Beca Sasso 24/06/2021
Um começo curioso
Não sou uma grande fã do gênero, gosto bastante de Poe, mas confesso que fui vencida pela curiosidade. Precisava conhecer mais sobre a mitologia do Lovecraft.
Inicialmente, gostaria de salientar dois pontos: Em um primeiro momento me inquietou muito as questões raciais. Elas foram temporariamente apaziguadas pelo meus anos de cinema de horror que também trazem essa narrativa do Vodu e da Santeria como "a porta do inferno das malignas entidades que exalam enxofre e outros odores pútridos". Portanto, infelizmente, novidade nenhuma. O paralelo do preconceito racial é o mesmo. Se você assistiu "A chave mestra" deve entender do que falo. (Chamem os bombeiros! Queimem Lovecraft!)
O segundo ponto, é justamente o que eu citei ali sobre aos odores. Lovecraft é cinestésico, sensorial. Você lê e imagina a cena completa, dos olhos, ao ouvido, língua, é possível sentir a cena por inteira. Em algumas cenas senti náusea tamanha minha conexão com a leitura. Pra mim isso foi estupendo.
Eu fiquei fascinada pela história dos gatos e o último conto do livro me arrancou do sono no meio da noite com um pesadelo envolvendo uma casa assombrada.
Não posso dizer que não gostei, também não posso dizer que gostei, acredito que terei de ler mais alguns volumes para entender o cenário completamente inquietante e putrefato de Lovecraft.