Filino 08/01/2017
Uma ótima introdução ao homem que é uma dinamite!
A despeito de ter sido publicado no fim de sua produção intelectual (a obra é de 1888 e, no ano seguinte, Nietzsche perderia a razão), "Crepúsculo dos ídolos" é uma excelente introdução ao pensamento do filósofo dos proeminentes bigodes. O próprio Nietzsche ressalta essa característica em seu livro.
Com a sua escrita única, concisa e ferina, Nietzsche não poupa Sócrates, Platão, Rousseau e outras figuras. Também somos apresentados a suas considerações acerca da moral, da razão e da tragédia - tudo isso num texto de leitura rápida, mas nem por isso superficial.
A tradução, levada a cabo pelo renomado Paulo César de Souza, é outra característica que merece - e muito - ser mencionada. Tal como nas outras obras de Nietzsche traduzidas por ele na mesma editora (Companhia das Letras), há uma enorme quantidade de notas ao texto. E isso é maravilhoso: somos informados acerca do porquê da adoção de alguns vocábulos e expressões (o que atende às exigências dos mais estudiosos em alemão e em Nietzsche), bem como há explicações sucintas acerca dos personagens mencionados por Nietzsche em sua obra (vindo ao encontro daqueles que não são "profissionais" em filosofia).