Emilia 10/07/2019O livro é bom, mas...O livro é bom, o seu ponto alto é a escrita da autora. Ela escreve de um jeitinho que faz com que as páginas corram rápido e quando você vê, já terminou de ler... Mas, tive vários problemas com esse livro.
O primeiro deles foi obviamente a diferença de idade entre os personagens. Pra mim, não é crível que um homem de 25 anos e uma menina de 17 se apaixonem e tenham um relacionamento maduro. O livro faria muito mais sentido, PRA MIM, se a personagem principal já tivesse 20 anos. Nesse caso, a diferença de idade seria ínfima.
Outro ponto que me deixou muito incomodada foi o relacionamento entre professor e aluna. Na vida real, esse tipo de envolvimento é bem mais problemático, abrangendo questões como assédio sexual, por exemplo. O livro romantiza esse tipo de relacionamento que, ao meu ver, é inapropriado. Além disso, apesar de Adônis e Becca constantemente se relacionarem DENTRO da própria Universidade, nenhum dos dois sofreu qualquer consequência por isso. Acho que a autora perdeu uma oportunidade de reforçar um posicionamento.
Sobre os personagens, não gosto muito do estereótipo do cara grosso e mal educado que é assim porque já sofreu muito na vida. Além disso, ser um estúpido não fez dele misterioso. No começo do livro, Adônis desrespeitou Becca diversas vezes e pra mim, não fazia o menor sentido ela se apaixonar por ele nesse contexto. Talvez tenha sido por causa da idade dela, não sei. Só sei que fiquei com um gostinho ruim, sabe? Ainda sobre personagens, eu gostaria de ver mais sobre os secundários. Senti que não conhecemos nada sobre Nataly, os conflitos de Arthur foram resolvidos abruptamente e os avós de Becca aparecem muito pouco. Se todos eles são tão importantes para ela, gostaria de poder conhecê-los melhor.
Se você chegou até aqui, agora vou falar sobre o final, que também não foi 100% pra mim.
Quando eu notei que Adônis realmente iria para a Europa, fiquei feliz. O livro queria passar uma mensagem de que a felicidade individual vem em primeiro lugar, que temos que ir em busca dos nossos sonhos. Só somos felizes em um relacionamento quando somos felizes sozinhos também. E eu acredito nisso. Sendo que, todo o resto não fez sentido pra mim. Adônis queria recomeçar, mas ainda assim mandava cartas, ainda assim não queria seguir em frente. Foi paradoxal pra mim.
Além disso, me pareceu completamente irreal que, depois de 4 anos separados fisicamente e mantendo quase nenhum contato, os personagens se amassem ainda mais. Muita coisa muda ao longo de 4 anos, os dois mudaram muito e ambos eram muito jovens quando se apaixonaram. Ainda que fosse o maior amor do mundo, não faz sentido pra mim.