biel literário 20/05/2024
Todas as pessoas grandes foram um dia crianças.
Lembro de ter ganhado esse livro ainda pequeno de uma amiga do meu pai, eu deveria ter cerca de 5-7 anos de idade (Já tenho 18), esse livro certamente passou por outras pessoas antes de mim, visto que tem uma dedicatória em francês escrita por ?Amaud? que vive em Nova Iorque, sem datas nem nada do tipo. Há também uma dedicatória da amiga do meu pai para mim.
?De Márjory
Com muito amor, para Gabriel!?
O livro está em português, e saber que outras pessoas tiveram ele na mão antes de mim me leva a refletir na herança cultural que é passada de geração para geração independente da idade.
Adultos leram esse livro, idosos, jovens, crianças ? como eu.
E é impressionante como essa obra envelhece como vinho, uma historia incrível e muito emocionante que qualquer pessoa pode entender as mensagens reais por trás de cada linha escrita.
As ilustrações são belas, fiquei apaixonado a cada nova aquarela que aparecia nas páginas. Vez ou outra me pego pensando nesse livro, e mesmo sabendo que a vida é efêmera, sinto que algumas coisas que fazem parte das nossas existências acabam ficando para sempre (Passando de uma vida para a próxima, valores e conhecimentos não são perdidos se tiverem a devida importância), não se prendendo ao destino final de cada pessoa.
É incrível o quanto uma criança perdida no deserto nos ensina, e tudo ainda faz mais sentido ao perceber o mundo louco em que vivemos, onde relações deixam de serem recíprocas e profundas e passam a ser líquidas e rasas.
Agradeço ao meu pai, mesmo sabendo que ele não é o melhor do mundo, mesmo com todos os defeitos e pontos negativos. Obrigado por me proporcionar o melhor na minha infância e até o momento atual, e sei que o que você faz é de coração.
Na verdade, agradeço ao meu pai (quando ele era criança).