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Resenhas - O Crocodilo
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Bruno 09/01/2019
Resenha de Verão
O Crocodilo foi o primeiro conto fantástico do Dostoievski que eu li, estava bastante divertido, pena que é inacabado. Parece que ainda duraria bastante, de acordo com os comentários do tradutor, Boris Schnaiderman, sobre os rascunhos para a continuação. Possui uma forte crítica ao pensamento modernista liberal russo da época, trazendo pontos que serão tocados semelhantemente em Memórias do Subsolo, publicado logo após, no mesmo ano (1864).
Notas de Inverno sobre Impressões de Verão é um texto sobre uma viagem de dois meses e meio que Dostoievski fez à Europa, passando pela Alemanha, Inglaterra, França e Itália, mas focando seus relatos sobre suas passagens por Paris e Londres. É um texto marcado por impressões político-sociais, sendo seus lúcidos comentários sobre o burguês europeu do século XIX os que mais me impressionaram: "O que mais lhe agrada é a tranquilidade política e o direito de juntar dinheiro a fim de arrumar do modo mais sossegado o seu cantinho" (p. 161).
Resenha de Verão
O Crocodilo foi o primeiro conto fantástico do Dostoievski que eu li, estava bastante divertido, pena que é inacabado. Parece que ainda duraria bastante, de acordo com os comentários do tradutor, Boris Schnaiderman, sobre os rascunhos para a continuação. Possui uma forte crítica ao pensamento modernista liberal russo da época, trazendo pontos que serão tocados semelhantemente em Memórias do Subsolo, publicado logo após, no mesmo ano (1864).
Notas de Inverno sobre Impressões de Verão é um texto sobre uma viagem de dois meses e meio que Dostoievski fez à Europa, passando pela Alemanha, Inglaterra, França e Itália, mas focando seus relatos sobre suas passagens por Paris e Londres. É um texto marcado por impressões político-sociais, sendo seus lúcidos comentários sobre o burguês europeu do século XIX os que mais me impressionaram: "O que mais lhe agrada é a tranquilidade política e o direito de juntar dinheiro a fim de arrumar do modo mais sossegado o seu cantinho" (p. 161).
Bruno 09/01/2019minha estante
Então, havia uma certa admiração da aristocracia russa da época pelos valores da burguesia europeia (ocidental), e uma tentativa de assimilação desses valores morais, mesmo sem digeri-los tal como aconteceu na Europa, que os construiu sobre uma base propriamente europeia, mas apenas imitá-los, como o pensamento positivista, que exacerba a razão em detrimento da não-razão, digo, de tudo aquilo que não é capturado pela razão. Assim, Dostoievski analisa esses valores burgueses através de suas lentes russas.
Então, havia uma certa admiração da aristocracia russa da época pelos valores da burguesia europeia (ocidental), e uma tentativa de assimilação desses valores morais, mesmo sem digeri-los tal como aconteceu na Europa, que os construiu sobre uma base propriamente europeia, mas apenas imitá-los, como o pensamento positivista, que exacerba a razão em detrimento da não-razão, digo, de tudo aquilo que não é capturado pela razão. Assim, Dostoievski analisa esses valores burgueses através de suas lentes russas.
Bruno 09/01/2019minha estante
E é incrível como é atual essa leitura, pois podemos observar fortemente também em nós e no Brasil de hoje essa certa força sedutora e colonizadora europeia.
E é incrível como é atual essa leitura, pois podemos observar fortemente também em nós e no Brasil de hoje essa certa força sedutora e colonizadora europeia.
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Giovana 09/01/2019minha estante
Era pra ser exclamação, mas foi uma interrogação sem querer. Parece ser interessante
Era pra ser exclamação, mas foi uma interrogação sem querer. Parece ser interessante
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jackpveras 09/11/2023
Crocs-crocs!
O crocodilo é um conto maravilhoso, engraçado e até filosófico. A história traz reflexões muito bacanas acerca da natureza humana, vaidade e, sobretudo, do Ego. Se o livro contivesse apenas essa história, eu daria cinco estrelas brincando e estaria em intenso derretimento passional frente à genialidade de Dostoiévski.
Mas, nem tudo são flores.
A segunda história, Notas de inverno sobre impressões de verão, é de uma chatice fora da lógica.
Enfim, até os gênios pisam na bola de vez em quando.
Crocs-crocs!
O crocodilo é um conto maravilhoso, engraçado e até filosófico. A história traz reflexões muito bacanas acerca da natureza humana, vaidade e, sobretudo, do Ego. Se o livro contivesse apenas essa história, eu daria cinco estrelas brincando e estaria em intenso derretimento passional frente à genialidade de Dostoiévski.
Mas, nem tudo são flores.
A segunda história, Notas de inverno sobre impressões de verão, é de uma chatice fora da lógica.
Enfim, até os gênios pisam na bola de vez em quando.
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Luca Coelho 07/03/2013
Não é o melhor livro do Dostoiévski, mas me impressionei com a capacidade cômica que eu realmente não achava que ele tinha!!!!
Não é o melhor livro do Dostoiévski, mas me impressionei com a capacidade cômica que eu realmente não achava que ele tinha!!!!
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Pisi14 25/08/2023
Surreal e divertida
O livro mostra que Dostoiévski pode ser uma leitura leve, agradável, divertida e que o autor sabe fazer comédia além do drama e das grandes questões existenciais
Surreal e divertida
O livro mostra que Dostoiévski pode ser uma leitura leve, agradável, divertida e que o autor sabe fazer comédia além do drama e das grandes questões existenciais
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Inlectus 16/02/2011
Bom livro.
Aqueles tipos de contos dúbios e belos, que divertem e fazem pensar, leitura agradável.
Bom livro.
Aqueles tipos de contos dúbios e belos, que divertem e fazem pensar, leitura agradável.
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Adriana1161
29/08/2018
Intenso
Esse livro mostra, na primeira parte, um Dostoiévski muito fantástico, até demais rsrs. Ele escreve um texto no estilo do "Nariz" de Gógol. E na segunda parte, um Dostoiévski crítico, filósofo e político.
É uma sátira.
São duas histórias que na verdade querem mostrar a luta pra manter a cultura russa, mesmo almejando o progresso europeu. São reflexões sobre o Capitalismo e o Socialismo. E é incrível, como ele fala o que quer dizer, sem dizer!
Enxurrada de impressões, ideias e pensamentos.
É impressionante, como Dostoiévski tinha um pensamento tão atual, incrível mesmo!
29/08/2018Intenso
Esse livro mostra, na primeira parte, um Dostoiévski muito fantástico, até demais rsrs. Ele escreve um texto no estilo do "Nariz" de Gógol. E na segunda parte, um Dostoiévski crítico, filósofo e político.
É uma sátira.
São duas histórias que na verdade querem mostrar a luta pra manter a cultura russa, mesmo almejando o progresso europeu. São reflexões sobre o Capitalismo e o Socialismo. E é incrível, como ele fala o que quer dizer, sem dizer!
Enxurrada de impressões, ideias e pensamentos.
É impressionante, como Dostoiévski tinha um pensamento tão atual, incrível mesmo!
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Lucas 19/12/2015
Um ataque ao vazio de sentido do Ocidente
As "Notas..." são impressionantes. No mesmo tom exaltado daquelas outras notas - do Subsolo - e também de um outro passageiro russo de trem - "Sonata a Kreutzer" de Tolstói - mergulha-se numa maldição contra o suposto prazer de viajar. Além do tom francamente ranzinza, impressiona a condenação moral do autor-narrador contra Paris e seus habitantes - dos prazeres fáceis, rotina indolente, diletantismo fútil, hedonismo, adultério, exibicionismo, narcisismo, afetação intelectual - de um profundo vazio de sentido, que se estende ao Ocidente de um modo geral, já que Londres e algumas cidades alemãs também entram no pacote de impiedosas críticas. É difícil deixar de notar o paralelo entre esta crítica russa, com sua fé ortodoxa e sua moral semi-oriental, e a crítica atual dos radicais islâmicos que atacam Paris e o Ocidente. No mesmo paralelo, cabe observar o destaque que Dostoiévski dá ao opressivo estado de vigilância sobre o fluxo de migrantes e viajantes em Paris.
O fato é que o vazio de sentido que acomete o Ocidente - tema do recente "Submissão" de Houellebecq - já incomodava e indignava radicais morais como o autor-narrador russo destas Notas. E não sem razão.
Um ataque ao vazio de sentido do Ocidente
As "Notas..." são impressionantes. No mesmo tom exaltado daquelas outras notas - do Subsolo - e também de um outro passageiro russo de trem - "Sonata a Kreutzer" de Tolstói - mergulha-se numa maldição contra o suposto prazer de viajar. Além do tom francamente ranzinza, impressiona a condenação moral do autor-narrador contra Paris e seus habitantes - dos prazeres fáceis, rotina indolente, diletantismo fútil, hedonismo, adultério, exibicionismo, narcisismo, afetação intelectual - de um profundo vazio de sentido, que se estende ao Ocidente de um modo geral, já que Londres e algumas cidades alemãs também entram no pacote de impiedosas críticas. É difícil deixar de notar o paralelo entre esta crítica russa, com sua fé ortodoxa e sua moral semi-oriental, e a crítica atual dos radicais islâmicos que atacam Paris e o Ocidente. No mesmo paralelo, cabe observar o destaque que Dostoiévski dá ao opressivo estado de vigilância sobre o fluxo de migrantes e viajantes em Paris.
O fato é que o vazio de sentido que acomete o Ocidente - tema do recente "Submissão" de Houellebecq - já incomodava e indignava radicais morais como o autor-narrador russo destas Notas. E não sem razão.
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Lilian 06/01/2023
Primeiro em o Crocodilo achei super interessante o assunto e o sarcasmo que ele utiliza, me surpreendeu muito?.quanto as notas de inverno achei super fortes as críticas que ele faz ao burguês europeu, muito interessante esse ponto de vista.
Primeiro em o Crocodilo achei super interessante o assunto e o sarcasmo que ele utiliza, me surpreendeu muito?.quanto as notas de inverno achei super fortes as críticas que ele faz ao burguês europeu, muito interessante esse ponto de vista.
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Victor 30/12/2022
Excelente
É claro, Dostoievski está além do meramente banal, difícil seria encontrar texto dele que fosse apenas "bom". O crocodilo é um texto incompleto, que trás consigo a crítica aberta e satírica à ocidentalização industrial da Rússia Czarista. A ideia é desenvolvida nas Notas de Inverno sobre Impressões de Verão.
Divertido e ácido.
Excelente
É claro, Dostoievski está além do meramente banal, difícil seria encontrar texto dele que fosse apenas "bom". O crocodilo é um texto incompleto, que trás consigo a crítica aberta e satírica à ocidentalização industrial da Rússia Czarista. A ideia é desenvolvida nas Notas de Inverno sobre Impressões de Verão.
Divertido e ácido.
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