Reccanello 27/04/2021...jamais viveu e nunca morrerá!Quando, em 2009, lançaram o filme Sherlock Holmes, houve alguma reclamação de fãs dizendo que o personagem era aventureiro demais, físico e atlético demais ("onde já se viu um Sherlock lutador de rua?"), irônico e piadista demais. Eu mesmo, mais acostumado às antigas representações do cinema e da TV, achei o personagem um tanto "diferente".
Entretanto, ao ler esse primeiro volume de suas aventura completas (e relembrar a leitura de "Um estudo em vermelho", feita há quase 30 anos), percebi que, de todas as versões cinematográficas e televisivas, a de Robert Downey Jr. é a que mais se assemelha ao personagem real: uma pessoa que, apesar de toda sua capacidade intelectual, não deixa de ser humano, não deixa de ser engraçado e atlético (um exímio lutador, esquiador e até mesmo alpinista), de se preocupar real e verdadeiramente com a felicidade de seus clientes e de seu mais fiel e íntimo amigo - Dr. Watson, muitas vezes aplicando ele mesmo alguma forma de penalidade ao criminoso que ajudou a descobrir; uma pessoa que tem momentos de tristeza e de depressão, um usuário de drogas e, ainda assim, a epítome do cavalheiro inglês, ao mesmo tempo solícito e distante, muito próximo dos seus e ao mesmo tempo reservado ao extremo. Um ser humano, enfim.
===
Quanto ao livro, em si, não há muito que se dizer: Sherlock faz parte do imaginário coletivo e, mesmo que todos já conheçam suas histórias e peripécias, ainda conseguimos torcer por suas aventuras, mesmo sendo plenamente conhecidas. Mesmo se utilizando de uma de vocabulário e estrutura um pouco mais arcaicas, a escrita fluida e simples do autor só faz aumentar o prazer da leitura.
===
Um clássico imortal que merece ser lido e relido!