Thuanne Hannah
22/06/2018Esse é o terceiro volume da série da Detetive Erika Foster. Desta vez, ela está em outro departamento, só que seus instintos não a deixam permanecer por lá. Certo dia, a detetive está coordenando uma operação que vai incriminar Jason Tyler, um traficante da pesada que escondeu dez quilos de heroína numa pedreira. Só que além das drogas, a equipe encontra os restos mortais de uma criança. Após a perícia forense, descobriram que os restos mortais são de Jessica Collins, uma garota de apenas 7 anos que esteve desaparecida por 26 anos. Após essa descoberta, certamente Erika Foster quer voltar a liderar uma equipe para descobrir quem foi o assassino de Jessica, então, mais uma vez volta para a equipe de homicídios e se prepara para resolver o mistério.
Erika é muito qualificada, totalmente dedicada ao trabalho e não deixa seus crimes sem solução. Mesmo sendo um caso muito difícil por ser muito antigo, ela não desiste e quer saber o que realmente aconteceu com a garota, para talvez dar um pouco de conforto à família Collins. Junto com seus parceiros, A detetive Moss e o detetive Peterson, ela está determinada a desvendar o mistério, portanto, ela reabre o caso, revê todos os arquivos e entra em contato com a detetive que trabalhou no caso há 26 anos atrás, Amanda Baker, a fim de saber se deixaram passar algo na época.
"— Preciso de alguém com pulso firme para conduzir a reabertura dessa investigação. Por que você acha que é a pessoa certa para o caso?
— Não sou uma policial de carreira. Me dedico totalmente aos meus casos. Uma garota vulnerável de 7 anos desapareceu e alguém a jogou como um saco de lixo naquela pedreira. Quero encontrar quem fez isso. Quero justiça para Jessica. Quero que a família dela possa seguir em frente e vivenciar o luto."
Novamente, Robert Bryndza me surpreendeu. A cada livro eu fico mais feliz por saber que o autor tem muita história para contar. Cada livro segue um rumo diferente, com uma história completamente díspar da anterior. Em Sob Águas Escuras, o autor mais uma vez nos leva a acreditar em certas coisas, nos conduzindo a vários suspeitos, mas no final, acaba não sendo nada do esperado. Dessa vez consegui descobrir uma coisa antes do final, mas até que foi fácil, então acredito que tenha sido esse o objetivo do autor, pois com essa descoberta, várias outras teorias foram criadas.
A família Collins é muito bem retratada, assim como a maioria dos personagens que já são conhecidos dos livros anteriores. Nesse livro, eles vão ganhando ainda mais destaque na história e é muito bom ver como o autor tem todo o cuidado em criar personagens bem diferentes, tanto na aparência, quanto na personalidade. Como citei na resenha de Uma Sombra na Escuridão, os livros podem ser lidos separadamente, mas é bem melhor ler em sequência para que o leitor possa conhecer cada um desses personagens e saber tudo o que aconteceu no passado de Erika.
Mais uma vez, Robert Bryndza abordou temas polêmicos como pedofilia, depressão e corrupção na polícia, o que deixa a obra ainda mais interessante. Continuando com capítulos curtos, uma escrita rápida, precisa e sem rodeios, ele traz muita dinâmica a trama. O livro não fica monótono em momento algum e é perceptível o quanto o autor está confortável com o gênero.
O final foi totalmente inesperado, todas as questões foram respondidas e combinou muito com toda a trama. É engraçado como o autor consegue enganar o leitor, deixando uma grande expectativa no ar até a última página. Ele cria todo um cenário onde é possível deduzir tudo o que aconteceu há 26 anos atrás e no final, não é nada daquilo que imaginamos. O autor me conquistou de vez com essa obra e estou aguardando ansiosamente pelo lançamento dos próximos volumes!
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http://www.everylittlebook.com.br/2018/06/resenha-sob-aguas-escuras-robert-bryndza.html