marina 02/08/2023
Hei de morrer de amor nascendo em mim.
Os poemas foram dispostos nesta edição de forma inteligente, nos permitindo ter um contato aprimorado com a obra; conhecendo a Hilda na sua infinita coletânea de antônimos.
Ela brinca com o significado das palavras, coloca juntos termos que não se encaixam, e assim dá a eles um sentido maior.
A Hilda é fogo, água, terra, pedra, carne, sangue, sêmen, ar e éter. Usa dos elementos da natureza e do corpo para tentar transcender a morte, por meio do amor. Em seus poemas, vomita a necessidade de ser ouvida; mais que isso: de fazer sentir como ela sente. E consegue.
"Nós, poetas e amantes
o que sabemos do amor?
Temos o espanto da retina
diante da morte e da beleza.
Somos humanos e frágeis
mas antes de tudo, sós."
"Aflição de ser água em meio à terra"
"E se eu soubesse que à morte
Meu muito amar conduzia,
Maior nobreza de amante
Afirmar-vos inda assim
Que ele tal e qual seria
Como tem sido até agora:
Amor do começou ao fim."
"Eu te pareço louca?
Eu te pareço pura?
Eu te pareço moça?
Ou é mesmo verdade
Que nunca me soubestes?"
"Tenho sofrido
Porque de amor
Tenho vivido."
"Me fizeram de pedra
quando eu queria
ser feita de amor."
"E se é que este arder há de ser sempre
Hei de morrer de amor nascendo em mim."