Necropolítica

Necropolítica Achille Mbembe




Resenhas - NECROPOLITICA


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oerickaguiar 04/05/2024

Resenha
Um livro provocador que explora como o poder político controla e regula as vidas e mortes das pessoas. Com uma análise profunda, o autor desvenda as dinâmicas de poder que moldam nossas sociedades contemporâneas, oferecendo uma visão fascinante e perturbadora do mundo.
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Ariella11 01/05/2024

As condições do Sul global e a instrumentalização da morte
É um ensaio muito rico, no qual Achille Mbembe consegue contextualizar e relacionar muito bem os conceitos de soberania, colonização e biopoder. O autor é muito bem sucedido em conseguir capturar elementos que evidenciam as condições de exploração e submissão que são atribuídas ao Sul global e as populações mais vulneráveis.

Essas relações são muito bem definidas por meio de uma leitura histórica que utiliza a crítica política moderna do ocidente como base de uma série de condicionamentos normativos que possuem implicações na sociedade contemporânea, entre eles: as limitações em torno do racionalismo, a instrumentalização da existência humana e o processo colonial de ontem e hoje.

A partir das primeiras noções delimitadas nos capítulos iniciais, é possível denotar que o processo de colonização empregado pelas metrópoles é continuo, permanecendo em curso na mesma medida em que existe resistência a ele. Nesse contexto, é possível visualizar o Sul global como o ambiente da ?guerra sem fim?, o qual segue passando por tentativas obstinadas de conquista; são zonas em que a violência é normalizada pelo permanente Estado de Exceção que supostamente opera a serviço da civilização.

?As guerras coloniais são concebidas como a expressão de uma hostilidade absoluta que coloca o conquistador face a um inimigo absoluto?

Diante disso, o ideal da alteridade é absolutamente descartado e resta somente a vontade de dominar, controlar e matar. A partir da perspectiva do autor, torna-se possível identificar a política de regimes hegemônicos por meio da concessão de vida ou de morte. Além disso, torna-se possível a visualização das medidas políticas utilizadas por governos totalitaristas e antidemocráticos que monopolizam a indústria da morte.

Com isso, se soberania é a expressão do direito de matar, o estado de exceção e a emergência ficcional de um inimigo em comum funcionam como a base normativa desse direito. Essa atribuição de um determinado grupo contra outro, é um componente indispensável de características que constitui a personalidade autoritária.

Nas sociedades ocidentais contemporâneas, a morte adquire uma agenda política de controle, a qual desenvolve um caráter industrial, produtivo e administrativo. Torna-se cada vez mais mecânica, técnica, impessoal e silenciosa à medida que as tecnologias de guerra são aperfeiçoadas.

A principal arma do Estado de Exceção é a manipulação do terror. A materialização disso se dá pelo massacre/genocídio e a burocratização da vida, ficando a serviço do poder hegemônico.

A ocupação colonial tardia e contemporânea é aquela que melhor consegue mobilizar a seu favor a disciplina, o biopoder e a necropolítica. E diante dessas circunstâncias, a ocupação colonial não equivale apenas ao controle, vigilância e à separação, mas também à reclusão.

Por fim, conclui-se que as formas contemporâneas de manifestação que a necropolítica assume é responsável em grande parte pela reconfiguração das relações produzidas pela resistência, sacrifício e medo.
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Messias 22/04/2024

A edição da n-1 é bem interessante. Bom formato de livro, fácil de manipular. Eu gostei do texto, porém achei o final meio abrupto.
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Ayana.Violeta 18/03/2024

Um texto muito curto porém de muito impacto. Aborda temas políticos e filosóficos de uma maneira que eu nunca tinha parada para pensar antes.
Abriu muito minha mente e também me fez pesquisar muitos termos que eu não sabia o significado.
Foi uma leitura cansativa porém acrescentou muita coisa.
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Eduardo634 18/03/2024

"Na morte, o futuro é colapsado no presente"
Mbembe busca realizar uma espécie de "genealogia" (com o perdão da possível imprecisão conceitual) das formas de Soberania contemporâneas. Nelas, encontra uma origem comum: as colônias. De lá retiraram suas técnicas e tecnologias; suas práticas e justificações. Nada tão próximo da África sob domínio europeu quanto a Palestina sitiada.

O soberano é aquele quem decide quem pode viver e quem deve morrer. O Estado de exceção - que o definiria em Schmitt - é apenas um dos seus métodos. A morte é aqui discutida, principalmente, pelo embate entre dois autores: Hegel e Bataille. O primeiro a põe como parte necessária na luta pelo reconhecimento que é inerente à formação da consciência e, sendo assim, está sempre no nosso universo de significação. O segundo, pelo contrário, a insere no "reino do dispêndio absoluto": é um "excesso" que não pode ser superado. A discussão aqui é sobre a negatividade e suas interações com o sujeito.

Pensando em como a morte é distribuída, chega ao conceito Foucaultiano de racismo (que nada tem a ver com a utilização corrente do termo). Este seria uma "tecnologia destinada a permitir o exercício do biopoder". O Estado nazista pode ter sido, como escreve Foucault, o ápice da biopolítica; mas Mbembe nos mostra que não foi seu começo. Foi nas plantations.

Entretanto, a biopolítica não é suficiente para explicar a experiência colonial. O colonizado não é cidadão como nos Estados modernos. É, já de princípio, inimigo. E, se é inimigo, pode ser sumariamente eliminado. Não há necessidade de justificativas posteriores. E é aqui que se vê uma outra característica desta forma de governo: o estado de exceção. Não a suspensão total do ordenamento jurídico, mas a completa anulação de qualquer status àqueles vistos através das lentes da inimizade

Assim sendo, quaisquer métodos que levem à eliminação do perigo (muitas vezes fictício, mas reiterado pela soberania) são aceitáveis. Entre eles - e aqui fecha-se a tríade Necropolítica - está a forma adaptada das técnicas de sítio medievais: roubo e destruição de recursos naturais, demolição de casas, contaminação de água e etc.

Por isso, para o autor, o exemplo ideal da Necropolítica é Gaza. Os paralelos entre a Shoah e o genocídio palestino são perfeitos? Não, assim como também não o são os feitos com o apartheid na África do Sul. Mas nem por isso se tornam menos justificados. A experiência em sua totalidade pode não ser a mesma, mas as características essenciais (biopolítica, estado de exceção e de sítio) estão lá.

E não é de se estranhar que o último tópico seja sobre a lógica do martírio e a autoimolação: ao suicidar-se, o sujeito toma controle daquilo que, já há muito, foi lhe tirado: a vida. Mesmo que, para tal, precise perdê-la. Tirar das mãos de outros o poder sobre a morte é, sem dúvidas, uma forma de libertação para esses indivíduos.
Tenebroso é pensar que isto pode ser a única opção.
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JosAtomoedajp 10/02/2024

Apesar de ter minhas críticas às leituras que Mbembe faz de Marx, sem dúvidas o ensaio é uma crítica fundamental ao colonialismo contemporâneo e ao que vemos no mundo atual.
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Carlos.Junior 30/01/2024

2/10
"Necropolitica" de Achile Mbembe é um ensaio curto (Eu diria até superficial) sobre o termo criado pelo próprio autor para definir as crises de vida, morte, terrorismo e suicídio pelo mundo. Ao escrever sobre seus pontos de vistas políticos, Achile Mbembe peca ao ter "um olho maior que a boca" e acaba redefinido conceitos já estabelecidos no seio acadêmico internacional sem apresentar uma critica construtiva que seja válida ou que contribua ao debate sociológico. Ao avaliarmos sua escrita, percebemos que sua analise é rasa na apresentação de dados, termos e é curta em seu desenvolvimento teórico e conclusivo e possuindo um olhar mais preciso de seu conteúdo, que em meio a tantas artimanhas, frases pomposamente eloqüentes e referencias se perde no seu foco, deixando a si mesmo a deriva em um mar tempestuoso de informações clássicas ou contemporâneas. Penso que sua idéia original é de calibre alto, poderia ser de certa forma ampliada por meios certos, mas ao ser entregue em uma espécie de folhetim-ensaio de 80 páginas vira uma espécie de jocosidade com a cara do leitor que busca entender o conceito de "necropolitica", que mesmo sendo uma invenção nova, acaba ficando transparente em sua definição nas páginas do livro..
Vale a pena como uma introdução, não obstante o seu desaconselhamento para um possível aprofundamento de idéias.
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Daniel1754 30/01/2024

Fundamental
Apesar do tamanho, não é uma leitura fácil. Porém, o esforço de quem não tem uma base sólida de filosofia é bem recompensado na abordagem única de Mbembe às estruturas de poder e manutenção do capitalismo contemporâneo.
.
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Omo Felipe de oxalá 22/01/2024

Voce é negro? Desculpa te falar você vai morrer. Mas quando falo em morte falo em vários tipos de morte: morte física, moral, artística.
O homem negro é conciderando o outro, não aquele ser humano qualquer.
Mbembe traz a questão que a morte e a violência são métodos de poder totalitário burguês neoliberal.
A guerra muitas vezes é necessária, mas a guerra do sistema carcerário brasileiro contra homens negros já tem um vitorioso. Ela é uma guerra sem fim
A Necro política é a política da morte, mas morte de que? Morte de quem?
A culturA afro está sendo assassinada, os homens negros estão sendo assassinados, as mulheres negras estão sendo estupradas, as trans brasileiras moralmente violentadas.
A Necro política não serve pra homem branco cis hetero, a morte para controle de regulação do estado é a partir do povo negro.
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JoAo366 20/01/2024

Um texto curtíssimo porém muito rico. Já tinha lido algumas páginas para a faculdade e agora pude ler inteiro. Achille Mbembe traz pontos teóricos e práticos de experiências de colonização ou muito similares, tudo com base em seu argumento que consiste em dizer que o conceito de biopolítica de Foucault não é suficiente para nos situar de maneira adequada em situações coloniais.
Aqui, Mbembe propõe o termo necropolítica, que também consiste no controle do corpo do outro, contudo no sentido de quem irá morrer e quem irá viver. As perspecivas do autor sobre a ocupação do espaço, industrialização e sistematização da morte e um certo caráter comercial no processo de matar são pontos altos da leitura.
Enfim, vale muito a pena a leitura.
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Bruna 12/01/2024

Leitura pertinente e atual
Excelente leitura, aborda questões muito pertinentes!! O autor, por meio de autores como Foucault, Hegel, Fanon, Arendt, Bataille discute temas relacionados a: soberania, poder, racismo, escravidão, modernidade; trago um questionamento feito pelo autor: o estado possui ou não licença para matar em prol de um discurso de ordem? Embora a resposta pareça evidente, faz-se válido entender os usos e mecanismos dessa ?política de morte?.
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Avyla 09/01/2024

Primeiro livro desse autor.
Esse ensaio é simplesmente impecável pois faz uma análise partindo dos ideais de Biopoder de Foucault e das ideias de Fanon para conceituar a necropolítica que se manifesta nas relações de soberania presentes nos Estados.
É falado sobre as questões territoriais, o contexto colonial, pós-colonial e as guerras contemporâneas.
Indico essa leitura para todos que desejam entender sobre necropolítica e como ela está relacionada com as questões de classe, raça, dominação e controle.
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CamisApplepie 30/12/2023

Pertinente
Muito pertinente, obra do PAS que aborda como o estado decide quem pode viver e quem deve morrer, traz diversas reflexões, sendo uma leitura boa para construir conhecimento.
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Lissa 20/12/2023

Um livro que mostra a realidade de um jeito que a gente não tem certeza se quer saber. Uma vez visto não tem como desver.

Menos de 100 páginas e uma linguagem muito acessível, mas nem por isso é fácil. Sem dúvidas o livro mais denso que eu já li. É angustiante, mas em certa medida te faz perceber como a realidade opera para que dessa forma seja possível mudá-la.

Recomendo esse livro a qualquer cientista social ou cientista político, é uma leitura necessária. Aos demais entusiastas de diferentes nichos digo que é uma leitura importante, mas que vão se deparar com muitos nomes da filosofia e das ciências sociais, porém vale a pena ir a fundo nas pesquisas.
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