Aline.Sopelsa
15/12/2018RESENHA RB #10 | A barraca do beijoSempre dizem que o livro é melhor que o filme. Nesse caso foi o contrário.
Eu já tinha assistido o filme quando descobri que tinha o livro A Barraca do Beijo. Eu havia ADORADO COMPLETAMENTE o filme (quem não ama um clichêzinho adolescente???), mas não curti tanto assim o livro.
A Barraca do Beijo conta a história de Rochelle, ou simplesmente Elle. Ela é uma garota que está no ensino médio, mora com o pai e o irmão e não desgruda do seu melhor amigo Lee. Elle nunca beijou ninguém e morre de medo de parecer boba em um encontro com um menino — o que ela nunca teve.
Elle, quando criança, tinha crush no irmão do seu melhor amigo, Noah Flynn. Noah era durão, o bad boy da escola e o "rei dos joguinhos": era difícil uma garota se aproximar dele, e nenhuma havia conquistado seu coração. Ele arranca suspiros por onde passa, inclusive da Elle, que tenta convencer a si mesma que o crush já passou.
"— Ei, o que aconteceu com o “Rei dos Joguinhos”? — Ele se apaixonou — disse ele, com simplicidade, dando um beijo na minha bochecha. — É ou não é um clichê?"
Tudo isso muda quando Elle e Lee precisam montar uma barraca para o festival da escola. Os melhores amigos, depois de muito pensar, decidem montar uma barraca do beijo. Eles convidam os mais populares e bonitos da escola, para atrair público. A tarefa de Elle é convencer Noah de comparecer na barraca, já que todas as garotas são loucas pelo misterioso e difícil bad boy. Durante isso e o efetivo evento, os dois se aproximam, despertando assim sentimentos até então inéditos.
Algumas diferenças interesses entre o livro e o filme estão listadas abaixo, e, se você não quiser saber, pule para o final:
INÍCIO DO SPOILER: Há muitas diferenças entre o filme e o livro. Como o fato de que não há o sorvete que simboliza a amizade entre Elle e Lee. Não há um complô de garotas que querem destruir o relacionamento entre Elle e Noah. Elle é quase da mesma altura que Noah, não baixinha como no filme; na verdade a aparência dela é descrita de maneira bem diferente. Lee não fica doido de ciúmes quando descobre sobre o irmão e a melhor amiga; na real é algo que é superado bem rápido no livro. FIM DO SPOILER.
"— Rochelle, Rochelle, Rochelle — suspirou Lee quando deixei o corpo cair em uma cadeira diante da mesa do bar. — O que é que vou fazer com você, minha amiguinha stripper que morre de vontade de nadar pelada?"
O que eu mais amei no livro foi a amizade entre Elle e Lee. Os dois são realmente inseparáveis e conhecem tudo sobre o outro. A irmandade entre os dois começou desde pequenos e, o fato positivo, é que a amizade foi construída pela autora de maneira natural, sem insinuações ou paixão por um dos lados. Outro ponto bacana é que a escrita corre fácil. Embora eu tenha achado a Elle um pouco infantil para a idade, ela é carismática.
O ponto negativo foi o desfecho. Sim, o desfecho é "aberto" como no filme. Embora eu tenha entendido que a história era para terminar daquele jeito mesmo – a autora já afirmou que não fará continuação (A Casa da Praia é um livro que conta as férias de verão de Noah e Elle [para quem leu A Barraca, sabe que isso ocorre antes de Noah ir embora]) – eu fiquei torcendo por um final feliz. É interessante como ela fez um livro relatando um amor que pode ser passageiro, cheio de descobertas e aventuras jovens, mas sem garantia do "para sempre".
Enfim, é um livro clichê para ir sem sede ao pote, mas que deixa o coração quentinho por relembrar os dramas adolescentes.
"O amor havia me transformado em uma garota mais boba do que eu já era."
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