Tati Iegoroff (Blog das Tatianices) 25/03/2020“Acho que todo mundo só enxerga no outro aquilo que é conveniente”Esse é um livro que tem a sua dose de romance (coisa que eu amo), mas que vai muito além disso. A narrativa é alternada entre capítulos de Cecília e de Bernardo, que é o irmão mais velho de Iasmin, que, por sua vez, é a melhor amiga de Cecília.
Cecília é uma garota que sofre com seus ataques de pânico e com uma mente que não consegue controlar, além de ter de lidar com olhares e palavras maldosas dos outros (inclusive familiares) por estar acima do peso. Para completar seu infortúnios, ela não se dá muito bem com a mãe a ainda perde o emprego, o que gera uma briga familiar e tanto.
Bernardo, por outro lado, vem de uma família rica e aparentemente bem estruturada. Mas sabemos que isso geralmente é só aparência mesmo. Seus pais vivem brigando e, em seu íntimo, Bernardo sofre com isso.
Como esperado, Iasmin também é uma personagem importante ao longo da trama, e por meio dela a autora ainda consegue nos fazer refletir sobre relacionamentos abusivos.
Para completar o trio de amigas inseparáveis temos, Rachel, que é cadeirante e provavelmente uma das personagens mais sensatas da história.
Por meio dos personagens secundários, Iris ainda consegue retratar muito da vida (e do estilo de vida) dos jovens universitários e também da rotina da faculdade em si.
A leitura flui muito bem, daquele jeitinho que a gente não quer largar o livro até o final, mesmo quando percebe que vai dar tudo errado.
Não sei se essa história poderia ser gatilho para algumas pessoas, mas acredito que não. Cecília vive na pele um pouco de tudo. Senti que a história conseguiu ser realista e sensível, mostrando inclusive como é difícil pedir ajuda ou mesmo entender o que se está passando.
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