Natália Tomazeli 02/11/2020A gente era triste e sabia"que ideia mais estúpida achar que
é melhor sentir dor a não sentir nada
elevamos o sentir a níveis tão errados
que preferimos atear fogo em nós mesmas
a conviver com nossos vazios"
Eu sempre falo aqui quando leio poesia, que esse é um gênero literário que pouco me atrai e que consumo pouco. Não sei direito o motivo disso, mas gosto de deixar claro porque acho que a minha percepção nunca vai ser a mesma de uma pessoa que lê muita poesia.
Fui atrás de ler esse livro porque uma menina que eu admiro muito disse que esse era o livro favorito da vida dela. Eu comecei lendo ele "na surdina" pra caso se eu não gostasse poderia fingir que nunca tinha lido e seguir minha vida, mas foi justamente o contrário que aconteceu!
No início da a impressão de que o livro não vai ser muito profundo em nada, mas na medida que eu fui lendo vi que não. Esse é um livro sensível e honesto. Assim como muitos semelhantes (tipo Rupi Kaur por exemplo) ele tem um tom biográfico bem acentuado e isso faz muita diferença nesses casos. Inclusive, muitos dos poemas aqui rimam e vão além de versos, o que eu achei muito bacana. Me vi marcando o tempo todo vários poemas dos quais eu tinha gostado muito, que infelizmente não vou poder colocar todos aqui nesse espaço.
Eu recomendo pra quem gosta desse tipo de livro, acho que vale muito a pena ser lido, é um livro cheio de beleza apesar de toda a dor que expressa.
"não lembro que horas o relógio marcava só sei que foi assim na plataforma esperando o metrô que ela entendeu que precisava da solidão daquela mais dura mais seca mais silenciosa ela precisava se entender de novo precisava saber que somos, sim as nossas falhas mas não só e depois de tantas horas com a cabeça atormentada ela enfim sentiu o peito desinchar e depois de tanto tempo perdida ela parou de esperar qualquer coisa de alguém e finalmente se encontrou em si mesma aí seguiu sozinha no vagão lotado."