e que busca, além de encontrar seu lugar no mundo e restabelecer velhos vínculos considerados perdidos, principalmente, o autoconhecimento.

A narrativa não linear, que alterna fatos do presente com flashbacks e até pedaços de sonhos, repleta de metáforas de uma beleza poética inigualável, é apaixonante. Poucos autores têm a capacidade que a Lygia tem de desnudar suas personagens principais, de forma a tornar suas almas nítidas, quase palpáveis ao leitor. É impossível não se angustiar com as angústias de Raisa. Com suas tentativas vãs de se reaproximar da mãe, de derrubar o enorme muro que as separa há tempos, tentativas que acabam sempre cedendo lugar a velha rivalidade entre ambas com a qual a filha já está tão habituada... Rivalidade essa que faz com que Raisa se apaixone pelo homem com quem ela acredita que sua mãe esteja tendo um caso.

Em um período de mudanças sociais e políticas no país e no mundo, são as mudanças internas de Raisa dentro de seu pequeno mundinho que estão sob o holofote em Verão no Aquário.

Uma leitura deliciosa, em que a psicologia anda de mãos dadas com a poesia.
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Renata 29/04/2015


Não tinha parado ainda para ler Lygia Fagundes Telles, e acabei saindo do livro querendo mais. Verão no aquário, escrito em 1960, publicado pela primeira vez em 1963 guarda traços de sua época mas não chega a ser datado, visto que a trama se desenrola sobre os conflitos universais e atemporais da relação humana, familiar e do amadurecimento humano. Das diferentes formas que temos para nos haver com o mundo. Bom livro.
Arsenio Meira 30/04/2015minha estante
Esse vai pra lista. Vc já Antes do baile verde? Caso não tenhas lido, indico, Renata. Na minha opinião, não há um conto regular. Todos são bons, muito bons. Há uma coletânea que a própria Lygia organizou, chamada "meus contos preferidos", que é o fino da bossa.


Renata 30/04/2015minha estante
Antes do baile verde não li, o Verão no aquário foi meu primeiro livro dela. Este de contos acho que tenho, uma edição da Rocco com uma capa bem burocrática rsrsrs Esse ainda não peguei pra ler.


Arsenio Meira 01/05/2015minha estante
rsrsrs, a capa é mais burocrática que o CPRH... No entanto, os contos anti-monotonia...




Angelica185 02/09/2019

Mãe e filha que aparentemente são rivais, mas na verdade estão em busca de um elo que se perdeu com o passar dos anos.
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Lucas1429 30/11/2021

Revolução de verão (fora do aquário)
Me adianto a justificar as três estrelas: antes elogiosas que pejorativas, anotadas pois de um afeto comedido, pessoal. Lygia é minha autora brasileira cativa, e este livro com sua pontaria certeira, como só a menina de São Paulo sabe lançar fogo, vem tímido após grandiosos monumentos, tais quais "As Meninas" e "Ciranda de Pedra" - em minha ordem de leitura, não cronológica de edição. Citando os romances; nos contos, similar à prosa Lispectoriana, a soberba é ainda maior, e acompanhada de razão.

Mas aos louros: Lygia mais uma vez trespassou o status de escritora da burguesia, ela simplesmente tem o prazer de detoná-la, incitá-la e desnudar sua mea culpa. São esses seres complexos, quiçá economicamente distantes, que datam da vivência da autora que as expressa em redução de danos. E como não apreciá-las em seus tempos datados, em que a obra romanceada vem completa do pretérito secular, período de desassossego social e político. Na frente da urbanização crescente e desagregação familiar, suas jovens protagonistas, sempre mulheres, cumplices de sua criadora, sempre avistam os espectros contemporâneos e vindouros. Raíza aqui, portanto, é uma jovem adulta preparada para o mergulho além mar, fora da caixinha vitral título - aliás, as metáforas são presenças pertinentes em cada traçado do texto.

Com ela, acompanhamos sua trajetória narrada nos meandros dos anos 60 (data de publicação, também) como a própria peça-chave de seus acontecimentos. Cercada de regaços juvenis típicos, namorados, festas, bebidas, Lygia lhe permite transcender contra o tradicionalismo (ela que sempre liberta suas criações do moralismo, fazendo isso mesmo, concedendo liberdade); mas muito em vão, Raíza é perdida em sua confluência característica. Mais ainda no enamoramento platônico por André, um seminarista amigo íntimo de sua mãe que ela julga serem amantes. Trava sua guerra pessoal materna ali. Isto, soa como um capricho imaturo; contata-se maduro aos olhos do espectador ao longo das páginas até seu fim.

A obra aflui, talento de sua criadora, costura-se bem espécimes corriqueiros de um bem comum qualquer, pessoas de tipos, tamanhos e comportamentos, tias pacatas, primas esparramadas, amantes singulares, condutores do entorno de Raíza, em que até mesmo Patrícia, sua mãe disciplinada a martelar a máquina de escrever diariamente na concepção do novo romance, não escapa da postura que a filha atribuí como detratora de sua relação com a progenitora. A jovem é apenas conciliadora de sua internalizada jornada inconclusa, perdida (em andamento). Na busca por respostas, na estirada disposta para nós por Lygia, é clara a defesa à protagonista: ela espelha-se em milhões de rostos a fora. Nosso verão permeia-se de atitudes de enclausuramento inato, acalorados, superados quando possível na mudança de estação. Há aí a joia que pode se exprimir em corações leitores a avaliá-lo melhor, juro que não ficarei malogrado.
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crislane.cavalcante 19/03/2023

A inconsistência na consistência
Verão no aquário é um tanto perturbador. Com a narração em primeira pessoa e sob perspectiva da narradora-personagem Raíza, acompanhamos a trajetória de uma jovem que há muito se perdeu e que sente no mais âmago do seu ser o que é ser a solidão em pessoa. Permeado de aparências a todo momento a personagem sente o medo de seguir
a jornada da vida completamente sozinha e amedrontada pelo o que estar por vir, pois diante de sua realidade socioeconômica o futuro era sombrio.
Em grande parte da narrativa se mostra hostil contra a mãe, contra o que deveria seguir dentro da sua reaçidade, mas na reta final se mostra completamente vulnerável e anseia, assim como em um aquário, ser protegida e fortalecer o elo familiar na figura da mãe.
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fev 10/03/2023

É sobre o definhar em todos os sentidos. É definhar na vida, nos amores e nas relações. É tentar e não conseguir. Talvez a mudança acontece depois de um choque que o coloque nos trilhos.

A escrita e a história são interessantes. Gostei de alguns pensamentos, mas não fui conquistado pelos personagens.
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Nayane46 24/02/2023

Raíza é uma jovem adulta que tem atitudes ainda imaturas e por vezes busca o excesso, seja nas festas, no relacionamentos ou no sexo. A mesma perdeu o pai quando era mais nova e a pesar deste ter sido um alcoolatra, ela recorda do pai com muito carinho e por vezes tem visões oníricas deste. Contudo, tem um relacionamento conflituoso com a mãe, Patrícia, que é uma talentosa escritora. Patrícia mantém uma amizade com o ex-seminarista, André, o que gera uma dúvida em Raíza se ambos tem na verdade um caso. Cria-se na personagem principal uma obsessão pelo rapaz, fazendo com que Raíza tente conquistá-lo ao longo da história.

Raíza vive em seu mundinho imaturo como quem vive em uma redoma, ou num aquário. Para crescer ela precisará sair e adentrar no mar aberto. Uma conversa sobre esse assunto também acontece entre Raíza e sua mãe:

"? Vou pedir à titia que vista uma roupa de fada e me transforme num peixe. Deve ser boa a vida de peixe de aquário ? murmurei.
? Deve ser fácil. Aí ficam eles dia e noite, sem se preocupar com nada, há sempre alguém para lhes dar de comer, trocar a água? Uma vida fácil, sem dúvida. Mas não boa. Não se esqueça de que eles vivem dentro de um palmo de água quando há um mar lá adiante.
? No mar seriam devorados por um peixe maior, mãezinha.
? Mas pelo menos lutariam. E nesse aquário não há luta, filha. Nesse aquário não há vida."

"Verão no aquário" é uma obra interessantissima e a Lygia é uma escritora genial que escreve com maestria. Há um capítulo em que Raíza vai a uma festa. A autora conseguiu descrever com tanta nitidez que eu pude vivenciar também um pouco dela. O entorpecimento pelo álcool, o modo alterado, a dança, etc.
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ricardo 15/07/2022

?Fiquei sorrindo e pensando em minha mãe. Tão deusa, tão inacessível, as vinte mil léguas submarinas longe daquela vulgaridade que se pintava diante de mim. E o mesmo triste lado humano na sede de mocidade: o mais velho sempre sugando o mais jovem na ânsia de alguns anos de seiva. E como ela soubera manejá-lo, com que finura conseguira atraí-lo criando uma atmosfera mística de incesto. A sonsa. Mas a mim não iludia da mesma forma que a mulher-gata não iludia o espelho: eu era o espelho da minha mãe, em mim ela se refletia de corpo inteiro. Senti um calafrio. Levantei-me. O suor corria pelo meu pescoço. E se eu fosse um espelho deformador de imagens como o espelho louco do parque de diversões??
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