Agonia do Eros

Agonia do Eros Han B.C.
Byung-Chul Han




Resenhas -


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Ana 30/04/2020

Aviso de antemão que esse livro é de compreensão difícil e exige muito do esforço do leitor. A linguagem é extremamente formal, técnica e o conteúdo é embasado em pensadores como Nietzsche, Hegel, Bataille, Baudrillard e alguns outros. Não é um livro para quem está em cima do muro, e muito menos para iniciantes. A escrita faz o cérebro se contorcer como um pano de chão.

Nesta obra, Byung-Chul Han traz à tona o olhar ao outro.
O outro, segundo Han, é um atopo, ou seja, uma criatura sem lugar que se torna alvo da nossa mania de comparação entre tudo e todos. Para ele, a "negatividade do outro atópico" é retraída, anulada frente ao consumismo massivo que temos hoje. Com isso, entende-se que nós consumimos o outro indivíduo como se este fosse um alimento para o nosso narcisismo. Para o autor, o problema em fazer isso é que paramos de enxergar o outro e toda alteridade, todo o conteúdo que ele carrega. As identificações, o famoso "match" entre as pessoas para de acontecer, e isso torna as relações cada vez mais superficiais, visto que, só enxergamos no outro aquilo que temos em si. Logo, relacionamentos da modernidade líquida não fazem mais tanto sentido.

É interessante comentar, também, que Byung-Chul vê a depressão como uma crise narcísica, pois, o indivíduo está tão mergulhado em si, nos próprios problemas e na própria falta de controle sobre a vida, que vira uma espécie de depressivo-narcisista. Assim fica esgotado, cansado de si mesmo, e essa mesma ausência de amor próprio faz com que as outras pessoas não queiram dar abrigo a esse enfermo. Nisso, quando se ama alguém nesse estado, o Eros se sobrepõe e vence a depressão, justamente porque "o Eros arranca o sujeito de si mesmo e o direciona para o outro".

Noutro ponto, o autor comenta acerca da depressão do sucesso que, voltada para a produtividade, força o sujeito a se colocar no ponto mais intenso do próprio desempenho. É assim que surge o pensamento envolta da exploração e da autoexploração. Han, aqui, é super inovador ao reparar que a autoexploração é a nova forma de exploração do século XXI. Na Era dos Coachs, a motivação é o combustível que alimenta o movimento do mundo e, enfim, a globalização. Neste sentido, ele cita Foucault e o pensamento neoliberal que transforma o sujeito num "empreendedor da liberdade" dentro do sistema de Estado mínimo. Isso justifica o que leva os novos empreendedores a trabalharem 16h/dia, sem dó de se autoexplorar. Porque o indivíduo sente o gosto da falsa liberdade: faz o próprio horário, trabalha quando quer e aonde quer. Só não consegue perceber com clareza que não consegue resistir a tamanha autocoerção, o que, ao fim, é pior que se fosse explorado pelo outro. Não há nenhuma forma de resistência com essa pressão que vem de dentro.

Dessa forma, Han culpa o Capitalismo por tais acontecimentos, pois este age como um agente inculpador. Alguém em que não se pode colocar a culpa e que não pode livrar o outro da sua própria culpa. Toda essa agonia do Eros vem com apenas um objetivo: aumentar o consumismo. Por isso Byung fala, ainda, do consumo dos sentimentos, emoções, corpos, fazendo alusão às artes e à pornografia - que substitui o Eros por sexualidade.

Em suma, o livro trata do Eros - Deus da paixão, amor e erotismo na mitologia grega - em relacionamentos atuais sob a ótica do consumismo, que oriunda inicialmente do capitalismo e caminha através do neoliberalismo. Entende-se que o enxame de informações tira a nossa atenção ao que realmente é necessário: o ato de amar o outro. É neste ponto que o nome do livro "A Agonia do Eros" faz morada. É um ótimo livro. A leitura é essencial.

Abaixo, os grifos que achei interessante destacar:

1. Sócrates enquanto amante, chama-a de atopos. O outro que eu desejo (begehre) e me fascina é sem-lugar. Ele se retrai à linguagem do igual: “Enquanto atopos, o outro abala a linguagem: não se pode falar dele, sobre ele; todo e qualquer atributo é falso, doloroso, insensível, constrangedor [...]". (p. 6)

2. A cultura atual da comparação constante não admite a negatividade do atopos. Estamos constantemente comparando tudo com tudo, e com isso nivelamos tudo ao igual, porque perdemos de vista justamente a experiência da atopia do outro. (p. 6)

3. A negatividade do outro atópico se retrai frente ao consumismo. (p. 6)

4. O narcisismo não é um amor próprio. O sujeito do amor próprio estabelece uma delimitação negativa frente ao outro em benefício de si mesmo [...] Ele não consegue perceber o outro em sua alteridade e reconhecer essa alteridade. Ele só encontra significação ali onde consegue reconhecer de algum modo a si mesmo. (p. 7)

5. A depressão é uma enfermidade narcísica. O que leva à depressão é uma relação consigo mesmo exageradamente sobrecarregada e pautada num controle exagerado e doentio. (p. 7)

6. O sujeito depressivo-narcisista está esgotado e fatigado de si mesmo. Não tem mundo e é abandonado pelo outro. Eros e depressão se contrapõem mutuamente. O eros arranca o sujeito de si mesmo e direciona-o para o outro. A depressão, ao contrário, mergulha em si mesma. (p. 7)

7. O sujeito de hoje, voltado narcisicamente ao desempenho, está à busca de sucesso. Sucesso e bons resultados trazem consigo uma confirmação de um pelo outro. Ali, o outro, que é privado de sua alteridade, degrada-se em espelho do um, que confirma a esse em seu ego. Essa lógica de reconhecimento enreda o sujeito narcisista do desempenho de forma ainda mais profunda em seu ego. Com isso, vai se criando uma depressão do sucesso. (p. 7)

8. O eros, ao contrário, possibilita uma experiência do outro em sua alteridade, que o resgata de seu inferno narcisista. Ele dá curso a uma denegação espontânea do si mesmo, um esvaziamento voluntário do si mesmo. (p. 7)

9. O eros vence a depressão. (p. 8)

10. A depressão se apresenta como impossibilidade do amor. Ou o amor impossível leva à depressão. (p. 8)

11. A partir de um determinado ponto da produtividade, o dever se choca rapidamente com seus limites. É substituído pelo verbo poder para a elevação da produtividade. (p. 12)

12. O apelo à motivação, à iniciativa e ao projeto é muito mais efetivo para a exploração do que o chicote ou as ordens. (p. 12)

13. A autoexploração é muito mais eficiente do que a exploração alheia, pois caminha de mãos dadas com o sentimento de liberdade. É possível, assim, haver exploração, mesmo sem dominação. (p. 12)

14. Foucault refere-se ao neoliberalismo afirmativamente. De forma acrítica, ele admite que o regime neoliberal, enquanto “sistema do estado mínimo”, possibilita a liberdade do cidadão enquanto “empreendedor da liberdade”[6]. (p. 12)

15. É bem verdade que a Ética do si-mesmo de Foucault se opõe ao poder político repressivo, contra a exploração alheia, mas torna-se cego para ver aquela violência da liberdade que está na base da autoexploração. (p. 13)

16. O tu podes exerce inclusive mais coerção do que o tu deves. (p. 13)

17. A autocoerção é muito mais fatal do que a coerção alheia, pois não é possível haver nenhuma resistência contra ela. Por trás da aparente liberdade do indivíduo singular, o regime neoliberal escode uma estrutura coercitiva; a partir daí o indivíduo passa a não mais compreender a si mesmo como sujeito submisso (subject to) mas como projeto lançado. É nisso que está sua astúcia. Quem fracassa, além do mais, acaba sendo culpado por seu fracasso. Não há ninguém que possa ser responsabilizado por seu fracasso. Tampouco existe qualquer possibilidade de desculpas ou de expiação. Com isso não surgem apenas as crises de culpa mas também as crises de gratificação. (p. 13)

18. O capitalismo não é uma religião, pois cada religião opera com culpa e desculpa. O capitalismo só é inculpador. Não dispõe qualquer possibilidade de expiação, que pudesse livrar os culpados de sua culpa. (p. 13)

19. A depressão representa um fracasso sem salvação e insanável no poder, isto é, uma insolvência psíquica. Insolvência significa, literalmente, a impossibilidade de liquidar a dívida e a culpa (solvere). (p. 13)

20. Se fosse possível possuir, apreender e reconhecer o outro, o outro não seria o outro. Possuir, reconhecer e apreender são sinônimos de poder”. (p. 14)

21. O corpo, com seu valor expositivo equipara-se a uma mercadoria. O outro é sexualizado como objeto de excitação. Não se pode amar o outro, a quem se privou de sua alteridade; só se poderá consumi-lo. (p. 14)

22. Hoje está se perdendo cada vez mais o decoro, a respeitabilidade, a distância, isto é, a capacidade de experimentar o outro em sua alteridade. (p. 14)

23. A proximidade é uma negatividade no sentido de que nela está inscrita uma distância. (p. 15)

24. Hoje em dia, o amor é positivado numa fórmula de fruição. Ele precisa gerar sentimentos agradáveis. Ele não é uma ação, uma narração, nem sequer é mais um drama; antes, não passa de emoção ou excitação inconsequente. (p. 15)

25. A sociedade do desempenho, dominada pelo poder, onde tudo é possível, onde tudo é iniciativa e projeto, não tem acesso ao amor enquanto vulneração e paixão. (p. 15)

26. O princípio do desempenho não se coaduna com a negatividade do excesso e o exagero. Assim, dentre as “convenções” a que se submete o sujeito da submissão, sub-estão: praticar muito esporte, alimentos sadios, dormir suficientemente. É proibido inclusive comer entre as refeições alguma outra coisa que não sejam frutas. O sub precisa inclusive deixar de lado o consumo exagerado de álcool e não pode fumar nem consumir drogas. A própria sexualidade precisa submeter-se a um mandamento da saúde. Fica proibida qualquer forma de negatividade. Fazem parte igualmente da lista das proibições o uso de excrementos. Elimina-se também a negatividade da sujeira simbólica ou real. Assim, o protagonista se comprometa a “ser por todos os tempos limpinho, depilado e lisinho”. (p. 15)

27. Nesse mundo da positividade só são admitidas coisas que são consumidas. A própria dor precisa ser consumível. (p. 16)

28. A memória não é um mero órgão de mera recomposição, com o qual presentifica-se o que já passou. Na memória, o passado se modifica constantemente. É um processo progressivo, vivo, narrativo. (p. 16)

29. A alteridade não é uma diferença consumível. O capitalismo vai eliminando por toda parte a alteridade a fim de submeter tudo ao consumo. (p. 17)

30. O eros é uma relação assimétrica com o outro. Assim, ele interrompe a relação de troca. (p. 17)

31. Segundo Vicino, o amor é a “pior das epidemias”. Ele é uma “transformação”. Ele “desapropria as pessoas de sua própria natureza e as transfere para uma natureza estranha”[20]. Essa transformação e vulneração perfaz sua negatividade. (p. 19)

32. Em seu estudo Konsum der Romantik [Consumo do romantismo], Eva Illouz constata que na atualidade o amor se “feminilizou”. Os adjetivos do tipo “gentil”, “íntimo”, “calmo”, “confortável”, “doce” ou “suave”, com os quais se costumam descrever cenas de amor romântico, são plenamente “femininos”. (p. 20)

33. Onde se santifica o mero viver, a teologia dá lugar à terapia. Ou então a terapia torna-se teológica. (p. 21)

34. O sujeito da autoexploração não é livre do mesmo modo que o sujeito da exploração alheia não é livre. (p. 21)

35. O capitalismo absolutiza o mero viver. O bem viver não é seu telos. Sua gana por acumulação e crescimento se volta contra a morte, que se lhe afigura como perda absoluta. (p. 21)

36. Para Aristóteles, a pura aquisição de capital é perniciosa porque não é uma busca pelo bem viver, mas apenas uma busca do mero viver: “Por isso, muitas pessoas imaginam que esta seria a tarefa da economia ou administração da casa, e defendem reiteradamente a ideia de que se deve acumular bens monetários ou multiplicá-los infinitamente. A razão para pensarem assim é o esforço laborioso por viver, mas não para bem viver”. (p. 21)

37. O sujeito narcisista-depressivo não é capaz de tirar conclusão [...] Não é por acaso que a indecisibilidade, inconclusividade, a incapacidade para a decisão pertence essencialmente aos sintomas da depressão. (p. 23)

38. Numa sociedade na qual cada um é o empresário de si mesmo vigora uma economia do sobreviver. (p. 24)

39. O neoliberalismo, com seus impulsos do eu e de desempenho desenfreados, é uma ordem social da qual o eros desapareceu totalmente. (p. 24)

40. O que simplesmente sobrevive se parece com um morto-vivo, que é por demais morto para viver e que é por demais vivo para poder morrer. (p. 25)

41. A pornografia tira sua força de atração da “antecipação do sexo morto na sexualidade viva”. (p. 27)

42. O obsceno na pornografia não reside no excesso de sexo, mas no fato de não ter sexo. (p. 27)

43. A musealização e exposição das coisas aniquila precisamente seu valor cultural em favor do valor expositivo. (p. 28)

44. O capitalismo acentua a pornagrifização da sociedade, expondo e exibindo tudo como mercadoria. Ele não conhece nenhum outro uso da sexualidade. Profana o eros em pornografia. (p. 29)

45. ”. A falta de informações levaria a “supervalorizar a alguém”, “atribuir-lhe uma mais-valia” ou a “idealizá-lo”. (p. 31)

46. Responsável pela crescente desilusão na sociedade de hoje não é tanto o aumento da fantasia, mas, supondo haver esse fenômeno, a alta expectativa. (p. 33)

47. Sem a negatividade dos umbrais, sem a experiência do umbral, a fantasia fenece. (p. 35)

48. A crise atual da arte e também da literatura pode ser reduzida à crise da fantasia, ao desaparecimento do outro, ou seja, à agonia do eros. (p. 35)

49. A alma impulsionada por eros produz coisas belas e sobretudo ações belas, que possuem um valor universal. Essa é a doutrina platônica de eros. (p. 37)

50. O neoliberalismo aciona uma despolitização geral da sociedade onde ele, não por último, substitui o eros por sexualidade e pornografia. (p. 37)

51. O pensamento sem eros é meramente repetitivo e aditivo. E o amor, sem eros, sem seu impulso espiritual, degenera em “mera sensorialidade”. Sensorialidade e trabalho pertencem à mesma ordem. Eles não têm espírito nem cupidez. (p. 41)

52. Em virtude da crescente massa de informações e dados, hoje as teorias são muito mais necessárias do que antigamente. Elas impedem que as coisas se misturem e proliferem. Eles reduzem a entropia. (p. 43)

53. A massa de informações de hoje[...] atua de modo deformativo. (p. 43)

54. O pensamento necessita de silêncio. É uma expedição para o silêncio. (p. 43)

55. Em Platão, eros é chamado de philosophos, amigo da verdade. O filósofo é um amigo, um amante. Esse amante não é, porém, uma pessoa exterior, não é uma circunstância empírica, mas “uma presença íntima no pensamento, uma condição de possibilidade do próprio pensar, uma categoria viva, uma vivência transcendental”. (p. 44)
Mindú 31/12/2021minha estante
Nossa, achei super de boa, mesmo eu tendo mto pouco embasamento em filosofia


Lucas Kayzan 03/01/2023minha estante
Muito boa essa resenha.


Ingrid 23/03/2023minha estante
Fiquei com vontade de ler. Resenha perfeita!


hulda.barros 26/03/2023minha estante
Perfeito! ??


Maya 04/10/2023minha estante
Resenha maravilhosa!




MatheusPetris 24/01/2023

O autor acredita que a tese de o amor estar acabando pelo fato da nossa quase liberdade absoluta de escolhas — somado ao excesso de opções dos quais, inclusive, somos coagidos por um sistema homogeneizante —, não considera o principal motivo do sufocamento do amor: o desaparecimento do outro, sua total erosão. Ou seja, não se trata da aparente heterogeneidade da oferta do outro, mas de como ele é “visto”.

Nosso narcisismo chegou às raias de procurarmos no outro, exclusivamente, nós mesmos. Como a sociedade vem impondo o nivelamento do igual (sempre por meio de comparações), a homogeneização de todos, essa condição só se intensifica. Com isso, já não nos encontramos mais com a experiência erótica.

Sendo a alteridade o pilar da experiência erótica, ela se realiza com o outro para além dos ditames do desempenho e do poder. Todavia, o amor e o Eros foram raptados pela sociedade do desempenho, que também os instrumentalizou. O outro é coisificado, objeto sexual; o sexo é desempenho, é relação de poder. Isto é, essas relações impedem que o outro seja alguém, ele é apenas um traço desse alguém.

O obsceno, a nudez niquelada, de vitrine, dissipa o mistério e, consequentemente, o Eros. Se para Agamben a profanação é a retirada dos deuses do olimpo, quando aquilo que é sacro se torna terreno, de uso comum, é exatamente isso que faz a profanação com o Eros: o transforma em pornografia. E, como a pornografia profana o erotismo, dissipa e massacra sua força, deixamos de vislumbrar o outro. Já não mais importa o outro, apenas nosso eu narcísico. Em uma sociedade que venera a palavra “alteridade”, poucos vivenciam esse conceito. O outro que procuramos, é aquele exposto nos aplicativos de encontro, deslizamos para o lado: sim e não. Buscamos a nós mesmos. Já não aceitamos o outro negativo, o diferente.

O Eros produz ações belas, de caráter universal. O pressuposto de algo universal é que existe um nós. Ou seja, se o Eros é o aniquilado, o “nós” também o é. Se “o amor é um palco de dois” e “interrompe a perspectiva do um e faz surgir o mundo a partir do ponto de vista do outro ou do diverso”, é por meio dessa transformação, a causada pelo amor, que se propõe uma política do Eros. Enquanto o sujeito sexual, o pornográfico, que só se preocupa consigo mesmo, contribuindo para a “narcisização de si mesmo”, aqueles que buscam um diálogo entre arte e política a encontram no amor, tal como nos disse Breton, “A única arte digna do homem e do espaço, a única capaz de conduzi-lo ainda mais do que as estrelas [...] é o erotismo” (p. 80). Para o surrealismo, o Eros é como um meio de se alcançar “uma revolução poética da linguagem e da existência”.

Partamos deste princípio, ainda há tempo de salvarmos o erotismo. Sem o erotismo, como pensar? Como nos diz Byung-Chul Han: “Sem Eros, o pensamento perde toda e qualquer vitalidade, toda inquietação e se torna repetitivo, reativo”. O pensamento não pode surgir pelo mero acúmulo de dados (informações), ele deve surgir como o bater de asas do Eros.
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Paula.Moreira 28/03/2021

Eros 101
Esse livro tem muitas semelhanças com a "Sociedade do Cansaço". Ao mesmo tempo que achei ele muito interessante, acredito que me falte repertório para uma compreensão mais aprofundada. O proposto é de que existe um desgaste do Eros. Para que o amor exista, é necessário o reconhecimento do outro. A partir do momento que a nossa sociedade caminha para uma dinâmica cada vez mais positivista, os limites de nós mesmos vão sendo apagados. A consequência acaba sendo o desaparecimento do outro, do diferente. A sociedade atual estaria trabalhando uma dinâmica narcisista em que a o outro é apenas uma ramificação de vc mesmo.
Luisa.Castro 28/03/2021minha estante
Boa resenha


Paula.Moreira 29/03/2021minha estante
Obrigada, luli!




Kaique.Furquim 19/12/2023

Agonia do Eros
O autor faz uma boa análise da sociedade, e aborda vários temas necessários que colidem com o cotidiano de jovens imersos no mundo da Internet, no do narcisismo, da pornografia e no falso amor que é vendido. O livro é extremamente necessário, de fácil leitura e muito revelador.
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GuiBatelochio 10/09/2021

"Amar é o esvaziamento do 'eu'"
Agonia do Eros reflete sobre como o amor, o erotismo e as relações são influenciados (e ausentes) na sociedade de desempenho, em que vivemos.

Basicamente, o sujeito de desempenho está tão imerso em si que é incapaz de se interessar verdadeiramente pelo outro, de admirá-lo. Vemos, especialmente em redes sociais, um completo narcisismo e admiração do "eu".
O autor também discorre sobre como o neoliberalismo nos transformou em produtos e quanto influencia essa "vaidade".

É um livro curto, gostei de muitas ideias levantadas. O autor invoca algumas referências durante o livro e argumenta sobre elas, penso que pode ser melhor aproveitado se conhecê-las. No entanto, ainda é perfeitamente entendível sem conhecê-las. O livro conversa muito com Sociedade do Cansaço, também de Byung-Chul Han.
Recomendo a leitura.
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Caroline J. 03/12/2020

Erros de tradução na edição
O livro é fantástico e pertinente, gosto demais deste autor. Porém o que vou constar aqui é o fato de que a edição da Editora Vozes contém vários erros de tradução que dificultam a compreensão. Durante a leitura, notei muitas frases estranhas ou sem sentido, ou cujo sentido parecia contrariar o que havia sido dito até então. Consegui o texto em inglês para comparar, e realmente, há várias incidências de má tradução em que o sentido é trocado ou simplesmente deixa o texto desnecessariamente obscuro. Depois de me deparar com várias dessas situações, acabei decidindo terminar de ler o livro no pdf em inglês mesmo, para ter certeza de que iria apreender o significado correto. Fica aqui o aviso para quem for ler a edição em português.

Vou incluir dois exemplos:

Na tradução em português, na página 48, a frase diz: "(...) É antes o dom do outro, que precede a entrega, a tarefa de mim mesmo".
Na tradução em inglês, a frase é: "(...) Rather it is the gift of the Other — preceded by the surrender, the giving up, of one’s own self."
Na frase em inglês, o "dom do outro" é *precedido* pela entrega de si mesmo; na frase em português, ele *precede* a entrega de si mesmo. A frase em inglês faz sentido, em português não (o que seria "a tarefa de mim mesmo"?).

Na página 69, temos: "Assim, a pornografia destrói a informação visual, e como que maximiza a fantasia erótica". Achei estranho pois essa frase diz exatamente o contrário do que estava sendo dito até então, por isso consultei a versão em inglês e...
"As such, pornography — which maximizes visual information, as it were — destroys erotic fantasy."
Ou seja, o sentido deveria ser que a pornografia *maximiza* a informação visual e assim *destrói* a fantasia erótica. Na tradução em português o sentido está invertido!
GuiBatelochio 10/09/2021minha estante
Ótimas observações, realmente não fez sentido ao ler




Guilherme 16/09/2023

Muito bom
Fico cada vez mais impressionado como a leitura dos livros de Byung-Chul Han fluem. Nesse livro ele "passeia" pela relação do Eros que o mundo moderno nos apresenta por diversas vertentes. Vale muito a leitura.
Lua 17/09/2023minha estante
Quero ler!




Vitor 31/07/2020

Eros é conhecimento
Para Byung Chul o eros vai além do amor romântico, ele se manifesta como motor da criativade humana e também como antagonista da depressão, já que "o eros vence a depressão". O eros é conhecimento pois obriga uma mudança de perspectiva constituída junto ao outro, ele busca um propósito de bem comun. O capitalismo diferentimente do eros não possui um propósito, e com o mercadorização de todos dos setores de nossa vida e a sexualização do eros está gerando uma crise criativa e psicológica.
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Dudah24 11/12/2023

O fim da minha agonia
Gente do céu, não aguentava mais esse livro me encarando pra ler ele logo,pqp ein faculdade. Pedir pra gente ler Percy Jackson ninguém pede -_-

Mas até que ele tinha algumas citações interessantes (quando eu entendia o que ele estava falando)
cachorro chupetão 11/12/2023minha estante
faculdade de q


Dudah24 11/12/2023minha estante
Audiovisual/cinema e afins




spoiler visualizar
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kathrein.oliveira 01/04/2021

Reflexivo e complexo
A escrita do autor desses livros é o que mais me desafia, acredito que é por não estar acostumada a ler filosofia.

Nesse livro o autor fala muito sobre amor e erorismo e trouxe muitas reflexões, principalmente ligadas a cultura pop, o que me surpreendeu muito.

Em termos de preferência, prefiro o primeiro livro do autor, sociedade do cansaço, que pra mim teve uma linguagem mais fluída, mas esse também é muito interessante.
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Patricia 16/08/2021

Narciso acha feio o que não é espelho
Divagações pós leitura:
Eros seria aquele elemento essencial de cada pessoa que se aplica à outra e não pode ser inteiramente contido pelo "eu".
Em um mundo narcisista, pelo qual só reconhecemos quem nos serve de espelho, já não mais nos encontramos.
E se não reconhecemos a outra pessoa como sendo outra, nos tornamos alheios ao amor.
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TMP 01/05/2020

O Eros vence a depressão
Byung fala do Eros e de muito mais. Fala do indivíduo na sua amplitude.
Filosofa sobre várias frentes do indivíduo tendo o Eros como pano de fundo.
Conecta demais conceitos de outras obras já publicadas por ele... Fico na dúvida se há uma ordem ideal para lê-las, mas acredito que este livro seria uma ótima porta de entrada para as obras do autor.
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Gabriel 12/09/2023

Acredito ter acertado na escolha do primeiro livro a ser lido na longa lista de publicações do Byung-Chul Han. "Agonia do Eros" é um compilado de ensaios sobre temas diversos que se conectam intimamente com aquilo que o autor identifica sendo a experiência agonizante de eros na sociedade contemporânea.

Na definição de Han, "o eros é precisamente uma relação com o outro, que se radica para além do desempenho e do poder". A agonia do eros seria, portanto, "o desaparecimento do outro". É precisamente essa a tese que permeia todos os ensaios presentes no livro, passando pela melancolia, pornografia, fantasia e estruturas de poder, com o autor demonstrando que a agonia do eros implica em diversos comportamentos refletidos hoje na sociedade.

Essa sociedade -- que mais de uma vez o autor caracteriza aqui como sociedade do desempenho -- está repleta de sujeitos que mergulham em si mesmo, narcisicamente, buscando se afastar de qualquer negatividade tanto em seu convívio consigo mesmo como em seu contato com o outro. Naturalmente tudo isso é relacionado também ao modelo neoliberal, que estimula as engrenagens da sociedade do desempenho.

O livro, apesar de curto, é denso, e abarca uma quantidade enorme de referenciais teóricos. Apesar disso, o autor consegue ser sintético, indo direto ao ponto e dando ao leitor exatamente aquilo que pode ser considerado suficiente para assimilação do conteúdo. Até mesmo por isso é preciso reler alguns parágrafos durante a leitura.

Se me for permitido resumir a sensação que tive nesse primeiro contato com Byung-Chul Han, eu diria que é a sensação de que ele não está brincando com o leitor. Não há floreios, truques ou joguetes verborrágicos. Han sabe o que quer dizer e sabe como dizer. Cabe ao leitor se dispor a compreender.
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Hel 24/07/2020

não existe amor no capitalismo
nada sobrevive na mão invisível do mercado. por que com o amor seria diferente?
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