Maisa @porqueleio 21/09/2020Que estória mais poética!Já imaginou uma estória em que a música fosse a personagem principal? Pois é exatamente isso que esse livro encantador nos traz.
Tudo começa com Otto, que se perde na floresta e encontra três irmãs, prisioneiras de uma velha bruxa. As irmãs ajudam Otto, que sai com a promessa de libertá-las, levando o espírito das três na forma de uma gaita, cuja música deverá salvar vidas.
Assim começam outras estórias: primeiro, Friedrich, que sonha em ser maestro, mas que tem seu sonho interrompido na Alemanha nazista por ter uma marca de nascença no rosto, tornando-o um alvo; o segundo destino, Mike, um jovem pianista que vive em um orfanato e se esforça para não ser separado do irmão mais novo, durante a recessão estadunidense; e, finalmente, a gaita acaba nas mãos de Ivy, uma filha de imigrantes mexicanos, durante a segunda guerra, que cuidam da fazenda de imigrantes japoneses que são retirados da mesma por suposto envolvimento nos acontecimentos de Pearl Harbor.
Mesmo com as estórias sendo interrompidas em momentos cruciais, me deixando com o coração na mão, a autora consegue alinhavar tudo de uma forma encantadora!
Ao final, descobri que alguns pontos históricos utilizados na narrativa foram reais: temos uma lei de prevenção contra descendentes hereditariamente doentes promulgada pelo nazismo, prevendo a esterilização forçada de pessoas que tivessem algum tipo de ‘defeito’ como deficiências físicas, bem como a criação de campos de concentração nos EUA para descendentes orientais, que eram vistos com desconfiança logo após o ataque à Pearl Harbor, através da Ordem Executiva 9066, permitindo que o exército aprisionasse cidadãos que representassem um risco para o esforço de guerra, que eram enviados para campos de ‘internamento’. Uma forma poética para não esquecermos absurdos que foram e ainda são cometidos!
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