CrisVieira~ 12/02/2011PenelopeA história gira em torno da vida da mocinha, de "sangue azul", Penélope Wilhern. A mais graciosa, inteligente e espirituosa das filhas que um pai e uma mãe poderiam sonhar em ter. Filha única, Penélope cresce rodeada dos mais desejados mimos com os quais uma criança poderia sonhar. Tem um quarto imenso onde os melhores, mais belos e caros brinquedos de todo o mundo esperam para serem escolhidos e usados pela menina de longos e sedosos cabelos castanhos. A Penélope nenhum gosto culinário é negado. Bem como nenhum esforço é demais – mesmo que para instalar um balanço de árvore dentro do quarto dela! Penélope é a princesa moderna, criada e educada para tal.
E assim ela vive, à espera daquele que se tornará seu amor e com o qual viverá feliz para sempre. Penélope tem o apoio da mãe para tal. A amalucada Jessica Wilhern se desdobra para conseguir o rapaz a altura da filha. E tanta dedicação apenas demonstra que Penélope é a grande heroína de seu Conto de Fadas.
Somente um porém não se encaixa nesta bela (ou seria trágica!) história: Penélope, ao contrário da maioria de suas iguais – as princesas das histórias –, nunca saiu de casa na vida; Também não possui amigos. E isso desde quando ainda era uma recém-nascida. E, apesar da bela idéia de esperar pelo príncipe encantado, tanto ela quanto seus pais já não agüentam mais esperá-lo.
Isto porque Penélope nasceu diferente... com um baita focinho de porco!
Sim, a pobre mocinha é mantida trancafiada e escondida do mundo até que um jovem de sua classe possa amá-la como ela é e, assim, a maldição que há séculos assombra a família de seu pai será quebrada. Se as coisas já não fossem difíceis para Penélope, que somente de se aparecer já assusta seus pretendentes com seu nariz de porco – e orelhas suínas também –, ela ainda tem de encarar repórteres bisbilhoteiros, a própria mãe (cada vez mais histérica com a procura por um genro), e o desejo dia a dia mais irrefreável de poder ser livre; não somente da maldição mas também da idéia de que só poderá gostar de si mesma quando seu rosto não possuir mais o horrendo focinho.
Mas eu disse que era um conto de fadas. E é claro que existe um príncipe que, por uma coincidência, cruza o caminho da garota. E ela sabe, no momento que o vê, que ele é aquele por quem esperara por toda a sua vida. Penélope encontra o amor. E a esperança, de que afinal será feliz, inunda-a.
Final feliz?...
Acho que não...
O rapaz por quem Penelope se apaixona também parece horrorizar-se com a aparência dela. Magoada e cansada de sofrer, Penélope resolve seguir seu caminho e buscar com suas próprias pernas algum tipo de felicidade para si mesma. E é somente nos muitos descaminhos enfrentados Penélope descobrirá a verdade sobre quem é e, quem sabe, até mesmo possa sonhar com um "felizes para sempre".
A escolha de Penelope fora aleatória por conta do tema, mas não completamente. Sem muita cabeça e nem tempo para pensar em outras obras. E desejando realmente não ter de ler nada sobre vampiros adolescentes, me lembrei de um filme que eu queria muito ver com a Christina Ricci – de quem curto muito os trabalhos. O mais legal foi que uma amiga sabia sobre minha vontade ver o filme e me mandou em dezembro não somente o DVD de presente mas também o livro.
O livro é bem pequeno, e eu acabei lendo numa tarde mesmo de folga. E até que foi uma leitura bem leve. Nada muito complicado. Mas, ainda assim, divertido.
Como de costume, não darei nota ao livro. Eu gostei da leitura e percebi que qualquer um de qualquer idade seria capaz de se divertir com as trapalhadas de Penelope e Cia. Assim, recomendo este livro como leitura aqueles que ainda são capazes de acreditar em magia nos dias de hoje. A vida é bem dura para não nos darmos o prazer de sonhar com o mais que possível num mundo em que nos ensinam a viver somente sob o possível. Para um jovem é mais do que inspirador poder sonhar. E Penelope é realmente um singelo e doce sonho.