Milena @albumdeleitura 25/06/2018
O bosque de faias
O romance se passa no século XIX, época em que os pais firmavam acordos nupciais baseados no interesse e na ascensão social de sua família. Seguindo a tradição, era comum que as filhas mais velhas se casassem primeiro, para que, posteriormente, as demais fossem desposadas. Essa poderia ser apenas mais uma história comum, entre os membros da burguesia da sociedade francesa, de uma moça que não se casou por amor, e sim por obrigação. O problema é que não se trata de uma história comum, pelo contrário...
Mesmo após o baile de debutante no qual foi apresentada à sociedade, Joana, a filha mais velha de Frederico Hour, rejeita todos os seus pretendentes, atitude que não era bem aceita e lhe rendeu o título de "rebelde", afinal, a jovem estava mais interessada em livros que, na época, eram proibidos para mulheres, do que nas futilidades de uma sociedade egoísta e autoritária, na qual praticamente todas as mulheres se deixavam levar pelas ilusões e devaneios românticos.
Decidida a passar um tempo longe de tudo e de todos, ela vai para o seu tão amado bosque de faias, localizado próximo à sua casa.
"O bosque de faias não era o local mais apropriado para uma jovem dama frequentar, especialmente sozinha. Joana sabia disso, ainda mais após constantes invasões e batalhas que antecederam a restauração do rei ao trono. Porém não conhecia outro lugar na redondeza onde pudesse ficar sozinha e ler sem ser incomodada."
Joana estava concentrada em sua leitura, quando percebe a presença de um homem à cavalo, bastante inconveniente e intrometido, diga-se de passagem.
"- Quanta antipatia para uma jovem tão formosa - ele resmungou para si mesmo em tom baixo, no entanto, Joana pôde ouvir. - Pois bem, se é assim... também não desejo conhecer uma moça tão irritada quanto a senhorita. Adeus! Mas antes deixe-me olhá-la melhor, para poder evitá-la caso a encontre novamente."
Alguns dias após o ocorrido, o vilarejo está em polvorosa com a notícia da chegada do Lorde Phillip Motier, dono de uma das mais ricas propriedades da região que, decide se mudar para a França, depois de herdar a fortuna de seu tio. Com o intuito de organizar um baile a fim de se apresentar à sociedade, ele pede que seu amigo, Alexandre Franz, se encarregue de entregar os convites pessoalmente para os moradores do vilarejo.
Porém, os Hour o confundem com o Lorde, e esse grande mal entendido é o estopim para colocá-lo frente a frente com a moça "desbocada" que conheceu no bosque de faias. E é a fim de conhecê-la melhor, que Alexandre decide sustentar a mentira por um tempo. Mas ele sequer imaginava que quando Phillip, de fato, viesse para o vilarejo, a mentira que contara viria à tona e traria consequências inimagináveis.
Com personagens apaixonantes, uma trama bem amarrada, envolvente e cheia de intrigas, somos apresentados, com detalhes, aos costumes e tradições da sociedade francesa do ano de 1816, reforçando também aspectos históricos da época. Esse foi o meu primeiro contato com a escrita da autora e posso dizer que me surpreendi de maneira extremamente agradável. Amanda soube desenvolver muito bem não só os protagonistas, mas também todos os coadjuvantes, nos dando a sensação de estarmos vivenciando o dia a dia ao lado deles.
Me identifiquei muito com Joana, por ela ser uma protagonista ímpar, confiante e dona de si, e mesmo com uma sociedade lhe ditando tantas regras, ainda consegue seguir seu coração, mas sem tirar os pés do chão.
Recomendo o livro para todos os apaixonados por romances de época ou aqueles que desejam se aventurar por um novo gênero literário. Garanto que terão seus corações aquecidos por este romance viciante e não conseguirão largá-lo até chegar à última página!
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