Ivy (De repente, no último livro) 15/03/2018
Piratas são tudo!!!
Canção das Águas é a primera parte de uma bilogia que para alegria do leitor tem um final fechadinho, que nos deixa satisfeitos e encerra com maestria e coerência grande parte dos fios soltos deixados ao longo da trama. Isso sim, ao ser uma bilogia sempre vai ficar uma questão em aberto para ser resolvida na próxima entrega porém, considero o final desse livro bastante fechado, quase autoconclusivo.
A trama nos apresenta a história de Caroline Oresteia, uma corsária de dezessete anos que trabalha com seu pai, Nick Oresteia e um homem sapo, Fee, na barca da familia, a Cormorant. Carô, como é chamada, carrega dentro de si a tristeza de ser a única Oresteia que nunca escutou a voz do deus do rio.
Todos os outros Oresteia conseguem se comunicar com o deus do rio, que segundo eles se manifesta na linguagem das pequenas coisas, por meio de sinais. Até Fee, o homem sapo, possui esse dom. Todos, exceto Carô.
Quando Nick é preso pela margravina, a guarda da cidade, Carô é forçada a fazer uma entrega misteriosa até a cidade de Valonikos. Ela não sabe qual o valor do que está carregando, mas sabe que o preço de fazer a jornada bem sucedida será a vida e a liberdade de seu pai.
O problema é que o misterioso caixote está sendo disputado por pessoas poderosas, dispostas à matar, inclusive os Cães Negros, piratas mercenários comandados pelo astuto capitão Diric Melanos, que à bordo do imponente navio Victorianos, perseguirá Carô por rios e mares, em busca do misterioso tesouro que a corsária foi obrigada a transportar.
Canção das Águas tem uma trama intensa, com romance, aventuras, conspirações, piratas destemidos, piratas traiçoeiros, deuses misteriosos e enigmáticos e uma esplêndida ambientação que nos faz querer tomar parte da aventura vivida por Carô e seus amigos.
A narração de Sarah é perfeita, envolvente, não perde o ritmo em nenhum momento. A autora escreve de maneira poética, sabe contar sua trama usando de enigmas e detalhes que convidam o leitor à descifrar os mistérios ocultos em palavras. O início está para nos ambientar à história, nos mostrar quem é Carô, quem é seu pai e os barqueiros que fazem parte de seu mundo, incluindo a familia Bollards. Depois desse primeiro momento introdutório, a trama é carregada de aventuras em alto mar, cheia de reviravoltas inesperadas e com um romance que, embora seja previsível, ocorre de maneira pausada, delicada, coerente com os eventos.
Os personagens são carismáticos, fortes, defensores de seus ideais. Até mesmo os vilões parecem estar convencidos de suas motivações. Aliás, a autora soube traçar de maneira magistral o perfil de cada personagem, trazendo características muito humanas à cada um. Mesmo os heróis possuem seu ponto débil, uma ambição desmedida, um medo irracional, uma verdade oculta. Esse lado sensível de seus personagens, onde ninguém é exatamente perfeito cativa o leitor, conquista e convence.
Em resumo, Canção das Águas é uma história que deixa marca, porque possuí um toque que a faz diferente, poética, original, sensível na medida certa. Um livro que com certeza recomendo aos amantes da aventura, dos piratas, da fantasia, e à todos aqueles que buscam através da leitura passar por momentos únicos que apenas uma boa história é capaz de nos fazer sonhar.
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