Céu sem estrelas

Céu sem estrelas Iris Figueiredo




Resenhas -


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@viagementrelivros 20/03/2019

@viagementrelivros
Oi, gente! Eu terminei esse livro recentemente e foi de um impacto tão grande que eu não sabia por onde começar uma resenha. Resolvi então fazer algo diferente e vou falar aqui sobre 3 temas importantes que são relatados na história e que, por isso você precisa ler. Nos comentários deixarei a sinopse, ok?

⭐Tema 1: gordofobia. O sofrimento da Cecília, a personagem principal, sobre a maneira como as pessoas a tratam por causa de seu peso, é palpável desde o começo da história. São familiares que nunca deixam de apontar o quanto ela engordou ou de dizer que ela deve parar de comer. As roupas do shopping que não são feitas para seu tamanho, os comentários 'inocentes' de terceiros sobre sua aparência e condição. Crescer com essa pressão sobre seu corpo fez da Cecília uma pessoa com a auto-estima muito prejudicada, e isso acarreta em muitas outras coisas.
⭐Tema 2: depressão. A autora aborda isso de uma maneira bastante verdadeira. É bem difícil de ler inclusive, parece que dói na gente. Pode imaginar então o quanto dói na pessoa que está com depressão? No livro somos lembrados de que depressão é um assunto sério, não é frescura, não é vergonhoso, é uma doença. E como toda doença, precisa de tratamento.
⭐Tema 3: Relações familiares tóxicas. A história da Cecília é extremamente marcada pela relação dela com a mãe e com o pai ausente, além dos problemas com o padrasto. Tudo isso corrobora, e muito, com as dificuldades na vida da Cecília.
- A autora trás vários outros temas no decorrer da história, mas não quero jogar todos esses spoiler aqui. Tudo é tratado de forma crua e, infelizmente, muito real.
- Como podem ver, é um livro pesado, mas a escrita é fluída e se desenvolve rapidamente. Minha crítica se dá pelo final corrido demais e a falta de desenvolvimento do futuro dos personagens. Não sei se a autora pretende fazer uma continuação, mas eu gostaria que tivesse para fechar todas as pontas.
- No mais, é uma história que recomendo bastante.
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Ana Ira! 25/03/2019

Céu sem estrelas, da autora brasileira Iris Figueiredo, é um livro bastante importante e diferente, pois fala sobre doenças e saúde mental.

Tema tão necessário nos dias atuais, aqui conhecemos a Cecília, uma jovem de 18 anos, que sofre de uma forte depressão e que ao decorrer da trama passará por poucas e boas.

Cecília acaba de ingressar na faculdade e ainda por cima é dispensada do emprego, para seu desespero bem no dia de seu aniversário.

Sua mãe fica bravíssima com ela e a expulsa de casa, fazendo com ela peça ajuda a sua melhor amiga, Iasmin.

Iasmin é irmã mais nova de Bernardo, e amiga íntima de Cecília há anos. As duas se dão muito bem e a família deles recebem Cecília como uma segunda filha.

Morando todos juntos, logo Cecília e Bernardo começam a ficar, ela sempre gostou dele, e ele passa a enxergá-la agora mais do que a "amiga da irmã" e realmente se apaixona por ela, até que um deslize - que a meu ver nem foi tão culpa dele assim - faz com que os dois termine e Cecília sai de sua casa e vá morar com a vó muito revoltada.

Eu tava muito ansiosa mesmo pra ler Céu sem estrelas. As resenhas que li dele eram muito positivas, e a histórias parecia ser muito boa. Porém, me decepcionei bastante, pois o livro deixa MUITAS pontas soltas, muita falta de explicações e a Cecília me incomodou um bocado.

Como eu disse, desde os primeiros capítulos já percebemos a depressão da Cecília, e eu entendo a dor dela, de verdade! Porém, achei ela muito ingrata com o Bernardo, a Iasmin e os pais deles, que lhe deram abrigo, roupas, comida, wi-fi kk de tudo quando ela jogada pra fora pela mãe.

O Bernardo aceita uma carona de uma ex e acontece tal coisa que culmina no "término" deles. Ok, ele errou. Mas não foi tão grave assim, e outra, ele e a Cecília ficavam, não tinham nada sério. Não entendi o surto dela. Só de ver ele, ficar na presença dele, ela já passava mal e se sentia incomodada. A capa é linda, mas mostra uma cena horrível, de algo triste e muito, muito intenso que houve com a Cecília, e eu não a julgo, só que fiquei chateada, porque ela expõe seus sentimentos de uma forma, demonstrando que teve esse surto só porque saiu pra jantar com o Bernardo. Poxa, mas o menino fez de tudo pra ficar com ela. Pediu perdão, fez o melhor, se preocupou. E a Iasmim precisando dela, e ela simplesmente deu as costas.

Não gostei nada, nada da Cecília. Achei ela muito ingrata com todos que a amaram e tentaram lhe ajudar.

O final foi muito decepcionante, pois faltou muitas informações, ela continuou uma grossa, e quando descobrimos a real de seus problemas psicológicos, não é dado tantas informações sobre o tratamento, como será feito e se ela terá chances de melhorar e ter uma vida saudável. Só é dito a doença que ela tem e que foi consultar com um psiquiatra. Só isso.

Enfim, a ideia do livro foi muito boa. Todavia, o desenvolvimento da trama não.

Os capítulos são narrados pela Cecília e pelo Bernardo. Os dela são na maioria falando mal dele kkkkk e ele é muito fofo, compreensivo e realmente fez de tudo pra ficar com ela e ajudá-la.

Apesar dos pesares, gostei da temática, vale muito ressaltar os problemas psicológicos e as formas de ajudas e tratamentos via literatura.

site: https://elvisgatao.blogspot.com/2019/03/resenha-ceu-sem-estrelas-iris-figueiredo.html
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Cassio 16/04/2019

Eu esperava que Céu sem Estrelas fosse um bom livro, por todos os elogios que já li. No entanto, Iris Figueiredo conseguiu surpreender superando as minhas expectativas. Com relação à escrita, o livro apresenta pontos de vista alternados entre Cecília e Bernardo, e isto provoca uma imersão ainda maior na história, pois o leitor pode observar o enredo se desenvolver sob óticas diferentes e ter maior compreensão do todo. A leitura é fluida, e os acontecimentos narrados são um retrato cru da vida real.
A história de Céu sem Estrelas é dolorosamente identificável. Em vários momentos pude enxergar a mim, a minha família, a meus amigos, nas situações descritas por Iris. E ao mesmo tempo em que é identificável, Céu sem Estrelas nos ajuda a entrar no universo dos distúrbios mentais e compreender o peso das palavras e julgamentos da sociedade sobre o indivíduo, as relações familiares e seus desdobramentos psicológicos sobre cada um, a perspectiva de uma pessoa sobre as experiências que vive - pois o que pode ser bobagem para um pode ter um grande efeito sobre outro, e isto é bem demonstrado na dança de capítulos entre Cecília e Bernardo.
Em suma, Céu sem Estrelas é um maravilhoso romance psicológico que traz representatividade, sem esquecer de como as diferenças de cada um afetam sua perspectiva sobre o mundo, e nos convida a refletir sobre estas diferenças.
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Renata 23/05/2019

mais do que um simples new adult, esse livro fala sobre depressão
esse livro revelou-se diferente do que eu esperava antes de iniciar a leitura. pensava que ia ser mais um livro leve e tranquilinho sobre superação pessoal na juventude, algo facilmente digerível pra passar o tempo, afinal, era a história de uma menina recém saída do colégio e recém ingressa na faculdade, enfrentando os desafios da vida adulta. mas ele se mostrou mais impactante do que parecia ser inicialmente.

confesso que na primeira parte do livro eu tava com ranço da cecília, a protagonista. eu só conseguia pensar: 'nossa, que menina chata, que baixa autoestima, que excesso de autocomiseração, tá sempre se colocando pra baixo, que uó'; quase que abandonei a leitura. mas continuei firme porque, apesar de ser algo diferente do que eu esperava, é um livro fácil de ler.

a escrita da autora é gostosa, o ritmo da história é bom, a leitura vai fluindo sem nem perceber.

o livro fala sobre depressão, sobre não se sentir bem consigo mesmo, e sobre como a vida pode afundar se não for procurado tratamento adequado pra isso. só depois que percebi que a protagonista tinha mais do que uma simples autopiedade excessiva, e sim depressão, foi que comecei a me conectar mais com a história.

pode ser um livro importante pro público em geral por conseguir abordar esse assunto, mas sinto que não é pra todo mundo: há alguns gatilhos que podem afetar quem o lê, dependendo do estado mental do leitor (como em 13 reasons why). por isso, apesar de ser uma leitura fácil e proveitosa, pode se revelar ser um pouco pesada também.
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Gio 05/02/2019

Um nacional memorável
Cecília é uma jovem que sofre com problemas sérios, principalmente relacionados a sua aparência, acaba de completar 18 anos e sua vida está prestes a sair dos trilhos.
?
Após ser demitida da livraria onde trabalha no dia de seu aniversário, Cecilia não conta a sua mãe, que acaba descobrindo da demissão pelo padrasto e fica furiosa, expulsando Ceci de casa.
?
Totalmente desolada e sem muitas opções do que fazer, ela é amparada por Iasmin, sua melhor amiga, e com esse tempo que ela passa na casa da amiga, Ceci descobre que o irmão de Iasmim, Bernardo, não é só um rostinho bonito, e que talvez o que sente por ele não é tão platônico assim...
?
Esse livro é uma verdadeira reflexão, o romance nele é apenas um "bônus" na história, a Cecilia é muito instável, insegura com quem é física e emocionalmente, ela passa por muitas situações difíceis de lidar, acho que o objetivo é mostrar que tudo na vida é uma fase, e que mesmo que você esteja passando por uma ruim, não precisa desistir, sempre haverá estrelas no céu mesmo que esteja tudo escuro e pessoas para te apoiar, tudo tem uma saída e tudo é um processo.

A única coisa que me incomodou foi o jeito que a Cecília trata as pessoas que estão sempre lá, por ela e com ela. Principalmente Iasmin, que sempre ajudou muito, mas fora isso é um livro qu vale à pena ser lido.
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vitoria 26/06/2019

Qq eu vou te dizer
O livro começa normal aí dica mt bom e depois muito ruim. O ?grande acontecimento? é algo que pode ser resolvido conversando mas n aconteceu aí tomou proporções desnecessariamente grandes o que me deixou irritada
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Thaisa 24/09/2018

Leve e intenso!
Gordofobia, baixa autoestima, saúde mental e família, quatro temas que me afetam de uma forma grandiosa e que tornaram essa leitura uma das favoritas do ano pela forma como a autora abordou os temas.

Cecília e Bernardo, nossos protagonistas e narradores, cada um com seus dilemas, problemas e traumas. Cecília acaba de completar 18 anos e como presente de aniversário recebe sua carta de demissão. Ela tenta lidar com a não aceitação de seu corpo, o sentimento de rejeição por parte de sua família e uma autoestima mais baixa que um hobbit! Totalmente insegura com seu corpo, se sentindo culpada por tudo em sua vida e expulsa de casa, procura abrigo na casa da melhor amiga Iasmin e lá, se aproxima mais de Bernardo, sua paixonite desde sempre.

Bernardo também carrega sua carga de problemas e não se sente preparado para assumir um relacionamento com ninguém. Ao se deparar com uma Cecília que despertou um interesse repentino nele, não sabe como agir e esse “relacionamento” pode não sair bem como o esperado.

Comecei a ler por indicação de minha amiga, de forma despretensiosa, crendo que seria mais um jovem adulto com uma história gostosinha de ler e ao abrir o livro, já no prólogo, senti como se tivessem me dado um soco no estômago. Apesar da autora abordar os temas de maneira leve, colocando os personagens em situações até engraçadas, a narrativa tem uma carga bem densa e profunda.

Demorei 32 anos da minha vida para me aceitar como sou. Sofri muito com a gordofobia e passei por situações muito parecidas com as de Cecília. Problemas de autoestima baixa, sanidade mental a ponto de ir pelos ares, insegurança, depressão, solidão… tudo isso me acompanhou por muito tempo e foi quase impossível não me identificar com essa personagem que pareceu me descrever em cada palavra escrita.

Escrever essa resenha é muito difícil. Na verdade, é muito difícil colocar em palavras aquilo que senti com a leitura. Só sei que tudo foi leve e ao mesmo tempo profundo; foi dolorido e um bálsamo. Me emocionei, senti tudo junto com a personagem, recordei sentimentos que ficaram no passado e terminei a leitura com a sensação de que “eu consegui superar”.

"– Não existe um céu sem estrelas, Cecília. Mesmo quando estão cobertas pelas nuvens, ainda estão lá. A gente só não consegue enxergar.
– É como a esperança – ela comentou, pensativa. – Sempre existe uma saída, mesmo que a gente não consiga enxergar."

O enredo foi muito bem trabalhado pela autora. O que mais gostei foi que no final as coisas não se resolveram milagrosamente. Íris deixa bem claro que os problemas enfrentado pela personagem – e por todos que estão ao seu redor – não se resolve de uma hora pra outra, é algo gradativo, um dia após o outro. Isso tornou a história bem real pra mim. Realmente é assim, um dia de cada vez, uma vitória por dia e a vida segue em frente.

Super recomendo essa leitura. Na verdade todo mundo deveria ler, não só pessoas que passam por problemas parecidos. Precisamos compreender que nossas atitudes (que julgamos inofensivas) podem ter um peso muito grande na vida de outra pessoa e isso pode significar a “morte” da mesma para muitas outras coisas.

Resenha publicada no blog Minha Contracapa:

site: http://minhacontracapa.com.br/2018/09/resenha-ceu-sem-estrelas-de-iris-figueiredo/
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Rita Aguiar 03/07/2019

Não existe um céu sem estrelas
É a primeira personagem que realmente me identifiquei, fisicamente e mentalmente ( não sou tão perturbada ), ser julgada pelo seu peso, por sua família é uma sensação totalmente desconfortável, e se sentir bonita quando veste uma roupa raramente acontece cmg, igual com a Cecília, sair na rua e olhar pra outras garotas e perceber q os garotos olham pra elas diferente de como olham pra você, acaba com a vontade de sair. Amei todos os personagens, e adorei a escrita leve, estava precisando muito de um livro assim. Leiam, principalmente quem tem lidado com uma doença comum hoje em dia q é a depressão e a falta de autoestima. :")
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Stefani82 04/07/2019

Esse livro conseguiu prender bastante minha atenção, do começo ao meio do livro você, fica totalmente vidrado querendo saber o que acontece com a Cecília.
Eu esperava um pouco mais do final, as coisas aconteceram muito rápido, como se a autora tivesse excedido o número de páginas e não pudesse mais acrescentar e nem explicar nada, poupando o leitor de muita coisa da história da Cecília, ficou jogado no ar. Tirando isso é um romance legal, com drama na medida certa.
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mouemily 06/10/2018

Eu amo muito o final de Céu sem estrelas. É isso.
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Lea 05/10/2018

Me surpreendeu.
Confesso que quando comecei a leitura desse livro achei que seria mais um romance bobinho adolescente e clichê (que aliás, eu curto bastante) mas quando cheguei nos ultimos capítulos me surpreendi. Me identifiquei, me emocionei e quis continuar sabendo da vida da Cecília, me senti perdendo uma amiga.
Alguns pontos foram deixados de lado, como o relacionamento da Iasmin que estava se tornando abusivo, a autora poderia ter focado um pouco nisso, mas entendo que a protagonista era Cecília, nem mesmo a história de Bernardo teve tanta importância como a dela.
É um livro gostoso e rápido de ler, li em 3 dias e valeu muito a pena.
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Maria - Blog Pétalas de Liberdade 03/10/2018

Resenha para o blog Pétalas de Liberdade
"Era tudo na minha cabeça. A dor era toda na minha cabeça, mas isso não a tornava menos real." (página 191)
Cecília acabou de completar dezoito anos, foi demitida da livraria onde trabalhava, brigou com a mãe e teve que sair de casa. Felizmente, pôde contar com a família de sua melhor amiga, Iasmin, e foi passar um tempo com os Campanati (a outra opção era voltar para a casa da avó em São Gonçalo, o que lhe deixaria muito longe da faculdade em Niterói).

Cecília tinha uma quedinha por Bernardo, irmão mais velho de Iasmin, e morando sob o mesmo teto, eles acabariam se aproximando. Será que Bernardo se comprometeria com Cecília, mesmo ela não se encaixando no padrão de beleza socialmente aceito por ser gorda? E Cecília, conseguiria recolocar sua vida nos eixos?

Por favor, não se enganem com esse resumo extremamente superficial que fiz da trama, pois "Céu sem estrelas" é muito mais do que uma história de amor protagonizado por uma garota acima do peso! Aliás, a aparência de Cecília nem de longe é seu maior problema. A obra fala sim sobre gordofobia, mas desde os primeiros capítulos já dá para notar que há algo mais na jovem, algo que lhe causa sofrimento físico e mental. Cecília esconde seus verdadeiros sentimentos, tenta se mostrar sempre bem para os outros, para não ter que falar sobre suas aflições, sobre seus medos e as questões que lhe afetam por dentro e por fora. A história é, acima de tudo, sobre saúde mental, um tema que a autora conhece e que aborda nesse livro e nas redes sociais. Saber um pouco mais sobre o transtorno da protagonista foi enriquecedor.

Amizade e relações familiares são outros assuntos discutidos na obra. Cecília foi fruto de uma gravidez não planejada e sua relação com a mãe e com o padrasto não era das melhores. Iasmin tinha reprovado e ainda estava no colégio, enquanto via as amigas já na faculdade. Ela e o irmão também não tinham uma família perfeita, o que acabava interferindo de certa forma nas escolhas do rapaz. Ele queria algo além da superficialidade dos seus colegas, só preocupados com festas e garotas. Relacionamentos abusivos, automutilação/autoflagelação também são abordados em "Céu sem estrelas".

Apesar de a narração ser feita por Bernardo e Cecília, a partir de certo momento, são os dilemas dela que ganham protagonismo. Então, tenham em mente que ela é a protagonista. No final, senti falta de saber um pouco mais sobre o desenrolar dos problemas da família do Bernardo, mas como me parece que todos os livros da Íris acabam tendo alguma ligação, quem sabe num próximo eu descubro mais sobre os rumos da Iasmin (doeu vê-la se submetendo à certas coisas).

Eu já acompanhava a Íris pelas redes sociais e estava bem curiosa para ler um livro dela. Já nas primeiras páginas fiquei extremamente feliz por ver como a escrita da Íris, uma autora nacional, não fica devendo em nada se comparada com outros livros estrangeiros publicados pela Seguinte ou por outras editoras grandes. É uma escrita fluida, sendo possível ler páginas e mais páginas rapidamente (embora eu tenha lido aos pouquinhos; talvez pela carga emocional que a trama me trouxe, ainda que meu entendimento maior seja sobre a depressão e não sobre o transtorno majoritariamente abordado pela escritora - o que me exigiu um exercício maior para me colocar no lugar da Cecília).

Sinto falta de mais histórias contemporâneas para o público jovem ambientadas no Brasil, então foi delicioso ler "Céu sem estrelas" e imaginar todas as cenas acontecendo aqui, no nosso país, vendo características de Niterói ou de São Gonçalo tão parecidas com as do lugar onde vivo. Temos aos montes tramas que se passam em faculdades norte-americanas, e foi muito bom ter esse diferencial de ver Cecília e Bernardo numa faculdade pública como a UFF, vivendo a realidade educacional do nosso país (de quebra, ainda descobri um pouquinho sobre os cursos de desenho industrial e engenharia mecânica, dos quais eu sabia pouquíssimo).

Enfim, fica a minha recomendação para que leiam "Céu sem estrelas", um ótimo livro nacional, bem ambientado, que aborda temas muito importantes como a saúde mental (em alta nesse Setembro Amarelo) e a gordofobia, tudo com muita representatividade (além de personagens acima do peso, temos negros, homossexuais, cadeirantes, inseridos de forma natural e nada forçado) na escrita maravilhosa da Íris.

site: http://petalasdeliberdade.blogspot.com/2018/09/resenha-livro-ceu-sem-estrelas-iris.html
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Kennia Santos | @LendoDePijamas 03/10/2018

"Às vezes sentia que, não importava o que fizesse, nunca seria suficiente."
Título: Céu Sem Estrelas
Autora: Iris Figueiredo
Classificação: 4/5

Cecília acabou de completar dezoito anos e deveria estar exultante com o pontapé na vida adulta, mas não está. Acabou de perder seu emprego e teve uma briga horrorosa com sua mãe que a expulsou de casa. Ela deveria ir para casa da sua avó, mas decide ir passar um período na casa de sua amiga Iasmin.

Aos olhos de Cecília, Iasmin vive uma vida dos sonhos: além de viver numa casa maravilhosa com seus pais e seu irmão, Bernardo (por quem ela sempre nutriu uma paixonite secreta), ela ainda se encaixa totalmente no padrão de beleza atual, coisa que Cecília definitivamente não faz, principalmente por causa do seu corpo "grande".

"Tudo estava esquisito, a começar por mim. Tinha passado muito tempo sendo mais de uma pessoa, me escondendo atrás de máscaras para me proteger. Agora me via obrigada a despir o disfarce e contar detalhes da minha vida bagunçada a quem estivesse disposto a ajudar. Era o mínimo que eu devia àquelas pessoas, o que não tornava nada mais fácil. Desabafar era desgastante." (p.83)

Como consequência ela começa a passar mais tempo também com Bernardo, coisa que ela não pensava ser possível afinal ele sequer parecia reconhecer sua existência, e descobre que na verdade a casa que ela julgava ser perfeita, é na verdade cheia de rachaduras. Em meio à encontros e desencontros, ela se vê envolvida em um tipo de relacionamento com ele.

O mundo dos dois colidem de forma radical, ela, com suas inseguranças e medos e ele com seus segredos fazem de tudo para encontrar um ponto de equilíbrio. E é quando algo acontece e rompe com tudo de forma abrupta e dolorosa, levando-os à direções opostas.

Será que em meio a tantos sentimentos e emoções confusos, eles conseguirão superar as diferenças que parecem cada vez maiores?

"Às vezes, você tinha a sorte de encontrar alguém que era capaz de ouvir as questões existenciais que você tinha para compartilhar sem rir ou fazer pouco caso." (p.228)

Em "Céu Sem Estrelas", Iris Figueiredo nos apresenta uma história incrivelmente tocante e real, abordando temáticas sensíveis de forma muito realista e verdadeira.

Cecília é uma personagem muito sofrida, devido a diversas circunstâncias de sua vida, como o fato de ter sido abandonada pelo pai, seu relacionamento turbulento com a mãe e seus extremos complexos com relação à si mesma e seu corpo.

"Passava a maior parte do tempo escondendo meus sentimentos, medos e inseguranças. Não queria que vissem aquela parte de mim, vulnerável, e tentava ao máximo disfarçar quem eu era." (p.44)

Eu já li alguns livros que tinham como protagonista uma personagem acima do peso, mas NENHUM deles representou de forma tão fiel e real todos os sentimentos e lutas internas como esse. Digo isso porque sou gorda, e caramba, eu já estava chorando na página 50. E nem chorona eu sou. Às vezes eu me confundia com a Cecília, de tão similares que todas as situações e sensações eram.

"Às vezes eu me pegava pensando como minha vida seria mais fácil se eu fosse magra e pudesse comprar roupas em qualquer lugar, como uma garota normal." (p.115)

"Nunca gostei de comprar roupas, por isso a maioria das peças que eu tinha já podiam quase andar sozinha. Era sempre um momento cansativo e vergonhoso. Como se meu corpo não tivesse direito de existir. Como se eu não tivesse direito de existir." (p.126)

"Só queria me ver livre daquele sentimento, parar de me preocupar tanto com minha aparência." (p.129)

O Bernardo é um personagem muito incrível, também. Porque em momento nenhum ele vê a Cecília como "a menina gorda", ele a enxergava como uma menina como todas as outras. Eu ficava lendo e pensando "MEU DEUS, ISSO É REAL? ISSO É POSSÍVEL?". Sério, eu fiquei completamente chocada e impactada. E maravilhada, também. Afinal nas situações em geral a gordinha fica com o sequelado, ou o esquisito, mas Bernardo é completamente normal.

"Às vezes me perguntava o que queria da vida, para onde estava indo, o tipo de coisa em que a gente se pega pensando de madrugada, quando ninguém pode entrar na nossa cabeça e ver o quanto é uma bagunça." (p.184)

Porém, o andamento do livro a partir da segunda parte foi o que me incomodou um pouco. Acredito que a Iris tenha escolhido uma direção inadequada para a história, afinal, o desfecho foi um tanto "blé". Talvez se ela houvesse optado por uma abordagem diferente na parte 2 em diante, o enredo seria melhor aproveitado, em todos os quesitos.

Mas no fim das contas, o livro é muito bom e importante. Eu me senti abraçada em muitas, muitas partes mesmo. A escrita é incrível, muito boa mesmo: fluida e poética, reflexiva e potente. Recomendo muito!

"O amor é paciente. Ele é feito de respeito e apoio mútuos. Ainda tenho medo do abandono, mas procuro pensar todos os dias que aqueles que importam estarão sempre comigo. Que uns chegam e outros vão, mas que não posso aceitar menos do que eu mereço. Ainda estou descobrindo o que eu mereço." (p.349)
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carolmndss 01/10/2018

Melhor leitura do ano
Resenha feita originalmente no blog Virando Amor

Cecília acaba de completar a maioridade, e bem no dia do seu aniversário é despedida de seu trabalho. Ela esconde isso de amigos e de sua mãe, por não querer demonstrar mais um fracasso de sua parte. Cecília tem baixa autoestima, tem que lidar com piadas gordofóbicas por parte de desconhecidos e familiares; além disso, mora com a mãe que está mais preocupada em perdoar o padrasto de Cecília, Paulo, que a traiu, do que com a própria filha. Mas quando ela descobre que Cecília foi despedida e mentiu sobre isso, foi a gota d'água. Cecília está acostumada a ser mandada pra casa da avó quando tem essas brigas com sua mãe, mas dessa vez, ela pede pra ficar morando por uns tempos na casa de sua melhor amiga, Iasmin.

Durante sua estadia na casa de Iasmin, Cecília conhece melhor o irmão de sua amiga, Bernardo, por quem ela teve uma quedinha desde a infância. Eles começam a se relacionar escondido, porque Cecília não sabe como Iasmin, que tem ciúmes do irmão, vai reagir.

Cecília não é um livro aberto, prefere guardar seus problemas para si mesma. Ela é o oposto de Bernardo, que tem facilidade de conhecer as pessoas, e é nessa diferença que eles encontram algo em comum, pois apesar de Bernardo parecer ter uma vida ótima e perfeita, ele anda meio perdido em relação a seu futuro. A construção do relacionamento dos dois foi muito linda e feita de forma leve.

Essa história é muito importante, por abordar de forma sensível sobre saúde mental, aceitação do próprio corpo e as formas diferentes de como lidamos com a dor. A Iris escreve com uma delicadeza, e é por isso que ela é uma das minhas autoras favoritas, porque tudo que ela escreve é genuíno e qualquer pessoa que passa por algum problema irá sentir conforto em suas palavras, e um quote do livro mostra isso (eu fiquei impactada por esse quote):

"– Não existe um céu sem estrelas, Cecília. Mesmo quando estão encobertas pelas nuvens, ainda estão lá. A gente só não consegue enxergar."

A história é contada ora pelo ponto de vista de Cecília, ora pelo ponto de vista de Bernardo. E é incrível que, mesmo que Cecília seja uma pessoa "misteriosa" para aqueles à sua volta, a autora conseguiu mostrar muito bem a dor da personagem, nos faz sentir empatia genuína por aquilo que ela está passando, com seus medos e inseguranças, e ela foi como uma amiga pra mim. Bernardo é uma pessoa maravilhosa, sempre disposto a ajudar Cecília, tentando entender aquilo que ela tá passando. Por mais Bernardos no mundo. 🎔

Esse é um livro que eu precisava no momento que eu precisava, e entrou pra minha lista de favoritos. Eu gostei muito que a autora deu um final real, que os problemas não são resolvidos como um passe de mágica; é preciso levar um dia de cada vez, e como a autora mesmo disse no final, "há muitas estrelas no céu, não deixe que as nuvens te façam se esquecer disso". Recomendo muito, e espero reler em breve!

site: https://www.virandoamor.com/2018/08/resenha-ceu-sem-estrelas-de-iris.html
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Beta Oliveira 30/09/2018

Embora não tenha os mesmos problemas que Cecilia, consigo me identificar com algumas das razões da insatisfação dela. Ver sua vida ser medida – e determinada – pela régua alheia pode causar sérios danos a você. No caso de Cecília – e assim foi no meu – a orientação é buscar ajuda. Às vezes, não basta ter fé e esperar, precisamos agir e contar com a orientação e o apoio de especialistas que vão indicar as melhores formas de passar pela turbulência e sair mais forte dela. Não vai ser fácil. Mas vai te tornar mais forte.

O texto completo está no Literatura de Mulherzinha.

site: http://livroaguacomacucar.blogspot.com/2018/09/cap-1503-amar-ta-osso-vanessa-bosso.html
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