Korechilles 24/01/2024
Um Pedaço de Madeira e Aço
Me dói dar uma nota dessas para o Chabouté, visto que amo sua outra obra "Solitário", com todo meu coração. Mas nada nesse livro me pegou verdadeiramente, fiquei apática durante 80% da leitura.
Eu admiro bastante toda a sensibilidade intimista e única que o Chabouté trás em seus livros, transformar um simples banco de praça em protagonista e tornar isso minimamente interessante não é para qualquer escritor. Tornar uma obra literária completamente >visual< aclamada não é pra qualquer um.
O livro não tem nenhuma fala, balão de diálogo, é apenas reflexão, interpretação, sentimento. É bem o estilo do Chabouté na verdade, mas acho que aqui foi ao nível máximo. Isso para algumas pessoas pode ser o suficiente e eu entendo totalmente porque essa obra é amada. Porém, não é para mim, não consegui me conectar e sentir.
Ver as vidas conectadas através do banco foi bonito e me fez pensar em alguns momentos, soltar um arzinho do nariz em outros e o final aqueceu um pouco meu coração. Mas é isso, em poucos dias sinto que esquecerei dessa obra.
Recomendo mesmo assim? Sim, pode ser mais significativo para algumas pessoas do que para mim, alguém pode conseguir enxergar algo que eu não fui capaz. É uma boa graphic novel, mas depende bastante do tipo de telespectador para funcionar.