Márcia 03/07/2022
Ativismo, o ícone.
Há leituras que são essenciais; há autores/autoras que não podem passar à margem em nossas vidas. Ângela Davis faz parte dessa turma. Negra, mulher, ativista, marxista, feminista, filósofa, professora, etc. e, acima de tudo, lutadora por um mundo mais justo.
O livro ?A liberdade é uma luta constante?, publicado originalmente em 2016, é resultado de um conjunto de entrevistas e discursos realizados por Davis em diferentes países entre os anos de 2013 a 2015. Nele, damos conta de situações como essa, em relação ao racismo nos Estados Unidos:
?Se a escravidão tivesse sido abolida em 1863, por meio da Proclamação de Emancipação, ou em 1865, por meio da 13ª emenda, a população negra teria usufruído de cidadania plena e igualitária, e não teria sido necessário criar um novo movimento?.
E acrescenta:
?Era uma questão de liberdades concretas. Era uma questão de educação gratuita. Era uma questão de assistência à saúde gratuita. Moradia a preço acessível. Essas são questões que deveriam ter integrado a pauta abolicionista do século XIX, e cá estamos, no século XXI, ainda sem poder dizer que temos moradia e assistência à saúde a preços acessíveis ? e a educação se tornou uma mercadoria?.
Pois é. Nem lá, nem cá; nem em lugar nenhum do mundo essa abolição de fato ocorreu. A dívida para com a escravidão é impagável e, infelizmente, ela continua a atingir milhões de pessoas. Angelas Davis são fundamentais.