O Idiota

O Idiota André Diniz




Resenhas -


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Ricardo.Silvestre 21/04/2023

O Príncipe Liev Michkin?
Adaptado do romance de Fiódor Dostoiévski com o mesmo nome, este ?O Idiota? em versão HQ é uma boa surpresa.
Tendo em conta que das 416 páginas pouco menos de 30 contêm diálogos, a história é contada quase exclusivamente por imagens o que já por si é deveras desafiante, principalmente para aqueles que não conhecem o original, como é o meu caso. De mente limpa e sem influências mergulhamos numa história da qual nos tornamos narradores o que se torna o processo muito estimulante.

No que toca ao desenho, adoro. O traço de André Diniz é muito particular, muito original aos meus olhos, e de uma enorme expressividade, o que só ajudou na minha própria interpretação da história.

Fiquei com a curiosidade bastante aguçada para ler o original mas também com a certeza de que é perfeitamente possível fazer-se ?literatura desenhada?.
SimoneSMM 23/04/2023minha estante
Adoro o príncipe Michkin! Aliás, Dostoiévski não erra!


Ricardo.Silvestre 26/04/2023minha estante
Eu não conheço a obra que serviu de inspiração para esta banda desenhada mas já fiquei muito curioso. Mas primeiro ainda tenho o ?Crime e Castigo? ali na minha estante a olhar para mim? ?


SimoneSMM 26/04/2023minha estante
O meu tb me olha. Quero reler os q li e acrescentar Os Irmãos Karamazóv. ?




Gramatura Alta 21/05/2018

http://www.gettub.com.br/2018/05/o-idiota.html
Vocês já devem ter notado e vivenciado como os valores do mundo estão invertidos. Em diversos âmbitos, prega-se o ódio, no lugar do respeito; o egocentrismo, onde deveria haver solidariedade; a presunção, sobre a empatia. Pensando nisso, há uma situação recorrente em nosso dia-a-dia: o fato de que, por diversos momentos, tentamos ajudar alguém, e esse alguém acaba por não valorizar a mão que lhe foi dada, desprezá-la ou semelhantes circunstâncias. Por isso, já ouvi diversas vezes que sou idiota, que não devia ter auxiliado e me compadecido. Aposto que vocês também passaram por algo parecido – e se não passaram, acreditem, ainda vão passar.

Vi em O IDIOTA – e, no caso, o "idiota" em questão se chama Liev Míchkin –, essa inversão de ser bom em cada página impressa. Míchkin é um personagem que precisa de certa introspecção para ser totalmente compreendido: ele viveu por muitos anos em sanatórios e seu contato humano foi básico, senão mínimo. Liev carrega consigo uma inocência e bondade que são intrínsecas e inabaláveis, além de uma sabedoria que se faz perceptível ao leitor, mesmo pelos quadrinhos, mesmo através de suas pouquíssimas falas. Uma cena que muito me marcou, foi quando ele enxergou, em um simples desenho, a tristeza de uma das personagens mais intensas do livro, quando os demais, ao olharem para ela, viam apenas maldade e características semelhantes.

Míchkin tem um modo peculiar e particular de enxergar o mundo, o que acredito que seu passado tenha potencializado. Sua pureza esmagadora chega a ser engraçada, em alguns contextos, de tão incomum e, ao mesmo tempo, tão singular e bonita. Há uma inteligência emocional quase concreta no protagonista, e sua falta de filtros faz com que ele aja e fale de acordo com o que sente e vê. É assustador e impressionante vê-lo interagir com os outros personagens na HQ, pois você anseia por saber o que Liev está pensando, há curiosidade em entender o quê, e como ele, de sua forma única, está observando. Embora, combinada a essas sensações, há quase uma necessidade de protegê-lo, de impedi-lo que aja de acordo com sua personalidade, já que sabemos que, ora ou outra, ele vai sofrer por ser do jeito que é.

Há ainda, nesta edição, um prefácio. A primeira vez que li, antes de começar a leitura, estranhei como um personagem pode ter semelhanças tanto com Jesus, quanto com Dom Quixote. Foi impossível, para mim, realizar tal arranjo. Fico surpresa, e até um pouco encantada, em dizer que consegui enxergar no protagonista tais essências.

É extraordinário, durante a leitura, como Dostoiévski consegue ser atual, mesmo com um HQ baseada em um livro escrito por volta de 1867. O espírito do tempo daquela época ainda está muito vivo na modernidade e nas discussões que são levantadas diariamente. O IDIOTA é uma obra de séculos atrás, entretanto há em suas folhas, o retrato do abuso sexual infantil e suas consequências, a demonstração de como é a epilepsia – e de como Liev é mais do que um epiléptico, que é, acima de sua doença, uma pessoa que sente, pensa e vive –, e alguns comentários críticos sociais que, de seu modo característico, Míchkin faz. Compreendo que, pela recriação quase sem falas que André Diniz fez, o destaque que os poucos diálogos existentes têm é enorme. Porém, é inegável a enormidade da fala de Liev, quando recorda a execução de um homem na guilhotina que assistira (e tentara impedir) quando era mais novo:
“A execução de um criminoso é um crime mais grave do que o crime cometido por ele.”
E o trabalho de André Diniz é sublime. Os desenhos têm traços fortes e são impactantes na crueza em que demonstram as emoções. Como já dito anteriormente, a pouquidade de diálogos e falas escritas, tornou a leitura do quadrinho mais intensa. Só consigo compará-la, para a compreensão de vocês, com a recente experiência de assistir ao filme UM LUGAR SILENCIOSO, ou então relembrar brincadeiras como Gato Mia, em que cobríamos nossos olhos e tínhamos de seguir nossos amigos apenas utilizando o tato e a audição. Há uma agudez de sentidos, uma intensificação de sensações. Ficou realmente incrível. Gosto muito de quadrinhos e mangás, adoro a mistura de falas e ilustrações. Contudo, O IDIOTA, com sua escassez de trechos escritos, dá ao leitor uma compreensão e visão muito rica. A edição é, por completo, sensacional! Os detalhes da capa, a qualidade do papel, as orelhas largas e o prefácio instrutivo e interessante, só complementam o livro.

É importante dizer que não conheço a obra integral de Dostoiévski. Sempre tive a vontade de ler outros livros do autor, como CRIME E CASTIGO e OS IRMÃOS KARAMÁZOV. Entretanto, sou uma leitora um tanto medrosa quando se trata de clássicos russos. Mas quando surgiu a oportunidade de ter esta edição de O IDIOTA em mãos, mesmo sabendo que era uma recriação em quadrinhos, hesitei em tomar a iniciativa de lê-lo. Até mesmo dei uns três passos mentais para trás, praticamente fugindo. Todavia, fico feliz que eu tenha arriscado. Valeu a pena, sem sombra de dúvida. Surgiu até a pequena centelha de querer ler o livro. No entanto, assumo que preciso amadurecer mais essa ideia.

Com o final da leitura, vendo o estado de Míchkin, tudo o que ocorreu, as suas poucas alegrias e muitas dores, e a tragicidade da conclusão... eu fiquei balançada. Sempre acreditei que, por mais que sejamos rechaçados como idiotas por muitas pessoas, não é o nosso modo de viver, de enxergar e de tratar os outros que deve mudar. Não somos nós os errados. São os outros. A pergunta final era sempre: que preço pagarei se eu mudar? Entretanto, com o término de O IDIOTA, a questão que fechou aquelas páginas – e continuou em minha mente por um tempo, persistente –, era: que preço pagarei se eu não mudar?

site: http://www.gettub.com.br/2018/05/o-idiota.html
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Laís 29/05/2018

[#resenhamaniadelivro] O Idiota – André Diniz
[#resenhamaniadelivro] O Idiota – André Diniz

O Idiota é um romance escrito pelo russo Fiódor Dostoiévski. Acredito que grande parte dos leitores já tenha ouvido esse nome ao menos uma vez! Conhecido pelos seus textos densos, carregados de discussões e para muitos de difícil leitura, Dostoiévski é um ícone da literatura clássica mundial - suas histórias são muitíssimo aclamadas há mais de 100 anos.

Essa é uma adaptação da história original em formato de quadrinho, o que por isso só já é extremamente interessante. A sinopse, claro, promete ainda mais!

O livro irá contar a história de Míchkin, um jovem que havia passado grande parte da sua vida internado num sanatório devido a sua condição de saúde. Quando sai, ele vai à busca da sua única parente viva. Assim conhece Ivan, Rogójin, Nástacia, entre outros personagens completamente singulares, diferente de tudo que eu já havia “lido”.

Coloquei lido em parênteses porque essa HQ não tem falas. Achei isso engraçado: um autor que é mundialmente conhecido por seu texto tão difícil, ter sua história transformada numa série de imagens com pouquíssimos diálogos para situar. Só posso conformar que a essência se manteve: mesmo diante de outro ponto de vista, por meio de imagens, achei essa história intensa e louca. Bem louca.

A sensação que ficou é aquela pequena confusão mental, como se eu tivesse deixado passar algo. Tenho plena noção que para entender essa história vou precisar ler e reler o livro algumas vezes. Mesmo só com as imagens, é fácil perceber que se trata de uma história sofrida e sombria, como se conversasse direitamente com muito do pior que o ser humano possui. Personagens loucos, estranhos, egoístas e tão singulares que fica compreensível entender porque suas obras são tão famosas. Elas incomodam e marcam o leitor.

O trabalho gráfico dessa HQ tá incrível. Traços grossos e bem marcados, cenas expressivas e que passam a profundidade que a história aparenta ter.

Eu gostaria que o quadrinista tivesse usado um pouco mais de falas do texto original. Diálogos só teriam enriquecido essa experiência!

-Livro cedido em parceria com a Cia das Letras.

site: https://www.instagram.com/_maniadelivro/
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Pedro 16/07/2018

Em "O Idiota", André Diniz narra, através de quadrinhos, a história de Liev Míchkin, um príncipe de 27 anos que há muito tempo estava internado num sanatório, na Suíça, tratando de suas crises de epilepsia - doença que na época, consequentemente, lhe rotulava como um 'idiota'.

Confira a RESENHA COMPLETA + FOTOS no link abaixo! (Blog do Pedro Gabriel)

site: http://www.blogpedrogabriel.com/2018/07/resenha-o-idiota-de-andre-diniz.html
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Bruno Garcia 23/07/2018

Obra de Arte
O trabalho do Andre Diniz é digno de premiação devido ao cuidado e modo de narrar esse clássico de Dostoievski. Com imagens e poucos detalhes consegue passar toda expressão e sentimentos dos personagens com um lindo traço para desenhar. Obra de Arte! Coisa linda!
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none 26/08/2018

Arte em quadrinhos
O próprio livro de Dostoiévski dialoga com a arte seja com Dom Quixote de Cervantes seja com a Bíblia seja com quadro de Hans Holbein representando o Cristo morto. A adaptação dialoga com literatura de cordel, o expressionismo do cinema, xilogravuras de Osvaldo Goeldi. Enfim, leia o livro se você aprecia e já leu Dostoiévski ou se aprecia obras de arte. Porquê é isso que a gente tem em mãos com este clássico adaptado. Ah, mas cadê os balões? Tenha um pouco de imaginação. Você vai precisar de um bocado para ler o romance sem influências que podem deturpar a leitura. Aproveite e curta o melhor dos dois mundos, leia os quadrinhos, o romance, os dois ao mesmo tempo e releia quando e quanto quiser!
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Laura Brand 30/08/2018

Nostalgia Cinza
Dostoiévski é conhecido por seus enredos estruturados e escrita complexa e, como ainda não li nenhuma obra do autor, pensei que essa edição de O Idiota fosse um bom jeito de começar a me aventurar nos livros do autor. Uma HQ adaptando um dos clássicos de Dostoiévski para os quadrinhos parece uma boa ideia, certo?
O Idiota é uma HQ diferente de tudo o que eu já vi. Além de ser toda em preto e branco, não devem existir mais de dez palavras ao longo de todas as 416 páginas. Dostoiévski é muito conhecido e reconhecido por seus enredos complexos e extensos, então se deparar com uma adaptação de uma de suas histórias mais conhecidas sem nenhum diálogo é, no mínimo, curioso.
A falta de palavras incomoda. O propósito me parece ser justamente tirar o leitor do lugar comum e fazer com que ele precise mastigar e digerir cada quadrinho, assim como os livros de Dostoiévski exigem um certo grau de maturidade para serem lidos. Mas pelo fato de a história ter sua complexidade intrínseca, uma contribuição da narrativa extensa do autor, a falta de palavras gera um incômodo difícil de ser ignorado.
O traço de André Diniz também contribui para o desconforto do leitor. Os traços são fortes, quase grosseiros, e combinam perfeitamente com o tom da história. É um traço que exige atenção uma vez que não é nem um pouco realista, ou seja, não é uma daquelas HQs que basta simplesmente olhar brevemente para o desenho para entendê-lo por completo. André Diniz criou uma arte que exige do leitor paciência e disposição para absorver suas sutilezas, por mais simples que o desenho pareça à primeira vista. É uma HQ que incomoda, que tira da zona de conforto.
Além disso, a narrativa não é linear e isso atrapalha muito o ritmo de leitura dos quadrinhos. Como não existem divisões para separar momentos na narrativa, momentos de flashback, por exemplo, fica tudo mais confuso. Os quadrinhos com traços mais grossos, sem cores e seguindo esse estilo narrativo fizeram com que, pra mim, a leitura não fosse muito prazerosa, não é um quadrinho para ler e se divertir, ainda mais se o leitor ainda não tem o hábito de ler HQs com muita frequência. Os quadrinhos, apesar de parecerem bem simples e quase minimalistas, exigem um pouco mais de atenção para sua interpretação uma vez que praticamente não existem diálogos.
O fato de não ter diálogos me pareceu uma estratégia narrativa bem interessante, gosto de iniciativas diferentes que propõem novas formas de conhecer uma história clássica, mas O Idiota não conseguiu me cativar com esse recurso.
Me peguei tentando arduamente gostar, mas não consegui. Talvez porque não seja meu estilo de narrativa nem de traço, mas não consegui me sentir fisgada pelo livro. André Diniz é um artista muito capaz e seu trabalho reflete sua capacidade criativa, mas infelizmente O Idiota não me encantou.
Entretanto, a Quadrinhos na Cia vem se superando e a edição de O Idiota é um bom exemplo. As folhas brancas não prejudicam a leitura, pelo contrário, realçam os traços de André e contrastam com os personagens bem caricatos e definidos. Além disso, a capa também chama bastante atenção e completa uma edição muito bem elaborada.
Acredito que seja uma HQ excelente para fãs de Dostoiévski que procuram braços de sua narrativa de formas diferentes e inusitadas. Fãs de HQs mais densas e histórias um pouco mais elaboradas também podem encontrar um bom livro e uma boa história para mergulhar em O Idiota. Infelizmente não posso me incluir nessa parcela, por enquanto. Talvez, após ler os originais de Dostoiévski eu me sinta mais cativada por essa adaptação.


site: https://goo.gl/c3mpsv
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Lu 30/08/2018

O que eu gostei nessa versão de André Diniz é que muito pouco precisa ser dito, seus traços são de tal forma que conseguimos capitar facilmente a expressividade ali presente. Diniz soube resumir bem a história de Dostoiévski, mas, ao meu ver, resumiu até demais.
Estou extremamente confusa sobre o que achei desse livro pois ao mesmo tempo que senti falta da profundidade dos diálogos de Dostoiévski, achei também que eles foram perfeitamente representados apenas com traços.
Provavelmente o erro está na minha própria expectativa de que fosse uma obra fiel a original mas, partindo do ponto de que a versão em HQ nunca teve essa intensão, então é um ótimo livro.
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Guilherme.Massih 16/12/2018

Quadrinho muito interessante
Essa HQ que é baseada no livro do escritor russo Dostoievski é bem interessante. Conta com pouquíssimas falas e o uso muito bem definido do preto e branco no qual o autor utiliza muito das expressões dos personagens para contar esta história. Me deixou com vontade de conhecer a obra original.
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Minha Velha Estante 09/01/2019

Resenha da Adriana Medeiros
O idiota é uma recriação do clássico, de mesmo nome, do grande Fiódor Dostoiévski, feita por André Diniz, ilustrador e quadrinista carioca.

Ou seja, o leitor tem em suas mãos uma obra fruto de grande ousadia. Afinal, traduzir um livro em prosa de Dostoiévski, um dos mais fantásticos escritores russos do século XIX, para os quadrinhos não deve ter sido uma tarefa nada fácil.



O livro conta a história do jovem russo Míchkin, príncipe, filho de família riquíssima, internado por muitos anos em um sanatório na Suíça apenas por ter epilepsia, o que era comum para a época. Sentindo-se curado, Michkin retorna à Rússia e vai à procura de um parente distante de sua mãe para se sentir amparado no mundo.

Apaixonado por Nastácia e enganado por Rogójin, Michkin, inocente e puro que é, logo estará envolvido em um triângulo amoroso e exposto à ganância e maldade humanas. Em meio a tudo isso, ainda tem que se adaptar a um mundo nada familiar e suas convenções sociais, dos quais ficou afastado por tanto tempo.



Tudo isso é contado ao leitor com o mínimo de palavras e de cores possível, mas com uma riqueza de traços e expressões que falam por si só, levando o leitor a fazer uma leitura lenta e observadora ou não será capaz de captar tudo o que as imagens dizem. Os traços do André Diniz me lembraram os cordéis nordestinos e transmitem toda a dor e angústia que Michkin acaba encontrando na vida fora do sanatório.


Adorei a ideia de trazer um clássico tão denso em forma de quadrinho para o leitor, o que torna a leitura bem mais leve, além de ter em mãos uma obra impecável.

site: http://www.minhavelhaestante.com.br/2018/07/o-idiota-andre-diniz.html
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Kammy Krysthin 16/08/2019

Confuso, mas interessante.
Quando recebi o livro achei interessante ter a primeira experiência com o autor que é tanto falado entre os apaixonados por literatura, Fiódor Dostoiévski tem um currículo e tanto e André Diniz retratou uma de suas maiores obras em uma versão em quadrinhos.


Um olhar diferente de um grande autor para imagens que são simples ilustrações, foi exatamente isso que aconteceu, apesar de ser uma versão do O Idiota o livro em si não apresenta muitas falas, deixando em aberto para a interpretação do público que o lê, neste caso a confusão foi de fato o fator mais importante durante toda a leitura para mim, com dramas e um complexo relacionamento a obra retrata Liev Míchkin um jovem que viveu a maior parte da vida trancado e apesar de adulto carrega consigo a ingenuidade e bondade de uma criança, dai em diante vemos como é sua vida fora dos sanatórios em que viveu.
Considerado estranho e como o próprio título diz "O Idiota", Liev se apaixona, vive seus dramas e desamores além de algumas confusões em seu caminho. A leitura por assim dizer, do livro foi um tanto quanto confusa, por nunca ter lido nada do tão renomado autor ter uma obra com mínimas palavras deixa um vácuo em aberto de gostar ou não do que ele escreve, neste caso ainda irei me aprofundar para achar uma resposta adequada.



A obra apresenta questões interessantes como a compra do amor, seja por dinheiro, jóias ou poder, também temos a imagem e julgamento que as mulheres sofrem por serem livres para aproveitar a vida da forma como bem entenderem, apesar de ser uma obra de 1869, tem todos os contextos e reflexões atuais da sociedade que vem passando durante séculos os mesmos questionamentos.
Vale ressaltar cada detalhe em suas ilustrações monocromáticas, que refletem os personagens em seu todo e também os traços do artista que o ilustrou, deixando a vista um talento espetacular para futuras obras e claro quadros que venderiam em galerias de arte renomadas.
Deixo aqui a minha curiosidade em relação as obras do autor e você que já leu algo de Dostoiévski deveria ler este livro, acredito que vai entender mais do que eu durante a leitura.

site: http://www.kammykrysthin.com.br/2018/07/resenha-o-idiota.html
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Biblioteca Álvaro Guerra 20/09/2019

O idiota, de Fiódor Dostoiévski, é um dos maiores romances da história da literatura. Nesta incrível versão em quadrinhos, o artista André Diniz mergulha na prosa do mestre russo e cria uma graphic novel eletrizante e original, uma jornada aos abismos interiores e horrores metafísicos de um dos mais implacáveis escritores do século XIX. Em preto e branco, e num registro quase sem palavras, André Diniz propõe uma recriação surpreendente de O idiota, obra máxima de Fiódor Dostoiévski.

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site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535930726
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Layla 07/01/2020

Vocês já devem ter notado e vivenciado como os valores do mundo estão invertidos. Em diversos âmbitos, prega-se o ódio, no lugar do respeito; o egocentrismo, onde deveria haver solidariedade; a presunção, sobre a empatia. Pensando nisso, há uma situação recorrente em nosso dia-a-dia: o fato de que, por diversos momentos, tentamos ajudar alguém, e esse alguém acaba por não valorizar a mão que lhe foi dada, desprezá-la ou semelhantes circunstâncias. Por isso, já ouvi diversas vezes que sou idiota, que não devia ter auxiliado e me compadecido. Aposto que vocês também passaram por algo parecido – e se não passaram, acreditem, ainda vão passar.

Vi em O IDIOTA – e, no caso, o "idiota" em questão se chama Liev Míchkin –, essa inversão de ser bom em cada página impressa. Míchkin é um personagem que precisa de certa introspecção para ser totalmente compreendido: ele viveu por muitos anos em sanatórios e seu contato humano foi básico, senão mínimo. Liev carrega consigo uma inocência e bondade que são intrínsecas e inabaláveis, além de uma sabedoria que se faz perceptível ao leitor, mesmo pelos quadrinhos, mesmo através de suas pouquíssimas falas. Uma cena que muito me marcou, foi quando ele enxergou, em um simples desenho, a tristeza de uma das personagens mais intensas do livro, quando os demais, ao olharem para ela, viam apenas maldade e características semelhantes.

Míchkin tem um modo peculiar e particular de enxergar o mundo, o que acredito que seu passado tenha potencializado. Sua pureza esmagadora chega a ser engraçada, em alguns contextos, de tão incomum e, ao mesmo tempo, tão singular e bonita. Há uma inteligência emocional quase concreta no protagonista, e sua falta de filtros faz com que ele aja e fale de acordo com o que sente e vê. É assustador e impressionante vê-lo interagir com os outros personagens na HQ, pois você anseia por saber o que Liev está pensando, há curiosidade em entender o quê, e como ele, de sua forma única, está observando. Embora, combinada a essas sensações, há quase uma necessidade de protegê-lo, de impedi-lo que aja de acordo com sua personalidade, já que sabemos que, ora ou outra, ele vai sofrer por ser do jeito que é.

Há ainda, nesta edição, um prefácio. A primeira vez que li, antes de começar a leitura, estranhei como um personagem pode ter semelhanças tanto com Jesus, quanto com Dom Quixote. Foi impossível, para mim, realizar tal arranjo. Fico surpresa, e até um pouco encantada, em dizer que consegui enxergar no protagonista tais essências.

É extraordinário, durante a leitura, como Dostoiévski consegue ser atual, mesmo com um HQ baseada em um livro escrito por volta de 1867. O espírito do tempo daquela época ainda está muito vivo na modernidade e nas discussões que são levantadas diariamente. O IDIOTA é uma obra de séculos atrás, entretanto há em suas folhas, o retrato do abuso sexual infantil e suas consequências, a demonstração de como é a epilepsia – e de como Liev é mais do que um epiléptico, que é, acima de sua doença, uma pessoa que sente, pensa e vive –, e alguns comentários críticos sociais que, de seu modo característico, Míchkin faz. Compreendo que, pela recriação quase sem falas que André Diniz fez, o destaque que os poucos diálogos existentes têm é enorme. Porém, é inegável a enormidade da fala de Liev, quando recorda a execução de um homem na guilhotina que assistira (e tentara impedir) quando era mais novo:

“A execução de um criminoso é um crime mais grave do que o crime cometido por ele.”

E o trabalho de André Diniz é sublime. Os desenhos têm traços fortes e são impactantes na crueza em que demonstram as emoções. Como já dito anteriormente, a pouquidade de diálogos e falas escritas, tornou a leitura do quadrinho mais intensa. Só consigo compará-la, para a compreensão de vocês, com a recente experiência de assistir ao filme UM LUGAR SILENCIOSO, ou então relembrar brincadeiras como Gato Mia, em que cobríamos nossos olhos e tínhamos de seguir nossos amigos apenas utilizando o tato e a audição. Há uma agudez de sentidos, uma intensificação de sensações. Ficou realmente incrível. Gosto muito de quadrinhos e mangás, adoro a mistura de falas e ilustrações. Contudo, O IDIOTA, com sua escassez de trechos escritos, dá ao leitor uma compreensão e visão muito rica. A edição é, por completo, sensacional! Os detalhes da capa, a qualidade do papel, as orelhas largas e o prefácio instrutivo e interessante, só complementam o livro.

É importante dizer que não conheço a obra integral de Dostoiévski. Sempre tive a vontade de ler outros livros do autor, como CRIME E CASTIGO e OS IRMÃOS KARAMÁZOV. Entretanto, sou uma leitora um tanto medrosa quando se trata de clássicos russos. Mas quando surgiu a oportunidade de ter esta edição de O IDIOTA em mãos, mesmo sabendo que era uma recriação em quadrinhos, hesitei em tomar a iniciativa de lê-lo. Até mesmo dei uns três passos mentais para trás, praticamente fugindo. Todavia, fico feliz que eu tenha arriscado. Valeu a pena, sem sombra de dúvida. Surgiu até a pequena centelha de querer ler o livro. No entanto, assumo que preciso amadurecer mais essa ideia.

Com o final da leitura, vendo o estado de Míchkin, tudo o que ocorreu, as suas poucas alegrias e muitas dores, e a tragicidade da conclusão... eu fiquei balançada. Sempre acreditei que, por mais que sejamos rechaçados como idiotas por muitas pessoas, não é o nosso modo de viver, de enxergar e de tratar os outros que deve mudar. Não somos nós os errados. São os outros. A pergunta final era sempre: que preço pagarei se eu mudar? Entretanto, com o término de O IDIOTA, a questão que fechou aquelas páginas – e continuou em minha mente por um tempo, persistente –, era: que preço pagarei se eu não mudar?

(resenha postada no blog GETTUB)
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Mariele 06/08/2021

Show
Como todos sabemos Dostoieviski é um dos maiores escritores de todos os tempos mas ama escrever biblias. Essa adaptação é quase que toda não verbal e me deixou com mais vontade para oer o romance original
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Emi 28/01/2022

Essa hq tem que ser lida depois de ler o original, pq senão não entende nada. Agora se ler o livro antes, a hq vai ajudar a organizar os eventos na cabeça e os personagens. Quase não têm falas, mas as expressões dos desenhos te fazem mergulhar na situação é resgatar o que havia sido lido. Conseguiram manter a qualidade e envolver o leitor. Gostei.
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