spoiler visualizarBina 16/01/2022
Esse é o melhor livro que eu já li em toda minha vida
Olha, aqui tá cheio de spoilers, mesmo.
Torre do Alvorecer é um 5 estrelas por si só; da mesma forma que os livros anteriores. Mas, o que fez ele se tornar o melhor livro lida na minha vida é porque ele tocou em todos os meus pontos fracos kkkkkkk sim, motivos quase completamente pessoais.
A começar com as culturas do Continente Sul, que pelo que vi nos agradecimentos foram inspiradas no Império Mongol. Mas tenho certeza que houve influencia de outros países também, porque em um momento o Chaol e a Yrene comem baklava (um doce turco/grego).
Eu tenho um fraco por culturas diferentes, idiomas diferentes; é uma graaaaaande paixão minha. Então, ler um livro inteiro com algo diferente do que li nos outros livros de ToG ou quaisquer outros livros que eu já tenha lido, foi uma surpresa maravilhosa. Foi lindo ouvir sobre as sulde, sobre as roupas, sobre os 36 deuses e as histórias das conquistas e em como o primeiro Khagan não sufocou a religião dos povos conquistados, apesar da conquista (que já é algo sangrento e terrível). Me lembrou Alexandre, O Grande essa parte.
A outra parte que acabou comigo foi a cura do Chaol. Eu amei que não foi uma cura rápida, ela foi complexa, demorou o livro inteiro para acontecer e só aconteceu após ele começar a tratar o emocional e mental dele. Eu achei isso esplêndido.
Em minha visão, Chaol estava com depressão. Acredito nisso porque me identifiquei com cada um dos pensamentos dele e até os surtos temperamentais dele eu compreendi, porque acontecem exatamente o mesmo comigo. Ele estava cheio de mágoa, tristeza, arrependimento e ódio que o fez não querer se curar porque achava que não merecia.
E, mesmo ele se envolvendo amorosamente com a Yrene, isso não romantizou a cura dele. A Sarah foi cirúrgica nessa parte, a Yrene é curandeira, médica. Ela tratou, junto com o Chaol, o mental e o físico dele. E quanto ela tinha lutado contra o demônio valg dentro dele que o incapacitava, ainda havia um pouco de escuridão ali. Mas esta era dele, do Chaol; era todos os pesos que ele carregava nas costas e Yrene disse a ele que ele poderia moldar essa sombra no que ele quisesse. Disse que ele precisava perdoar a si e aos outros e amar a si mesmo. Achei tão poético e metafórico que só faltei chorar.
Quando no final ele está andando mas não 100% curado (ainda tinha um pouquinho de sombras dentro dele), ele a agradece e ela diz que esse agradecimento deveria ser direcionado a ele também, já que ela não lutou sozinha.
Outra coisa foi que, no final do final, ele é atacado pela Duva (valg) na coluna novamente e perde o movimento das pernas novamente e quase morre. Ele é salvo e tudo mais mas a coluna dele dessa vez não tinha volta. O preço a se pagar por essa cura milagrosa do Chaol foi entrelaçar a vida dele à de Yrene, então ele conseguiria andar muito bem enquanto Yrene estivesse bem, e conforme o poder dela fosse se esgotando pelo cansaço ele iria precisar de uma bengala e talvez uma cadeira de rodas; quando ela estivesse bem novamente ele conseguiria andar bem também. E a reação dele foi a melhor, ele aceitou (depois de encontrar o Shen, que era guarda do castelo e não tinha uma das mãos, e lutar junto com a guarda real do khagan) que ele não era menos porque precisava de uma bengala ou de uma cadeira de rodas. Eu achei isso tão perfeito, tão lindo e importante de ser escrito nos livros.
Esse se tornou meu livro favorito da vida. Ele é lindo do começo ao fim.