Assim na terra como embaixo da terra

Assim na terra como embaixo da terra Ana Paula Maia




Resenhas - Assim na Terra Como Embaixo da Terra


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Camila 07/07/2020

Gráfico e duro, mas muito importante
Apesar de ter menos de 150 páginas, ?Assim na Terra como Embaixo da Terra? é um livro de impacto. De escancarar as feridas da desumanização do encarceramento e esfregar na cara o quanto todos simplesmente escolhemos não vê-la mesmo estando na nossa frente. Tudo isso com uma prosa bem construída e personagens impactantes. Mas precisa de estômago. É leitura rápida, mas deixa de ser por tratar de temas difíceis com a crueza de mostrar o pior lado humano como ele pode ser.
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FocaRafa 03/07/2020

A exceção que nos rodeia.
Assim na terra como embaixo da terra é meu primeiro contato com a prosa de Ana Paula Maia. O livro, que pode ser lido em uma sentada, apresenta uma narrativa intensa e coesa até naquilo que omite. A trama se desenvolve em um ambiente inóspito e repulsivo, é assustador quando notamos as semelhanças da colônia com nossa realidade. Feliz que essa seja uma das escolhas do vestibular UERJ para 2020.
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Mariana Dal Chico 24/06/2020

“Assim na terra como embaixo da terra” de Ana Paula Maia, foi o livro escolhido para o encontro de maio do @leiamulheresjundiai.

Esse é meu segundo contato com a autora, então eu estava preparada para sua escrita crua, sem floreios, mas que causa reações sensoriais e permite que o leitor consiga imaginar perfeitamente todo o cenário e clima da história.

A escrita da autora é simples, sua escolha de palavras é precisa, os personagens são profundos e despertam reflexões que me acompanharão por muito tempo.

Há uma crítica pertinente ao sistema prisional, que pende para um abatedouro, onde a desumanização acontece com todos os que estão encarcerados na colônia, seja por uma sentença judicial ou por seu cargo de trabalho. Ela faz isso sem vitimizar nenhum dos personagens.

A Colônia é isolada da civilização e os presos que ali estão, cometeram delitos graves. Além de toda tensão causada por o que está acontecendo no presente, também há a questão do passado sanguinário escravocrata sepultado que a terra parece ter absorvido e devolvido e em forma de maldição para o local.

Leitura mais que recomendada, é ágil e reflexiva, no entanto, se você não gosta de cenas violentas, talvez essa não seja uma boa escolha para você.


site: https://www.instagram.com/p/CBnyvW_jMhn/
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Victoria Vendemiatti 26/05/2020

Bom
O livro é bom, a história prende a atenção e li super rápido. Porém, acho que eu esperava mais. O livro é bom mas não achei excepcional
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Compre pela capa 06/01/2018

SELVAGERIA EM ASSIM NA TERRA COMO EMBAIXO DA TERRA, DE ANA PAULA MAIA
"O confinamento de homens assemelha-se a um curral de animais. O gado é abatido para se transformar em alimento; os homens por sua vez, são abatidos para deixarem de existir [...]"

ENREDO

Localizada num local isolado e remoto, uma penitenciária é o cenário do nosso romance. Conhecida como Colônia, a prisão recebe e abriga detentos que são retirados da sociedade definitivamente, já que ninguém jamais ouvira histórias sobre fugitivos ou absolvições relacionados ao local em questão, sendo uma espécie de arquivamento.

A história começa se desenvolver a partir do momento em que a prisão é notificada de que será desativada e que para tal fato, um oficial de justiça visitará o recluso lugar a fim de transferir para outras unidades, os detentos.

Em condições subumanas, quatro prisioneiros, Bronco Gil, nosso personagem principal, acompanhado de seus colegas, Valdênio, Pablo e Jota, "vivem" na Colônia, juntos ao carcereiro Taborda e o responsável pelo local, Melquíades. Cada criminoso desempenha uma função lá dentro, designado pelo gosto sádico de Melquíades, que inclusive adora caça e possui um arsenal em seu escritório.

Esperança e desespero são sentimentos que invadem os detentos, que foram 42 quando receberam o comunicado. A Colônia está construída num terreno que é conhecido por ter sido uma fazenda com muitos escravos, cujos foram assassinados e lá jaziam, em outras palavras, é uma terra amaldiçoada. O isolamento somado a este fato, trouxe a tona sentimentos psicopáticos, insanos e selvagens, principalmente a Melquíades, que fez da angústia dos presidiários por uma chance de liberdade, um hobbie: caça humana!

Por serem os últimos "alvos" na Colônia e pela demora da visita do oficial, todos ficaram aterrorizados, até mesmo Taborda, que percebe o transtorno de seu chefe e tem dúvidas sobre sua sobrevivência.

O quarteto restante ficavam horas a fio desenvolvendo planos de fuga, que deveriam ser calculados corretamente, já que o que impedia a fuga dos indivíduos era uma tornozeleira que segundo orientação, ao passar pelo perímetro da penitenciária, explodiria em trinta segundos. A caçada de Melquíades funcionava sob as seguintes regras: dois presos eram escolhidos ao acaso e a tornozeleira lhes era retirada e tinham uma vantagem de tempo para correr, após finalizado o tempo, o psicopata saía em sua procura mortal, com uma ressalva que o mesmo tinha um ótima mira e enxergava melhor a noite por conta de seu daltonismo, o que resultava em não sobreviventes. Na última noite de caçada, após a eficácia da fuga de um detento, a situação sai do controle e em paralelo, o oficial de justiça chega à Colônia e se inicia uma luta pela sobrevivência, com um assassino descontrolado a solta.

OPINIÃO

É um romance vestido de thriller que tira o fôlego da primeira a última página. A autora utilizou de um enredo pesado, unindo dois ambientes desumanos: a cadeia e a fazenda escravocrata, como uma forma de protesto ao tratamento do ser humano para com seu igual, e até onde chega a maldade e o descontrole psicológico de uma pessoa. Com certeza qualquer pessoa vê um detento com olhos desconfiados, pois certamente tem alguma ligação com um fato errado perante a justiça que o colocou lá. Por si, essa já é uma punição. O que a obra faz é mostrar que embora as pessoas tenham motivo para estarem nesta penitenciária, o sofrimento é estendido através da esperança a liberdade, unida ao medo da única chance falhar e virarem apenas mais um cadáver enterrado naquele terreno. O javali, simbolo em destaque na capa do livro, é um personagem sempre trazido a tona no enredo, em uma analogia e também fisicamente, ora sendo a caça, ora o caçador. Neste caso, a Ana Paula faz uma brincadeira com o animal, já que no inicio da trama, Melquíades pede que lhe tragam um javali, para fins decorativos, e durante a caçada é demonstrada a força e destreza do animal pela sobrevivência, e em alguns momentos do livro, essas habilidades do javali são comparadas as dos personagens, principalmente a do próprio Melquíades. Na resenha não quis citar muito o personagem principal Bronco Gil como gancho para a história, porque gostaria de deixar ela mais focada na trama, até mesmo porque o livro está dividido em fragmentos, contando a história em tempo real e ao mesmo tempo, fatos ocorridos na vida de Bronco. O que me deixou perturbado (ainda mais, mas num bom sentido) é a história se passar em lugar nenhum e ainda assim, terminar e não revelá-lo. O quesito do local ser amaldiçoado também sugere estar ligado a crendices e superstições. E além do mais, tem uma linguagem intensa e bem escrita.

A autora demonstrou não ter medo de expor a desprezo do humano pela vida alheia, e fazendo uma ressalva ao título e ao fragmento no início da resenha, Assim na Terra como Embaixo da Terra se refere a pessoa física, carne, osso, que no contexto, não fazia diferença nenhuma ao olhos de quem comandou naquele local, pois no fim das contas as pessoas eram descartáveis e só tinham um propósito: parar em uma vala, enterrada, para que a terra as engolisse e assim, deixassem de existir e não fossem lembradas.

Graficamente falando, a capa é maravilhosa e nem consigo imaginar como seria uma outra capa, senão essa, que descreve perfeitamente a proposta do livro. A escrita da capa é em alto relevo e dá a ideia de ter sido escrita por caneta hidrográfica diretamente. A tipografia do corpo do livro tem ótima legibilidade e leiturabilidade. Parabéns a Editora Record.

Se você, assim como eu, quer suar frio e ficar angustiado até a última página, recomendo!

site: comprepelacapa.wixsite.com/home
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Icaro 29/04/2024

Debaixo da terra
"Assim na Terra Como Embaixo da Terra" é um romance intenso e provocativo de Ana Paula Maia que explora a vida em uma colônia penal à beira da desativação. A narrativa é construída em torno do isolamento e da insanidade que permeiam tanto os detentos quanto os funcionários, criando uma atmosfera densa e carregada de tensão.

O livro começa com uma descrição vívida do caos que reina na penitenciária, onde serviços básicos como telefone e coleta de lixo já foram interrompidos. O primeiro personagem que conhecemos é Valdênio, o preso mais antigo, cuja vida se resume ao trabalho na cozinha e ao cuidado de um cachorro doente. Através dele, somos introduzidos à crueldade e à escassa humanidade que sobrevive na colônia.

Taborda, o agente penitenciário, é um homem medroso que deseja apenas a execução da lei, mas se encontra paralisado pela inércia. Sua interação com Melquíades, o diretor sanguinário da penitenciária, e Índio Bronco Gil, um detento marcado por uma vida de violência, revela as dinâmicas de poder e a brutalidade que definem o cotidiano da colônia.

Ana Paula Maia utiliza um narrador onisciente para descrever a realidade crua e os sentimentos dos personagens sem embelezamento, o que torna a leitura ainda mais impactante. A autora desenvolve a psiquê das personagens lentamente, permitindo que a história se desenrole de forma instigante e mantendo o leitor ansioso pelo próximo capítulo.

A obra é uma reflexão sobre a condição humana e a facilidade com que a sociedade pode desumanizar aqueles considerados fora dela. Com um número reduzido de personagens, "Assim na Terra Como Embaixo da Terra" oferece uma leitura rápida, mas que deixa uma impressão duradoura e convida à reflexão sobre temas atuais e a natureza da justiça e da liberdade.
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BurnBeranger 23/04/2020

Necessário
Melancolia necessária, Claro que em um contexto positivo. Ana possui o dom de penetrar na mente de seus leitores e marcar sua mensagem em fogo ardente.
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Yago.CamurAa 29/03/2020

um livro rápido e impossível de largar.
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Lully 19/03/2020

Com certeza um livro que lhe mantém presa à história e que te faz refletir sobre muitas situações.
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Lismar 28/01/2018

Um belo livro.
Minha primeira incursão em uma obra da brasileira Ana Paula Maia, em que de início fui logo conquistado por sua bela capa: O título em relevo e um belo desenho de um Javali estilizado; acompanhado por uma sinopse instigante ao abordar a vida em uma Colônia de presidiários preste a ser fechada, cujo é de conhecimento de todos que quem entra por lá, nunca sai, pois periodicamente há sempre uma selvagem caçada humana, logo me conquistou e adquiri esse exemplar.
E não me arrependi. A escrita da autora é bastante dinâmica, visceral e com uma boa dose violência. A leitura flui muito bem, além de ser curta, 140 páginas, a ponto de completá-la tranquilamente em 1 dia. As descrições do quotidiano da prisão e a tensão do relacionamento entre os hóspedes e os carcereiros é tensa. Destaque para a história da Colônia, um horror de morte, tortura e violência no decorrer dos séculos, ganhando auras de amaldiçoada.
Espero que a escritora faça outras obras com o índio Bronco Gil, pois achei-o bastante interessante.
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Ocelo.Moreira 22/11/2019

Autora Concisa de Estilo ‘Seco’ e Preciso
Há mais de um ano que eu tinha vontade de ler os livros de Ana Paula Maia, e desde o ano passado que queria ler esse, especificamente. Agora o li, após adquiri-lo aqui no skoob.

Os personagens do seu livro são pessoas comuns e consideradas escórias da sociedade. Das quais não queremos ver, fingimos que não existem ou nem sequer pretendemos nos aproximar de tais pessoas.

A autora é concisa e direta, cujo estilo é ‘seco’ e preciso, ‘nu’ e cru, tais características que admiro bastante e adoro em autores de cujo gênero.

O livro nos prende do início ao fim, queremos devorá-lo na medida em que vamos virando suas páginas. A história é construída de maneira bem criativa, de modo simples e às vezes direta, que nos fisga de forma surpreendente.

Esse foi o primeiro livro da autora que eu li e gostei, pretendo ler outros títulos de Ana Paula Maia. Recomendo esse livro a todos os skoobers. Principalmente aos amantes do bom romance nacional.
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Biblioteca Álvaro Guerra 02/05/2018

Um livro tenso, onde as histórias dos presos se mesclam com as da própria Colonia Penal.

Empreste esse livro na biblioteca pública

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!



site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788501108234
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AJ 08/09/2019

As obras de Ana Paula Maia são o Brasil invisível que a massa média só conhece via estatística.
Minha escolha mais acertada foi deixar "assim na terra como embaixo da terra" por último da bibliografia da autora.

Nessa história, o clima de claustrofobia e realidade vem na potência de um coice. A abordagem do sistema carcerário brasileiro numa história de "survivor" ganha novos tons quando temos personagens que, mesmo brutalizados e desumanização no nosso cotidiano, podemos criar laços e repensar nossa forma de pensar sobre esse tema.

Simplesmente incrivel!
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Rafael Mussolini 15/06/2019

Assim na Terra como Embaixo da Terra
"Assim na Terra como Embaixo da Terra" da Ana Paula Maia (Editora Record, 2017) é um livro incrível. Passei todo o meu domingo lendo e não me arrependo. A escrita de Ana Paula é muito fluida, envolvente e com um discurso direto. É um livro curto, de apenas 143 páginas e esse fato deixa claro a destreza da escrita da Ana Paula, pois a narrativa é muito bem construída, assim como personagens.

A história se passa em uma colônia penal que pode estar localizada em qualquer lugar do mundo. Sua localização exata é um mistério para todos que vivem enclausurados ali, aparentemente como uma estratégia de segurança e de evitar fugas. Além de estar em lugar desolado, a colônia também está em processo de decadência total após o anúncio de que a mesma será desativada. A partir desse ponto de partida a autora vai nos apresentando o passado dos detentos a partir de flashbacks, a personalidade violenta do responsável pela colônia e a omissão de seu principal carcereiro.

Aqui, a Colônia quase que se torna uma personagem do livro. É construído um clima de mistério, tensão e luta pela sobrevivência que vai tirando o fôlego do leitor e nos fazendo entrar em estado de espera, juntamente com cada homem vivendo ali.

É um livro cheio de metáforas e uma das mais interessantes é a que nos faz refletir sobre o homem encarcerado. E de quebra dá pra fazer muitas inferências com o sistema penitenciário brasileiro que é um dos mais violentos do mundo.

"O confinamento de homens assemelha-se a um curral de animais. O gado é abatido para se transformar em alimento; os homens, por sua vez, são abatidos para deixarem de existir. Não é um lugar de recuperação ou coisa que o valha, é um curral para se amontoarem os indesejados, muito semelhante aos espaços destinados às montanhas de lixo, que ninguém quer lembrar que existem, ver ou sentir seus odores."

#LeiaMulheres
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Toni 29/04/2019

Enquanto alguns escritores são capazes de criar mundos absolutamente palpáveis diante de nossos olhos, como se o progresso da leitura acrescentasse pinceladas inexoráveis ao quadro final, outros têm um talento completamente diferente, de fazer parecer que o universo ficcional esteve sempre lá numa escuridão sem começo ou fim, e que a escrita não faz mais que acender um fósforo durante o breve instante em que se conta a história.
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Ana Paula Maia é autora dessa segunda estirpe. Neste romance, somos apresentados ao espaço de uma Colônia Penal brasileira em vias de extinção, remota e precária, e à escassa fauna humana de agentes carcerários e apenados, desumanizados uns e outros. A atmosfera é de aridez e contamina não apenas suas personagens, mas a própria linguagem, a economia descritiva das cenas, o apelo cinematográfico dos diálogos. Assentados sobre um solo prenhe de violência estrutural, perversa e historicamente recalcada, os eventos de 'Assim na terra como embaixo da terra' remetem tanto ao massacre de Carandiru quanto aos campos de concentração nazistas, à medida que denunciam uma sociedade de controle que se recusa a encarar sua herança escravagista e ditatorial—presente, como sabemos, nos 80 tiros "de advertência" contra o carro de uma família negra no Rio de Janeiro ainda ontem.
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O percurso empreendido pelas personagens de Maia pode ser compreendido como passagem de regressão da bíos (a vida em sociedade) à zoè (a vida comum a todos os seres vivos), método de desumanização corolário dos estados de exceção. Essa distinção, apresentada por Agamben na obra 'Homo sacer' (2004), nos ajuda a perceber a Colônia Penal como ponto de saturação de nossas políticas de segurança e do sistema penal e carcerário brasileiro. Até quando, parece perguntar o romance, em nome de um ilusório bem-estar social (que só atinge a brancos e ricos), podemos continuar anulando radicalmente o indivíduo, produzindo, dessa forma, seres inomináveis que ameaçam nossa representação mínima do que significa ser humano?
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