Resenhas - O Crocodilo

Noanony 01/06/2022

Resenha
Segunda obra que leio de Fiódor Dostoiévski, dentre todas gostei mais do conto do crocodilo mesmo. Nada muito surpreendente.

Juno 17/06/2020

O crocodilo, para mim, é um conto fantástico! O absurdo sendo absorvido como algo corriqueiro lembra muito temáticas como a metamorfose, de Kafka, e os contos de Murilo Rubião tb. É uma pena que o conto nunca fora terminado.

Edna 05/05/2020

Bizarro e satírico
"O Crocodilo" ? Uma novela com gênero fantástico satírica que ficou inacabado. A idéia de escrita surge das leituras de Gogol como O Nariz que inspira Dostô que desafia a crítica que o tinha como um escritor sorumbático na época.

Um Crocodilo que exposto em uma galeria por um empresário alemão em uma dessas apresentações engole o funcionário público Russo,
que se acomoda no estômago do Crocodilo e se comunica com a esposa e com o amigo e surpreendentemente se sente à vontade no interior do animal, e diz que agora sim, pode trabalhar e ser útil, o que nos faz refletir que o que Ele queria era o fama, os falsos valores, queria ser notado, o que consegue, vira matéria dos jornais e dos rádios corredores. E ninguém se preocupa com a situação dele, veem logo uma vantagem e um novo investimento para melhorar a economia. esposa que já se sente viúva no dia seguinte ao ocorrido, é muito bizarro embora a crítica esteja presente
"Notas de Inverno Sobre Impressões de Verão" ? É um ensaio que relata uma viagem no verão de 1862 que Dostoievski fez pela Europa, passando pela Alemanha, França, Canal da Mancha, Itália, Suíça e Inglaterra e Rússia e em alguns pontos vai estar na volta também, uma viagenzinha básicas de mais de dois meses pela Europa e Ocidente no século XIX.

Ele narra os detalhes dos cenários, e ao aprofundar a leitura você percebe uma avidez que Ele observa sim mas principalmente os costumes das pessoas dos Russos que insistem em imitar os Europeus, e aborda bastante o Francês de Paris que Ele acentua qualquer francês pobre ou rico tem um aspecto nobre, faz crítica dos casamentos por interesse e da falsa nobreza. Muita história embutida.

É isso! Gostaram?

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Teresa Reis 26/02/2023

É Dostoievski né, não tem como ser menos do que ótimo
Todo texto dele é impressionante. Tem um ar de simplicidade e, ao mesmo tempo, tanta profundidade que talvez você se afogue.
No segundo conto desse livro, "notas de inverno sobre impressões de verão", o autor narra uma viagem que fez para a Europa. Ele descreve as suas percepções, principalmente sobre Londres e sobre Paris. A crítica mordaz presente faz pensar não só no desenvolvimento das sociedades modernas, seu funcionamento atual, mas também em como esse "mundo moderno" funciona hoje e como os países fora do eixo de riqueza "eua-europa" se situam cultural e socialmente frente a esse desenvolvimento (ele claramente não fala de eua, é incompatível com a época em que ele viveu, adicionei aqui por minha própria extrapolação dos conceitos que ele aborda). É um relato mais próximo, como se Dostoievski tivesse te entregado um diário de viagem particular dele para você ler.

Raissa 13/11/2023

Kafka versão Lacoste
Esse primeiro conto inacabado faz várias críticas ao capitalismo europeu e ao progressismo russo, com uma pitada de sarcasmo e répteis que podem te engolir vivo! ? Mesmo eu não achando a história 100% perfeita (e essa pequena parte seja apenas 40% do que o Dostoiévski queria escrever), não dá pra dizer que seja uma história ruim. A última parte são os relatos do Dostô enquanto fazia uma viagem pela Europa, num momento complicado da vida dele... não digo que entendi todas as reflexões, mas adorei as críticas sobre o padrão de "família perfeita" que é baseada em riquezas, não no amor. Enfim, achei legalzinho o primeiro conto e gostei bastante das críticas sobre a burguesia na época!

Icaro 09/04/2023

Dosto sempre!
Clássico é clássico. O crocodilo é uma história surreal de um homem engolido por um crocodilo e os princípios econômicos que o impedem de ser retirado da barriga do animal. Notas de Inverno sobre Impressões de Verão versa sobre uma viagem pela Europa feita pelo autor, suas impressões sobre Paris e a falta de juízo dos franceses é incrível.

Nataly 06/03/2021

SOBRE "O CROCODILO", 1864
Esse texto inconcluído tem como um dos subtítulos "Um acontecimento extraordinário" e narra a história de um funcionário público engolido por um crocodilo em uma exposição, mostrando os desdobramentos desse evento fantástico.

As palavras do tradutor Boris Schnaiderman sobre o conto são certeiras: "[...] soa bem ridículo o clichê que se consagrou sobre Dostoiévski como um escritor sombrio, incapaz de um sorriso ou de uma boa gargalhada." (p. 10)

Muito me interessam as histórias curtas de Dostoiévski que levam esses subtítulos de "Narrativa fantástica" ou "Acontecimento extraordinário", como "A dócil", "O sonho de um homem ridículo" e "O crocodilo". Elas ajudam a compreender as concepções do autor acerca da representação da realidade. Usando-se de elementos fantasiosos e absurdos, Dostoiévski construía representações do mundo real ao seu ver muito mais realistas do que aqueles que se prendiam apenas às descrições dos fatos concretos do dia a dia.

Nesse texto, Dostoiévski utiliza o crocodilo como um pressuposto para criticar a burocracia russa, ao seu ver, incapaz de lidar de maneira eficiente com acontecimentos que saiam do previsto e sempre em busca de vantagens, mesmo nas situações mais inusitadas.

Beth 01/10/2023

Não é minha obra preferida de Dostoiévski, mas não deixa de ser um interessante mergulho nos pensamentos de um russo da época sobre os comportamentos de uma Europa vista como tão distante.

Liz 20/05/2022

Bem bom
Gostei do livro. É bem crítico. Em ?O crocodilo? há críticas bem claras à prevalência do princípio econômico sobre o ser humano e, em síntese, é muito tranquilo de ler. Gostei particularmente das ?Notas de inverno sobre impressões de verão?, a narrativa de Dostoiévski sobre sua viagem à Europa é crítica, mas ainda assim um relato de viajante muito bom de acompanhar.

Fernanda M. 11/12/2021

1ª Impressão



O Crocodilo


Fiódor Dostoiévski


O modo de produção capitalista avançou do mundo liberal até a Rússia.


E não seria estranho que um dos maiores nomes da Rússia, o grande Dostoiévski, se incomodasse profundamente com a dualidade na qual se encontra a sociedade Russa da época (1860);


A saber: uma sociedade agrícola com princípios comunistas e voltada para o campo, contra uma possibilidade de ingresso do ?capital? estrangeiro, fortalecendo uma indústria nascente, e com fortes traços burgueses.


Quando aquele homem foi engolido por aquele animal gigantesco, ele provocou uma série de eventos e de questionamentos até então nunca possíveis. Por que um crocodilo atrai os olhares nessa pequena história, e revela-se tão metafórico? As meras semelhanças sobre o medo do desconhecido o vazio do animal e a forma como ele devora as pessoas deixa o espaço para dúvidas:


O homem se deixa capturar pelo capitalismo, ou o capitalismo atrai o homem?

A vida humana pode ser negligenciada em função do princípio econômico do lucro?

O modo de vida capitalista influencia em que medida as relações pessoais?


Como sempre, por meio de leitura de fácil compreensão e algumas boas ironias, Dostoiévski nos leva às grandes reflexões e quiçá muitas mudanças.


Foi inédito e sem precedentes. Não só o fato em si, mas as reações em torno disso.

Uma crítica social, ilustrada na figura de um homem comum, engolido por um animal nada comum.


O crocodilo quer e vai tentar devorar as presas sem dó e sem piedade! Não seja devorado...

Giovanna1920 26/12/2022

Gostei
Crítica ao capitalismo, mas com uma pegada divertida. É um conto de fácil entendimento e que pode ser lido rapidamente. Muito bom, apesar de ser uma obra inacabada.

Anderson.Fernandes 20/10/2019

o que achei dos contos
O livro é divido em duas partes.
Meu interesse maior neste livro era pela segunda parte, para ter a opinião do autor sobre a europa do seu tempo, o verão de 1862. Eu pensei que ele iria falar bastante sobre Inglaterra, Alemanha e França, mas se concentrou bastante falando do Francês de Paris, que ele chama de burguês. Entendi que ele o chama de burguês não no sentido que usamos hoje, remetendo a alguém rico, mas no sentido de alguém que vive na cidade, no burgo. De forma geral ele diz que o Francês, qualquer Francês, de origem nobre ou não, pobre ou rico, tem um aspecto nobre. Diz também que gostam muito de ouvir discursos (usa o termo eloquência) e no final vão para suas casas e épouses e não agem nem fazem nada. Falam só por falar. Ele repete algumas vezes isto: que o francês por mais desonesto que seja, sempre tem um aparência altiva e nobre. Diz também que o usual são os casamentos por interesses financeiros, onde a mulher (ma biche – a corça, termo que os próprios franceses usavam) só se interessa pelo homem ( bribri – pássaro, novamente termo que os franceses usavam) se este tivesse mais posses / dinheiro do que ela. Então fazem este casamento por interesses, mantêm a aparência de casal perfeito enquanto a mulher sempre tem um amante e o homem faz vistas grossas pra isto, tendo em vista que o amante passa a dar pequenos luxos pra sua esposa e assim o próprio marido tem seus gastos reduzidos e menos reclamações da esposa. Após um certo tempo o marido se cansa e arruma também uma amante para si. Então ficam ambos mantendo o casamento, onde o objetivo é puramente o financeiro e cada um vivendo duas vidas com seus amantes.

O Crocodilo
É um conto que encerra abruptamente. Achei meio nada a ver. O crocodilo em exposição numa galeria de São Petersburgo engole o cara e ele continua vivo lá dentro. O idiota então acha aquilo confortável e deseja ficar famoso com isso, vivendo dentro do crocodilo e dando palestras de dentro do crocodilo. Fica enchendo o saco do seu amigo para que este lhe traga os jornais diariamente e lhe leia os jornais, para se inteirar das noticias da cidade. O amigo tem interesse amoroso na mulher deste cara que ficou dentro do crocodilo, passa a consolá-la com objetivo amoroso. A mulher fica fula da vida e fica querendo se divorciar, pois não dá pra ter marido se o marido está dentro do crocodilo. O colega que está de olho nesta mulher lhe aconselha a continuar recebendo o soldo do marido pra comprar seus vestidos e se manter. Ele tb fica meio desconfiado de que ela está tendo um caso com um outro rapaz, mas o livro não deixa isso claro, pode ser apenas ciúmes.

Julio.Argibay 10/06/2021

Crocodilo europeu
Eu li este conto e fiz a resenha já tem algum tempo, eu acho q sumiu do aplicativo. Mas a estória eh muito boa, ele se utiliza do realismo fantástico, acho bem diferente do que o escritor se propõe. Foco na psique dos personagens. Eh interessante novas propostas de um autor tão visceral que joga seus personagens no limite da razão. O segundo conto também se destaca. O autor viaja pela Europa e conta como foi esta experiência através de uma ótica extrangeira.

May - @may.book.s 30/03/2020

Inusitado
Uma bela de uma crítica à sociedade e à política russa... irônico, sarcástico. Muito bom e rápido de ler...