Resenhas - O alforje

Rosana Miyata 17/11/2021

Achei um livro difícil, talvez por retratar bastante da cultura árabe, que é bem diferente. A história é contada sob a ótica de diferentes personagens que se conectam e por isso a linha temporal também muda bastante, o que me deixou um tanto confusa. Mas o enredo da história e a forma como os personagens se conectam é muito interessante.

Mariana.Laranjo 24/11/2021

Histórias múltiplas (e únicas)
A linguagem poética da escritora chama muito a atenção: com descrições atentas, a autora nos faz viajar pelo árido deserto e coloca-nos vestidos como diversos personagens que fazem parte da trama. Aguçando nossos sentidos, podemos enxergar um semelhante espaço de tempo de maneiras muito diversas. Fiquei encantada!

Como descrito pela edição de modo excepcional: "A escritora, que costuma classificar sua cidadania como 'a língua inglesa', afirma que poderia explicar suas verdadeiras origens por meio de uma analogia curiosa. Ela faria parte de uma tribo antiga, uma espécie em extinção, que hoje em dia se faz invisível - pois já foi considerada perigosa pelo poder político - e o faz pela sobrevivência. Sua tribo é a dos leitores, aqueles que acreditam no poder transformador que a leitura exerce sobre a sociedade e a mente humana; a tribo que busca pergunta, nunca respostas únicas."

Especificamente sobre a versão do livro, sua beleza é impressionante! As ilustrações e os detalhes são incríveis, agradam os olhos. De qualquer forma, tenho uma crítica e um aviso aos próximos leitores: no fim da edição estão algumas palavras reunidas numa espécie de dicionário, mas ao longo da leitura não sinalizam quais você pode encontrar lá. Se tiverem alguma dúvida, tentem ver se encontram o significado lá no fim, principalmente quanto a termos religiosos.

Marconi Moura 08/01/2022

7,0
A autora é adepta de uma seita mística e apresenta no livro uma mensagem de misticismo. Tem alguma coisa de Paulo Coelho, eu não gosto... Um alforje, cheio de textos com invocações religiosas, roubado de um religioso, vira o fio que liga as vidas dos personagens. Cada capítulo trás a percepção de um de um dos 9 personagens, sua história de vida, cultura e religião, que são de certa forma confrontadas pela experiência mística simbolizada pelo alforje. A leitura é agradável, o estilo é bem fluido e o ambiente é pitoresco: uma caravana indo de Meca para Medina, em meados do séc. XIX.

Silvinha 08/01/2022

Leia a revista antes!!!
O livro é interessante, mostrando diversos pontos de vista de um mesmo evento. No entanto, ele envolve elementos desconhecidos acredito que para a maioria de nós, leitores brasileiros. Aí entra a revista que a TAG envia junto com o livro. Ele nos dá uma introdução para esses elementos da estória e ajuda a compreender melhor o desenvolvimento dos fatos. Assim, consegui me envolver mais na estória e ficar curiosa com o desfecho.

Júlia 10/01/2022

...
Não sei se tenho muito a comentar. Eu achei o livro ok, acho que não entendi muito o que tava acontecendo. Os personagens não me cativaram muito, o que é um problema pra mim porque eu geralmente abandono livros com personagens não envolventes. No fim, quis terminar pra entender se haveria algum grande mistério pra ser revelado, como diz na contracapa, e acabei me encontrando com um capítulo final que parece muito com Brás Cubas, o que achei engraçado mas não acho que seja plágio nem nada do tipo, só achei curioso. É talvez o melhor capítulo, pois trouxe algumas reflexões legais enquanto o resto do livro pra mim foi bem monótono, mesmo nos acontecimentos mais marcantes. Acho que eu teria me envolvido muito mais se conhecesse mais do contexto da história, do qual infelizmente desconheço. Talvez tivesse sido um livro maravilhoso pra ler em outra etapa da vida, bem mais velha.

Beatriz 14/01/2022

bom!
Apesar de elencado como título da obra, o alforje é o objeto que costura toda a trama apresentada, para, no fim, entregar seu protagonismo para o verdadeiro tema da história: as pessoas. Isso se dá porque, em todo o livro, acompanhamos uma única história revisitada por 9 perspectivas diferentes e, em cada capítulo, somos (re)apresentados a um dos personagens ali presentes, resgatando os valores e contextos que o carregaram para aquele cenário.

De forma geral, gostei bastante da leitura que, sem cansar, me prendeu pela curiosidade das versões da história que ainda não havia encontrado. Tratando de tópicos que vão de religiosidade à performance de gênero, a obra pauta principalmente a diversidade - e a violência que isso acompanha. Mesmo que não sendo a história mais marcante que já li, recomendo a jornada!

Davi.Cecotti 14/01/2022

Diferente, mas interessante
O livro conta uma história pela perspectiva de nove personagens diferentes que se cruzam em algum momento ou encontram um misterioso alforje, enquanto uma caravana cruza o deserto entre Meca e Medina, levando um cadáver, uma noiva ao encontro do futuro marido e peregrinos à sagrada visitação.

É uma história sobre fé (ou a perda dela); sobre tradição e manutenção das aparências; sobre a solidão do ser humano; sobre seu desejo de poder e riqueza; sobre sua capacidade de destruição. Não é uma história feliz, apesar da bela capa e lindas ilustrações, não é um livro de entretenimento. Durante a leitura e mesmo após o fim dela, me abalaram a origem e o destino de cada um dos personagens. A história é muito bem-escrita e, mesmo repetida 9 vezes, não se torna incoerente nem cansativa, pois a cada capítulo um ponto de vista é explorado, de modo que os personagens tenham algum tipo de conexão entre si. A escrita da autora me pareceu mais poética, fazendo alusões à coisas abstratas em alguns momentos, e mais fluida em outros.

O livro tem a intenção de falar sobre a essência humana, mas foge da cultura ocidental e explora o mundo islâmico, algo que com certeza não estamos acostumados, aliás, por causa disso, do ponto de vista cultural, esse livro foi desafiador para mim, mas também cheio de aprendizado. Eu li a versão física, que conta com um glossário ao final, mas sempre acho um saco ter que parar pra ir ao glossário que fica no final do livro, talvez seja melhor pra quem tem kindle pra poder ir pesquisando todos os termos desconhecidos conforme a leitura.

Resumindo, apesar de ter gostado da leitura, esse não é um livro para todos os públicos. A falta de familiaridade com a cultura local e o desinteresse por histórias aparentemente circulares ou linguagem muito simbólica pode tornar a leitura enfadonha. Ainda assim, recomendo que quem for se aventurar, dê ao menos uma chance para esse livro.

kathy86 21/03/2024

Profundo e Genial
É um livro pra se ler novamente e recuperar detalhes da história que se perdeu na leitura, seja por falta de atenção, ou pela dificuldade do vocabulário específico. Eu gostei da leitura dessa obra, me chamou atenção a forma como uma mesma história é recontada a partir de pontos de vistas diferentes, de pessoas que tem vivências culturais distintas. O livro tem uma pecada filosófica, principalmente, em relação a vida e a morte, mas não é um livro denso. É uma obra pra ser lida com calma e com um dicionário ao lado.

Vera 02/02/2022

Recomendo
A escrita me surpreendeu, achei interessante ver sob a perspectiva de diferentes personagens acerca do mesmo objeto. De certa forma, tão simples e para cada um, com significado e importâncias diferentes.
Recomendo a leitura

Juliano.Ramos 15/02/2022

Bom livro, a história é contada de forma circular, em cada capítulo vamos descobrindo novas versões de uma mesma história, que gira em turno de um alforje e seu conteúdo, apesar de parecer simples, cada personagem é complexo e vivemos sua vida até o ponto dele encontrar o Alforje. Nota 8.

Ton 24/02/2022

A verdade tem dois lados (ou nove neste caso)
É um livro interessante, não chega a ser enjoativo por a história ser contada nove vezes por pontos de vista diferentes. Não é um livro cheio de plot, não tem quase nada de diálogo. Mas é bonito.
Gostei ?

Bruna.Toledo 27/02/2022

O Alforje é uma história sobre perspectiva. Segundo a autora, a proposta foi criar um dia do juízo final que ninguém se dá conta de que está acontecendo. Ignorando a importância do momento, todos personagens sofrem as consequências de uma única ação: o roubo de um alforje. Uma reação em cadeia inevitável e imprevisível.
Ao menos para mim, a leitura trouxe um apelo para o fato das nossas vivências individuais serem apenas um fio da trama que compõe a existência humana. No livro, uma mesma sequência de acontecimentos é narrada sob 8 pontos de vista, de um modo que me surpreendeu pela riqueza e precisão do enredo. A cada novo capítulo, novos fatos vão se interpondo, como um quebra-cabeças sendo montado.

Misa 01/03/2022

O QUE ISSO QUER DIZER?!
Esse livro foi totalmente fora do que estou acostumado a ler, confesso que só terminei porque era parte de uma leitura coletiva, o fato de a história ficar sempre dando voltas em um mesmo ponto é o que torna ela interessante, mas também um pouco arrastada.

A história gira em torno do bendito Alforje, objeto que fiquei louco para por as mãos e estraçalhar, só quem leu o livro vai entender o motivo.

O livro parece um grande quebra cabeça, ele aborda na minha opinião a importância da jornada, o significado e a razão da nossa existência, mostrando como um simples fato pode mudar tudo, e ter um impacto diferente para cada pessoa, pois não importa quão essas pessoas estão ligadas e próximas de você, cada uma é única e tem seu próprio "mundo".

Eu indico esse livro só porque ele bugou meu cérebro, na tentativa de entender o que ele queria dizer, e todo mundo deveria bugar, pois é o que gera questionamentos nos leva a evoluir.

Shaolin Matador de Porco 11/03/2022

s2
Eu AMEI esse livro, desde a edição até as histórias, tudo, tudo é lindo e perfeito. Esse livro estava enrolado na minha estante a anos kkk e eu nunca tive coragem de pegar pra ler por motivos que desconheço kkkk e me arrepende de não ter lido antes, muito bom, de verdade.

Desde o ano passado, eu tenho lido bastante literatura africana, da Nigéria, do Congo, de Moçambique, do Quênia, e também tenho lido bastante a literatura Afro-eurasiana do oriente médio, da Síria, da Turquia e no caso de "O alforje", do Irã. Gostaria de dizer que estou apaixonado, desde que li "O mapa de sal e estrelas", pela literatura dessa parte do mundo, que acredito não ser reconhecida como deveria, é muito rica em cultura e criatividade.

"O alforje" é divido entre as histórias de diversos personagens que em algum momento se ligam, como se fosse um grande quebra-cabeça, e isso torna tudo muito mais divertido de acompanhar, é basicamente a mesma história contada várias vezes, mas do ponto de vista de pessoas diferentes, e é incrível como as coisas mudam dependendo da perspectiva da Noiva, da Escrava, do Sacerdote, e de todos os outros.

Acredito que esse livro me trouxe ensinamentos pra vida, ele só não vai entrar nos meus favoritos pela dificuldade da leitura, não é exaustiva, em nenhum momento pensei em abandonar o livro, mas também não é muito confortável de ler, ultimamente estou lendo 1 capítulos por dia, mas com esse livro tive que ler 1/2 kkk mas claro que depende, teve histórias que me prenderam e que cheguei a ler 2 ou 3 capítulos no dia (e são capítulos bem longos kkkk por isso as vezes quando a história não me prendia, eu sentia a necessidade de terminar o capítulo no dia seguinte).


site: https://takegilivritos.wixsite.com/estantetakegi

Stefânea 22/03/2022

Poético, lindo e triste
?faz tanto tempo que venho cheirando mal que minha memória está saturada de mim mesmo.?

essa leitura foi uma experiência 100% nova e surpreendente.

a autora conseguiu trazer história, humor, alegria, tristeza, preconceito e tradição numa junção gostosa de 250 páginas.

ouvir o audiobook no @storytelbrasil como sempre foi uma experiência a parte, me senti imersa no enredo.

esse livro foi o meu primeiro escrito por alguém nascido no Irã e, nossa, eu não estava pronta para essa carga cultural intensa e imersiva.

parei algumas vezes para pesquisar, mas poderia ter ido muito mais a fundo, confesso. é uma leitura muito rica de conflitos e questões tão típicas daquelas regiões, logo, para tirar tudo que ela pode oferecer, é preciso estar aberto ao estudo e querer conhecer.

porém, é possível sim aproveitar o livro por si só, focando naquele recorte histórico e naqueles personagens.

em resumo, uma situação acontece e a autora apresenta ao leitor o ponto de vista de cada personagem daquele mesmo evento, mas mostrando também de onde cada um veio, suas motivações e escolhas.

gostei muito da história e de todos os envolvidos, assim como do ponta pé inicial para os livros árabes. estou ansiosa para ler o o outro da mesma autora e desbravar mais por essas areias ricas de tradição e cultura.