O Mundo Pós-Aniversário

O Mundo Pós-Aniversário Lionel Shriver




Resenhas - O Mundo Pós-Aniversário


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Helder 12/03/2014

O momento é tudo!
Esta frase é o resumo deste livro interessantíssimo. Um momento e uma decisão podem te guiar a caminhos completamente diferentes. Mas conseguimos escolher qual caminho seguir ou tudo vem por acaso?
Desta vez Lionel Shriver está um pouco menos amarga. Só um pouco menos! Mas seu talento com as palavras continua incrível e aqui ainda vem com uma estrutura muito interessante, que nos leva a seguir em frente querendo comparar os dois mundos, ou as duas vidas possíveis.
Trair ou não trair?
Irina e Lawrence são dois americanos ue se mudaram para Londres. Vivem juntos sem serem casados no papel. Ela ilustra livros infantis. Ele trabalha para uma associação que estuda o Terrorismo no mundo. Eles são amigos de Ramsey, um famoso jogador de sinuca e sua mulher Judy, autora de livros infantis ilustrados por Irina. Há uns anos eles se encontram no aniversario de Ramsey para jantar, porem neste ano Ramsey está separado e Lawrence está viajando. Mas ele pede que a esposa não deixe de lado o tradicional jantar e é ai que as coisas acontecem. Ramsey a leva para jantar em seu jaguar e na volta a convida para ir a sua casa. Ali, Irina sente uma grande atração por Ramsey e ...
... ela não resiste e acaba beijando-o. Uma atitude que desencadeia diversas situações. Irina resolve largar a sua vida e se entregar aquela paixão, vivendo com um homem rico e famoso.
... ela resiste a tentação e não o beija, voltando para casa e continuando com sua vida com Lawrence.
Mas qual é o melhor cenário? Qual é a melhor vida? O arroz com feijão seguro de todo dia, ou o Caviar com Champagne em hotéis caríssimos de todas as noites?? Arroz e feijão é mesmo seguro? Caviar com Champagne duram para sempre?
E como é de costume nos textos de Lionel Shriver, dá-lhe tapa na cara dos leitores. A autora aproveita as duas realidades para discutir o dia a dia das relações e faz isso com maestria novamente, fazendo a gente enxergar nossas atitudes mais mesquinhas em seus personagens. E como sempre temos aquele sentimento de roda gigante pelos personagens, amando-os e odiando-os logo em seguida. Mas será que teríamos agido muito diferente??
Recomendo este livro para quem procura uma leitura adulta e vale a pena viajar nestas duas estórias para chegar num final extremamente bem elaborado, onde somente na ultima linha é que você percebe de qual vida está sendo falada.
Nem tudo está perdido, mas o momento é tudo!
Ed 03/09/2015minha estante
Por enquanto só li tempo é dinheiro, de verdade fiquei encantada com a forma crua com a qual ela lida com as palavras. Amei sua resenha e tenho certeza que vou amar esse livro.




Carissinha 26/08/2013

Diferente da maioria das pessoas, meu primeiro contato com a Lionel Shriver não foi através de Precisamos Falar Sobre Kevin. O primeiro livro que li da autora foi O Mundo Pós-Aniversário. E foi uma leitura bem interessante.

O livro conta a história de Irina, uma ilustradora americana que mora em Londres com o companheiro, Lawrence. Eles não são casados, pelo menos não no papel, mas no fundo Irina gostaria de ter um compromisso com ele. Os dois vivem uma vida pacata, mas agradável. Ele tem um bom emprego e é o que poderíamos chamar de um bom partido.


O casal costuma todos os anos comemorar o aniversário de um amigo, o Ramsey, um jogador de sinuca que foi casado com Judy, uma ex-amiga e ex-colega de trabalho de Irina. O jogador é mais amigo de Lawrence do que de Irina, que não gosta tanto assim dele. Só que Ramsey se separou da esposa e Irina não mantém mais contato com sua colega escritora. E pra piorar, Lawrence está viajando e ela tem que comemorar o aniversário de Ramsey sozinha com ele.

É aí que tudo muda.

Em um determinado momento do jantar com Ramsey Irina é obrigada a tomar uma decisão. Ela tem duas escolhas que vão levar sua vida para caminhos completamente distintos.

Desde o início eu tive opiniões bem definidas sobre os personagens e decidi qual a escolha que preferia para Irina. Só que o livro passa longe das leituras simplistas que se vê por aí. Os personagens são complexos e cada escolha leva a uma situação diferente. Por conta disso duvidei das minhas opiniões e reavaliei certos conceitos. Tive raiva das atitudes da protagonista em diversos momentos, também não gostei de muitas ações de Ramsey e Lawrence.

Lionel Shriver nos brinda com um romance humano e muito maduro, que faz o leitor pensar, nem sempre em coisas que deseja. É uma história que atiça a curiosidade, mas para ir degustando pouco a pouco, avaliando cada situação e – talvez – se colocando no lugar da protagonista. O que você faria se estivesse no lugar dela? Como você leva a sua vida? Com coragem ou aceitando o que você tem? Pelo caminho mais fácil ou pelo mais difícil?

É um livro sobre timing, oportunidades e riscos.

Não é um livro para todos. Não é uma leitura mastigada, com elementos rasos. É uma leitura crua, tão real que incomoda, agridoce e muito boa. Para mim é boa literatura.

site: www.carissavieira.com
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Karine 03/01/2013

O mundo pós-aniversário
"- Fora do cinema, pode esquecer os violinos. Isso mata, sim, mas a gente continua lá, plantado. Fora da tela, o problema não é você não sobreviver, mas sobreviver. É isso que torna tudo uma desgraça."

Em O mundo pós-aniversário, é retratada a vida de Irina McGorven a partir de um pequeno momento e a sua respectiva decisão em relação a ele, demonstrando como as nossas decisões nos afetam e aonde elas nos levam.

Irina vive um relacionamento seguro e estável com Lawrence Trainer há quase 10 anos, que trabalha com Relações Internacionais. Ela, por sua vez, desenha ilustrações de livros infantis. Desde que Irina fez um trabalho com Jude, esposa de Ramsey Acton acabou se tornando rotineiro o jantar com os dois casais no aniversário de Ramsey todos os anos, mesmo após o divorcio dele com Jude. Porém, em um ano Lawrence está viajando a trabalho na época do aniversário de Ramsey e insiste para que Irina jante com ele, pela amizade deles. Pela insistência de Lawrence, Irina acaba cedendo e marca o jantar com Ramsey. Durante o jantar, ela acaba se surpreendendo com Ramsey, que prova ser muito mais do que um jogador de sinuca, o qual só aparenta saber sobre isso. A noite se demonstra agradável e no meio disso, Irina subitamente sente pela primeira vez em sua vida a vontade de beijar um homem que não fosse seu companheiro.

"(...) a história se presta à conclusão de que o repouso é raro, de que toda trégua está fadada a ser tão clemente quanto breve, de que a própria natureza da vida é instável e de que, portanto, é melhor estarmos preparados para praticamente qualquer catástrofe que espreite na esquina, numa manhã arbitrária qualquer. Por isso, a única verdadeira surpresa deveriam ser aquelas manhãs singulares e ensolaradas em que não há surpresa alguma. No entanto, desafiando tudo o que sabemos em tese, continua a ser uma prática psíquica comum presumir que as questões mundiais continuarão avançando aos trancos e barrancos como vinham fazendo do mesmo jeito que, dia após dia, o próprio Galileu devia persistentemente conceber como imóvel o globo giratório em que nos precipitamos."

O momento do beijo é a divisória do livro, é onde uma única narrativa se divide em duas, que ocorrem paralelamente. Então, a partir do terceiro capítulo do livro, para cada capítulo existem dois, na verdade, um onde Irina de fato cedeu a sua vontade e beijou Ramsey Acton e outro onde foi fiel e dedicada a Lawrence.

Ao longo das duas narrativas é possível ver a diferença causada pela escolha de Irina. Lionel Shriver dá um retrato psicológico à vida de Irina e a todos os outros personagens. É possível até mesmo observar como a decisão de terceiros alteram o rumo das coisas. A vida de Irina está diretamente ligada às suas escolhas, isso é claro, mas a escolha de Irina afeta a todos, a Ramsey e a Lawrence. A autora introduziu a complexidade a um dia a dia cotidiano. O livro de Lionel Shriver é tão realista que, para ser sincera, chega a doer.
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Heleny 15/12/2012

O Mundo Pós-Aniversário na minha opinião
Um história escrita com poucos personagens, porém, muito bem escrita por ter duas versões do enlace.
Muitas vezes me perdi no enredo, mas ao mesmo tempo é curioso porque você tem possibilidade e opinar entre duas personalidades completamente diferentes de Lawrence e Ramsey.

As vezes me colocando no lugar de Irina (personagem principal) dá uma vontade incrível de dar um grito e começar do zero, na questão de relacionamento amoroso.

O mais me chamou a atenção são as construções dos parágrafos pela autora, muito bem escritos e criativos, dando exatamente sentido aos fatos.

Deixo abaixo algumas anotações extraídas do próprio livro, para eu poder rever no sentido de estudo da escrita.

pg. 312 "Irina tomou o cuidado de moderar a ingestão de álcool e comer com sensatez, embora não conseguisse resistir a um ou outro cigarro, como um símbolo de desafio no gênero vá-se-danar-Lawrence."


....gostosinho de ler, meu amigo achou interessante a trama, mas sinceramente esperava mais






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gleicepcouto 11/12/2012

Abordagem criativa e cáustica do grande e temível “E se?”
http://murmuriospessoais.com/?p=5208

***

O Mundo Pós-Aniversário (Intrínseca), da autora e jornalista norte-americana Lionel Shriver, é o oitavo livro de uma lista de nove já escritos. No Brasil, além deste, já foram lançados Precisamos Falar Sobre Kevin (que foi base para o filme de mesmo nome) e Tempo é Dinheiro (resenha aqui).

Shrive nos apresenta a norte-americana Irina, ilustradora de livros infantis, que mora em Londres com o parceiro, Lawrence. Ele tem um bom emprego (aliás, por conta disso que moram em Londres), é inteligente e disciplinado; ou seja: um bom partido. O casal parece sólido para a maioria das pessoas, e até para eles mesmos.

Um dia, porém, essa estrutura se abala. Quando saem para jantar com um casal de amigos, Irina sente uma louca vontade de beijar o marido de sua colega: o jogador de sinuca mega conhecido, Ramsey.

Todo o desenrolar da história parte daí. Afinal, Irina cede a esse desejo ou não? Que rumo sua vida pode tomar para cada uma dessas duas situações? Podemos controlar as consequências de nossos atos?

Diva, segundo o dicionário Aulete Digital: "sf. 1. Divindade feminina; DEUSA." E é exatamente isso que a Lionel Shriver é. A cada livro que leio dela, mais me surpreendo com sua capacidade de inserir sentimento, ambiguidade e realismo ao caracterizar a sociedade atual. As páginas exalam contemporaneidade, expressada por personagens ambivalentes e crus. Resumindo: dá gosto de ler um livro assim. Instigante e inteligente, que leva o leitor além do básico com um desfecho surpreendente. Na verdade, o final é a grande sacada - mesmo com um possível sentimento de raiva encubado.

A história criada pela autora gira em torna de escolhas. E se você é como eu, que acha toda escolha um parto, sinto (!) dizer que vai ficar tensa com esse livro. A todo o momento, conhecemos a vida da protagonista por dois pontos de vistas diferentes: A e B. Se ela tivesse beijado o cara, sua vida seria A; caso contrário, sua vida seria B. O grande e temível “E se?”. O mais genial é que tanto A quanto B afligem o leitor, mas também faz com que ele torça pela personagem. Há situações boas e ruins em qualquer uma das opções. E não é assim na vida real? Somos responsáveis pelas nossas escolhas e temos que arcar com tudo o que vem com elas.

A capacidade do ser humano de nunca estar satisfeito é tratado de forma cáustica; a efemeridade do momento e das pessoas causa desconforto; as reflexões maduras e oportunas em torno do já citado “E se?” lança dúvidas em nossas próprias escolhas na vida. É um livro que interage com o leitor de maneira agridoce: a mesma realidade que te faz perceber coisas é a que te machuca.

O amor expresso pela Shriver não é aquele idealizado de “Óh-como-te-amo-muito-e-até-seu-peido-é-cheiroso.” Acorda, gente! Ela fala sobre o modo como escolhemos quais pessoas amar e o amor aqui é real. Tem sentimentos, emoções, é carnal. Por outro lado, há conflitos, ciúmes, mesquinharia e até inveja! Vai dizer que não se identifica? Não? Vai pra terapia que você mesmo tá se enganando, fofa(o).

A abordagem psicológica em O Mundo Pós Aniversário vem carregada da marca já característica de Lionel Shriver. Seus personagens querem e não querem. Amam e odeiam. Se importam e não dão a mínima. Ou seja, é um retrato fiel de pessoas comuns, como eu e você. Qualidades? Muitas. Defeitos? O dobro.

Aqui, porém, também conseguimos perceber uma Shriver se aventurando mais, como se quisesse descobrir os limites do seu estilo único. As descrições são um pouco mais arrastadas que os demais livros dela, mas de forma alguma, mal redigidas. Precisando apenas, talvez, de aparar as arestas, ou de alguém que dissesse: “Ok, já entendi. Próximo assunto.”

Em todo caso, a autora ainda continua em larga vantagem em relação aos demais colegas da área literária. Além de saber escrever, seus livros sempre tem premissas interessantes e personagens altamente identificáveis. Quando digo que a mulher é Diva não é à toa.
Manuella_3 16/01/2014minha estante
Escelente e instigante resenha, Gleice. Tenho o livro há um tempo e, sem saber por que, ele está parado na minha estante. Vou já colocá-lo na lista desse ano.




Silvana (@delivroemlivro) 25/11/2012

Quer ler um trecho desse livro (selecionado pelos leitores aqui do SKOOB) antes de decidir levá-lo ou não para casa?
Então acesse o Blog do Grupo Coleção de Frases & Trechos Inesquecíveis: Seleção dos Leitores: http://colecaofrasestrechoselecaodosleitores.blogspot.com.br/2012/09/o-mundo-pos-aniversario-lionel-shriver.html

Gostou? Então também siga e curta:
*Twitter: @4blogsdelivros
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Tks!
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Nathalie 23/09/2012

Meu pai chegou um dia com este livro e o deixou na minha estante, confesso que não me chamou muito a atenção, dei uma olhada e acabei colocando outros como prioridade. Um dia chegou a vez dele e devo admitir que logo nas primeiras páginas percebi que meu primeiro julgamento tinha sido equivocado.

Meu critério para decidir se um romance é bom ou não é bem simples, se em grande parte da leitura eu fico ansiosa, curiosa, pensativa e tentando me ajeitar na poltrona o tempo todo, ele é bom!
Devorei as 200 últimas páginas em dois dias, precisava saber o desfecho logo, não podia esperar. Terminei de ler esses dias, fiquei totalmente inquieta e confusa com o fim, resolvi escrever logo sem pensar muito, para expressar melhor o que senti.

O romance começa mostrando a vida de um casal que vive junto há quase 10 anos, a protagonista é a mulher, Irina. Em determinado momento Irina fica diante de uma situação onde sua escolha afetará completamente sua vida, ela precisa decidir entre Lawrence e Ramsey . O livro se divide em dois, acompanhamos como a vida de Irina segue nos dois casos.
Em alguns momentos ficava claro pra mim qual tinha sido a melhor escolha, depois já não sabia mais.
O ideal mesmo seria uma mistura dos dois, acho que todo mundo concordaria com isso, mas tendo que escolher um, Ramsey. Eu vi alguns problemas com a Irina também, acredito que jamais me comportaria como ela em algumas situações, em outras, vejo muito semelhança.
O fim é uma grande ironia. A autora nos dá um banho de sarcasmo, deixa o leitor com cara de paisagem ao final do romance. É uma visão nua e crua da vida. Concordo com muito do livro, mas igual, fiquei incomodada com o balde de água fria. Ele mexe com nosso orgulho, expectativas e pensamentos. O livro pode ser encorajador ou opressor, depende muito de quem você é e que momento está vivendo.

Os dois primeiros recados que a autora quer passar ficam bem claros no livro:
* Todas as escolhas que você fizer trarão coisas boas e ruins.
* Trair é tão ruim quando ser traído.

Os outros ficam para a interpretação.

Tenho certeza que quem optar por ler O Mundo Pós-Aniversário, vai no mínimo pensar em repensar algumas escolhas e reafirmar outras.
Helder 12/03/2014minha estante
Curti demais o final deste livro. Adorei o sarcasmo da autora. Mas não achei um balde de agua fria não. Achei perfeito! Como vc mesma disse, " Todas as escolhas que você fizer trarão coisas boas e ruins."




Mi 22/09/2012

Supresa boa
Um início mais lento, uma temática muito universal e óbvia. Nada disso foi obstáculo para que o livro se tornasse um dos meus favoritos.
Tantos elementos simples e óbvios inseridos na belíssima narrativa construída pro Lionel Shriver tornam esse romance uma surpresa muito boa, tanto no sentido de surpreender o leitor novamente, quanto em encantar com sua maneira genial de contar histórias.
Belas passagens, belíssima articulação do enredo, linda contextualização histórica.
Muito, muito bom mesmo.
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thirtywishes 27/08/2012

Porta número um: Um homem que você conhece com a palma da sua mão. Trabalhador, inteligente, carismático; talvez um pouco pedante, mas que consegue traduzir seus pensamentos com um simples olhar. Conversa sobre todos os assuntos, sempre tem uma opinião e, como se já não fosse o suficiente, te incentiva até o último segundo a dar o seu melhor para realizar os seus sonhos. Porta número dois: A carta debaixo da manga. O mistério de alguém novo, extremamente atraente e com um magnetismo que ultrapassa a camada do racional. Ele é famoso, cheio da grana, e sabe muito bem como se divertir, em todos os sentidos. Seus conhecimentos? Escassos. Sua vida? Nada estável. Mas quando ele está ali, ele está ali. Irina McGovern tem dois caminhos, duas vidas alternativas que mudariam completamente a sua própria pessoa e destino. Se ninguém é perfeito... Nenhuma escolha é também. Você já se perguntou... "E se"?

Confira a resenha completa no site:
http://www.escolhendolivros.com.br/2012/08/o-mundo-pos-aniversario-lionel-shriver.html
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Fabiana 16/07/2012

E se eu tivesse...
Mergulhei profundamente nesse livro e passadas quase duas semanas ainda o tenho em minha cabeça com saudades.
É o relato nu e cru do desenrolar de nossas escolhas ao longo da vida. Adoro o estilo mordaz, franco, pessimista da escritora. Li resenhas que o consideram um pouco entendiante em certos momentos por supostos excessos de detalhes. Discordo plenamente. A história não traz em si nada que vá revolucionar os personagens, não há desfechos inesperados; a riqueza do livro está justamente no relato do cotidiano de Irina diante de suas duas versões de vida. Cada pensamento seu, cada ação, anseios, desilusões, nos fazem lembrar de nossas próprias escolhas, nos aproximam intimamente. A história de Irina pode ser a história de qualquer um de nós e é justamente isso que me fascina no livro, além do estilo da escritora: sem rodeios, real, pulsante, vivo!!
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GabiGil 30/06/2012

Apaixonante desde o início. Provoca o leitor a todo o momento. Recomendo demais!!
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Ju Furtado 29/04/2012

Pura reflexão
Antes de ler o livro, procurei por resenhas e críticas na internet, meio que prevendo que várias delas teceriam comparações com o bestseller "Precisamos Falar Sobre o Kevin". O que me levou a lê-lo foi exatamente a comprovação desta "intuição". Penso que jogar em cima de qualquer escritor a responsabilidade de manter a qualidade inabalável do seu livro anterior é ao mesmo tempo excruciante e infantil, já que limita tanto o universo criativo como a própria linguagem ao escrever. Assim, como adoro ser "do contra", corri para o livro.

O livro começa, digamos, DEVAGAR, ou seja, não pense que ele vá tirar seu fôlego de uma só vez como "Kevin" faz. Mas ele tira seu fôlego a conta gotas, a medida que cada página reflete uma realidade possível para qualquer pessoa. Aliás, o excesso de realidade que o livro confere talvez seja o que torna sua leitura lenta. A gente já tem muita realidade pra viver, e ler sobre outras realidades possíveis provoca reflexão mesmo que a gente não queira.

Então, é um livro com todos os temas piegas da literatura mundial: amor, traição, sexo, dinheiro. E surpreendendo todas as expectativas que essas palavrinhas formam ao se juntarem, não tem nada de piegas nem de excessivamente romântico. Acaso a vida de alguém é assim, um conto de fadas? Portanto, quem quer ver realidades diversas estampadas em páginas, corra.

Corra, mas não se apresse, senão até a realidade passa na frente. E esse é um livro para se refletir!
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Juliana Tomazoni 08/01/2012

O momento é tudo.
“O mundo pós-aniversário” não é um livro para se ler de uma assentada; é uma leitura densa, reflexiva, que traz em casa frase uma análise excruciante do psicológico da personagem principal – Irina- em meio a seu dilema.

E o dilema de Irina consiste em optar entre uma relação estável e segura com Lawrence, seu parceiro de nove anos, seguro, inteligente, confiável, mas num relacionamento entremeado pela rotina, ou pelo sedutor Ramsey, que lhe oferece uma perspectiva de excitamento e emoção que ela julgara ter esquecido ou até mesmo nunca ter vivido.

Nessa perspectiva, Lionel Shriver traça duas vidas em paralelo, em capítulos que recebem a mesma numeração, a fim de retratar como seria a trajetória de Irina em cada uma das opções: suas escolhas, seus sentimentos, seus dilemas morais, sua culpa, e principalmente, a implicação psicológica de cada escolha.

Em um dos capítulos vemos Irina resistir ao apelo de iniciar um romance com Ramsey, optando pela vida segura junto de Lawrence; no outro, vemos Irina cedendo ao sentimento despertado por Ramsey, e quebrando todo um paradigma de uma vida até então vivida para adentrar rumo ao desconhecido, movida pela paixão.

Um parágrafo do livro retrata bem como o sentimento despertado por Ramsey influenciou Irina, abalando suas estruturas, sem avisar:

“A despeito da expressão popular, o amor não era algo que se fizesse. E também não se podia jogá-lo fora quando ele se manifestava, por ser inconveniente, ou até por ser perverso e destruir a vida da pessoa e, de passagem, a de outra também (pág. 97)”

Peço vênia à autora para substituir a palavra “amor” por “paixão”, pois na minha concepção, o sentimento que Irina nutria por Ramsey era pura paixão, na sua mais completa efervescência.

Mas será que a paixão é mesmo tudo? Ou o comprometimento, a lealdade, o amor tranqüilo que deflui da convivência são mais importantes?

Já que não se pode jogar fora a paixão, pode-se aprender a conviver com ela. E, se a escolha recair pela segurança e pela paz de espírito a despeito da excitação e do formigamento, escolhe-se também manter latente um sentimento que não deve ser reavivado. Evitando-se o sentimento, evitam-se as conseqüências dele decorrentes.

O importante é saber que nenhuma escolha é perfeita. Escolhas são simplesmente escolhas. Mas as conseqüências que decorrem delas, estas sim devem ser valorizadas, por si mesmo e pelas outras pessoas nelas envolvidas.

Com isso se evita o sofrimento, próprio e dos outros. E como ser feliz diante do sofrimento das pessoas que amamos? Como jogar fora toda uma vida de companheirismo e parceria diante da satisfação egoísta dos próprios desejos?

E, se a outra pessoa vier a nos decepcionar, pelo menos não seremos nós os autores da decepção. Afinal, estar vivo é correr riscos, e não há certezas quanto a nada.

A paixão instiga porque irrealizada. E, caso realizada, não cairia na rotina dos relacionamentos? Não cederia diante dos defeitos e das imperfeições de cada um, ressaltados pelo excesso de convivência que envolve os casais? Não se tornaria um sentimento arrefecido pelo acachapante tédio do dia a dia? Nessas condições, seria ainda perfeita a paixão? Não, não seria. A vida não é perfeita. Ninguém é perfeito. O resto é ilusão.

Realmente, o momento é tudo. Se o momento passou, e algo não se realizou, porque um dos dois não soube aproveitar o momento, é melhor não ter acontecido. E só o que cabe é ter inteligência suficiente para parar de brincar com fogo e deixar que o não acontecido permaneça no campo do inexistente.
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