Laura.Oliveira 04/10/2021
O melhor da série até agora
Opostos é o sexto livro da série Paixões Gregas, de autoria da escritora Mônica Cristina. Essa foi a primeira série que a autora escreveu, pelo que sei, e depois dela a Mônica lançou muitos outros livros. Como comecei a ler a autora pelos livros que vieram depois, sei que ela melhorou muito em todos os aspectos, desde a escrita ao desenvolvimento de ambientação e personagens. Por causa disso, apesar de achar que opostos foi o melhor livro da série até agora, ele não é nem de longe um dos melhores livros da Mônica e apresenta alguns detalhes que não consegui gostar ao longo da leitura.
Para começar, os protagonistas aqui são adolescentes. Não necessariamente é um problema, mas todos os outros livros que li da Mônica foram com protagonistas mais velhos, então já esperava que na história da July e do Tyler fosse haver certas picuinhas referentes a idade deles. Apesar de não terem sido tantas, algumas me deixaram impaciente, como a besteira do Tyler chamando a July de patricinha e ela fazendo tempestade em copo de água como se ela sofresse tal como a Maria do Bairro por ser linda, rica e ter tudo do bom e do melhor e ele fosse horrível só por chamar ela de patricinha.
Apesar dessas besteirinhas, tirando uma situação que eu não consegui engolir (e que não vou falar por ser spoiler, mas é a causa do último grande conflito entre o casal no final da narrativa), todas as outras “picuinhas” foram compreensíveis, principalmente às referentes ao Tyler. Aliás, na minha humilde opinião, o Tyler foi o personagem mais bem desenvolvido de toda a série até agora. Que personagem repleto de nuances e interessante do início ao fim! Posso afirmar com tranquilidade que só enfrentei as mais de 700 páginas por ele, porque a July, por outro lado, me tirou a paciência. Era incrível a capacidade dela de transformar tudo na história como sendo referente a ela, sendo que na maioria das vezes nem era.
Para ser honesta, a July começou até bem (exceto pelo auê do preconceito com patricinha). Acho que o que me fez ir desgostando dela é que a história foi se alongando demais e o recurso usado para isso foi fazer ela ter crise de ciúme por cima de crise de ciúme. Opostos ganhou pontos comigo por manter um ritmo bom de acontecimentos do início ao fim, mas preciso dizer que 700 páginas é demais pra um romance. Algumas cenas poderiam ser diminuídas, principalmente as que não tinham nada a ver com o plot principal. Apesar de ter gostado das narrações do Nick, do Josh, da Lizzie e da Annie, elas eram uma quebra de narrativa que me faziam perder o interesse no que estava acontecendo com a July e o Tyler. Chegou um momento que eu só queria ler a narração dos “intrusos”. Outra coisa que também não curti muito foi a passagem de tempo nos capítulos finais. Primeiro semanas, depois meses e, do nada, uns três anos. Entendi que foi pra ter gancho pro próximo volume, mas pensei logo que era só ter feito a passagem no próximo.
De um modo geral, eu gostei do livro. Ele é bom e, apesar das 700 páginas, li tudo em menos de uma semana, porque a escrita da Mônica é mágica assim. Não foi o melhor livro da autora, como já disse, mas vale a pena. Quando você percebe, está envolvido no drama da família Stefanos e querendo cada vez mais acompanhar a história de cada um.