Luiza Helena (@balaiodebabados) 28/08/2018Originalmente postada em https://balaiodebabados.blogspot.com.br/A Duquesa Feia é o terceiro livro lançado da série Conto de Fadas. Pelo título, já temos a ideia de que foi inspirado no conto d’O Patinho Feio. Feio mesmo foi o rumo que a história tomou.
O livro é dividido em duas partes: Antes e Depois. No Antes contamos com Theo/Daisy e James novos. Apesar de forçado a casar com sua melhor amiga, James se descobre tendo sentimentos por ela. James não era a primeira opção de Theo para casório, mas logo se descobre super apaixonada pelo seu amigo mais querido. E a vida é bela… por dois dias, já que Theo descobre o motivo real oficial do pedido de casamento e expulsa James de sua vida.
Sete anos depois, Theo e James não são mais aqueles dois jovens apaixonados. Theo se tornou uma mulher empreendedora mas rígida e fria; e James se tornou corsário. Porém, nenhum dos dois conseguiu esquecer e parar de amar um ao outro. Após uma experiência de quase morte, James retorna, determinado a reconquistar sua esposa.
Assim… a ideia da autora até é interessante. Esse lance de Antes/Depois é algo que gosto em alguns romances, mas aqui não funcionou de jeito algum. A parte do Depois foi, no mínimo, muito estranha de se acompanhar.
No Antes, vemos uma Theo/Daisy alegre e divertida, apesar dos comentários maldosos que ouve sobre sua fisionomia. James era um tanto tabacudo, mas era um jovem gentil e de bom coração. OK que não foi nada legal o lance de casar por certos motivos, mas ele realmente amava Daisy e os dois faziam um casal bem fofo, alegre e divertido de se acompanhar.
Já no Depois, vamos acompanhando a vida de cada um separados. Gostei que a autora não colocou Theo para ficar se lamuriando pelos cantos por conta da decepção do marido. Ela fez da sua tristeza forças para tocar a administração das suas terras e começar uns empreendimentos, que viriam a fazer muito sucesso. Essa decisão me lembrou bastante a Clio, de Diga Sim ao Marquês. Mas, junto disso, veio aquela imagem da mulher fria e obcecada por controle que as pessoas AMAM pintar as mulheres bem-sucedidas. Theo se tornou uma figura muito popular na sociedade londrina, não mais por sua fisionomia, mas por seus negócios, seu estilo de vestir e o modo como vive sua vida. Não curto essa abordagem de que uma mulher de sucesso é uma mulher bloco de gelo, mas vamos seguindo o baile.
James tocou o f*da-se na vida e caiu no mar, se tornando corsário/pirata. Eu achei que ele foi realmente um bundão frouxo porque, se amasse mesmo Daisy do jeito que dizia amar, teria lutado com ela. Maas vamos seguindo o plot… O cara passa sete anos sem dar uma notícia, nem se fosse por sinal de fumaça; trai a mulher com a desculpa de que acabou todo o casamento no momento que ela disse as palavras. (Detalhe que pode ser spoiler: fica bem orgulhoso do fato de ter se deitado somente com três mulheres. Eu só observo...) Então, quase bate as botas e volta como se nada tivesse acontecido, querendo retomar o casamento? Meua migo, me compra um bode, tá me ouvindo? Eu fico é pensando no que se passou na cabeça da Eloisa ao pensar que alguém compraria isso, minha gente!! No mínimo, eu saia arrastando a fuça desse macho nas ruas de paralelepípedo de Londres.
Então, James volta e você pensa “ele pode até reconquistar Theo mas vai ter um trabalho dos infernos pra isso…” ERRADO! Tudo se resolve em uns três capítulos, com diálogos chatos e que, analisando bem agora, sem nenhum sentido. Era basicamente Theo dizendo que perdeu qualquer desejo sexual por alguém, James garantindo que é um homem não mais controlado pela cabeça de baixo, porém por dentro tudo que ambos queriam era se agarrar como coelho no cio. Fim! Isso tudo sem uma peça de roupa no corpo, que eu fico me questionando da necessidade disso, sociedade...
Como falei no começo, a ideia da autora foi boa, mas a execução foi péééssima! Creio que o erro foi dar muitos capítulos à transformação tanto de Theo quando James. Sim, transformação porque os dois passam bem longe dos jovens que começaram no livro. Tudo bem que a gente tem que saber o que rola no ínterim desses sete anos, mas se o foco era James reconquistar Theo nessa segunda parte, fazia um previously in de, no máximo, dois capítulos; um para cada.
Rodando pelo Goodreads, descobri que há um conto estrelando Griffin Barry (amigo de James), chamado Seduced by a Pirate; e um conto sobre a futura filha do casal, chamado With This Kiss. Apesar de não ter curtido muito esse livro, irei ler os contos porque 1- eu gostei muito do personagem de Griffin, mesmo aparecendo pouco e 2- pela experiência do outro conto que li (Storming the Castle), creio que vai ser legal. Não acredito que em menos de 200 páginas, a autora consiga fazer algo pior do que fez aqui. Se bem que nem vou desafiar porque ainda tem mais dois livros ainda da série... e sim, eu ainda persisto porque são histórias totalmente independentes e ainda há esperança.
A Duquesa Feia foi um livro que começou bem, tinha tudo para ser um dos melhores da série, mas infelizmente acabou se perdendo na parte mais importante da história.
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