Camila | Book Obsession 31/10/2018Quando li essa sinopse sabia que teria que incluir essa leitura na minha meta desse ano. Com um catálogo que tem me surpreendido cada vez mais, a HarperCollins não perdeu tempo em trazer mais uma obra incrível que nos faz refletir muito sobre a vida.
Em Os Imortalistas, conhecemos a história de quatro personagens: Daniel, Klara, Simon e Varya. Os irmãos resolvem irem consultar uma vidente que está dando o que falar na cidade e dentre as previsões, ela acaba revelando o dia que eles irão morrer. Para eles seria apenas mais uma daquelas previsões malucas, afinal quem poderia afirmar que eles iriam morrer no dia previsto.
A partir daí, por mais que tentem seguir cada um com seu caminho, vira e mexe acabam lembrando das previsões da vidente e a história traz sob a perspectiva desses personagens, uma forma de mudarem esse possível acontecimento.
“Sempre, é assim: a família que a criou e a família que ela criou, puxando-a em direções opostas."
A trama vai se alternando conforme acompanhamos cada um dos irmãos na tentativa de evitar a morte e principalmente como estão lidando com suas vidas desde o momento que tiveram essa revelação, assim como a proximidade dessa data.
"— Não me importo com relevância. Me importo com a família. Há coisas que você faz por pessoas que fizeram isso por você.”
Dividido em quatro partes, com enfoque nos irmãos, a história se passa inicialmente em 1969, onde tudo começou com a previsão que na narrativa é mostrada através de Varya.
Com uma passagem de tempo, os irmãos voltam a se reunir devido à perda de seus pais e logo começamos a ficar em suspense a cada parte e se realmente a data prevista irá acontecer na vida deles.
“O pior aconteceu, e em meio ao vazio da perda está a ideia de que agora há muito menos a temer.”
Vários elementos chamam atenção, principalmente a forma como os anos ao final das partes são diferentes, mas confesso que o tema explorado me deixou um pouco angustiada e mesmo com uma escrita muito fluida por parte da autora é impossível não lamentar, ficar triste.
Claro que não vou contar exatamente o que acontece com cada um dos personagens porque todos os sentimentos, medos, angustias vividos por eles, vale a pena o leitor conhecer a partir da sua perspectiva na leitura, mas já adianto que é um livro intenso, reflexivo, que irá mexer com sentimentos que talvez você nem imaginaria sentir em uma leitura assim.
Os temas são bem explorados, mas depois da leitura fica aquela sementinha: será que estamos aproveitando nossa vida de forma plena? Será que seríamos mais felizes ou até menos mesquinhos, egoístas se realmente soubéssemos a data da nossa morte?
Por causa desses questionamentos, a autora conseguiu com maestria em meio a esse drama nos trazer boas surpresas ao longo do enredo. Trouxe também uma forma de falar de um assunto que por muitos é difícil de encarar, sem esquecer de mencionar outros importantes fatos da nossa história, como atentados e todas as evoluções tecnológicas.
Os Imortalistas é aquele tipo de livro que te dá aquela sacudida sobre os rumos que damos para nossas vidas. Com um enredo impactante, reflexivo, emocionante sobre a família, com personagens bem construídos e diferente de tudo que você possa ter lido.
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