O escravo de capela

O escravo de capela Marcos DeBrito




Resenhas - O Escravo de Capela


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Albatroz2 16/06/2023

SPOILERS: Por favor Marcos Debrito não faça isso
Cara o livro é sensacional até a partes onde se chega a termos racistas como mulata e morena cor de jambo.
Outra coisa que me irritou bastante também foi a sexualização da mulher preta ao se entregar para um homem branco principalmente nas eras escravocratas no Brasil, o autor simplesmente sexualizou o ponto de eu nunca ter lido em outros livros dele a mesma sexualização feita para uma mulher branca é como se Damiana fosse uma escrava de sexo e que essa gostava de se por a disposição do "dono", "ah Damiana afagou Inácio com o calor incessante que continha entre as pernas" p.u.t.a que pariu ?.

Então Marcos deBrito por obséquio se não for pedir muito ESTUDE UM POUCO MAIS principalmente quando for escrever sobre pessoas pretas e DÊ UMA EXTREMA ATENÇÃO quando se tratar de mulheres pretas para não sexualizar de uma forma vulgar como fez neste livro.

Eu li o livro do Marcos de Brito por achar que seria mais um livro inovador onde traria críticas sociais (como todos os livros que já li dele) relevantes mas não não trouxe nada de novo não trouxe nada que pudesse ser realmente uau.

Como um bom descendente de escravocratas achei pertinente aqui elogiar o tal fato de o Marcos deBrito ter escrito muito bem a parte dos feitores que são os donos da fazenda os escravagistas.

Fora isso o livro se torna bom sem que contenha termos pejorativamente racistas que o autor utilizou no livro inteiro, sem a sexualização totalmente vulgar da mulher preta e a incerteza no final de Damiana não querer perdoar o pai pela morte do Amado sendo que estes são irmãos e ela ainda fantasiar com a Ideia de viagens ... Oh m.e.r.d.a que coisa ilógica não gostei do final por causa disso.
Wagner Fernandes 27/06/2023minha estante
Eu li "À sombra da lua" e é assustador em muitos trechos. Bem escrito, boa trama, destaca o folclore brasileiro e tem muitas tripas espalhadas pelas páginas!


Albatroz2 28/06/2023minha estante
Sim eu amo os livros do Marcos deBrito pra mim ele somente pecou nesse, já leu a casa dos pesadelos?


Albatroz2 28/06/2023minha estante
Já li a sombra da lua, muito bom mesmo


Wagner Fernandes 28/06/2023minha estante
Não li A Casa dos Pesadelos. Vou procurar.




Lulu 01/10/2023

Folclore Brasileiro + Terror
Descobri esse livro por acaso e gostei muito desde o início, nunca tinha lido nada que envolvesse o folclore brasileiro e além de achar muito interessante, foi genial a forma como foi colocado aqui.
Em algumas partes a história ficou um pouco monótona mas em geral é envolvente e o plot twist é SENSACIONAL.
Me incomodei com o final, achei a explicação lógica um pouco chata e não gostei do romance presente durante todo o livro. Se não tivessem metido um casal no meio e a obra focasse apenas no terror, teria sido melhor.
Paula.Soares 01/10/2023minha estante
Adoro os livros desse autor ??


Emerson Meira 01/10/2023minha estante
Parabéns pela resenha! ????? Achei interessante, vai pra lista de leitura ?


Lulu 01/10/2023minha estante
@Emerson.Meira Obrigada! Vale a pena a leitura, além da história ser envolvente o livro é curto, espero que goste! ??




@paty_bookaholic 28/06/2017

Estonteante e Sangrento
“Quando a morte é apenas o começo para algo assustador”

Essa é a frase que temos na capa do livro, e acredito que nada poderia descrever melhor a sensação que tive ao e deparar com a narrativa de Marcos.
Eu não sei o que esperava de O Escravo de Capela até realmente começar a lê-lo. Temos neste livro uma descrição intensa, sangrenta e real do que era a época escravista no Brasil.


“Tendo as costas do escravo como tela, o feitor pincelava de vermelho o seu escárnio. Naquela aquarela abstrata de sangue e suor, a dor encontrava bem o seu contorno.”

A Fazenda de Capela abriga a família Cunha Vasconcelos, escravagista, produtores de cana, senhores de engenho. A vida dos escravos de Capela não é fácil. Comandados por um feitor bruto, que preza mais a violência e o sadismo que a própria fazenda os escravos de capela se vêem submetidos a uma rotina de terror.
Quando uma nova leva de escravos chega à fazenda um negro não deseja se submeter, tudo que ele quer é liberdade, e induzido por um velho escravo aleijado acaba encontrando um destino terrível, pior do que a mais insana mente poderia imaginar.

Continue lendo em: http://patybookaholic.blogspot.com/2017/06/resenha-o-escravo-de-capela.html

site: http://patybookaholic.blogspot.com/2017/06/resenha-o-escravo-de-capela.html
Camila.Schid 30/06/2017minha estante
É bom?


@paty_bookaholic 05/07/2017minha estante
Maravilhoso Camila!




Mauricio 13/12/2022

VIVA O FOLCLORE BRASILEIRO
Eu tô impressionado, sem dúvidas é um dos melhores livros do Marcos DeBrito. Aqui nós temos uma releitura em tom macabro de duas das mais famosas lendas do nosso folclore brasileiro.

O livro se passa no Brasil Colônia, 1792 na fazenda Capela onde a família Cunha Vasconcelos prospera com o plantio e venda da cana-de-açúcar explorada pelos negros escravizados.

O início já é bem pesado, o Marcos não poupa nos detalhes e somos capazes de sentir na pele a crueldade visceral do feitor da fazenda, Antônio segundo, filho do patriarca Antônio Batista cuja ações são desaprovadas pelo filho caçula Inácio, recém formado em medicina que acabara de chegar da Europa para uma visita temporária.

Sabola é um dos novos escravos que chega à fazenda Capela, por desobediência ele é açoitado pelo feitor em seu primeiro dia. Akili, um velho aleijado da senzala cuida dos seus ferimentos e juntos, os dois começam um plano cauteloso de fuga, porém o plano vai por água abaixo e Sabola acaba sendo executado sadicamente em frente aos demais escravos. A partir desse momento meus amigos o sobrenatural ganha forma e o livro fica tenebroso.

E ainda temos a segunda narrativa que aborda os conflitos familiares, brigas entre irmãos, amores proibidos e o segredo guardado a tanto tempo sobre o paradeiro da sinhá, mãe de Inácio.

Gostei bastante, o plot também é genial. Recomendadíssimo, aliás, aconselhado para quem tem estômago forte.
LavAnia 14/12/2022minha estante
Adicionado na minha lista ?


Mauricio 14/12/2022minha estante
??




Douglas 17/07/2017

Quem não escuta o chicote, respeita o facão.
Munido com chicote e facão, Marcos deBrito vai rasgar de forma brutal o véu que cobre um período da história brasileira, e revelar o que teve de mais sádico e cruel ali, prepare seu estomago.
A história tem como plano de fundo o Brasil colônia, no ano de 1792, período escravocrata. E revela o que se passou na Fazenda Capela, onde escravos trabalham arduamente num canavial, ao lado de capatazes. Ali, vive a família do senhor Cunha Vasconcelos, que possui dois filhos. Estes, são o extremo oposto. Enquanto um “cuida” dos escravos com mãos de ferro e insultos e surras, o outro, que voltou recentemente da Europa, tem uma visão diferente das coisas e passa a julgar esses atos. Ele cria um elo com os escravos, e dizer que essa relação é errada, pode ser considerada eufemismo, diante do que ele pode descobrir.

Os fatos vão sendo expostos, no desenvolver do livro, e vamos descobrindo o quanto essa família é misteriosa.

O escravo recém chegado Sabola, quer escapar não somente dessa fazenda, mas de todo seu constante sofrimento e humilhação, e vai mostrar o quão disposta está a fazê-lo.
Se você acha que uma morte desumana é um fim cruel, te convido a conhecer o que esse livro tem a oferecer. E você vai descobrir, que a morte pode ser só o principio para algo mais impiedoso.

VALE A LEITURA?

O livro retrata uma época real, em sua pior forma, muitas vezes omitidos em livros de história, justamente por sua crueldade. O período escravo que vimos na escola, nos é de fato revelado. A frieza com o qual a violência é revelada causará repúdio até nos leitores com estômago mais forte. Esses registros não causam arrepios somente pela história de terror, mas pela frieza que descreve as punições acometida aos escravos, e pela forma desprezível na qual eles eram tratados. Mesclando elementos reais e fictícios, a trama conversa diretamente com nossa cultura, através de personagens folclóricos.

Antes de nos entregar o terror, o autor cria todo um cenário, e vai moldando as características de cada personagem. Assim, é possível sem ambientar melhor com a atitude destes.
O autor não mata personagens a esmo. Cada um terá seu momento (ou não) e ele soube dosar esse recurso, dando um propósito, ou encaixando um motivo válido a morte, deixando o leitor ainda mais apreensivo. Vale ressaltar, os diversos plot twists que aqui serão encontrados. Tente antecipar os fatos, e veja como vai falhar miseravelmente.
O autor usa diversos recursos linguísticos, o que enriquece ainda mais seu texto. Ao invés de dizer que um fato foi “terrível”, prefere pegar a mão do leitor, e colocá-lo cara a cara com os fatos e o que vamos presenciar é horrível.
O capricho que a Faro teve com a edição dispensa comentários, mas merece destaque.
Essa junção de fatores, pesaram na obra e o autor consegue segurar o leitor apreensivo até suas ultimas páginas. É aquele livro que você termina, e precisa contar pra alguém sobre ele, e claro, recomendar a leitura.
Regina 21/07/2017minha estante
"É aquele livro que você termina, e precisa contar pra alguém sobre ele..." Exatamente!!!!!! Eu quero gritar pra todo mundo que este é o melhor livro brasileiro (no seu gênero) que já li!!!! Gostaria tanto que todos, ou pelo menos muitos lessem essa obra prima. Conhece Cira e o Velho do Walter Tierno? Vai na mesma linha, porém menos impactante...


Douglas 22/07/2017minha estante
Realmente, esse livro é demais! Não conheço, mas já vou procurar :D




Valner.Wasilewski 16/11/2022

Sanguinário e eloquente
Debrito narra de forma pungente e agoniante o sofrimento das pessoas negras nesse livro. Um excelente adaptação em relação ao folclore do Saci. Uma ótima forma de conhecer o trabalho do Marcos, ansioso pelas próximas leituras e espero que sejam tão pesadas e sanguinolentas, que me façam parar para tomar fôlego, sentir o gosto amargo da revolta na boca e ainda assim querer encarar para entender a resolução do livro.
Kleilson.Torquatto 16/11/2022minha estante
Eu comprei um box que vem dois livros dele, e um dos livros é esse. Estou muito curioso por essa leitura.


Valner.Wasilewski 18/11/2022minha estante
Leia! Vai valer MUITO a pena!! Foi muito bom poder conhecer o Debrito em um trabalho MUITO bom!




Nadia 16/03/2024

Lenda nacional!
Que livro maravilhoso! Somos inseridos na época escravocrata onde os negros escravizados sofreram as maiores atrocidades e eis que surge de forma macabra e surreal seres lendários do nosso Folclore brasileiro.
Mauricio 16/03/2024minha estante
Muito bom ?


Nadia 16/03/2024minha estante
Foi uma grata surpresa!??




RUDY 18/02/2018

ANÁLISE CRÍTICA E DA AUTOR
Vou logo dizendo que o livro foi um dos melhores que li no ano passado.

Já sabia que seria uma leitura muito boa, pois já tinha lido um outro livro do autor e sabia do grande potencial em mostrar através da sua escrita, as mazelas da vida através do terror e da crueldade humana. E aqui não foi diferente, digo ainda que achei melhor que o anterior, pois traz fatos históricos reais e mistura com uma fantasia, voltada para as lendas que conhecemos desde de a infância. Digo até que poderia ser uma releitura do Saci-pererê e da Mula sem cabeça, bem fundamentada e pesquisada, tanto em relação as lendas, como em relação à época ambientada no enredo.

Aviso que é um livro para os fortes, porque pessoas mais sensíveis, poderão sentirem-se enojadas, revoltadas e até chorosas com os relatos bem descritos, cheios de maldade, punição, dor, vingança e algumas personalidades irracíveis. E para dar um tom mais ‘doce’ ao livro, temos um romance, é claro, porém um romance impossível, cheio de segredos e até incestuoso.

Já deu para notar que é um livro completo, com atrocidades evidentes, mistérios que vão sendo desvendados, suspense em trechos que aceleram o coração, romance que faz o leitor torcer pela felicidade em meio a tanta maldade e uma linguagem totalmente envolvente que não faz o leitor largar o livro até o final.

Já sabem que tenho dificuldade em fazer resenha quando gosto muito de um livro e talvez por isso, tenha demorado tanto a vir trazer essa para vocês, pois fico sem palavras para conseguir expressar tudo que senti com a leitura. Posso dizer que as personagens são bem marcantes, inclusive as personagens secundárias. Todas são bem definidas e ficaram ‘martelando’ em sua cabeça durante muito tempo por fazerem parte de uma história original, fantástica e amedrontadora.

Se expremermos o livro, certeza que o sangue escorrerá pelas páginas e não foi àtoa que as bordas das páginas são vermelha, acredito que foi bem pensado para dar esse efeito mesmo.

Leiam, porque nada é óbvio nesse livro!

site: http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/2018/02/resenha-06-o-escravo-de-capela.html
Michelle 15/02/2022minha estante
sempre vejo elogios a esse livro


Angela Cunha 22/09/2022minha estante
Ah mas eu tenho uma paixão por esse livro e essa parte do espremer o livro e sair sangue é mais que apreciada e real. rs
Adoro!!!
O autor é uma pessoa maravilhosa e tenho alguns livros dele na estante que vira e mexe, releio!
Beijo




Fabiana.Marques 17/05/2021

As cenas surgem na cabeça como um filme
O enredo é admirável, sendo bem moderada. O livro te leva há mtos anos atrás, onde os escravos começavam a ser vistos como coisas, e logicamente, mais tarde, viram as revoltas, dando início as primeiras lendas brasileiras.
Ana Lucia F. Silva 31/05/2021minha estante
Gostei da mistura de lenda e verdade, fantasia e realidade. Muito bem escrito, dinâmico e com fortes críticas à nossa história.




noiteadentro0 26/04/2020

Uma lenda incrível
Só posso dizer que foi o melhor livro do gênero do terror que li esse ano. Li o livro em janeiro e ainda (em março) não consegui encontrar um outro tão bom quanto.

É um passeio numa lenda brasileira e o jeito que ela é contada dá muito medo mesmo!
Elton.Martins 26/04/2020minha estante
Por acaso, entro no Skoob às 4 da manhã e aparece essa tua resenha. Não conhecia o livro nem de nome. Que achado, gostei da sinopse. Gosto de terror, mas é complicado achar um bom. Vou ler. Valeu




Danilo.Santos 08/09/2019

Quando a Escrava Isaura encontra o Sítio do Picapau Amarelo numa Sexta-Feira13...
Animado pelas resenhas resolvi dar uma chance ao terror nacional, mas ainda não foi dessa vez. O livro é um novelão, com direito a vilões bem malvados, mocinha que sonha com um amor impossível e uma dose de gore que não convence. Sem contar as descrições românticas bem açucaradas(talvez por se passar num engenho...), o uso de descrições empoladas com palavras arcaicas, o que fica meio patético e clichês tipo "vou te matar mas antes deixa eu contar como foi que...". Parece que literatura de terror não é o forte no Brasil.
Rafa 05/02/2020minha estante
Deveria ter lido sua resenha antes de dar mais uma chance para autor brasileiro. Livrinho patético.




Jessé 03/11/2018

AAAAAAAAHHHHH





Essa é a única reação que consigo esboçar após ler um livrão maravilhoso desses. Minhas expectativas já estavam bem altas mas, mais uma vez, Marcos DeBrito mostrou-se um autor digno de receber o Tocantins inteiro.



O folclore brasileiro é muito, muito rico. Não pense você, leitor, que só mitologia grega, romana, egípcia, nórdica, etc., têm suas histórias maravilhosas. Os mitos tupiniquins são recorrentes em nossas vidas. Desde pequenos, ouvimos falar no Boitatá (o animalzinho de estimação do Professor Girafales), Mula Sem Cabeça, Iara, Boto, Curupira e outras centenas de figuras mitológicas. E aqui está ele, Marcos DeBrito, mostrando que é possível dar um ar totalmente novo à personagens já conhecidos e, mesmo assim, criar algo original e épico.



O livro nos leva para um momento muito ruim e triste da nossa história, a era da escravidão. Somos apresentados à família Cunha Vasconselos, donos da Fazenda Capela. Os Cunha Vasconselos são comerciantes de açúcar. Para se obter o açúcar, é necessário colher a cana. E o autor deixa isso muito claro, detalhando como os escravos trabalham debaixo de um sol escaldante, sob condições precárias.



E é aqui que conhecemos o protagonista de nosso livro, Sabola Citiwala, vindo do Congo. Sabola não fala português, então acaba conversando apenas em dialetos africanos com os outros escravos. Porém, os senhores da fazenda odeiam esses dialetos e, se pegam algum negro falando qualquer coisa que não seja português, suas costas serão marcadas. Mas Sabola é diferente dos outros escravos. Ele quer sua liberdade, quer sair daquele lugar a qualquer custo, mas acaba descobrindo, da pior forma possível, o que acontece com quem questiona as ordens de um Cunha Vasconselos.







Aqui, vemos o auge escravocrata, e o autor usa isso a seu favor. Sim, o livro é pesado e, se você não tem estômago pra isso, espere ter. Marcos faz jus ao período em que seu livro se passa. Cada cena de tortura é muito bem detalhada e, confesso, em algumas cenas, senti repulsa, e desejei que acontecesse como numa novela: cortasse a cena da tortura.



Mas eu não podia parar o autor, e não queria. A história toma um rumo surpreendente. Aqui, o autor não preza tanto pela descrição do ambiente, mas compensa-nos, dando uma aula de criação de personagens. Cada personagem é muito bem construído, e cada sentimento que esse personagem carrega é sugado até a última gota. Ódio, repulsa, amor, raiva, vingança. Vemos isso em cada um dos personagens, e é isso que leva a história pra frente.



Mais uma vez, Marcos DeBrito mostrou por que é um dos melhores autores nacionais de terror da atualidade. Com seu tom poético, respeitando a linguagem da época em que o livro se passa, ele apresenta uma versão totalmente nova de um personagem tão conhecido, e acerta em cheio. E, no fim, somos presenteados com vários plot twists, mas existe um, e você saberá qual, que é um verdadeiro tapa na nossa cara. Marcos escreveu a história em páginas manchadas de sangue.



A diagramação do livro está simplesmente impecável, mostrando por que a Faro é uma das melhores editoras no quesito. Se você gosta de terror, O Escravo de Capela é leitura obrigatória. Com certeza, a melhor leitura de 2018, além de ser uma das mais belas capas da estante.



Nota: Selo Cafezinho de Qualidade (5 / 5)

site: www.dicasdojess.com
Luciana 16/12/2018minha estante
Adorei sua resenha, vou ler este livro com certeza!?




Lina DC 25/06/2017

A trama é narrada em terceira pessoa e se passa no Brasil Colônia, no final do século XVIII, no ano de 1792. O cenário é a Fazenda Capela, um canavial que tem como capataz, Antônio Batista da Cunha Vasconcelos Segundo, um homem de 35 anos de idade e o primogênito do grão-senhor da fazenda.
Antônio é um homem rude, sádico, que sente prazer ao infligir um castigo. Sua preocupação não é com a fazenda em si, seus lucros e administração e sim em ter o poder de controlar a vida e a morte dos escravos que ele considera suas propriedades. Além dele, outros funcionários da fazenda, como Jonas, Fagundes e Irineu apreciam a sua função da mesma forma que o capataz, sem receios em usar a mão pesada, até mesmo quando é desnecessário.

"Tendo as costas do escravo como tela, o feitor pincelava de vermelho o seu escárnio. Naquela aquarela abstrata de sangue e suor, a dor encontrava bem o seu entorno." (p. 13)

Entre essas "propriedades" encontra-se Sabola Atiwala, comprado recentemente. Sem falar o idioma, raptado de seu lar e levado a força para um campo de trabalho escravo, Sabola não se conforma com a sua nova realidade e se torna o novo alvo da fúria de Antônio.
O grão-senhor da fazenda, o senhor Antônio Batista é um homem pragmático que, apesar de não apreciar os excessos do filho mais velho, também não se importa com os escravos. Desde que eles consigam trabalhar, o resto não importa. É um homem que mantêm inúmeros segredos, principalmente de seu filho mais novo, Inácio Batista.
Inácio retorna após passar cinco anos estudando medicina da Universidade de Coimbra, em Portugal. Diferentemente do irmão e do pai, ele não apoia a escravidão e enxerga os escravos como seres humanos. Ao chegar na fazenda, ele fica chocado com a brutalidade do irmão, mas sua visão não é levada a sério. Para o pai, apesar de Inácio saber argumentar bem, suas ideias são liberais demais e não se encaixam na realizada da Fazenda Capela. Antônio, por sua vez, demonstra claro ressentimento em relação ao seu irmão engomadinho. Para ele, Inácio não passa de um garotinho mimado, que não sabe colocar a mão na massa e que se mete onde não é chamado. Afinal, é Antônio que trabalha na fazenda e diariamente controla a vida dos escravos.
Enquanto a rotina da Fazenda segue, Sabola vai ficando cada vez mais inconformado com sua realidade e com a ajuda de Fortunato, um outro escravo, ele tem um plano. Infelizmente, sua morte é iminente e brutal... Após sua morte, estranhos acontecimentos começam a se desenrolar e um massacre surge.

"As pás foram movidas e o defunto desmembrado começou a ser enterrado sem sequer terem lhe retirado o saco encharcado de sangue da cabeça. Apenas a boca escancarada, que insistentemente buscara o ar nos seus últimos suspiros, estava descoberta e não foi poupada de ser alimentada com a terra que o encobria." (p. 100)

A construção do livro é espetacular. O autor mesclou o folclore popular com um pedaço vergonhoso de nossa história e criou personagens verossímeis, que representam os verdadeiros monstros que existem. O uso de uma situação verídica torna o enredo não apenas mais crível, mas também mais doloroso. O leitor acompanha a hipocrisia da época, onde os senhores de fazenda tratam os escravos como animais, mas também abusam das mulheres para afogar suas necessidades.
"O Escravo de Capela" é um livro com um enredo forte e impactante por demonstrar em suas linhas o tratamento brutal que os escravos sofriam. Mas também é uma obra reflexiva, inteligente e repleta de reviravoltas que tem um final criativo e de tirar o fôlego.
Envolta por segredos, a história da Fazenda Capela é uma obra extraordinária e inesquecível. A escrita é fluida, bem construída e cativante.
Em relação à revisão, diagramação e layout a Faro Editorial realizou um trabalho excepcional. O livro é cheio de detalhes internos, a revisão está bem feita e o livro chama a atenção.
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thaisdreveck 05/09/2017

Resenha
Livro: O ESCRAVO DE CAPELA
Por: MARCOS DEBRITO
Editora: FARO EDITORIAL

? CAPA 5/5
Vamos começar com essa capa maravilhosa, desde a fonte rebuscada branca que tem todo um contraste espetacular com o negro é o vermelho, as imagens de ótima resolução e todo o charme em si são convidativos para o gênero de terror. Uma capa perfeita para se querer ter na estante.

? HISTÓRIA 5/5
Com certeza esta é uma das resenhas mais complicadas que já fiz pela qualidade do livro, ele é maravilhoso em todos os aspectos, Marcos é extremamente detalhista o que torna toda a trama de certa forma mais real, macabra e viciante. Uma escrita elaborada e dramática que instiga a cada página, que faz o leitor se prender e não soltar mais, é simplesmente impossível parar de ler até que a leitura esteja totalmente finalizada.

O autor nos faz mergulhar no Brasil Colônia do final do século XVIII, em uma fazenda canavieira chamada Capela onde Antônio Batista e seu filho controlam com uma destreza cruel e macabra todos os escravos que ali habitam. Sem piedade inflige castigos apenas por diversão em grande parte das vezes. Todos os outros funcionários pagos da fazenda seguem as diretrizes aplicadas pelo pai e filho, sem importar-se muito com a vida dos escravos.

Sabola Citiwala é um escravo comprado e recém chegado na fazenda, sem sequer saber falar o idioma, é levado ao trabalho forçado no campo, porém ele não aceita a perda repentina de sua liberdade e tenta de todas as formas conseguir sair daquele inferno. Entretando estamos falando de líderes sádicos, e com a morte de vários escravos sem piedade, os detalhes sórdidos que Marcos nos passa (alguns momentos de ânsia de tantos detalhes macabros), um morto começa a assombrar a fazenda.

É ótima a forma como o autor conseguir mesclar o folclore brasileiro junto com uma época tão sombria. Como se fosse a real história do SaCi em uma versão macabra e bem escrita. Imagino a quantidade de pesquisar feitas pelo autor para conseguir um livro tão completo e tão criativo, as formas de tortura, o trabalho escravo, além de um amor proibido em meio a tudo.
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