Bi Faria 13/02/2022
Resenha
Capa fantástica! E foi uma letra intensa, cheia de camadas e que trouxe muitas reflexões sobre vulnerabilidade, abandono, amor, a mulher e seu desenvolvimento em meio a um acontecimento que mudaria a vida para sempre.
Esse foi meu primeiro contato com a escrita da autora e ela me fisgou do início ao fim. Quando me deparei com nuances de culto e o ano de 1969 foi pesquisar, ela se inspirou no caso de Charles Manson (não vou falar muito pois seria spoiler) só que aqui com traços femininos, as mudanças no amadurecimento, pertencer a algo e sem a dimensão do que realmente poderia acontecer.
Evie sempre foi uma menina tímida, a falta de afeto dos pais a moldou no sentido de querer pertencer a algo, que alguém realmente a enxergasse.
Quando a amizade com sua melhor amiga acaba ela não imaginava o que aconteceria ao conhecer Suzanne e as outras garotas, seu fascínio e o que seria ter liberdade de verdade.
Ao chegar ao rancho das garotas seu desmembramento é nítido, ali se cultua o amor, todo aquele ambiente apesar de imundo a abraça sem os bens materiais, cada um com suas tarefas. E na sua cabeça ela acha que vive experiências únicas, com um líder fanático e que todos seguem cegamente.
Com a separação dos pais, a mãe que também quer viver experiências não percebe as mudanças nela, o pai nem a vê com frequência.
Drogas, sexo e Evie cada vez mais abalada por Suzanne, que não é uma boa pessoa. E entre enfrentaram o não pertencimento e correr riscos o final pode ser chocante.
Até onde ir por um líder que não é bom no que sempre quis e que faz com quem o siga chegue ao extremo.
A autora com uma escrita fluida traz uma história dividida em quatro partes entre passado e presente, uma Evie que avalia os acontecimentos, o quanto o extremo mudou sua vida e ao mesmo tempo expectativas de reconhecimento. O que deixa o leitor reflexivo se ela teria feito diferente, se seria uma pessoa diferente no presente.
Leiam e tirem suas conclusões, vale a pena! #explosãodesencalha22