É isto um homem?

É isto um homem? Primo Levi




Resenhas - É Isto um Homem?


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Gui 01/02/2011

A animalização do ser humano
Perfeito.Incrível. Indispensável. Livro de cabeceira, sem dúvida. Um dos melhores livros da minha vida. Um relato impressionante, sem ser sensacionalista, de um judeu italiano preso no Campo de Concentração mais conhecido do Mundo, em Auschwitz.
Simplesmente sensacional, as 176 páginas do livro te prendem e te fazem pensar no quanto as nossas reclamações são futeis e desnecessarias.
Primo Levi nos presentou com essa excelente obra, extremamente reflexiva.
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Mia 17/11/2016

O produto dos campos de concentração
"Basta oferecer a alguns indivíduos em estado de escravidão uma situação privilegiada, certo conforto e uma boa probabilidade de sobrevivência, exigindo em troca a traição da natural solidariedade com os companheiros, e haverá por certo quem aceite. Ele será subtraído à lei comum e se tornará intangível; será, então, tanto mais odioso e odiado quanto maior for o poder a ele concedido. Quando lhe for confiado o comando de um grupo de infelizes, com direito de vida e morte sobre eles, será cruel e tirânico, bem sabendo que, se não o for bastante, outro, julgado mais idôneo, tomará seu lugar. Acontecerá, ainda, que a sua capacidade de odiar, frustrada frente aos opressores, se volte, insensatamente, contra os oprimidos; ele ficará satisfeito ao descarregar sobre seus subordinados a ofensa que recebeu de seus chefes."
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Jeff 15/09/2013

Testemunho pungente do autor sobrevivente dos campos de concentração nazistas. Primo Levi faz um relato dos horrores de uma tragédia que atingiu milhões de pessoas. Livre de sentimentalismos, o grande mérito desse livro único é relatar de maneira lúcida e objetiva (não sem emocionar) a catástrofe que se abateu sobre o narrador. Imagina-se o quanto deve ser difícil escrever tão bem sobre algo tão difícil. A estrutura do livro por vezes se fragmenta - mas é coerente com um relato que mistura subjetivismo e racionalizações diversas sobre a maldade, a luta pela sobrevivência, a teoria da evolução e motivações psicológicas e sociais que justificariam o que os alemães fizeram nos campos de concentração. É surpreendente também perceber que o texto não demonstra rancor ou ódio do narrador - o que seria justificável. O homem, segundo Levi, é esse mesmo capaz de extremos como matar outro homem ou suportar tamanho sofrimento sem negociar seus princípios. No caso dos sobrevivente, foram reduzidos nos campos à massa informe e esquálida, irreconhecível como homem. Não é mais um homem aquele que divide sua cama com um cadáver ou que briga por uma ração de pão. A pergunta primordial de Auschwitz ficou sendo esta "é isto um homem?".

site: http://www.morasha.com.br/edicoes/ed41/primo.asp
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Nathália 30/11/2016

Tocante
Relato valioso e questionamentos precisos de uma parte da história que já foi contada inúmeras vezes, mas que ganha novo fôlego com esse livro.
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01/02/2019

Como resenhar um livro que é o relato de uma experiência de vida do outro? E ainda uma tão forte? Alguma coisa que se disser pode acabar soando como desrespeito pela vida alheia. O que posso dizer é quanto ao que foi o impacto desse livro em mim e um ou outro detalhe o mais objetivo possível. A leitura foi, por um sem número de vezes, assustadora. É assustadora a riqueza de detalhes, o quão fundo o autor se dispôs a narrar da própria humilhação/miséria, o quanto descobrimos e que não vemos facilmente em outras descrições sobre os campos de concentração. Por ter sido personagem daquilo que conta, Primo Levi pôde ir muito além de um mero relato descritivo; ele provoca o leitor com discussões sobre a moralidade do campo, a transformação que o campo impõe aos homens. Quanto de humanidade resta naqueles seres (detentores de poder ou não)? Quanto de humanidade há nas relações de uns com os outros?
Com certeza uma leitura valiosíssima (olha aí um meio julgamento da vida alheia). Com todo respeito ao sofrimento por que passou Primo Levi, um livro magnífico e favoritado.
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Gláucia 26/11/2018

"Pensem que isto aconteceu"
O que aconteceu nos campos de extermínio nazistas, o que acontece hoje pelo mundo, do Oriente Médio às nossas periferias, a profunda desigualdade que se impõe pelo mundo é uma repetição triste da história, um acúmulo de culpas e tentativas de desumanização, em sistemas sustentados por elites de poder que não têm pudor em descartar - não antes de sugar a dignidade - aqueles que veem como entrave aos seus projetos ("justificados" ao longo dos séculos pela religião e pela ciência). O relato de Primo Levi é absolutamente triste não apenas pelo que aqueles terríveis atos significaram em si mesmos e para aquelas vítimas. Mas também porque eles se repetem e nós... bem, nós assistimos. 11 milhões de pessoas estão prestes a morrer de fome no Iêmen. E o que falar do massacre imposto pelo Estado de Israel, com a conivência das potências ocidentais, aos palestinos? Essas mesmas potências ocidentais poderiam ter agido antes de 1945 para denunciar e acabar com os campos de extermínio, evitando, senão todas, mas boa parte da tortura e morte dos judeus. Mas não o fizeram, não é mesmo?

O silenciamento e a conivência gritam a cada linha em "É isto um homem?". E o que é pior, visivelmente o que mais colabora para a tristeza crescente de Primo Levi, é que não apenas parte de quem tinha poder para efetivamente mudar aquele cenário. Parte também dos oprimidos (lembrança imediata a Paulo Freire e sua clássica consideração sobre educação e liberdade), aqueles que estavam dispostos a negar qualquer noção de solidariedade e fraternidade em prol de algum status (a sobrevivência - momentânea, porque o plano da "solução final" era o extermínio - poderia ser garantia pela obediência e, claro, pelo que Levi chama de "casualidade"). Em um momento do texto, Levi evidencia que o suicídio era possível no campo, mas a humanidade parecia um sacrifício menor que a vida, por mais precária que fosse, exceto para alguns, esses que ele refere como sendo "feitos de outra substância", mais "próxima aos santos", mas para os quais não havia tolerância, muito menos perdão.

A indignação e o luto pelos judeus, homossexuais, ciganos, opositores políticos assassinados pelos nazistas com a cumplicidade de outras potências, devem ser alinhados à denúncia constante e à consciência de que não estamos livres desses cruéis massacres, que eles aconteceram e acontecem, ainda que em diferentes formas, em diversas partes do mundo e, muitas vezes, estamos sedados demais para vê-los. Primo Levi sabia que, separados/individualizados, aqueles prisioneiros não teriam chances contra a SS e o estado nazista se empenhou em precarizar todas as condições de existência nos campos a fim de desunir os prisioneiros e encaminhar a artificialização de uma hierarquia que destroçava o coletivo e sua humanidade. Mas também seria ingênuo pensar na união dos prisioneiros contra todo o poder bélico hitlerista. Eles não tinham chances sem a ajuda externa e militar dos Aliados. Porque se a solução para esses massacres e explorações não for pensada globalmente e contra o sistema que vive a partir dos lucros que essa desigualdade gera, eles estão fadados a se repetir.
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Sandra Silva 31/10/2018

Triste
É tão impactante! Tão devastador! Tão amedrontador!
O que o ser humano é capaz de fazer com outra pessoa é apavorante!
É tanto sofrimento, tanta humilhação..
Primo Levi trás um relato pormenorizado do que viveu, e ainda vive em suas lembranças... e é assustador!
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Daniel Fessler 21/06/2018

Não apagar o passado para não repeti-lo no futuro
"É um homem quem mata, é um homem quem comete ou suporta injustiças; não é um homem que, perdida já toda reserva, compartilha a cama com um cadáver. Quem esperou que seu vizinho acabasse de morrer para tirar-lhe um pedaço de pão, está mais longe (embora sem culpa) do modelo do homem pensante do que o pigmeu mais primitivo ou o sádico mais atroz.
[...] Não é humana a experiência de quem viveu dias nos quais o homem foi apenas uma coisa ante os olhos de outro homem."
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JPHoppe 25/12/2012

"Vós não fostes criados para bichos"
A Segunda Guerra Mundial foi um dos marcos mais impactantes na história moderna, trazendo com ela horrores em escalas aterrorizantes. Ainda que 3/4 de século tenham passado, as memórias e efeitos perduram como se fosse ontem, um lembrete do que pode acontecer quando deixamos o pior de nós aflorar.

Primo Levi foi um sobrevivente. Não era especialmente forte, inteligente, sagaz. Preso e aprisionado em Auschwitz, sobreviveu por uma combinação de sorte, acaso e um conjunto de habilidades, mas caso a história fosse rebobinada e tocada novamente, não haveria garantia alguma de viver. No campo, viu que conceitos como "certo" e "errado" são mais complexos que simples palavras, quando havia alguma distinção. Aprendeu que conceitos como "fome", "frio", "trabalho", "dor", "desespero" são tênues demais para refletir o que se passa quando se nega a humanidade à um homem.

Apesar de breve, o livro possui questionamentos fortes e profundos, entremeados num relato apavorante do que foi a vivência em um campo de concentração nazista.

Talvez seja impossível entender o Holocausto. Mesmo que não entendamos as causas e motivações completamente, nós sabemos quais foram as consequências.

Encerro com um dos trechos mais fortes do livro, retirado de "Inferno", "Divina Comédia":

Relembrai vossa origem, vossa essência:
Vós não fostes criados para bichos,
e sim para o valor e a experiência.
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Nicolle 05/08/2016

É isto um homem?
"... Não é humana a experiência de quem viveu dias nos quais o homem foi apenas uma coisa ante os olhos de outro homem."

Um texto absurdo e perturbador. Como pode homens fazerem isso com homens? Como podem homens com Deus serem tão maus?

Chocada!
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Adria47 22/05/2024

Tenho coisas a serem ditas:

Demorei muito a engatar na leitura, fui vê a primeira vez que relatei aqui sobre, acho que foi ano passado, quase 1 ano atrás;

Por ser acostumada a ler sobre esse assunto, acho que eu talvez tenha esperado outra coisa, mas essa leitura me mostrou outras partes;

Claro não posso deixar de falar que toda leitura com esse assunto, é de extrema tristeza, em cada frase e estrofe, portanto esse livro não foi diferente;

A abordagem foi diferente, não sei explicar.
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Hey Lyla 20/08/2016

É isto um homem? - Primo Levi

A reflexão que a pergunta título propõe deixa uma resposta cruel e triste. Não tem como escapar, o relato do autor é profundo, real, doloroso e necessário.

Escrito após sua libertação, em 1946, o jovem judeu italiano Primo Levi, faz um relato sobre os 11 meses em que sobreviveu no campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia, de fevereiro de 1944 a janeiro de 1945.
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Paulo 26/08/2016

Relato sincero
O relato da vivência do autor no campo de concentração é objetivo, perspicaz e humano.
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Luana 28/08/2016

Um relato necessário
Este livro foi adotado nas escolas da Itália. É uma leitura pesada, chocante e simples ao mesmo tempo. Como característico da literatura de testemunho, não há metáforas, nem uma preocupação estilística - o que importa é a narrativa. É preciso contar para que o mundo conheça, para que não se esqueça, para que não seja possível repetir. Primo Levi foi um sobrevivente de Auschwitz e sabe que só sobreviveu porque teve a chance de ser um prisioneiro 'especial', por isso carrega consigo a culpa do sobrevivente. Este livro foi recusado por algumas editoras e saiu numa tiragem pequena ainda em 1947, sendo um dos primeiros relatos escritos dos horrores dos campos de concentração. Mas não alcançou sucesso editorial - as pessoas não queriam saber, não queriam acreditar no que aqueles sobreviventes contavam. Não era verossímil que tais atrocidades tivessem acontecido ali, não muito longe deles. Somente em 1958 o livro foi publicado por uma grande editora, começando a ganhar reconhecimento e traduções para diversas línguas. E infelizmente ainda é pouco conhecido entre o grande público. Somente conhecendo a história podemos lutar para que ela melhore, e não se repita.
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Lanica0474 02/06/2013

É isto um Homen? - Publicado em 1947
O escritor Primo Levi narra os momentos funestos, degradantes, vividos como prisioneiro judeu num campo d concentração nazista. Detido pela milícia fascista, em dezembro de 1943, onde declarou ser "cidadão italiano de raça judia"' imaginando que assim justificaria sua presença num local tão esquisito, ele pertencia a um grupo de resistência anti-nazista, mas está declaração fez que logo fosse enviado para um campo de concentração perto de Auschwitz.
O interessante deste livro é que como o mesmo autor escreve, não foi feito para fazer novas denúncias das atrocidades cometidas pelos nazistas, mas antes fornecer documentos de estudo de certos aspectos da alma humana
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