As alegrias da maternidade

As alegrias da maternidade Buchi Emecheta
Buchi Emecheta




Resenhas - As Alegrias da Maternidade


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Vania.Cristina 28/03/2024

Quanto vale uma mulher? E quanto vale uma tradição?
Minha terceira autora nigeriana lida. Acho que agora fui mais fundo, porque Buchi Emecheta nasceu na década de quarenta, escreveu antes de Chimamanda e Adébáyo.

O tema principal é comum às três: as condições de vida da mulher nigeriana.

Emecheta nesse livro, fala da época em que a Nigéria era colônia da Inglaterra. A história tem início em 1934, com nossa protagonista, Nnu Ego, vivendo na cidade de Lagos. Depois, a narrativa volta no tempo para contar de onde veio Nnu Ego, quem era seu pai e quem era sua mãe.

Eles viviam na cidade de Ibuza, na Nigéria Ocidental. Área rural onde o homem branco não conseguiu se adaptar, e onde vivia a etnia Igbó, seguindo suas tradições ancestrais.

O pai de Nnu Ego era um poderoso e rico chefe local, que vivia com conforto e fartura, entre suas esposas, amantes e escravas. A mãe de Nnu Ego era a amante favorita do chefe. Só não era sua esposa porque o pai dela também era chefe local e queria que a filha lhe desse um neto homem, que levasse seu nome e continuasse sua linhagem. Permitia que a filha fosse amante de quem quisesse, mas não esposa. Desse relacionamento nasceu uma menina, não um menino. Como não era do interesse do avô, a menina, chamada Nnu Ego, cresceu com o pai, mimada e protegida por ele.

Quando as mulheres igbós chegam à idade de casar são negociadas em troca de um dote. E assim Nnu Ego teve seu primeiro casamento. No entanto, ela não conseguiu engravidar e passou a ser desprezada pelo marido e pela sociedade. Considerada defeituosa porque não conseguia ser mãe. Para protegê-la, o pai desfez o casamento, devolveu o dote, e para manter a moça longe da língua ferina do povo, casou a filha com outro homem, que morava bem longe dali, na cidade de Lagos.

A cidade é totalmente diferente do ambiente que Nnu Ego conhecia: área urbana em franco crescimento, com comércio forte, localização estratégica, abrigava diferentes etnias africanas. E em Lagos, os colonizadores ingleses eram presentes e reinavam.

O novo marido de Nnu Ego chamava-se Nnaife, e trabalhava lavando as roupas dos patrões brancos. Era um dos empregados da mansão, no bairro construído pelos ingleses para os ingleses. Os trabalhadores e suas famílias viviam em pequenas moradias dentro do terreno do patrão, ao lado da casa principal.

Nnu Ego sofreu um choque cultural. Não conseguia compreender aquele mundo, não conseguia respeitar aquele marido submisso ao homem branco. Ela estava acostumada com o patriarcado igbó, que havia abolido a escravidão por determinação do governo inglês. Mas aquela vida sem honra e dignidade também não era escravidão?

Esse novo mundo a obrigou a frequentar a igreja cristã e a viver sob a lei dos ingleses. Mas em Lagos Nnu Ego engravidou, tornando-se uma mulher de valor, segundo suas próprias tradições. Na verdade, segundo as tradições de Lagos também. Esta nova sociedade também era patriarcal, nela as mulheres também só tinham valor servindo a pais e maridos, que, no caso, serviam a homens brancos.

Uma vez mãe, a vida de Nnu Ego realmente será plena? Seus filhos irão sobreviver naquele mundo colonial, em tempos de recessão e de guerra mundial? Eles irão seguir as tradições e corresponder às expectativas dos pais, como ela teve que fazer?

O livro nos apresenta muito sobre a cultura e a história da Nigéria. É uma perspectiva importante, muito diferente da nossa em alguns aspectos. E muito parecida com a nossa em outros.

Ele me fez pensar em várias coisas... Deixo aqui registrada uma delas (uma viagem bem pessoal):

Não há cultura imutável, não há tradição inabalável, todas fluem e se modificam, na maioria das vezes de forma lenta e gradual. Mas há períodos históricos e lugares onde as mudanças são bruscas. Nosso ímpeto é o da sobrevivência. Algumas pessoas são guerreiras, outras só se deixam levar. Poucas sabem fazer a leitura do mundo, dos contextos e dos momentos. A meu ver, sobreviver, lutar e ler o mundo, são formas de desenvolver a resiliência, a consciência de si mesmo e a consciência sobre o mundo.

Em alguns momentos do livro, Nnu Ego é uma força nobre, amorosa e guerreira. Em outros, ela está lutando para compreender o mundo e as mudanças, mas nem sempre consegue. É difícil e sofrido questionar os valores das próprias tradições.
debora-leao 28/03/2024minha estante
Empolguei para ler. Estou procurando histórias mais leves atualmente. Tem muita leitura boa na fila mas tudo fala de desgraça, trauma, opressão... Mas tbm não dá pra ler nada "bobo demais" pq não me prende. Essa leitura que vc resenhou me pareceu ser assim... É?


Vania.Cristina 29/03/2024minha estante
Debora, é uma leitura triste, porque é uma vida sofrida. Mas não é uma leitura com grandes gatilhos.


Vania.Cristina 29/03/2024minha estante
Não sei se dá pra descrever como uma leitura leve. Fica um gostinho amargo bo final, mas não tem violência desmedida, não tem plots. Não sei se é exatamente o que você está procurando, mas sei que pode gostar sim


Naiara 29/03/2024minha estante
tambem nao achei leve lendo nao, me interessei, mas acho que nao é a hora, tambem estou atraz de historias mais leves nao bobas.. ressaca literaria pega forte com certos livros :/


Vania.Cristina 29/03/2024minha estante
Naiara, é uma história bonita, que vale muito a pena ser lida e acho que você vai gostar. Pra sair da ressaca literária... talvez não funcione... difícil dizer....


Vania.Cristina 29/03/2024minha estante
Ainda sobre o papel da mulher no mundo, você já leu, Naiara, a tetralogia napolitana da Elena Ferrante? Li os dois primeiros livros e esse ano devo ler os dois ultimos. Talvez funcione melhor para sair da ressaca e é cheio de camadas.


Naiara 30/03/2024minha estante
nao li nao.. voce tem pdf dele?

quando diz "papel da mulher no mundo", quer dizer sobre as dores e a luta que temos? sobre os ciclos femininos? sobre o que quis dizer?


Vania.Cristina 30/03/2024minha estante
Infelizmente não tenho o PDF dele, Naiara. Tenho físico. No caso de Elena Ferrante, é a história de duas amigas. O primeiro livro é a infância, o segundo a juventude, o terceiro a idade madura e o quarto a velhice. Elas são amigas mas são competitivas uma com a outra. E fazem muita bobagem na vida. A infância se passa na Itália depois do fascismo de Mussolini e há muita violência no ar, dentro das famílias, muito machismo. A infância, elas passam num mesmo bairro, então o livro fala muito da comunidade, é bastante fofoca. Triste, mas não é deprê, a escrita é envolvente. Eu consegui ler um livro por ano, porque não tinha todos na mão. Mas a vontade é de ler tudo de uma vez. Os dois primeiros falam muito da luta das mulheres para viver, e os diferentes caminhos que escolhem. As oportunidades que aparecem e as que não aparecem. Coisas assim


Naiara 30/03/2024minha estante
obrigada, me deseje sorte, vou procurar eles


Vania.Cristina 30/03/2024minha estante
Boa sorte, Naiara! Espero que goste. Esse próximo mês devo começar o terceiro livro e vou postando aqui.




Daniel 12/02/2020

Fora da zona de conforto...
Resenha no link abaixo!

site: https://blogliteraturaeeu.blogspot.com/2020/02/as-alegrias-da-maternidade-joys-of.html

Léo 14/02/2020minha estante
Só três estrelas... vixi


Daniel 14/02/2020minha estante
Você já leu? Achei bem mediano.


Léo 16/02/2020minha estante
Eu tinha ele em áudio book no spotify. Ouvi até o terceiro capítulo e achei bom. Mas pensava que vc ia dar mais estrelas porque me pareceu empolgado.


Daniel 16/02/2020minha estante
Não é um livro ruim. Mas fiquei com aquela sensação: eu não precisava ter lido isso. É que vi tantos comentários positivos, que me empolguei. Mas não fui fisgado como gostaria pela trama, e ainda menos pela escrita. Ao final, foi só mais um livro rs




Paula347 04/04/2022

Melhor livro que eu li na vida
Acho que se eu só olhar pra última pág desse livro, eu choro de soluçar até hoje
Nunca senti tantas emoções lendo quando eu senti nesse livro
Só a história da mãe da personagem principal, daria um puta filme
Meu deus
A autora parece que pegou um pano e mergulhou no mais profundo sofrimento do mundo
E torceu e bateu com ele na minha cara
Que história
Me fez repensar uma vida toda
Pensar na minha mãe
Em mim
Em muitas mulheres que eu conheci
Um livro forte pra cacete
Taylor33 06/04/2022minha estante
Deu vontade e medo de ler


Paula347 06/04/2022minha estante
LE DE VERDADE
Melhor livro
Nossa senhora


Paula347 06/04/2022minha estante
Bom demais


Taylor33 09/04/2022minha estante
Meu bolso q lute pq vou por na lista de leituras


Paula347 09/04/2022minha estante
Vai valer a pena demais
Me conta quando ler




Ari Phanie 13/08/2020

"Que maior honra pode haver para um mulher do que ser mãe?"
Cuidado, podem ter uns spoilers, meu anjo!




Eu não posso dizer que As Alegrias da Maternidade foi um livro que me proporcionou uma experiência agradável e significativa. Na realidade, ele é de uma de uma dureza sem fim que dói e deprime. E que também causa uma raiva enorme. Eu não precisei me pressionar a ler porque na verdade, a Emecheta tem uma forma de contar a história que envolve o leitor. Mas se eu soubesse o quanto me angustiaria essa leitura, teria deixado de lado. Mas esse é um problema meu e vou explicar o porquê.

Tradições são os filhos do patriarcado; nenhuma tradição foi criada em prol da mulher. Elas servem apenas para beneficiar os homens. E esse livro é todinho sobre tradições, desde o começo com uma escrava sendo morta para acompanhar sua falecida "dona" negra (isso foi chocante para mim) até a última página com uma mulher que não pode descansar nem depois de morta.

A história se passa na Nigéria no final da década de 20, início da década de 30, e acompanha Nnu Ego, filha amável e carinhosa de um poderoso líder de aldeia. Como tinha de ser, Nnu Ego se casa cedo, e sua única ambição na vida é ser mãe porque só assim, ela se torna mulher, e só assim ela honra seu marido e consegue o respeito de sua família. Mas o caminho é tortuoso para Nnu Ego, e novos arranjos a levam a Lagos, lugar muito diferente daquele a que ela estava acostumada, mas onde acaba por finalmente realizar aquilo que tanto queria: ser mãe.

As alegrias do título, no entanto, são tão efêmeras que nem parecem ter existido de fato. A vida de Nnu Ego é um mar de cansaço, solidão, aflição e miséria. Ela não tem nada seu, nem ela própria se considera sua. Todo o seu ser é do marido e dos filhos, e ela só existe para cuidar deles. Deus, como essa realidade foi extenuante pra mim. Durante muitas partes do livro, eu quis chorar de raiva. Nnu Ego, além de ser vítima do machismo estrutural, é também uma reprodutora dele porque assim foi criada para ser. Felizmente, Adaku (a outra esposa do seu marido) é um contraponto; mulher que sabe que toda a dureza da vida recaía sempre sobre as mulheres, e elas precisavam ser exatamente como os homens necessitavam que fossem.

“Pode ser que você tenha razão de novo, esposa mais velha. Só que quanto mais eu penso no assunto, mais me dou conta de que nós, mulheres, fixamos modelos impossíveis para nós mesmas. Que tornamos a vida intolerável umas para as outras. Não consigo corresponder a nossos modelos, esposa mais velha. Por isso preciso criar os meus próprios.”

Além de falar de maternidade compulsória, a Emecheta também falou de temas como colonialização e racismo, tudo com em uma narrativa limpa, simples, e muito vívida, o que nos coloca muito perto dos personagens, principalmente de Nnu Ego, que algumas vezes me exasperava, mas que afinal, eu compreendia. Infelizmente, compreensão foi tudo o que Nnu Ego não teve. No fim, seus muitos filhos e sua família, tudo pelo qual viveu, não se importaram com ela da mesma forma que ela o fez. Não existiram nem mesmo as alegrias de uma velhice de descanso, como garantia a tradição. A mulher nunca viveu para si, apenas para os outros. E no fim, nem viveu, de fato.
Andrea 13/08/2020minha estante
Gente, como o título engana! :O Eu não leria por achar que seria uma ode à maternidade e olha só como não podia estar mais errada... História atualíssima.


Ari Phanie 13/08/2020minha estante
Pois é, mana kkk. Eu já tinha visto que era um título irônico, mas esperava que a protagonista n fosse tão injustiçada. É uma experiência dolorosa, mas recomendo a leitura mesmo assim.


Marcelo Caniato 13/08/2020minha estante
Adoro suas resenhas, Ari!
O título é bem pegadinha mesmo. Eu não lembro de detalhes da história, porque já tem um tempinho que li, mas lembro que ficava chocado a cada hora que ela falava que estava grávida. Eu pensava "não é possível". Tudo isso pra satisfazer as exigências da sociedade.


Ari Phanie 13/08/2020minha estante
Marcelo, seu lindo, obrigada *-*
Exato, cara. Eu ficava chocada com quase tudo, sabe!? kkk. Eu não conseguia afastar muito minha mente ocidental do século XXI, e fiquei puta a maior parte da leitura querendo que a mulher agisse de forma diferente daquela que era previsível. Foi um eu que lute mesmo kkk. Mas não vejo a hora de ler outro livro dela.




ElisaCazorla 15/10/2019

"Medião"
Livro bem fácil de ler, ou seja, narrativa flui com facilidade, mas achei previsível. Não é ruim, mas não é bom, é médio.
Acredito até que o livro levanta alguns pontos interessantes mas tudo o que a autora levanta de interessante já está bemmm claro na cabeça de uma mulher que pensa um pouco.
Acho que pode oferecer algum questionamento e alguma crítica à uma mulher que nunca parou pra pensar em maternidade e ainda aceita esse ritual como algo sagrado e divino. Mas para mim, não acrescentou muito e nem me fez pensar em nada que eu já não tenha pensado muito e muito.
Então, estou procurando pensar nos motivos que fizeram desse livro um sucesso de crítica: 1) como é muito fácil de ler - praticamente um bestseller - as pessoas conseguem ler e conseguem entender e ficam fascinadas com isso e falam bem do livro; ou 2) tem muita mulher que nunca saiu da casinha que diz que maternidade é algo natural, divino e sagrado e se deparou com uma grande perturbação hehe
O livro também apresenta muita coisa sobre os hábitos nigerianos familiares tradicionais - mas eu leio muita literatura africana então não me surpreendi com poligamia como normativa e machismo, aliás, só uma mulher bem desinformada se surpreenderia com o machismo tradicional africano quando vivemos machismos semelhantes, bem semelhantes.
Este livro é uma boa opção para aquelas pessoas que acham que a África é um lugar muito muito longínquo e as formas como entendemos o papel da mulher e da maternidade na sociedade é algo muito particular, divino e sagrado. Para essas pessoas, esse livro será perturbador e talvez ajude a levantar questionamentos importantes.
Tiago675 15/10/2019minha estante
Creio no segundo motivo, pois trabalho na Justiça do Trabalho e mulheres concursadas (i.e, estudadas) falam absurdos a respeito da maternidade... a maioria está na casinha mesmo. E, claro, agora é moda ler o que africanos e africanas escrevem, causando em nós ocidentais surpresa ao descobrir que a ?frica é mais próxima do que imaginamos.


ElisaCazorla 15/10/2019minha estante
Concordo com você, Ti. Obrigada por comentar :)


Levi 15/10/2019minha estante
comentário interessante, elisa. tenho aqui na estante, ainda não o li, e muito devido ao grande hype em cima dele (principalmente entre leitores da tag). o seu contra-ponto me instigou a considerá-lo novamente.


ElisaCazorla 15/10/2019minha estante
Eu gostaria muito de saber sua opinião sobre ele. Leia e me conta, Levi!!




Bruna Nekel 19/10/2017

Entre os 56 que li esse ano, esse foi o melhor!
A autora, Buchi Emecheta, nunca tinha sido publicada no Brasil até agora. É uma autora nigeriana. Esse livro foi muito esperado pelos membros da TAG por conta da curadora, Chimamanda Ngozi Adichie, também da Nigéria.
Eu descobri qual seria o livro de outubro ainda em setembro e não sabia o que pensar. Seria um livro que falaria da maternidade, ok, mas até então eu só tinha lido a Chimamanda entre autores africanos, o que esperar da escrita? Do tema?
O livro chegou e a edição causou rebuliço, pois muitos não gostaram da capa e diagramação. Eu particularmente achei linda, num estilo rústico, combinou muito com a história.
A história se passa na Nigéria colonial, e nossa protagonista se chama Nnu Ego, mas antes de conhecermos ela, conhecemos seus pais e como foi concebida. Nnu é uma jovem que tem o desejo de casar e ser mãe.
Esse livro acompanha toda a história da vida de Nnu Ego, desde o seu nascimento até a idade avançada (para não dar spoiler). Por conta dessa cultura machista e maldosa, as mulheres vivem acreditando que seus maridos são seus donos, que é sua obrigação dar filhos, e não qualquer filho/a, mas filhos homens.
Essa história nos mostra muito da cultura do povo nigeriano, aprendemos um pouco sobre o chi, que é um deus pessoal, vemos também muito sobre o casamento, que pode e muitas vezes é polígamo, entre outras coisas.
Quanto a escrita da autora, é maravilhosa. Pensa naquele livro que na segunda linha você já consegue imaginar o cenário e os personagens na sua mente, parece que o livro fala com você. E o mais bonito é ver conforme o desenrolar da história as mulheres se desconstruindo (mesmo que isso aconteça muitos aos poucos), vendo o seu próprio valor, e percebendo que não são objeto de seus maridos e que podem tomar suas próprias decisões.
Essa leitura foi uma experiência sensacional, com certeza um dos melhores livros que li esse ano, que li na vida, e o melhor livro que recebi da TAG.
Erika 19/10/2017minha estante
Nossa! Teve gente q reclamou da capa e da diagramação? Eu achei linda!! E adorei o interior peculiar do livro!!


Bruna Nekel 19/10/2017minha estante
Eu também amei, mas a capa se desgasta muito. Eu particularmente não me importo, mas muitas pessoas não gostaram. ):


Raquel Pedruzzi 01/11/2017minha estante
O desgaste do livro faz parte do projeto editorial e é muito significativo pra história... Achei uma ideia genial.




Mialle @mialleverso 10/02/2020

Inesquecível
Estava olhando stories no instagram quando passou um avisando que a Editora Dublinense havia disponibilizado o audiobook de As Alegrias da Maternidade. Olhei para o livro que estava na estante por meses e pensei “agora vai”. E foi.

Foi melhor que o esperado. Imaginei que não gostaria da experiência do audiobook, achei que ficaria distraida, que não ia conseguir prestar atenção e mais um monte de bobagens, mas foi uma experiência muito boa e eu já quero começar a ouvir mais.

As Alegrias da Maternidade foi um livro perfeito para começar já que é incrível e muito envolvente. Foi uma leitura maravilhosa que me deixou exasperada, agoniada, sentida, emocionada e com muita raiva, eu mal consigo mensurar a raiva que senti enquanto lia esse livro. Senti raiva de todos os personagens, senti raiva do mundo, senti raiva da sociedade e tudo que ela inventou.

Nnu Ego é uma mulher igbo que é enviada como esposa para um homem na capital, longe de seu povo. Para Nnu Ego, filha de um chefe importante, mulher orgulhosa com opinião e força próprias, a coisa mais importante é se tornar uma mulher completa e ser mãe, especialmente de filhos homens de acordo com as tradições de seu povo.

A vida da protagonista não é fácil e ela precisa enfrentar um número enorme de situações complicadas enquanto tenta criar seus filhos: o marido, a cidade de Lagos, as pessoas que a cercam e esperam que aja da maneira que eles acreditam condizer com sua posição.

Nnu Ego passa por situações inacreditáveis em nome de sua maternidade, em nome desse chamado superior que é ser mãe e isso me revoltou até que eu estivesse cansada de sentir indignação.

Esse livro foi uma das melhores leituras de janeiro e vai ser uma das melhores do ano com toda a certeza. Me senti extremamente envolvida nos sofrimentos e alegrias de Nnu Ego e sua família, sofri e chorei junto com ela algumas vezes e senti tremendamente enquanto lia as palavras de Buchi Emecheta que é uma escritora muito talentosa, foi muito bom ter a oportunidade de ler uma escritora negra tão verdadeiramente talentosa.

A forma que Buchi Emecheta descreve as situações, a maneira como ela passa pelos sentimentos, pelos momentos, pela vida dos personagens me deixa realmente impressionada com a qualidade apresentada, com a capacidade de fazer o leitor sentir.

Gostei muito de conhecer mais sobre a Nigéria e seu povo e tradições dos igbo, mas parece que só li sobre igbos até agora, então se alguém tiver uma sugestão de livro que trate dos iorubás… eu gostaria muito de conhecer.

Recomendo essa leitura forte para todas as mulheres e para os homens que acham que a maternidade é apenas uma benção.

As Alegrias da Maternidade é um livro que vou levar comigo por bom tempo.

site: https://mialle.wordpress.com/
Marcela.Lanna 18/02/2020minha estante
Onde vc ouviu? Tem o link?


Mialle @mialleverso 18/02/2020minha estante
Ouvi no spotify.https://open.spotify.com/playlist/4mTcOJYB7YMLaoi6x7Wcjs


Marcela.Lanna 18/02/2020minha estante
Obrigada!




Kira 08/07/2021

Incrível
"É mesmo, às vezes a vida podia ser tão brutal que as únicas coisas que a tornavam suportável eram os sonhos."

Que obra-prima!
Tocante, sensível e visceral.
Um retrato honesto sobre tantas chagas e sofrimentos.

Um livro sobre às raízes do colonialismo na Nigéria, repressão e apagamento da identidade de um povo.

"Não há nada que a gente possa fazer. Nós pertencemos aos britânicos, assim como pertencemos a Deus, e, como Deus, eles podem se apropriar de qualquer um de nós quando tiverem vontade."

Também sobre as estruturas de poder dominantes, o jugo sobre as mulheres.

"Os homens... a única coisa em que eles estavam interessados era em bebês homens para dar continuidade a seu nome. Mas por acaso uma mulher não precisava trazer ao mundo a mulher-bebê que mais tarde geraria os filhos? "Deus, quando você irá criar uma mulher que se sinta satisfeita com sua própria pessoa, um ser humano pleno, não o apêndice de alguém?."

"Só que quanto mais eu penso no assunto, mais me dou conta de que nós, mulheres, fixamos modelos impossíveis para nós mesmas. Que tornamos a vida intolerável umas para as outras. Não consigo corresponder a nossos modelos, esposa mais velha. Por isso preciso criar os meus próprios."

"Mas quem foi que escreveu a lei que nos proíbe de investir nossas esperanças em nossas filhas? Nós, mulheres, corroboramos essa lei mais que ninguém. Enquanto não mudarmos isso, este mundo continuará sendo um mundo de homens, mundo esse que as mulheres sempre ajudarão a construir ".

E claro, sobre "as alegrias da maternidade".

"Seu amor pelos filhos e seu sentimento de dever para com eles eram como as correntes que a mantinham em sua escravidão."

Nnu Ego que é única e ao mesmo tempo tão parte de nós, que conta sua história trágica até o derradeiro fim.

"Pobre Nnu Ego, mesmo na morte não lhe davam paz!"
Cassio Kendi 09/07/2021minha estante
Ótima resenha, adicionei aqui na minha lista para ler!


Kira 09/07/2021minha estante
Obrigada, Cassio.
Quando for ler se prepara que ele é bem lento e por ter muitos elementos culturais diferentes do nosso,( e não ter nota de rodapé) toda hora tu vai ter que ficar pesquisando as coisas no Google Hahaha
Mas é excelente!
Não recomendo comprar essa versão da TAG, além de ser cara é toda esfarelenta, vai estragar bem rapidinho.
Inclusive uma exceção, pois todas as outras edições da TAG que eu possuo são de ótima qualidade.


Cassio Kendi 11/07/2021minha estante
Legal, Kira, muito obrigado pelas recomendações! Pesquisei aqui na Amazon, gostei da capa da editora Dublinense, e está barato também.
E triste não ter nota de rodapé hahahah! Mas faz parte, vou levar isso em consideração quando for ler




Leticia 18/10/2020

Com certeza uma das melhores leituras do ano! Eu estava com muitas expectativas nessa leitura, e elas foram superadas.
Emecheta explora a imposição da maternidade na vida da mulher, em como os filhos são colocados como ponto alto na vida da mulher, que uma mulher sem filhos é incompleta. Em como a maternidade é desgastante, e isso não é reconhecido.

Um livro que aborda as diversas amarras sociais na vida da mulher, os abusos, as humilhações, as dores de ser simplesmente mulher.
Foi um livro que me doeu enquanto mulher, em ver que a exploração , a violência se repete sucessivamente na vida da mulher.
kellen.ssb 18/10/2020minha estante
Adorei sua resenha!! Esse livro está na minha lista de leitura.
Engraçado que o título não desperta tanto a curiosidade de ler... é um livro que se tivesse numa livraria e eu não conhecesse a sua fama, eu nem o pegaria nas mãos para examiná-lo. Já o excluíria só pelo título rsrs

obs: Na resenha vc se referiu a Chimamanda como autora, sendo q a autora é a Buchi Emecheta. Estou te avisando só para caso queira editar a sua resenha.


Leticia 18/10/2020minha estante
A primeira vez que ouvi falar do livro, também fiquei de pé atrás.... Pensei que era algo romantizando a maternidade. Contudo, o que o livro traz é o oposto.
Obrigado pelo alerta hahahaha realmente escrevi Chimamanda. Acho que foi por ela ter indicado esse livro para a TAG, aí fiquei com ela na cabeça.....


kellen.ssb 18/10/2020minha estante
Eu pensei a mesma coisa: que era algo romantizando a maternidade. Aí qdo comecei ver um monte de gente falando quão bom era o livro e fui lendo as resenhas, aí q eu fui entender que eu estava com um preconceito com o título rsrs




Luisa Jordana 19/03/2021

As Alegrias da Maternidade
Nnu Ego é uma mulher nigeriana igbo, da cidade de Ibuza. Nasceu filha de um grande líder africano, fruto de seu amor intenso com uma de suas amantes, uma jovem espirituosa e filha de outro grande líder. A narrativa se passa principalmente nas décadas de 30 e 40, um período marcado pelo paternalismo extremo na região habitada pela protagonista, especialmente nas tribos de povos nativos, como no caso dos igbos.
Ao atingir certa idade, espera-se de uma mulher que se torne esposa e mãe. Se uma mulher não é capaz de dar filhos ao seu marido e de se tornar esposa e mãe exemplares, é uma mulher fracassada e sem nenhum propósito. Mais do que tudo, Nnu Ego almeja atingir estas expectativas, por isso, quando não consegue dar filhos ao seu primeiro marido, se sente castigada e amaldiçoada. Quando é entregue ao seu segundo marido, um homem que nunca conheceu e que reside na cidade de Lagos, em uma realidade totalmente diferente da sua, a protagonista promete a si mesma que irá cumprir seus desígnios e irá se tornar mãe, mesmo às custas de sua própria felicidade. O que, além disso, uma mulher poderia almejar?
Esta foi, com certeza, uma leitura que me marcou além do que posso explicar em palavras. Acompanhar a vida e os sofrimentos de Nnu Ego foi desesperador e a escrita da autora é de uma profundidade de tirar o fôlego. Senti como se estivesse lendo o diário de alguém, os pensamentos secretos de uma mulher cuja vida não parece ser repleta de nada além de dificuldade e sofrimento. As reflexões que este livro traz são inúmeras, mas as que mais permearam meus pensamentos foram: O que significa ser mulher? O que eu almejo é fruto de minhas vontades ou de imposições sociais? Eu faço o que eu quero ou o que se espera de mim como mulher?
Marli.Ramires 23/04/2021minha estante
Acabei de ler. Final impactante. A autora não nos poupou. É reflexão do início ao fim.


Luisa Jordana 26/04/2021minha estante
Verdade! Demorei para digerir a leitura.




Wagner 15/10/2017

As Alegrias da Maternidade
Meu primeiro livro como associado da TAG - Experiências Literárias e, sinceramente, não poderia ter havido começo melhor...

A curadora da vez foi a célebre (e também nigeriana) Chimamanda Ngozi Adichie.

Estruturado em pequenos capítulos, senti-me bastante envolvido pelo trama.

Não poderia deixar de registar que a edição, ainda inédita no Brasil e produzida com exclusividade para os associados da TAG, ficou belíssima. Como notei que a ilustração da capa trazia uma arvore genealógica, a qual me lembrou muito Gabo e os seu "Cem Anos de Solidão", preferi nem admirá-la muito. Ao final da leitura, sim, contemplei-a a atenção que merecia.

No que toca a trama, posso dizer que me surpreendi positivamente com o livro e a leveza com que a autora, Buchi Emecheta, narra esse importante relato/experiência da Nigéria colonial, lugar onde o papel feminino, durante muito tempo, foi (infelizmente) reduzido a servir e reproduzir. Mesmo que abordando a cultura nigeriana da metade do século XX, a discussão é bastante atual, uma vez que ainda hoje são muitas as mulheres que, apesar do desejo de terem uma trajetória pessoal independente, profissionalmente falando, encontram limitações de todas as ordens, em especial econômicas ou mesmo (ainda) culturais.

Extraído da pág. 295, um trecho que me marcou, não apenas pela sensibilidade, mas em especial por me fazer lembrar de minha própria mãe, é o seguinte:

"(...) Alguns pais, em especial os que têm muitos filhos de diferentes esposas, podem rejeitar um mau filho, um amo pode rejeitar um criado perverso, uma esposa pode chegar ao ponto de abandonar um mau marido, mas uma mãe nunca, nunca pode rejeitar seu filho. Se ele for condenado, ela será condenada ao lado dele (...)".

Um belíssimo livro, em resumo.
Gi 17/10/2017minha estante
estou lendo e adorando. Eu sou associada da Tag há um ano e meio e estava muito decepcionada pelos livros deste ano, que achei fracos. Porém, neste mês a Tag acertou!


Raphael Cerqueira 22/10/2017minha estante
Sou associado da TAG desde dezembro de 2015. Nesse tempo, li ótimos livros, alguns bons e outros péssimos. Comecei com Gabriel Garcia Márquez, que você citou na sua resenha, passei por J. M. Coetzee, Joseph Konrad e NIkos Kazantzakis. E, para minha surpresa, chego a outubro lendo As alegrias da maternidade. Livro sensacional.
Eu pensei que o melhor de 2017 seria Quase memória, de setembro, e me deparo agora com este. Posso dizer que sou grato a TAG por me proporcionar experiências literárias que eu jamais teria. Dificilmente eu compraria um livro de Buchi Emecheta e de outros autores que a TAG me apresentou. Livros são caros, e eu acabo optando por comprar os de autores já consagrados. Infelizmente.
As alegrias da maternidade é sensível, é real, é trágico, é histórico, é verdadeiro, enfim, é ótimo. Satisfeitíssimo essa leitura.




Laura.Bianchini 09/11/2020

As dores da maternidade
''Sempre que o assunto é fazer sacrifícios, todo mundo me lembra que sou a esposa mais velha, mas quando há alguma coisa a ganhar, me dizem para ficar quieta porque desejar uma coisa boa não combina com a minha situação.''

Foi um livro extremamente doloroso de ler.. Eu ficava toda hora pensando que eu não deveria julgar a história baseado na minha própria cultura, mas independente disso, é muito difícil ver a forma como essas mulheres são culpabilizadas por todos os males.
Apesar de todas as diferenças culturais, é um livro muito fluido e que provoca muitos sentimentos ao mesmo tempo, completamente apaixonante!
Luciana.Araujo 09/01/2021minha estante
Sabe, eu entendo ver pelo ângulo das nossas diferenças, mas talvez tenhamos muito.mais em comum com elas do que imaginamos...


Laura.Bianchini 12/01/2021minha estante
Com certeza!!!! Mesmo com toda a distância geográfica e temporal, existem muitas similaridades com o que passamos todos os dias.




Oz 23/10/2017

Os livros têm o potencial de oferecer ao leitor uma viagem a lugares muitas vezes inacessíveis na vida real. Seja porque esses lugares são terras distantes localizadas na imaginação de cada um, seja porque são parte de um passado que já não existe mais, as palavras nos servem como os únicos guias possíveis para explorar essas paragens. Pois bem, à primeira vista, não é difícil concordar que a Nigéria da década de 30 e 40 faz parte desse tipo de lugar. Essa é a Nigéria que, em meio (e de certo modo, alheia) à II Guerra Mundial, é retratada em "As Alegrias da Maternidade". Não é uma Nigéria simples e estável, mas complexa e efervescente, uma mistura de etnias e de diferentes valores regionais que entram em confronto com a cultura do colonizador ocidental.

Ainda que essas diferenças e conflitos já fossem o suficiente para tecer uma narrativa muito rica, o livro nos oferece uma companheira de viagem singular: Nnu Ego, filha de Agbadi, um exímio caçador, orador e chefe de sua vila Igbo em Ibuza, e de Ona, amante de Agbadi, uma mulher independente e orgulhosa. Ao acompanharmos o desenrolar da vida de Nnu Ego, vamos descobrindo a ironia do título do livro e adentrando no cerne das questões discutidas por Emecheta. Durante essa viagem, descobrimos as dificuldades das mulheres nigerianas e qual era seu papel na sociedade daquele tempo. E não era um papel fácil. Pode-se dizer até que temos um tipo de narrativa de denúncia, sem ser, no entanto, panfletária. A mulher nigeriana (particularmente, a mulher da etnia Igbo, como Nnu Ego) é retratada como propriedade dos homens: sim, doS homenS, no plural, pois pertencem ao marido, ao pai e aos filhos. Ao longo do livro, observamos o desejo de Nnu Ego em ser mãe. Contudo, esse desejo é uma mistura de sonho próprio com uma elevada pressão social, já que a personagem passa a tratar a questão da maternidade como uma forma de escravidão em sua vida. Todas as suas alegrias e tristezas estão condicionadas ao que ocorrerá com seus filhos. Abdicar do seu papel de mãe e esposa é abdicar de seu povo.

Mas o que é um "povo" se não uma identidade cultural, arraigada em costumes, convenções e normas sociais mais ou menos bem delineadas? Emecheta, através de nossa companheira de viagem, Nnu Ego, reconhece isso e não transforma o livro em um simples depoimento sobre a vitimização da mulher nigeriana. Ela exalta o papel ativo que as mulheres devem (ou deveriam) assumir dentro da sociedade, assumindo uma responsabilidade como protagonistas de uma mudança no seu "povo". Nessa passagem, a mensagem é bem clara:

"Os homens nos fazem acreditar que precisamos desejar filhos ou morrer. Foi por isso que quando perdi meu filho eu quis a morte, porque não fora capaz de corresponder ao modelo esperado de mim pelos homens de minha vida, meu pai e meu marido, e agora tenho que incluir também meus filhos. Mas quem foi que  escreveu a lei que nos proíbe de investir nossas esperanças em nossas filhas? Nós, mulheres, corroboramos essa lei mais que ninguém. Enquanto não mudarmos isso, este mundo continuará sendo um mundo de homens, mundo esse que as mulheres sempre ajudarão a construir".

No final das contas, talvez a viagem que iniciamos no começo do livro não tenha nos levado tão longe assim como imaginávamos. Os dilemas e a vontade das mulheres têm sido renegados ao segundo plano por muito tempo, seja em um pequeno povoado da Nigéria durante a II Guerra, seja nos dias de hoje. Ainda que muitas conquistas tenham sido feitas por elas ao longo do tempo, ainda é válido o alerta para os abusos contemporâneos que elas sofrem e a necessidade de se buscar uma voz ativa dentro de seu "povo", seja ele quem for.

Meu site de resenhas: www.26letrasresenhas.wordpress.com
Mara.Rubia 27/10/2017minha estante
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Rosana 03/11/2017minha estante
Excelente resenha, à altura do livro.




moonlibrary 23/12/2020

Perfeito como um soco na boca do estômago!
Eu jamais tinha lido nada como isso, o título "As alegrias da maternidade" se mostra irônico desde o primeiro momento, lendo Emecheta você primeiro precisa livrar-se de todos os preconceitos direcionados a cultura do 'outro', em primeiro momento foi como pisar em um ambiente estranho mas a estrutura de opressão feminina é no fundo a mesma, a mulher é tratada como propriedade, todos os erros são postos sobre os ombros femininos, isso fica bem explícito quando Nnaife se vê decepcionado e irritadiço com os filhos que ELE e Nnu Ego geraram e os chama apenas por filhos dela. As alegrias da maternidade mostram além da "alegria", alegria essa que parece a todo momento imposta, pois como no livro é bem lembrado não é para isso que as mulheres vem? Para imortalizar o nome do homem através de outro filho homem?
Essa grande obra é sem dúvidas algo que faz refletir, algo que dói um pouco mas que é necessário ler.
Alyne Lima 23/12/2020minha estante
Um dos melhores que li esse ano


moonlibrary 23/12/2020minha estante
Posso dizer o mesmo, Alyne!




Zelinha.Rossi 25/10/2017

"...quanto mais eu penso no assunto, mais me dou conta de que nós, mulheres, fixamos modelos impossíveis para nós mesmas. Que tornamos a vida intolerável umas para as outras."
Em "As alegrias da maternidade", Buchi Emecheta nos traz uma sociedade patriarcal e completamente centrada na figura masculina, ao apresentar os costumes do povo igbo. Um povo em que a função da mulher é viver para a manutenção da estrutura da sociedade ao gerar filhos homens para a perpetuação do nome do marido. A protagonista Nnu Ego personifica essa função, ao ter, desde o princípio da história o grande desejo de se tornar mãe - a única coisa que poderia torná-la uma mulher completa. E é em nome da maternidade que ela enfrenta a pobreza, a fome, as dificuldades, a luta diária de cada dia. Ela luta pelos filhos para que possa ter uma velhice feliz e confortável, em nome da continuação de uma estrutura social que começa a ruir frente ao pós guerra e à modernização de uma Lagos que cada vez mais se afasta do modelo rural da Nigéria.
Nnu Ego é uma mulher batalhadora, cativante, e sofremos por vê-la refém de sua condição feminina e materna e por uma cultura que a oprime do início ao fim da história. O livro nos faz refletir muitas questões importantes: o que é ser mulher? o que torna uma mulher verdadeiramente plena? qual é papel da mulher na sociedade?
Fantástico!
Humberto.Yassuo 25/10/2017minha estante
Pela sinopse e pela sua resenha fiquei interessado na leitura.


Zelinha.Rossi 28/10/2017minha estante
Recomendo, Humberto, o livro é maravilhoso!




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