Interferências

Interferências Connie Willis




Resenhas - Interferências


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C. Aguiar 16/01/2019

Briddey Flannigan vive em um mundo onde a tecnologia está tão avançada que é possível os casais conectarem-se emocionalmente através de um procedimento cirúrgico. Com isso você pode sentir as emoções que seu parceiro está vivenciando. Em teoria isso pode ser algo maravilhoso e até faria com que os casais se sentissem mais próximos, mas para Briddey será um grande pesadelo.
Trent acabou pedindo para que Briddey fizesse o EED com ele - quem sabe depois disso ele peça sua mão em noivado - e ela sem hesitar acaba concordando em fazer o procedimento.

Mesmo que sua família não concorde/aceite, Briddey acredita que Trent é o homem da sua vida e ela com certeza está comprometida com esse relacionamento e por isso fará o procedimento em segredo.
Mas, assim que acorda da cirurgia ela descobre que não está ligada emocionalmente ao seu namorado e sim a alguém do trabalho. Essa conexão só deveria funcionar se ela e a pessoa estivessem ligadas emocionalmente, mas ao que parece não é exatamente assim que funciona, ou é? Será que ela e o namorado não estão emocionalmente envolvidos?
Briddey não está apenas ligada a C.B, como está conversando com ele telepaticamente e isso com certeza deveria ser impossível!

A partir desse momento Briddey começará a questionar várias coisas em que acredita e também descobrirá outras que nem sabia que existiam. Mas, o pior ainda está por vir.
Nessa leitura acompanhamos o desespero da personagem em fugir de sua família que está sempre metendo-se onde não é chamada, eles não deixam ela ter nenhum pouco de privacidade e ligam a todo momento, ou vão ao apartamento e até mesmo invadem seu escritório.
Vemos personagens que são completamente dependentes da tecnologia e maníacos com diversas coisas.
Eu particularmente fiquei muito incomodada com a família de Briddey durante a leitura, as irmãs dela são muito surtadas com coisas insignificantes e isso estava me deixando maluca.
Briddey passa boa parte do livro fugindo da família intrometida e das pessoas da empresa que são extremamente fofoqueiras e não dão um segundo de paz para ela. Chega a ser muito cansativo.

C.B é um personagem interessante e completamente maluco em alguns momentos. Ele começa a tentar fazer Briddey desistir de ir adiante com o procedimento cirúrgico. Ele tem completa convicção que algo ruim acontecerá com ela se a mesma seguir com esse plano.

Ele é carinhoso, inteligente e prestativo, apesar de todo mundo na empresa pensar que ele é um completo lunático.

Aos poucos percebemos que C.B está tentando manter-se afastado das outras pessoas por motivos que ninguém imaginaria e isso pode complicar ainda mais a vida de Briddey que quer apenas conectar-se com seu namorado.

O livro critica uma sociedade dependente da tecnologia e trás alguns temas bem importantes, mas que em alguns momentos eu acabava esquecendo devido ao desespero da Briddey em fugir da família intrometida.
A trama geral é bem fácil de "ver" como irá se desenrolar, depois de mais ou menos duzentas páginas eu já comecei a descobrir basicamente tudo e enquanto acontecia a história eu já tinha uma leve noção de quem estava fazendo "o quê" e o "porquê" daquilo.

A leitura é leve e bem fluida, mas não gostei muito da explicação do porquê Briddey conseguiu virar telepata, realmente não me convenceu nenhum pouco. Eu consegui entender a origem por detrás de tudo isso, mas achei muito fraco para basear uma história.
A grande maioria dos personagens eu detestei logo de cara e passei boa parte do livro aguentando a leitura por causa de C.B, pois até a Briddey me deu nos nervos em diversas situações.

Foi uma boa leitura, mas eu esperava muito mais! O final não foi bom e sinceramente não sei se no momento leria algo da autora novamente.
Eu tenho que ressaltar aqui que sou completamente apaixonada pela capa desse livro!!!! Não encontrei erros enquanto lia e ao início de cada capítulo é o possível observar uma citação.
Eu sei que muitas coisas não me agradaram durante a leitura, mas sugiro que você leia e tire suas próprias conclusões.

site: http://www.seguindoocoelhobrancoo.com.br/
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timeladie 13/01/2019

Bom passatempo!
Cheio de referências, o livro traz de uma forma bem divertida e que, particularmente, nunca tinha visto antes de abordagem da telepatia e afins. Muito gostoso de ler, apesar do clichê poder atrapalhar um pouco quem não gosta de romance entre os personagens. É um bom livro pra quem pretende se aventurar pela primeira vez em ficção científica. Recomendo ??
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Milena 05/12/2018

O (muito) bom e velho clichê
Interferências, da Connie Willis, é uma obra de ficção científica e romance, que aborda um futuro no qual as pessoas podem fazer uma cirurgia para aumentar a empatia entre os casais, deixando-os mais ligados emocionalmente. Briddey está prestes a se casar com o poderoso Trent, e, por isso, ele sugere que o casal realize tal cirurgia. Sem pensar muito, ela aceita a proposta do noivo, mesmo com os alertas de sua intrometida família e de certos estranhos. Há algo de errado no procedimento, porém, que tornará a trama muito mais complicada.
Eu achei a história extremamente envolvente e me deu aquela vontadezinha de ficar lendo por horas, sem sair do lugar. A escrita é muito boa e, por mais que o tamanho do livro e da letra assustem um pouco, vale muito a pena e você nem percebe essas coisas.
Achei o romance clichê em si, mas o plano de fundo não, ele é bem intrigante e misterioso. Enfim, eu adorei muito esse livro, por favor leiam!!!
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Aimeelivros 05/11/2018

Interferências – Connie Willis
Desde que peguei esse livro para ler vi tantos comentários negativos sobre que demorei bastante para finalmente pegar e o ler. E aí percebi que mais uma vez estou na contramão da sociedade.
Em um futuro não muito distante, os casais podem se conectar emocionalmente com seus parceiros através de uma cirurgia. Explicando melhor, eles podem sentir os sentimentos de seu parceiro., veja bem, não é uma leitura de mente, e sim uma sensação.
Briddey fica surpresa quando seu namorado, Trent, pede para que façam a cirurgia de EED, para que após a conexão emocional eles possam se casar. O casal no momento passa por um momento tanto quanto tenso na empresa em que trabalham, pois a empresa é concorrente da Apple que vai lançar um novo celular no mercado. Nesse meio tempo Briddey e Trent acabam fazendo a cirurgia de EED, mas o resultado acaba não sendo o esperado, Briddey se conecta, mas não de forma emocional e nem com seu namorado, e sim com alguém que ela nunca esperava.

Fazia tempo que não lia uma ficção cientifica e gostei bastante de como a autora trabalhou a temática. A história é bem original, é um livro divertido, contanto, acredito que a autora pecou em um ponto: algumas passagens acabam sendo um pouco cansativas apesar de serem diálogos, mas nada que interfira drasticamente no andamento da leitura.
A história acaba sendo um tanto quanto cômica e desde o inicio dá pra se desconfiar de certos personagens.
A pitada de romance acaba sendo na dosagem certa, ainda mais porque os personagens passam por cada situação hein, pincipalmente a Briddey. Não posso deixar de comentar da família da Briddey, que minha gente! Sei muito bem como é difícil uma família dessa (intrometida, inconveniente e vem sempre nos piores momentos). Apesar de algumas pessoas terem colocado os parentes da protagonista como um ponto negativo na história, vejo como um contraponto positivo e no desenrolar do livro temos umas justificativas para tanta intromissão.
Interferências é uma ficção cientifica leve e descontraída, com um pouco de romance e muito humor. Uma ótima sugestão para a sua próxima leitura.
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PorEssasPáginas 05/11/2018

Eu devo começar essa resenha dizendo que se eu não tivesse recebido esse livro de parceria eu provavelmente tinha desistido de ler logo nos primeiros capítulos. O motivo? A autora simplesmente joga um monte de personagens de uma vez só. Em um livro de 400 páginas achei isso completamente desnecessário. Será que não daria para fazer as apresentações um pouco mais lentamente? Eu sou uma pessoa péssima com nomes, então essas primeiras páginas não adiantaram de muita coisa: não gravei o nome de ninguém, tirando o da protagonista.E alguns desses personagens são mais importantes lá no final do enredo, então não é como se realmente fosse importante eles serem apresentados tão cedo assim.

Eu passei pelo “mar de nomes” e então o livro começou a ficar bem interessante. Existe um procedimento cirúrgico um tanto quanto controverso chamado EED que aumenta a empatia entre os casais. Esse procedimento não faz com que um leia a mente no outro, é mais como se você conseguisse sentir as emoções do outro. Trent, o namorado de Briddey Flannigan, sugere que os dois façam esse procedimento antes mesmo de eles casarem. Mesmo com várias pessoas sendo contra, ela acaba aceitando. Porém, os problemas começam quando ela acaba se conectando a outra pessoa. E ela não só se conecta, como também consegue ler os seus pensamentos… Algo que não deveria acontecer.

Eu adoro esses enredos com super-poderes então achei um máximo toda essa história de ler mentes. Interferências é basicamente um chick-lit com um background de ficção científica, ou seja, é realmente uma mistura que eu não me lembro de ter lido até hoje. Algumas pessoas disseram que logo no início descobriram qual era o grande segredo do final, mas eu tenho que admitir que isso nem passou pela minha cabeça. Eu estava mais envolvida nos problemas momentâneos da protagonista e por isso não refleti muito sobre o que realmente tinha levado a toda essa situação. Os personagens são muito cativantes, o enredo é interessante mas é o problema é que uma grande parte do livro não era necessária! (...)

***Resenha completa no blog***

site: http://poressaspaginas.com/resenha-interferencias
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Mila F. @delivroemlivro_ 30/10/2018

Uma lástima!
Confesso que uma das coisas que mais me chamaram atenção foi a capa e também uma afirmação presente na orelha do livro "Um dos livros de ficção científica mais divertidos dos últimos anos", e mesmo sendo um livro que foge total da minha zona de conforto, resolvi dar uma chance e me surpreendi com o começo divertidíssimo, com uma pegada de chick-lit, mas depois alguns problemas se tornaram um empecilho durante a leitura.

Em Interferências vamos acompanhar um futuro não muito distante em que os avanços tecnológicos estão tão grandes que todo mundo sabe da vida de todo mundo por conta da internet, e todas as empresas estão sempre em disputas por quem irá lançar o aparelho, aplicativo ou Gadgets de maior sucesso e inovação é numa dessas empresas, chamada Commspan, que nossa protagonista, Briddey, trabalha. Briddey vive sobrecarregada com as responsabilidades, com as fofocas da empresa e com o relacionamento sufocante de sua família. Para completar, nessa "realidade" do livro, uma cirurgia cerebral chamada EED é a grande queridinha dos casais, pois possibilita uma conexão de sentimentos entre o casal. Ou seja, ambos sentem a intensidade do que o outro está sentindo. É para provar esse sentimento que Trent, namorado de Briddey, propõe que façam um EED e depois, comprovado o "amor" ele vai propor noivado.

Simplesmente, vejo uma alienação muito grande o fato de Briddey ser tão passiva a ponto de aceitar fazer uma cirurgia cerebral sem querer, apenas para fazer a vontade do namorado, além disso a forma como o relacionamento de ambos era não dava respaldo para tal cirurgia. Estava na cara que ia dar errado (pelo menos eu vi isso logo nas primeiras páginas), mas o casal foi e fez a cirurgia, só que ao invés de se conectar com Trent, Briddey se conecta com outro homem que não tem nada a ver, mas que trabalha com ela na Commspan: C.B., e a conexão não é algo simples, apenas de sensações, mas eles conseguem se falar por telepatia - ou algo do tipo. Briddey, terá que lidar com esse efeito colateral da cirurgia, terá que lidar com os problemas no trabalho, com o namorado e com os vexames familiares. É nessa confusão que ela fará muitas descobertas e terá revelações.

Interferências começou incrivelmente engraçado, mas foi perdendo o foco, foi querendo explicar as coisas (como é pertinente em livros de ficção-científica), no entanto, a cada explicação e detalhe as coisas desandavam e ficavam mais e mais esquisitas, daí eu comecei a pegar um abuso enorme do livro e de como estava a maior enrolação para desenvolver uma estória que deveria ter no máximo 250 páginas, mas protelou para quase 500!!!

Nem o fato das longas páginas e capítulos recheados de diálogos não foi capaz de tornar a leitura mais fluida, e o livro se tornou maçante e pior: entediante. Então para piorar o que já estava ruim, ficou evidente que Briddey, personagem engraçada no começo do livro, virou uma songamonga, totalmente dependente de outra pessoa (ou pessoas), o que acho algo bastante tóxico em qualquer tipo de relacionamento.

Briddey vivia cercada por relacionamentos abusivos e tóxicos, mas não se dava conta e o pior: sempre se deixava levar pelo que o namorado ou C.B. diziam, ela simplesmente obedecia tudo sem questionar. Eu só conseguia pensar: "NÃO SEJA ESSE TIPO DE PESSOA, PLEASE!". Foi bem aí, que tudo perdeu a graça nesse livro e eu estava apenas na metade, daí pensei: "Vou seguir, isso não pode piorar", mas piorou de uma forma fenomenal e eu peguei RANÇO total do enredo e de TODOS os personagens.

Do meio para o fim de Interferências eu não conseguia ver nada de ficção-científica, nem entendo porque dizem que esse livro é de ficção-científica, no meu entender parece mais algo de fantasia, misturada com misticismo, com uma pegada que deveria ser chick-lit, mas foi tão caricaturado que ficou estranho, bizarro, inaceitável.

Acredito fortemente que Interferências tinha potencial para ter sido um livro incrível, mas ele saiu do rumo e ficou um horror total, e o mais triste é que havia vários temas bem pertinentes e importantes que poderiam ter sido melhor trabalhados, mas que foram soterrados por algo vazio.

O fato de Briddey ter uma família sufocante, abusiva e que não respeitava sua privacidade era um ponto que poderia ter sido trabalhado e feio o leitor fazer várias reflexões a respeito, mas Willis simplesmente tratou esse tipo de comportamento e situação como se fossem normais e até mesmo corretas.

O fato da irmã de Briddey sufocar a filha e viver proibindo a menina de fazer coisas e entrar em pilha e ter comportamentos inconcebíveis para uma mãe, também foi negligenciado por Willis, e pior foi elevado a um tom de humor: como se isso fosse engraçado. SQN.

A problemática dos avanços tecnológicos: até que ponto afeta nossas vida e podem ou não ser benéficos ficou suplantado por conceitos míticos, surreais e desnecessário. Ou seja, mas um ponto que Willis se omitiu de trabalhar.

Para completar o total naufrágio desse livro: o comportamento de total submissão e passividade de Briddey em relação a família e aos homens de sua vida foram a gota d'água, ela simplesmente era um "pau-mandado" e não tinha opiniões próprias e aceitava esse relacionamento abusivo e tóxico de forma totalmente normal e espontânea. Fico triste de ver uma personagem feminina sendo retratada dessa forma, sobretudo em um livro escrito por uma Mulher.

Não tenho coragem de indicar Interferências, na verdade, tenho até vergonha alheia: um livro com potencial que não foi bem desenvolvido é a pior experiência literária de qualquer leitor, um livro com um final sem pé nem cabeça, com a introdução de vários personagens (como se os que já estivessem presentes não servissem para nada), com um desfecho aberto e sem solução para as muitas problemáticas que surgiram durante a leitura é a coisa mais frustrante de se ler.

Infelizmente não gostei, não indico e estou com um pé atrás com essa escritora. O primeiro contato que tive com um de seus livros foi demais traumatizante. Só lamento.

site: www.delivroemlivro.com.br
Célica Oliveira 12/03/2019minha estante
Essa resenha é PERFEITA. Eu criei uma espectativa muito grande em relação ao livro. E me desapontei desde os primeiros capítulos.
Eu NUNCA tinha lido um livro com uma protagonista tão fraca, sinceramente. Todas as pessoas tem uma influência muito forte e negativa na vida dela, e isso vai desde as pessoas com quem trabalha até a família. Pensei que isso seria trabalhado ao longo da estória, mas levei um tiro no pé.


Célica Oliveira 12/03/2019minha estante
Ops, expectativa**


Mila F. @delivroemlivro_ 12/03/2019minha estante
Foi uma leitura realmente decepcionante. Obrigada por vir deixar sua opinião também.




Coruja 19/10/2018

Descobri Connie Willis há três anos, por indicação de um amigo, e desde então a coloquei naquela lista de ‘autores que quero ler toda a bibliografia’. De seus contos às noveletas e romances, tudo dela com que já tive contato não apenas me deixou fascinada como também surpreendeu. Assim, não é à toa que, tão logo "Interferências" apareceu em pré-venda, saí correndo para reservar o meu (embora tenha demorado um pouco para começar a lê-lo efetivamente).

E sim, mesmo com todas as expectativas que eu tinha para o livro - e elas eram bem altas - a Willis conseguiu mais uma vez. Plot twists abundam nesse livro.

Interferências conta a história de Briddey Flannigan, cujo namorado, Trent, executivo da empresa em que ela também trabalha, propõe que eles passem por um EED, um procedimento cirúrgico capaz de ampliar a conexão emocional de um casal, com um parceiro recebendo as emoções do outro. A fofoca logo se espalha pelo escritório - uma empresa de tecnologia especializada em smartphones - até cair nos ouvidos de C. B. Schwarz, o “corcunda de Notre Dame”, ou, mais exatamente, o principal desenvolvedor de aplicativos e outras ideias para a Commspan. C. B., com seus cabelos eternamente bagunçados, camisetas nerds, fones no ouvido e olhar perdido, tenta de todas as formas convencer Briddey a desistir da cirurgia, ao passo que Trent se mostra extremamente ansioso para tal comprometimento.

Com muito esforço, Briddey consegue escapar do escrutínio da família irlandesa intrometida e superprotetora de Briddey e de seus colegas de trabalho abelhudos, e ela e Trent passam pela cirurgia… mas as coisas não saem exatamente como o esperado, e alguma interferência de conexões neurais ou coisa parecida acabou ligando a ruiva telepaticamente a… C. B. Schwarz.

Num primeiro momento, você pode pensar que Willis está criando uma grande romcom, mas, como eu disse antes, ela sempre consegue te surpreender, mesmo quando parece extremamente óbvia. Interferências passeia por diferentes gêneros, do romance à comédia de costumes, à ficção científica (e as explicações sobre o EED, telepatia, genética e outras tecnologias fazem muito sentido) e o thriller. Entre espionagem corporativa, experimentação humana e zumbis, há um pouco de tudo, sem que haja rupturas nas transições de tom que vão surgindo ao longo do enredo. Talvez isso afaste alguns leitores, que tenham chegado ao livro por preferirem um determinado e único gênero, mas pra mim, pelo menos, funcionou.

Além da multiplicidade de gêneros literários, "Interferências" tem também um elenco colorido, vibrante, apaixonante. Eu me identifiquei demais com Briddey, com seu misto de exasperação e afeto pela família, embora tenha torcido o nariz para a forma como ela trata o C.B. no começo da história. E isso não se restringe aos protagonistas: Willis consegue dar corpo a todos os personagens que aparecem no caminho da ruiva (Maeve!). Tendo engatado minha leitura a partir do terceiro capítulo, não consegui depois disso largar o livro, desesperada para saber qual seria o desastre seguinte. Dei gargalhadas, torci, xinguei e suspirei e, ao final, não nego, fiquei com gosto de quero mais.

Eu também gostaria que alguém fizesse o celular Santuário do C.B., porque aquelas funções de S.O.S. para te livrar de conversas que você não quer ter e gente que não quer atender eram coisas que queria na minha vida.

Para além da diversão, "Interferências" também é um livro para refletir. Willis trata muito bem da enxurrada de informações que temos hoje em dia, da disseminação de notícias falsas por redes sociais, da hiperconectividade que nos faz ficar ‘ligados’ 24 horas por dia sete dias por semana. A telepatia de Briddey é um recurso potente para falar disso, e não é uma coincidência que concomitante ao plot principal corra a história de como a Commspan está tentando fazer um smartphone para concorrer com a Apple (a miríade de referências reais também me fez rir…) que revolucione a forma como conversamos e nos conectamos (e nunca possamos parar). Talvez por isso mesmo o ritmo de leitura acabe se tornando tão frenético, porque, como Briddey, somos constantemente atacados por todos os lados, o dilúvio de conexões é algo que sofremos com ela. Houve momentos em que senti um princípio de pânico com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo - mas, pelas outras obras de Willis que já li, creio que essa seja uma sensação esperada para o estilo dela (dica: ela gosta de cenários catastróficos).

Normalmente fico contente quando um livro se encerra em si mesmo, sem fazer parte de uma trilogia ou decalogia, ou uma série de número infinito de livros onde o final nunca parece chegar. Mas, sério, eu gostaria de ler mais no universo de "Interferências". Alguns contos talvez. Queria ver o que acontece na Commspan depois da história do EED ser revelada; queria ver as Filhas da Irlanda numa reunião; queria ler uma história inteira da Maeve, a sobrinha de nove anos da Briddey, sendo precoce e caçando zumbis vestida de princesa da Disney. Na falta, fico agora na expectativa de qual será o próximo livro da Willis a ser lançado por aqui (ou então vou atrás dos volumes em inglês mesmo…).

site: https://owlsroof.blogspot.com/2018/10/desafio-corujesco-2018-uma-historia-que.html
Ana 27/04/2020minha estante
oi, Luciana! por acaso você tem esse livro em pdf? fiquei instigada, interessada demais. um abraço!


Coruja 09/09/2020minha estante
Infelizmente, não, só tenho o livro físico... mas se encontrar, boa leitura pra ti; acho que vais gostar ;)




Andresa 03/10/2018

Desperdiçado
Mergulhei de cabeça nesse livro, devido à resenha e à capa, e não é que eu me arrependi de tê-lo lido, só não recomendo.
Ficamos o livro todo, se eu não me engano, em pouco menos de duas semanas. Os diálogos são muitas vezes tediosos e cansativos, e até certo momento a telepatia se torna banal e dá uma imensa agonia de ler.
O que poderia ter sido um romance legal e com uma explicação boba típica do chick-lit, se tornou algo maçante.
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Mari Siqueira 26/09/2018

Uma das maiores decepções deste ano, Interferências tinha tudo para ser uma história divertida e inovadora que uniria ficção científica e chick-lit, mas acabou esbarrando numa trama fraca e mal desenvolvida que levou os dois gêneros a fracassar.

Connie Willis é famosa por seus livros de ficção científica e talvez a mistura do gênero com a comédia tenha sido responsável por parte do fracasso de sua história. Em tentativas fracas de humor, a autora perde o foco do que realmente importa e, com essas interferências excessivas, a leitura não flui.

Diálogos irrelevantes, personagens insuportáveis e a previsibilidade do gênero chick-lit terminaram de afundar uma narrativa que até parte de uma crítica interessante mas não se sustenta. Abordando o excesso de comunicação e seus efeitos nos relacionamentos, Interferências se inicia com ares de Black Mirror mas decepciona ao se concentrar nas questões erradas.

Num futuro não muito distante, uma nova tecnologia permite que os casais possam compartilhar emoções e, assim, ficar mais conectados. Briddey decide se submeter ao procedimento para construir essa ligação com seu noivo. O que ela não sabe, no entanto, é que as coisas não vão sair como o planejado e ela vai acabar conectada com outra pessoa.

O relacionamento entre Briddey e seu noivo - um completo babaca - é praticamente inexistente, portanto, o experimento não tem justificativa nenhuma. Nenhum deles demonstra carinho ou amor, pelo contrário, eles não tem conexão alguma. Já a família da protagonista é absolutamente abusiva, intrometida e não respeita limites básicos. É como se ela tentasse fugir de uma situação horrível correndo para outra pior ainda.

Nenhum dos personagens é minimamente interessante ou agradável. A trama não sai do lugar e ainda bombardeia o leitor com o excesso de informação e comunicação que Briddey tem que processar quando a experiência dá errado. Nada é plausível ou justificável e toda a história parece não ter objetivo nenhum. Nem mesmo o final faz sentido.

Um completo desperdício, Interferências sofre com as interferências de sua autora na tentativa de conquistar um público mais amplo do que de costume. O resultado, desastroso, não convence, não agrada e, por pouco, não me obrigou a abandonar a leitura. No entanto, a crítica pertinente ao excesso de comunicação se faz necessária, assim, vou aproveitar que estamos todos conectados nesse momento para transmitir meus sentimentos em relação a esse livro: decepção e frustração.

site: http://instagram.com/sobreamorelivros
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50livros 19/09/2018

Livro bom para conhecer ficção científica
Comecei a ler esse livro de maneira bem dispretenciosa e, sem me prender muito à sinopse, mergulhei na história que estava sendo apresentada. E não me arrependo nem um pouco disso.

É um livro de ficção científica? É. É de romance? É também. É um thriller? Arrisco a dizer que sim. O livro permeia muitos gêneros, unindo muita coisa bacana e deixando bem divertido, fácil de ler e até mesmo cativante.

A história não chega a ser lá aquela inovação toda e a personagem principal só deixa de ser chata no final do segundo terço da leitura, mas a autora tem um jeito muito leve de escrever, então partes que seriam incrivelmente massantes, tornam-se tranquilas de ler.

Tem uma parte do livro, admito, que a parada fica meio confusa, você não entende muito bem o porquê daquilo, mas te garanto que antes que o livro acabe, a autora resgata esse conceito e tudo fica mais claro. Mesmo com inúmeros termos técnicos de tecnologia e informática, consegui entender tudo, mesmo que não tenha me tornado uma especialista.

Ah, e se você acha que descobriu tudo nos primeiros 10 capítulos, continue lendo porque você está enganado. Há tantos plots twist nessa trama que você fica com a pulga atrás da orelha em relação a tudo. Ele consegue trazer uma sensação de suspense não esperada, mas que funciona muito bem.

Mas, se você procura um livro assumidamente de ficção científica, acho melhor procurar outro título. Esse aqui trás uma história muito real, em um futuro MUITO próximo, então talvez não seja exatamente o que você está atrás. Porém, dê uma chance, tenho certeza que se divertirá muito com ele.

"Interferências" é um livro leve, ágil e que me prendeu do início ao fim. Um ótimo livro para quem quer desligar do mundo, mas ainda assim aprender alguma coisa.

site: www.50livros.com/single-post/2018/06/19/RESENHA-de-Interferências-de-Connie-Willis
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Bia 23/08/2018

A utopia de uma sinopse
Quando li a sinopse de "Interferências" estava animada pois o livro mostrava que teria uma história gostosa de acompanhar. Apesar de já ter problemas que me incomodaram no início acreditava que se resolveriam com o passar da leitura. Engano meu.

A personagem Briddey, apesar de demonstrar no início que era uma mulher independente e segura, foi se mostrando o contrário. Não vou nem entrar no detalhe do procedimento do EED, mas sim a forma como ela deixava todos se intrometerem na sua vida e ela não dar um basta nessa situação e nessas pessoas. Essa intromissão durou até o final do livro.
Sem contar que ela nada fez em relação ao Trent.

Do meio até o final, o livro se torna cansativo e tedioso. A história parece não se desenrolar e a cada capítulo o final até surpreendia, mas assim que começava a ler o próximo o mistério se tornava novamente monótono.

Nem o momento de Briddey e C.B. nos últimos capítulos conseguiu salvar esse livro.

Decepcionante.
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Delirium Nerd 21/08/2018

Uma ficção científica sobre o excesso de comunicação
Connie Willis é, sem dúvida, um dos grandes nomes da ficção científica. Carrega em sua trajetória prêmios diversos, entre Nebulas e Hugos. Contudo, apesar do reconhecimento do início da sua carreira na década de 80, somente no ano passado os livros completos da autora foram publicados no Brasil. Em dois anos, a Editora Suma de Letras trouxe dois livros da autora. Depois da publicação de O Dia do Juízo Final, foi a vez do mais recente romance, Interferências.


Interferências é, como quase todas as obras de Willis, uma ficção científica. A obra destoa, no entanto, de O Dia do Juízo Final ao pender para o gênero de comédia romântica. Depois de ler dois livros da autora, é possível perceber que alguns padrões de escrita se repetem. Nem todos para o melhor da história. Ainda assim, Interferências é um livro que prende e entretém. Não obstante, revela toda a capacidade da autora de construir histórias que mesclam personagens cativantes com enredos de ficção científica bastante interessantes.

A história de Interferências se passa em um futuro não muito distante, em que a comunicação ocorre de modo intensificado. Quase ninguém parece se importar com o espaço de silêncio. Não, as pessoas querem estar cada vez mais conectadas com as demais. Mas será que mais comunicação significa mais profundidade nos relacionamentos?

Nessa realidade, os cientistas descobriram um modo de aumentar a empatia entre os casais. Através de uma pequena cirurgia, os casais podem sentir o que o outro sente desde que haja um forte sentimento anterior. Então, quando o charmoso Trent propõe a Briddey que eles façam o procedimento, parece, a todos, que a relação é promissora. Ou, ao menos, a quase todos.

Briddey Flannigan deveria sentir que é o certo fazer essa cirurgia, mesmo após o curto período de namoro. Seis semanas poderiam definir a intensidade de um sentimento? Sua tia, suas irmãs, sua sobrinha e o intrometido colega de trabalho C. B. Schwartz parecem ser contra. Mas quando a oportunidade imediata surge, Briddey precisa apressar a decisão, mesmo sem saber das consequências indesejadas.

Após se submeter à cirurgia, Briddey se conecta com outras pessoas que não Trent. A partir de então, a autora entra na discussão acerca dos benefícios e dos malefícios do excesso de comunicação. Nem sempre o desconhecimento dos pensamentos alheios é ruim. Às vezes, pode ser a única forma de se manter sã em sociedade.

Na era da internet, sentimentos e atos são medidos pelo alcance na rede. O que é vivido na esfera particular e não é de conhecimento alheio, parece inexistente. No entanto, a vida é exteriorizada de tal modo que poucos possuem plena ciência de quem realmente são, senão em função dos outros. Briddey gasta tanto tempo em comunicações artificiais que não consegue nem mesmo identificar quem ela ama. Ou identificar as intenções por trás daqueles que dizem ama-la.

A superficialidade impera numa lógica instantânea e massificada. E ao mesmo tempo em que se presa a rapidez e abrangência dos sentimentos, o desenvolvimento de tecnologias mais capacitadas exige uma compreensão do funcionamento humano que o modo instantâneo de experiência não concede. Trent, por exemplo, busca uma forma de inovar na telefonia pelo que aprende da relação com Briddey. Só que sempre há efeitos colaterais – na ciência e nas relações pessoais.

Leia na íntegra:

site: http://deliriumnerd.com/2018/05/18/interferencias-connie-willis-resenha/
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Guynaciria 17/08/2018

Livro de ficção cientifica divertido, a história é e muitos pontos engraçada, mas não o suficiente para superar as personagens femininas fracas e manipuláveis.

Briddey, é uma mulher de ascendência irlandesa, bem sucedida, que resolve fazer um procedimento cirúrgico desnecessário no cérebro (sem nem ao menos se preocupar em pesquisar a respeito) apenas para satisfazer um desejo de seu namorado com quem se relaciona a poucos meses. 

Se essa mensagem já não fosse problemática o suficiente, ainda tem a falta de comunicação na família, que permite que a personagem principal se meta em um grande problema, além de prejudicar toda uma comunidade.

Mas levando-se em conta que a garota tinha quase até o fim do livro uma personalidade intragável, que beirava o ridículo de tanta mania de perseguição e infantilização forçada. Não é de se admirar que a matriarca da família a manteve no escuro por tanto tempo.

Infelizmente ela não é a única personagem feminina fraca. Na realidade quase todas as mulheres do livro são descritas como fofoqueiras, controladoras, carentes emocionais e para piorar mentirosas compulsivas.

O livro tinha tudo para ser bom, mas acabou ao meu ver sendo um desastre pelos erros acima descritos. 
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keilasue 10/08/2018

Recomendo
Interferências é um livro que nos faz refletir em como a tecnologia impacta em nossas vidas. Seja nos relacionamentos. Seja na nossa integridade pessoal. A tecnologia sana mts de nossas novas e reinventadas deficiências modernas. Menos em mais. Menos tempo gasto com coisas simples do cotidiano para gasta-lás com outras tarefas ou devaneios. Temos déficit de comunicação mesmo tendo tantas ferramentas para usufruir. Somos uma sociedade depressiva e individualista. Já pensou se pudéssemos realmente stalkiar oq o outro pensa? Seria um verdadeiro desastre. Não sabemos nem lidar com nossos pensamentos, quem dirá com os dos outros. Ou então, as guerras civis que poderiam ocorrer e outros acontecimentos que desencadeariam com isto. Saber utilizar os novos aparelhos que piscam e nos consomem é uma necessidade (curioso não é mesmo!? Nossos antepassados não precisavam disto para sobreviver, não era uma necessidade e hoje o é), mas não devemos perder o contato físico com o meio e os outros que se inserem neste ambiente. Uma das vantagens notáveis da disseminação da era computacional é a agilidade com que os conhecimentos são transpassados, a possibilidade de armazenagem destes e abrangência global. Será que tais benefícios persistiram nos próximos anos ou se tornará um empecilho para nos reconectarmos com o meio?
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