Assim na terra como embaixo da terra

Assim na terra como embaixo da terra Ana Paula Maia




Resenhas - Assim na Terra Como Embaixo da Terra


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Danilo Andrade 16/09/2020

"No fim, somos todos livres, porque, no fim, estaremos mortos" - Bronco Gil
Um livro que me capturou pelo título, como de praxe. E tratando-se de Ana Paula Maia, li num ritmo insaciável, com sua narrativa pungente, ágil e impetuosa, não podia ter sido diferente.

A história se passa numa colônia penal no Brasil, que com o decorrer da trama, desvirtua-se do propósito de reabilitar os condenados ao convívio em sociedade, e torna-se um verdadeiro campo de extermínio. A decrepitude do lugar é atribuida à danação imanente de desgraças que ocorreram por ali - como o açoite de milhares de escravizados -, e o mau é materializado na loucura e sede por sangue de Melquíades, o sádico agente do estado. Porém, ao meu olhar, o mau se figura e assume vida justamente nos elos atemporais destas duas realidades, contextualmente distintas,mas que se unem pelo fato da população carcerária ser constituída majoritariamente por negros, e pelo extermínio de populações indígenas... cicatrizes sociais que ainda latejam.

A constante inquietude dos prisioneiros em razão de serem mortos por Melquíades (lê-se, necropolítica corporificada) à qualquer momento, tornam a narrativa intensa e visceral, uma forma sucinta de evocar a realidade de muitos escravizados e periféricos pregressos e hodiernos.

Por fim, a admiração pela autora só aumenta, pretendo num futuro breve ler todos seus livros.

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ingrid.venturelli 16/09/2020

Li esse livro por conta do processo seletivo da Uerj e achei uma história bem obscura, mas bem bonita. Assim na terra como embaixo da terra nos dá muitos calafrios, super recomendo
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Joana 13/09/2020

Para dicas de leitura, siga @maisumplista

Uma leitura que nos leva a olhar para aqueles que ninguém quer ver.
O livro conta a história de uma Colônia Penal para onde os presos vão para morrer. Ninguém admite, ninguém quer pensar nisso, ninguém quer saber o que acontece com aqueles que são jogados ali à própria sorte.
Esquecidos pela sociedade, os homens são traídos pela pessoa que deveria zelar por sua recuperação e são caçados como animais pelo diretor da Colônia.
Um livro desconcertante que nos faz olhar para a realidade e imaginar o quão daquilo acontece fora das páginas.
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Rafiza 11/09/2020

sucessor kafkiano
explicando o título: achei que tiveram referências a na colônia penal do kafka na medida que discute o encarceramento e eu gostei disso. o livro nao explora muito bem os personagens na minha opinião, acho que se fosse um pouco maior eu poderia ter visto mais humanidade inclusive no antagonista. gostei MUITO do jeito com que o lugar conta as fases da obra, como todas as cenas principais acontecem em meio a chuva e como eles estão conectados com a terra e a natureza em geral do lugar. acho mesmo que poderia ter sido melhor mas eu adorei a experiência
MAY 19/11/2020minha estante
Aparentemente o Bronco Gil aparece em outros livros.


MAY 19/11/2020minha estante
No Estante Virtual ela comentou sobre, se tiver interesse joga no Google: "Bronco Gil", é o segundo link.




HonorLu 10/09/2020

Assim na terra, assim
Primeiro contato com a literatura de Ana Paula Maia, o livro premiado em 2018 pelo Prêmio de Literatura SP me chamou atenção sobretudo pelo título e capa. Cheguei a abri-lo sem sequer ler sinopse, queria uma experiência enxuta. O livro é bom, simples e de linguagem de fácil leitura. A trama envolve, a autora consegue criar os climas de tensão com competência e seus cenários são muito palpáveis. A crítica negativa que eu poderia levantar é acerca de algumas passagens que parecem querer explicar o que, para um leitor mais atento, já está claro. O que dá às vezes uma sensação de redundância. Apesar disso, foi uma boa leitura e pretendo ler outras obras da autora.
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Jordanna.Cardoso 07/09/2020

Um livro de reflexões
Acredito que seja um leitura excelente para nos questionar sobre o sistema carcerário.
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Thayssa 02/09/2020

Sabe aquele livro que pega de surpresa? Então.
A sinopse é bem simples: uma colônia penal, completamente isolada, em que ninguém sabe onde fica. Só se sabe que é no Brasil, em um lugar esquecido. Essa colônia penal situa-se em uma antiga terra testemunha de muito sofrimento - isto porque a terra não só assistiu como absorveu o sangue de todos os escravos ali torturados e assassinados. Nesse clima, o livro desde a primeira página traz aquele embrulho na barriga - você sabe desde o início que tem muita coisa errada acontecendo ali.

Conforme os personagens vão se apresentando, nos damos conta de que o número de presos no momento é baixíssimo, porque muitos desapareceram - estranho isso no nosso país ne? - e que todos eles pressentem um fim, uma data final, próxima. Mas o que causaria esse fim? O que acontece com todos os presos que já estiveram ali?

Ninguém sabe ao certo, só sabem que acontece. Todos tem a certeza de que ninguém sai vivo daquele lugar. Ele é um campo de extermínio, legalizado e sustentado pelo dinheiro público, e em pleno funcionamento. Os presos, cada qual com seu passado, seus pecados e virtudes, vão planejando suas fugas, mas sempre sem saber o dia do amanhã.

Em todas as páginas meu sangue ferveu. Se a gente já sabe do estado de coisas inconstitucionais que temos no nosso sistema carcerário, eu não sei definir tudo o que esse livro relata. A única coisa que eu sei é que essas pessoas em nenhum momento são consideradas humanas, mas apenas bichos, números, brinquedos.

Eu não posso dar mais detalhes, qualquer coisa além seria spoiler. Mas te digo isso: é um livro curto, rápido, eletrizante, daqueles que você não larga, e vai te trazer MUITAS reflexões. Zero defeitos, mesmo. Quero ler mais coisas da autora, parece que ela é mestre em críticas sociais.


site: https://www.instagram.com/defensoracompacta/
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14/08/2020

Javalis são astutos. Os homens também.
Sempre perguntam a Ana Paula o porquê de não falar sobre mulheres, e ela sempre responde que prefere falar dos homens brutos. A crítica, no geral, espera que uma mulher racializada escreva sobre questões ligadas à raça. Em contrapartida, não se cobra o mesmo de autoras brancas. Mas Ana Paula recusa rótulos e continua escrevendo de forma impiedosa sobre o que acha que deve ser escrito. Sendo este o quinto livro que leio da autora, já não me espanta a crueza com que trata os temas que escolhe abordar. Aqui ela propõe, através da ficção, uma reflexão sobre o modo de funcionamento do sistema de justiça penal. De que lado está o poder punitivo do Estado? O que o direito penal faz de bem aos sem eira nem beira? São algumas das perguntas que aqueles que possuem verdadeira sanha com o direito penal deveriam se fazer. Não existe razão nenhuma para que entreguemos nas mãos de Melquíades (Estado) um problema social e esperemos que ele resolva. O solo supostamente amaldiçoado é o racismo se atualizando durante a história. E o sistema penal segue empilhando corpos. Vida longa à obra de Ana Paula Maia!
André Vedder 14/08/2020minha estante
Ana Paula Maia é sensacional!


Stefanie Macêdo 17/08/2020minha estante
Impecável, Rê!!


Lucy 17/12/2020minha estante
Adorei a resenha! Terminei de ler e vc expressou exatamente o que senti. ??


Flávia 22/01/2022minha estante
ñ consegui entrar na história. acho que faltou um pouco mais de pesquisa da autora sobre o sistema. um guarda que trabalha armado, sem retaguarda e sem estratégia é um suicida. tenho 11 anos de sistema, e sempre me surpreendo com a coragem e engenho que os apenados tem na tentativa de verem-se livres. na vida real, melquíades teria morrido na primeira página.




Luiz 10/08/2020

O melhor do ano
Esse é um dos melhores livros que li em muito tempo. Acredito que o melhor esse ano.

Estou sinceramente surpreso com o nível de detalhamento, com a crueza e com a agressividade das descrições. Mano...
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Livia.Teixeira 02/08/2020

"Não concorda com nenhum dos atos de seu superior e sente-se terrivelmente miserável quando os presos olham para ele com clemência. Não sabe o que fazer, não foi treinado para ter compaixão ou para desobedecer. O sentimento de hierarquia o corrói como um verme."
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sarite 01/08/2020

Uma experiência diferente...
Nunca li uma narrativa semelhante, e por isso me surpreendeu essa esfera de criminosos vivendo presos em uma colônia no objetivo de cumprir sua pena. Em um local de muito calor, sol quente, raras chuvas e em que esta seca só traz a certeza de futura comida escassa, homens mal feitores são trazidos de outros presídio e esquecidos ali. Obrigações devem ser cumpridas, a impossibilidade de fugir se faz real, mas coisas estranhas acontecem e estas também devem ser aceitas em silêncio.

Há críticas sociais interessantes, é um livro curtinho, uma narrativa rápida, mas justamente por ser tão rápido, achei as vezes confuso e com perguntas sem respostas.

Apesar das negativas, recomendo a leitura!
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brunossgodinho 31/07/2020

Quem sabe num filme?
Nunca tinha lido nada de Ana Paula Maia, mas não cheguei à leitura desavisado. Já tinha tido impressões sobre sua literatura por parte do Yuri, do canal Livrada!, e da minha namorada. Fiz essa leitura para preencher a categoria de livro do vestibular de uma universidade local, do Desafio Livrada desse ano.

Acho que, de início, fica claro que o estilo da autora é bem definido. Ela não está tateando para se encontrar como escritora, já se encontrou faz tempo - a orelha do livro deixa claro que ela é bem experiente. Por isso, há menos remorso e mais facilidade em dizer que não me agradou. Sabendo que a autora é roteirista fica fácil entender a impressão que tive justamente de estar lendo o roteiro de um filme e não propriamente um livro. Minha namorada havia comentado que o estilo de escrita dela parecia muito "americano", uma prosa meio rápida e insípida. Não é que não funcione em português, mas, suponho, não é do meu gosto.

A história em si achei redonda - tem começo, meio e fim, como a maioria das narrativas - e razoável. Não senti o senso de urgência que já senti lendo outros livros de suspense ou ação, ao menos, com passagens desses temas. Pareceu-me que o estilo de escrita tentava imprimir essa sensação sem que a história, por si mesma, proporcionasse isso. Colocado em outras palavras, parecia que a autora criou uma história simples, banal, e tentou agilizá-la e dinamizá-la através da forma. Para mim, ao menos, não funcionou.

Ao fim das contas, para mim foi um livro passável. Ainda me pergunto, honestamente, o que os prêmios literários encontraram de tão bom. Certamente discordo da autora da orelha do livro, Marcia Tiburi, ao comparar a narrativa com a de Kafka e considero que é diminuir muito o mestre tcheco. Para mim, foi dessas leituras que poderiam ter sido feitas em algumas viagens de transporte público para entreter durante as longas horas de idas e vindas, com um certo desprendimento e esperança de surpresa. A frustração talvez tivesse sido menor.
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Anne10ssica 20/07/2020

Boas reflexões, pouco enredo
Antes de ler o livro, eu assisti uma pequena entrevista que a Ana Paula Maia deu ao Itaú Cultural, onde ela dizia que não era o tipo de escritora que escreve quando tem vontade, mas estabelece metas e, às vezes, se obriga a continuar até atingir a meta (ou algo do tipo).
Talvez seja esse o grande defeito do livro. Percebi partes de pura inspiração e boas reflexões a respeito da objetificação humana e da luta entre o caráter sanguinário e divino do ser humano, mas a trama, em certas ocasiões irrita ao abusar de clichês cinematográficos que já encheram o saco.
O fato dos personagens serem preguiçosamente caricatos também me irritou bastante.
A leitura curta só é agradável por isso, por cativar em determinados capítulos e entediar o leitor em outros.
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