Resenhas - A arte da brevidade

livi123 27/11/2022

Os contos são bem curtinhos, dá para ler em um dia facilmente (eu li apenas em português).
Gostei de todos os contos, mas meus favoritos foram 'A marca na parede' e 'O legado', eles me lembraram muito os contos da Lygia Fagundes Telles em 'Antes do Baile verde'.

Adeola 04/12/2023

Sobre ler Virgínia Wolf
Uma mulher no espelho e " a mark on the wall" foram definitivamente os que mais me impactaram. Acho que ler Virgínia Woolf é sempre uma experiência muito subjetiva.

Feh 21/05/2023

Legal
Nunca tinha lido Virginia Woolf, gostei desse primeiro contato com alguns contos. Meus preferidos dos contos presentes nesse livro foram Objetos sólidos e O legado. Não gostei tanto de Kew Gardens (ou talvez só não tenha entendido). Senti que os contos abordam a simplicidade da vida, diversas vezes me peguei pensando o quanto somos paranóicos com a natureza e seu valor, o quanto complicamos o que é simples ao ponto de não enxergar o óbvio desde uma marca na parede, objetos aparentemente sem valor e uma mulher misteriosa vista de um espelho que supostamente guarda a 7 chaves cartas sobre sua vida. O óbvio chega a ser engraçado e acredito que aí esteja o humor da autora. Muito bom.

hydraaplle 14/06/2024

A arte da brevidade
A virginia woolf sem duvidas é uma das minhas autoras favoritas, a criatividade dela é impecável, e é indiscutível desafirmar que ela foi umas das maiores escritoras vivas no mundo .
esse livro explora várias facetas da mente da v. woolf, ela deixa a gente mergulhar na cabeça dela e apreciar cada palavra que ela escreveu, seus contos sempre surpreendem e trazem reflexões super interessantes para se pensar, sua escrita é super fluída, trazendo uma serenidade e conforto ao ler suas obras.
ótimos contos e ótimas traduçóes ~

jota 02/12/2019

4 (contos experimentais) x 1 (convencional)
Edição da Autêntica (2017) traz cinco contos de Virginia Woolf (1882-1941) selecionados e traduzidos por Tomaz Tadeu. Mais conhecida por seus romances inovadores, VW escreveu cerca de 46 contos e não obteve em sua época, nesse gênero literário, o mesmo sucesso de uma escritora contemporânea sua, a contista neozelandesa Katherine Mansfield (1888-1923), muito conhecida mundo afora.

Isso demorou um pouco para ocorrer com Virginia, para que suas qualidades de contista fossem plenamente reconhecidas também. Foi somente a partir dos anos 1980, quando teve suas histórias curtas reunidas num único volume - The Complete Shorter Fiction of Virginia Woolf - organizado por Susan Dick em 1988, conforme nos informa a nota do tradutor deste A Arte da Brevidade.

O volume traz os contos originais (quer dizer, em inglês) e a tradução em português (li apenas as traduções). Ao final há uma nota de Tomaz Tadeu esclarecendo algumas coisas a respeito da própria Virginia e seus contos e também sobre certas passagens dos textos propriamente, por exemplo quando uma personagem em Kew Gardens se refere à “mãe de todos os meus beijos...”. O que isso significa? TT esclarece tudo, leia o livro.

Temos aqui quatro contos introspectivos e um convencional; este foi o que mais gostei, especialmente por conta de seu final: trata-se de O Legado, que até certo ponto parece uma história policial com início, meio e fim. O segundo conto que mais apreciei foi Objetos Sólidos, que trata da amizade entre dois rapazes (jovens senhores), que começa a ficar abalada depois de encontrarem um estranho objeto de vidro na praia. Já o conhecia do ótimo Leituras de Escritor, volume de contos organizado por Luiz Ruffato.

A Marca na Parede (terceiro que mais apreciei), A Dama no Espelho e Kew Gardens são contos mais experimentais ou introspectivos. Tomam como modelo de narrativa o chamado fluxo de consciência, mas nem de longe essa técnica lembra aqui as ousadias de James Joyce, pois VW escreve frases elaboradas, completas, bem articuladas etc. e no fim as coisas sempre acabam fazendo sentido. Isso é fundamental para que o leitor aprecie devidamente suas histórias.

Lido entre 25/11 e 01/12/2019.

astra9r 04/04/2023

Tipo ficar viajando na maionese
O que eu mais gostei foi que os contos pareciam saídos de uma viagem por todos os pensamentos mais aleatórios que alguém pode ter. dentre eles, legado foi o meu favorito, por ter explorado de maneira única a ruína de um relacionamento.

lestatdelioncourt 20/06/2021

breves contos
ansiava muito em conhecer as obras de virginia woolf, então optei começar pelos contos, foram leituras breves mas que me mostrarem uma pequena prova do estilo da autora

é uma escrita realmente poderosa, você facilmente se perde no meio das narrações e se transporta durante a história, foi uma ótima experiência, recomendo para quem quiser se aventurar

juju 17/12/2021

detalhes e vida
Meu primeiro contato com a autora e essa coletânea com alguns de seus contos foi uma ótima introdução a sua escrita! Quero procurar mais obras dela...
Essas coletâneas a meu ver, cada uma de sua maneira trás um pouco dos detalhes das situações e de como a vida acontece a todo momento e de maneira muito particular a cada ser, a cada ambiente, sempre há uma narrativa, uma história, um acontecimento!
O trecho do final traz isso com bastante nitidez para mim :
"Vozes. Sim, vozes. Vozes sem palavras, de repente quebrando o silêncio com tal profundeza de contentamento, com tal paixão de desejo ou, nas vozes das crianças, com tal frescor de surpresa; quebrando o silêncio? Mas não havia silêncio nenhum; o tempo todo os ônibus a motor giravam suas rodas e passavam suas marchas; como um vasto encaixe de caixinhas chinesas, todas em aço forjado, girando sem parar uma dentro da outra, a cidade murmurava; por cima delas, as vozes gritavam alto e as pétalas de miríades de flores faiscavam suas cores no ar"

Alice 13/01/2022

Pra ler de uma só vez
Ótimo para quem nunca leu Virgínia Woolf, da para ler em um dia. livro muito bom para despertar a vontade do leitor de ler outras obras da autora.

?A nossa vida é uma incerteza. Um cego que revoluteia no vazio em busca de um mundo melhor cuja existência é apenas uma suposição.?
-Virgínia

brendanic 01/01/2021

Primeiro contato com Virginia
Como muitas resenhas já indicavam aqui é realmente um ótimo primeiro contato com Virginia Woolf. Há anos tenho vontade de ler suas obras, mas muitos comentários me faziam ter receio e até preguiça de tentar.

Começar por essa edição é uma ótima introdução acredito, a seleção dos contos mostra a versatilidade de Virginia e apesar do estranhamento inicial logo me entreguei à leitura de forma mais fluida e sem muito apego a apreender absolutamente tudo, mostrando-se uma experiência de imersão prazerosa.

Ao mesmo tempo me despertou lembranças e me fez devaneiar pela minha própria vida de forma muito singela e agradável. A cada conto o título fazia mais sentido "a arte da brevidade".

Foi uma leitura deliciosa para um dia nublado. E agora estou mais interessada (e preparada) para adentrar os romances de Virginia.

babi 06/03/2021

bem virginia mesmo
uma obra apenas de contos, a autora não era focada em contos e eu nunca tinha lido um dela. a escrita é bem virginia mesmo, é inconfundível. gostei de todos! mas deixo ?o legado? como meu favorito

Artur.Sergio 05/06/2022

Uma Virginia Woolf contista
Não tenho propriedade para discorrer sobre a escrita de Virginia Woolf por conta do meu pouquíssimo contato com suas obras.
Em relação aos contos contidos nessa coletânea curta, me encantei com um estilo ousado e moderno da autora e até com o seu modo convencional de escrita, presente no conto "O legado". Não me ocuparei acerca da escrita de Virginia Woolf. Aguardarei tal feito quando estiver mais familiarizado com seu acervo.

umtetoparaana 10/10/2021

Virginia Woolf não é uma escrita, ela é A escritora.
Pela primeira vez tive a experiência de ler Virginia Woolf sob o ponto de vista da ficção, já que, já tinha lido algumas coletâneas de seus textos mas que não eram ficção. Sendo assim, acho que talvez os contos da Virginia sejam a melhor porta de entrada pra sua escrita. Isso porque, nesse breve livro com 5 contos, vemos as principais características de sua escrita (como o fluxo de consciência por exemplo). Todos esses contos são extremamente bonitos (os meus favoritos foram o Objetos Sólidos, o Legado e A dama no Espelho), e, abordam da maneira mais profunda as formas de vida e como elas se encontram num só ponto: a solidão.

Gio 12/04/2019

Virginia e seu modo de ver e levar a vida
Nesses contos, dos quais sabemos que são poucos que ela escreveu, conseguimos enxergar como essa autora, que amo de paixão, enxergava a vida. Como ela entendia as dores e amores das pessoas. E não digo amores em relacionamentos, mas com outras questões de uma vida, como o amor, compulsão, por objetos. É uma escrita que se arrasta e nos leva junto em profundos pensamentos, em belos momentos, em belos cenários. Amo a sua profundidade na escrita e em como me sinto inteiramente neles.

Lari 22/01/2019

Belíssima edição bilíngue. Os 5 contos foram divididos em 3 atos. Os 2 primeiros, fissão, causam um certo desconforto, pelos devaneios do narrador ou por uma personagem demasiado diferente. O intermediário, fuga, justamente consiste em uma narrativa mais comum, um suspense. Os últimos, fusão, tendem à poesia, recheados de imagens de flores e a sutileza de momentos calmos em que muito acontece. Despertou o interesse em ler os romances da autora.