Resenhas - O Escravo de Capela

Mauricio 13/12/2022

VIVA O FOLCLORE BRASILEIRO
Eu tô impressionado, sem dúvidas é um dos melhores livros do Marcos DeBrito. Aqui nós temos uma releitura em tom macabro de duas das mais famosas lendas do nosso folclore brasileiro.

O livro se passa no Brasil Colônia, 1792 na fazenda Capela onde a família Cunha Vasconcelos prospera com o plantio e venda da cana-de-açúcar explorada pelos negros escravizados.

O início já é bem pesado, o Marcos não poupa nos detalhes e somos capazes de sentir na pele a crueldade visceral do feitor da fazenda, Antônio segundo, filho do patriarca Antônio Batista cuja ações são desaprovadas pelo filho caçula Inácio, recém formado em medicina que acabara de chegar da Europa para uma visita temporária.

Sabola é um dos novos escravos que chega à fazenda Capela, por desobediência ele é açoitado pelo feitor em seu primeiro dia. Akili, um velho aleijado da senzala cuida dos seus ferimentos e juntos, os dois começam um plano cauteloso de fuga, porém o plano vai por água abaixo e Sabola acaba sendo executado sadicamente em frente aos demais escravos. A partir desse momento meus amigos o sobrenatural ganha forma e o livro fica tenebroso.

E ainda temos a segunda narrativa que aborda os conflitos familiares, brigas entre irmãos, amores proibidos e o segredo guardado a tanto tempo sobre o paradeiro da sinhá, mãe de Inácio.

Gostei bastante, o plot também é genial. Recomendadíssimo, aliás, aconselhado para quem tem estômago forte.

Nadia 16/03/2024

Lenda nacional!
Que livro maravilhoso! Somos inseridos na época escravocrata onde os negros escravizados sofreram as maiores atrocidades e eis que surge de forma macabra e surreal seres lendários do nosso Folclore brasileiro.

Fabiana.Marques 17/05/2021

As cenas surgem na cabeça como um filme
O enredo é admirável, sendo bem moderada. O livro te leva há mtos anos atrás, onde os escravos começavam a ser vistos como coisas, e logicamente, mais tarde, viram as revoltas, dando início as primeiras lendas brasileiras.

Lulu 01/10/2023

Folclore Brasileiro + Terror
Descobri esse livro por acaso e gostei muito desde o início, nunca tinha lido nada que envolvesse o folclore brasileiro e além de achar muito interessante, foi genial a forma como foi colocado aqui.
Em algumas partes a história ficou um pouco monótona mas em geral é envolvente e o plot twist é SENSACIONAL.
Me incomodei com o final, achei a explicação lógica um pouco chata e não gostei do romance presente durante todo o livro. Se não tivessem metido um casal no meio e a obra focasse apenas no terror, teria sido melhor.

Albatroz2 16/06/2023

SPOILERS: Por favor Marcos Debrito não faça isso
Cara o livro é sensacional até a partes onde se chega a termos racistas como mulata e morena cor de jambo.
Outra coisa que me irritou bastante também foi a sexualização da mulher preta ao se entregar para um homem branco principalmente nas eras escravocratas no Brasil, o autor simplesmente sexualizou o ponto de eu nunca ter lido em outros livros dele a mesma sexualização feita para uma mulher branca é como se Damiana fosse uma escrava de sexo e que essa gostava de se por a disposição do "dono", "ah Damiana afagou Inácio com o calor incessante que continha entre as pernas" p.u.t.a que pariu ?.

Então Marcos deBrito por obséquio se não for pedir muito ESTUDE UM POUCO MAIS principalmente quando for escrever sobre pessoas pretas e DÊ UMA EXTREMA ATENÇÃO quando se tratar de mulheres pretas para não sexualizar de uma forma vulgar como fez neste livro.

Eu li o livro do Marcos de Brito por achar que seria mais um livro inovador onde traria críticas sociais (como todos os livros que já li dele) relevantes mas não não trouxe nada de novo não trouxe nada que pudesse ser realmente uau.

Como um bom descendente de escravocratas achei pertinente aqui elogiar o tal fato de o Marcos deBrito ter escrito muito bem a parte dos feitores que são os donos da fazenda os escravagistas.

Fora isso o livro se torna bom sem que contenha termos pejorativamente racistas que o autor utilizou no livro inteiro, sem a sexualização totalmente vulgar da mulher preta e a incerteza no final de Damiana não querer perdoar o pai pela morte do Amado sendo que estes são irmãos e ela ainda fantasiar com a Ideia de viagens ... Oh m.e.r.d.a que coisa ilógica não gostei do final por causa disso.

diogo.s.silva.9 11/03/2022

Muito bom
Gostei muito do jeito que foi usado o folclore e como foi o desfecho da história mais uma vez o autor me surpreendeu

Kleilson.Torquatto 22/03/2023

Um terror com DNA Brasileiro.
O livro é um reconto macabro da história de duas lendas do folclore brasileiro, a Mula sem cabeça e o Saci.
A história nos transporta para um passado onde a escravatura era muito forte e presente, onde os negros escravizados em uma fazenda chamada, Fazenda de Capela eram submetidos às maiores atrocidades impostas aos escravos daquela época.
É uma história com dramas familiares intensos, muita violência e coisas sobrenaturais acontecendo em paralelo, que me deixaram preso a todo momento na leitura.
É o segundo livro que leio desse autor brasileiro e eu devorei os dois, pois ambos tem uma leitura fluida e de fácil entendimento que me prendeu do começo ao fim.
O escravo de capela é uma amostra de que a literatura brasileira pode sim desenvolver um terror de qualidade, com um enredo bem construído e personagens bem desenvolvidos.
Leiam O Escravo de Capela!!
Super indico essa leitura!!
????????

Mylenarg 16/06/2023

ASSUSTADOR, MAS MUITO BOM
Brasil Colônia, 1792 em uma fazenda chamada Capela conhecemos Antônio Batista da Cunha Vasconcelos, primogênito do dono da fazenda, Batista da Cunha Vasconcelos. Antônio é um capataz cruel que tem como principal fonte de diversão provocar dor nos escravos e que muitas vezes seus atos de crueldade causam a morte de alguns destes escravos.

Dentre os escravos, se encontra Sabola que é novo no canavial e não fala o idiota da região pois veio da África, ele não aceita seu destino de escravo e nem as humilhações de Antônio, o que acaba despertando de imediato a ira do capataz, e isso acaba resultando em uma morte cruel e sanguinolenta de Sabola.

Após sua morte, acontecimentos estranhos passam a ocorrer na fazenda Capela, pois o espírito dele volta em busca de vingança, causando pânico em todos os Cunhas Valadares e em todo o resto dos moradores da fazenda.

O Escravo se Capela trata-se de uma releitura do folclore brasileiro, com crenças africanas, uma história repleta de terror, não apenas do gênero, mas principalmente em mostrar como os escravos viviam naquela época e o quão suas vidas eram sofridas, o q não deixa de ser retratado a infeliz realidade da escravidão, e essa amostragem é mais do que dolorosa, pois o autor descreve minuciosamente esses tormentos.

O autor descreve o livro com maestria, prendendo o autor do início ao fim, com cenários bem reais e obscuros, por diversas vezes parecia q eu estava dentro do livro, escutando o assobio tenebroso q ele relatava.

Essa leitura eu recomendo muito para quem gosta de livro terror e de algo muito mais pesado, porém, aconselho ter verificar se realmente é o tipo de livro q aguentaria ler.

Jaque - @impressoes_literarias 03/02/2020

Uau!!!
***Resenha postada no Instagram @impressoes_literarias***

Em 1792, na época da escravidão no Brasil, a Fazenda Capela era produtora de açúcar e tinha como dono o senhor Antonio Batista de Cunha Vasconcelos.
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Batista deixava os empregados a mando de seu primogênito, Antonio Segundo, um homem rude, cruel, que sentia prazer em açoitar seus escravos.
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Inácio, filho caçula de Batista, estava visitando a Fazenda, mas logo pretendia voltar ao exterior para prosseguir com seus estudos, e não se conformava em como os negros eram tratados.
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Um escravo recém-chegado, que desconhecia a língua local, não conseguia abaixar a cabeça para toda a atrocidade cometida e, assim, revolveu bolar um plano para fugir dali.
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Porém, algo inesperado aconteceu e uma figura maligna começou a ameaçar a vida de todos os moradores da Fazenda Capela.
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Com uma narrativa feita em terceira pessoa, o autor consegue prender a atenção do leitor desde a primeira página.
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É impossível, durante a leitura, não refletir sobre essa época que marcou a nossa história, nas barbaridades cometidas e no tratamento desumano e degradante que os negros eram submetidos.
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O autor aborda algumas lendas do nosso folclore, que não vou citar quais são para não atrapalhar a experiência de leitura de ninguém. Meus olhos brilharam quando essas figuras apareceram e fiquei fascinada pelo papel delas na trama.
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Algumas cenas de tortura e violência são descritas de forma crua e isso pode incomodar os leitores com estômago mais fraco.
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Marcos construiu muito bem essa trama, com um desfecho cheio de reviravoltas, amores impróprios, relacionamento familiar, torturas e muito sangue derramado.
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Com certeza, super recomendo esse livro!

Lucas 03/02/2021

Assombrosamente incrível!
A historia se passa no tempo do Brasil Colônia e conta como surgiu uma das lendas do folclore brasileiro: O saci e a mula sem cabeça.
Esse é meu segundo livro que leio de Marcus Debrito, e ele tem uma narrativa envolvente que prende.
Com uma historia assustadora, pavorosa e sangrenta, a narrativa retrata muito bem uma das épocas mais crueis do Brasil.
Tem trechos que é preciso respirar fundo para continuar lendo.

Mary.Rovere 15/04/2021

Otimo
E um livro bem pesado e triste em algumas partes pois envolve tortura e cada página e um tapa na nossa cara porém a história e perfeitamente bem escrita algumas partes são bem previsíveis porém a forma como e contada nós instiga a ler sem parar maravilho

Berenice.Thais 29/04/2023

Ficção talvez
Essa história e ficção mais nos sabemos que o Brasil como último país que deu "liberdade " aos escravos sabemos como eles eram tratados pelos seus "donos " e que se eles que são a maioria tivessem a chance de se vingar assim o fariam.

Alessandra.Melli 08/06/2020

SA CI
Um terror pra descontrair... rs
Bem senhoras e senhores, esse livro é bem sangrento, macabro e de dar raiva!
Conta uma estória sobre o Saci, bem horrenda por sinal.
A estória é passada no ano de 1792, em um engenho de açúcar chamado Fazenda Capela, onde os escravos eram extremamente maltratados com castigos e torturas severas e sangrentas, daí minha raiva! Ódio mesmo! ?
Mas o castigo vem a cavalo... no caso aqui, vem a mula sem cabeça! ?
O livro é bom mas no meio da leitura vc já sabe tudo que vai acontecer e aí perde um pouco da graça.
Mas pra quem gosta do tema e do gênero, vale a leitura

Gabriel 11/10/2020

Surpreendente e original!
Em O Escravo de Capela, Marcos nos transporta até o cruel Brasil colonial em que iremos conhecer a história de Sabola, o mais novo escravo da Fazenda da Capela. O período no qual a história se passa por si só já é extremamente perturbador. Sofrendo das mais diversas torturas, sendo obrigado a trabalhar por horas a fio na colheita da cana, o escravo encontra em Akili, um homem velho que passara toda sua vida sofrendo dos abusos e crueldades da escravidão, um ousado plano de fuga.

Eu devo começar essa resenha dizendo que a escrita de Marcos é fascinante. O autor demonstra profundo controle da narrativa graças a uma extensa pesquisa sobre o período em que a história é contada, situando muito bem os lugares, os costumes e os personagens tão comuns na época, como os cruéis senhores de engenho e capatazes, as frágeis escravas que serviam como empregadas e eram abusadas, como as centenas de negros que aguentavam diariamente todas as crueldades sem nunca deixar apagar a chama da esperança e da liberdade. Como citei, o livro por si só já é uma tortura para ser lido, em diversos momentos me senti extremamente agoniado, revoltado e triste por ler todas as barbáries nas quais os escravos eram submetidos. A história por si só já funcionaria como um bom livro de suspense em que o protagonista luta por sua sobrevivência e liberdade, mas aí entra o grande trunfo da obra: o lado sobrenatural.

Confesso que ainda me falta muuuuuuito para dizer que conheço a literatura nacional. Ainda sigo explorando os gêneros e autores, então, até o momento, digo que ainda não havia lido uma história em que os grandes mistérios do nosso folclore eram explorados. Em O Escravo de Capela, Marcos apresenta uma sombria e macabra versão para as lendas do Saci e da Mula Sem Cabeça e, que na minha opinião, soaram totalmente perfeitas para a história. É uma narrativa eletrizante, repleta de reviravoltas, simbolismos e significados, honrando não só nossos acenstrais, mas também nossa cultura. Nosso país é muito rico e, mesmo nos dias atuais, ainda acho bem escasso o material sobre o nosso folclore. Existem criaturas e lendas tão fascinantes e que dariam verdadeiras histórias de terror, mas que ainda passam despercebidas dos olhos do grande público - inclusive os meus.

Resolvi trazer hoje essa indicação aqui pra vocês, pois em outubro falamos muito sobre Halloween, Stephen King e Mike Myers, mas que tal dar uma chance para o Capuz Vermelho?

Fernando1355 24/09/2022

Simplemente incrível
Muito interessante do começo ao fim, um mar de sangre e dor escorre pelas páginas que de deixam com ódio e revolta. O autor foi incrível com as viradas na história. É uma obra prima da literatura contemporánea.