Como as democracias morrem

Como as democracias morrem Steven Levitsky




Resenhas - Como as Democracias Morrem


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Mr. Jonas 20/12/2018

Como as Democracias morrem
Choradeira de esquerda fundamentado em textos com a temática socialista utópica e dilacerante que vem ao desencontro daquilo que se pressupõe por sociedade.
Não recomendo!
Pati 20/12/2018minha estante
Bom saber, assim não compro!


Cleuzita 26/12/2018minha estante
Pati, não se deixe levar. É livro lúcido sustentado por fatos históricos que mostra o quanto comportamentos autoritários, tanto de políticos de direita quanto de esquerda, pode levar ao fim da democracia. Importante ler e criar as próprias conclusões. Um abraço.


Mr. Jonas 27/12/2018minha estante
Livro lúcido? Não leva na mesma medida as críticas contra a esquerda, faz de Trump o seu plano de fundo e bode expiatório. Defende legados socialistas. Não preza por fundamentos na mesma medida entre um lado e outro (esquerda vs direita). Com certeza um livro de esquerda.


Pati 27/12/2018minha estante
Não vou colocar na lista, tem tanto livro bom por aí e a minha pilha está enorme! Vou ler O mínimo Que você precisa saber para não ser um idiota


Mr. Jonas 27/12/2018minha estante
Com certeza Pati, leia ?O mínimo? é extraordinário! Longo mas incrivel e com muitas verdades duras pelo professor Olavo.


Mr. Jonas 27/12/2018minha estante
Com certeza Pati. Leia ?O Mínimo?, é um livro maravilhoso, muito elucidante sobre diversas coisas que acontecem no Brasil e no mundo. É um livro longo mas extraordinário e é exatamente o que propõe.


Pati 27/12/2018minha estante
Estou de férias e tengo uma pilha de 46 livros pra ler, e acabei de comprar mais 8, não aguento rsrsrsrs




Markarroni 13/05/2020

Diante da atual conjuntura política, esse livro é essencial
Levitsky e Ziblatt - professores de Ciência Política da Universidade de Harvard, especialistas na América Latina e Europa Ocidental, respectivamente -, fizeram pesquisas substanciais na forma como os países fazem a transição de regimes democráticos para regimes autoritários.

Usando evidências de várias épocas históricas, os autores estudaram e isolaram alguns dos sinais que ficaram evidentes nas transições de regimes na Argentina, Chile, Equador, Hungria, Peru, Polônia, Rússia, Turquia, Venezuela, entre outros países.

Não se trata apenas de uma análise histórica, e sim de uma análise comparativa com o que já aconteceu e o que vem acontecendo atualmente. A tese é consistente, coerente e extremamente plausível. Ela mostra as dificuldades e ameaças inerentes que as democracias modernas enfrentam.

Os autores listam os pontos fortes e fracos, e as regras não escritas que fazem os líderes democráticos se manterem dentro de certos limites que a constituição pode ter deixado abertos à interpretação.

Levitsky e Ziblatt mostram com bastante clareza que a maioria das democracias não mais terminam com um golpe militar, onde o general estaciona um tanque de guerra numa praça pública e remove o presidente democraticamente eleito, como aconteceu no Chile em 1973.

Atualmente, as democracias morrem quando demagogos - indivíduos que gozam de amplo apoio popular e vêm de fora do estabelecimento político normal - chegam ao poder por meios democráticos e depois subvertem gradualmente as regras escritas e não escritas da democracia. Esses líderes geralmente exibem quatro características:

1. Rejeitam as regras estabelecidas da democracia, atacam leis e constituições, tentam minar a legitimidade das eleições, tentam usar medidas extra-constitucionais para mudar coisas que foram projetadas para garantir seu poder.

2. Negam a legitimidade dos opositores políticos. Acusam seus oponentes de traição ou atividade criminosa, os prendem ou defendem que eles sejam presos - mesmo depois de terem vencido as eleições. Tentam encontrar maneiras de deslegitimar seus oponentes e impedir que eles participem do processo democrático.

3. Toleram ou incentivam a violência. Encorajam - inicialmente de forma sutil e depois abertamente - seus seguidores a usar ou ameaçar com violência. "Elogiam ou se recusam a condenar, outros atos significativos de violência política, seja no passado ou em qualquer outra parte do mundo".

4. Se movem para cercear as liberdades civis de seus oponentes, incluindo partidos de oposição, veículos de mídia ou críticos.

Alguma semelhança com Jair Bolsonaro? Todas, né? Afinal, ele é um sintoma de um sistema democrático em decadência. Em um ambiente político são, ele nunca teria sido capaz de se erguer. Ele não teria saído impune com a normalização de uma linguagem ultrajante e insultuosa. Ele não teria sido capaz de reunir tantos apoiadores.

Podemos concordar que o avanço desse populismo direitista e bolsonarista se deu porque o governo que foi responsável pela pior recessão econômica na história do país e pelo maior escândalo de corrupção entre todos os países democráticos, era de esquerda.

Outro ponto importante do livro é quando os autores dissertam sobre quando Donald Trump - um demagogo populista clássico que cumpre todos os quatro critérios padrão - foi eleito presidente. E desde que se tornou presidente, ele demitiu funcionários filiados a partidos da oposição, atacou implacavelmente a imprensa, continuou a defender o processo criminal de seus oponentes, elogiou ou se recusou a condenar atos de violência política, e constantemente difamou qualquer um que o desafiasse como "um inimigo do povo".

Duas normas básicas são necessárias para preservar os pesos e as contrapesos da democracia: a tolerância mútua (entender que as partes concorrentes devem se aceitar mutuamente como rivais legítimos) e a indulgência (ideia de que os políticos devem exercer contenção no uso de suas prerrogativas institucionais).O problema é que a tolerância e a indulgência mútuas tornaram-se qualidades raras no mundo político de hoje, particularmente no Brasil.

Recomendo para quem quer ler um relato inteligente e altamente coerente sobre um assunto de política que todos nós precisamos estar cientes. Este não é um livro “Nós contra a direita e o conservadorismo”, é uma avaliação política do status quo - mas é também um aviso para ser levado muito a sério, pois mostra o que realmente estamos perdendo.

Levitsky e Ziblatt não dizem que a democracia está morta, mas eles argumentam convincentemente, que muitas das coisas que tornaram a democracia razoavelmente estável, foram minadas pelos acontecimentos recentes - e que precisamos prestar atenção a esse fato e fazer algo a respeito.


site: https://www.instagram.com/marksreading
edu basílio 13/05/2020minha estante
esse livro é muito preciso. se eu não o tivesse lido em 11/2018, chegaria a duvidar de que NÃO foi escrito há poucos meses baseado no brasil.


Markarroni 13/05/2020minha estante
Hahahaha sim! Se fosse escrito há poucos meses, o nosso atual presidente ganharia, pelo menos, um capítulo nesse livro


Rodrigo 25/05/2020minha estante
Recomendo um documentario chamado 11 de setembro (11'09'00). Ele faz comparações inclusive com o 11/09 chileno


Lenicio 28/08/2020minha estante
Quando li, procurei substituir o termo ?Trump? por ?Bolsonaro?. Como uma luva...


Teri 10/03/2024minha estante
Tanto Bolsonaro quanto Lula exibem características populistas; a diferença é que um é da esquerda e outro da direita. Dois demagogos, dois ladrões, na minha opinião. Excelente resenha.


Moises55 28/04/2024minha estante
Não acho que a resenha deveria colocar o Bolsonaro na questão, estamos vivendo isso com o poder judiciário em conluio com partidos demagogos do PT e seu entorno. O livro é atemporal e impessoal.




Janine.Oliveira 22/05/2020

um livro bom pra quem quer saber sobre política dos EUA
porque não fala nada sobre o Brasil, nem sobre os 2 impeachments que tivemos por aqui.
frutodeagosto 22/05/2020minha estante
gostei do que você pontuou! Galerinha quer pagar de politizada lendo obras sobre teorias políticas X ou Y, o que não tem problema nenhum, mas boa parte destas são escritas por gringos e em países que estão anos-luz de distância do Brasil em vários aspectos. Nem tudo que serve lá fora se aplica aqui, além das óbvias diferenças históricas e sociais.


Janine.Oliveira 22/05/2020minha estante
sim! e o que mais me chamou atenção é que países como Chile e Venezuela foram citados e o Brasil que teve 2 IMPEACHMENTS não foi, é como se não existíssemos pra eles. A Anitta citou essa situação qdo foi tentar a carreira internacional, os burros não sabiam nem onde fica o Brasil e pensam que falamos espanhol.


frutodeagosto 23/05/2020minha estante
ah, só olhar pela internet afora em memes ou até mesmo dentro do cinema. A visão do Brasil lá fora ainda é muito estereotipada e não é difícil encontrar, é só olharmos pela internet afora ou analisarmos o cinema, especialmente norte-americano. Não é difícil achar filmes onde personagens brasileiros estejam falando espanhol kkkkkk é rir pra não chorar


Tiago Conejo 14/12/2020minha estante
Sim, tive a mesma impressão. E ao tentarem falar sobre os governos na América Latina eles não citaram em nenhuma das 270 paginas do livro o período ditatorial que o Brasil sofreu. Como assim??? O título parece ter sido puro marketing mesmo.


Tiago Conejo 14/12/2020minha estante
Sim, tive a mesma impressão. E ao tentarem falar sobre os governos na América Latina eles não citaram em nenhuma das 270 paginas do livro o período ditatorial que o Brasil sofreu, nem ao impeachment/golpe de 2016. Como assim??? O título parece ter sido puro marketing mesmo.




Natalia446 20/03/2023

Sinceramente, o livro me decepcionou bastante. Já fiz leituras bem melhores do mesmo gênero. No primeiro capítulo, os autores começaram falando de características autoritárias que podem ser percebidas em alguns políticos e até aí tava tudo bem. Do segundo capítulo e diante o livro praticamente só fala dos Estados Unidos, sempre trazendo nomes de políticos norte-americanos e, alguma vezes, alguns exemplos mundiais. Se você não for um estadunidense ou um grande conhecedor da política americana nem vale a pena ler esse livro.
Thamiris 20/03/2023minha estante
vc tem algum livro pra recomenda desse gênero ?


Gabriel1259 20/03/2023minha estante
Claro, os autores são americanos e vivem em um contexto social diferente do nosso. É só buscar por livros que tenham sido escritos por brasileiros. Aparentemente, o livro não fugiu do contexto: abordar a democracia.


Natalia446 20/03/2023minha estante
Na verdade, fugiu sim! O nome deveria ser ?como a democracia estadunidense morre?. Não vou passar pano p livro hype


Natalia446 20/03/2023minha estante
Eu recomendaria
- O segredo da Dinamarca (muito bom e leve. Fala do funcionamento da Dinamarca pela visão de uma jornalista inglesa. Não é puramente político, mas serve para entender um pouco da sociedade nórdica)
- Política é para todos (livro da Gabriela Prioli, explica o básico da política e dos tipos de torcemos para um iniciante e ainda assim é difícil de entender kkkk)
- Um país sem excelências e mordomias (um livro maravilhoso e denso que entra profundamente na polícia da Suécia. É uma democracia para se inspirar e sonhar. Confesso que foi aí que me apaixonei pela política nórdica de modo geral)


Natalia446 20/03/2023minha estante
E outro detalhe sobre ?como as democracias morrem?. A escrita é ruim e não faz a pessoa querer continuar lendo. Não sei se foi a tradução, mas não funcionou. Parece uma grande junção de informações de várias pesquisas jogadas sem qualquer visão crítica de tudo. É uma série de referências e nomes, faltando autoria. Continuo achando um livro ruim e que não vale a pena a leitura. Cheguei nos 40% torturada e decidi seguir pq ouvi falar tão bem que achei q tava lendo errado. Aí li em dois dias até os 59% e simplesmente acabou o livro!! O resto era fonte/referência/pesquisa kkkkk fui iludida, mas fiquei aliviada




Celestino 31/03/2021

"A polarização pode destruir as normas democráticas"
Qual a necessidade de compreender a história de seu país e até dos demais?
Como governos autoritários conseguem agregar grandes massas e boicotar as democracias?
A democracia norte americana é infalível?

Esse livro foi bem diferente das minhas leituras habituais, acostumado com Literatura e Divulgação científica, Como as democracias morrem foi meu primeiro livro de ciência política de fato. Apesar de me interessar pela temática, não havia lido nenhum livro sobre e sentia essa necessidade, e a escolha desse foi muito boa, tanto pela forma didática que os assuntos são tratados, quanto pela ampla gama de temas abordados de maneira imparcial.

Mas vamos para o que interessa. O livro começa tratando sobre a recessão democrática e logo no início apresenta uma tabela de indicadores de comportamento autoritário( Vale muito a pena ver essa tabela, se não tiver o livro pesquisa aí e dá uma conferida), apesar do livro ter enfoque no ambiente estadunidense, muitos pontos presentes nessa tabela estão "bem" representados no Brasil, dentre eles:

- Candidatos rejeitarem a constituição e expressam disposição de viola-la
- Descrever seus rivais como subversivos e ameaçadores
-Elogiar atos de violência política
-Elogiar medidas repressivas ocorridas no passado e apoiar políticas restritivas

Vale deixar claro aqui, que não estou falando de um lado específico da política brasileira, mas dos 2, ambos extremos e danosos a democracia nacional. Mas enfim, além disso o livro vai nos mostrando as mudanças que ocorreram no sistema político americano, e como isso acentuou a polarização. Essas alterações começam com uma maior participação popular nas eleições e menor poder do establishment na escolha de seus representantes, mas a dúvida que fica é, vale mais a pena dar mais liberdade aos políticos tradicionais para que eles evitem a ascensão de demagogos e mantenham uma suposta ordem na sociedade, porém com o risco de governarem para si e esquecerem de representar o povo, ou é mais confiável restringir o poder do establishment e dar mais liberdade para o povo escolher seus representantes(correndo o risco de eleger populistas autoritários e acentuar polarizações)?

Talvez nem um nem o outro, mas um meio termo, e é também sobre isso que o livro trata, como a liberdade torna desigual enquanto total e como a igualdade priva a liberdade, mostrando a necessidade de se encontrar um equilíbrio.

A ascensão de autoritários ao poder, tanto nos nos EUA como na Venezuela e em diversos países demonstra a carência da compreensão de como isso ocorre e as formas de evitar, e por isso também que esse livro é tão importante. Em tempos de crise e instabilidade, o surgimento de demagogos autoritários é recorrente, com apelos populistas e promessas quase divinas de ascensão nacional, atraindo milhares de eleitores, porém é necessário fazer frente contra eles e formar coalizões principalmente com opositores, desde que estes não sejam extremistas. Apesar de parecer estranho uma aliança entre democratas e republicanos, isso já aconteceu algumas vezes na história, mas a polarização atual dificulta isso que era crucial pra democracia americana no século XX. Mas afinal, o que fez isso mudar?

A democracia americana, apesar de eficiente, foi construída sem levar em conta as pautas raciais em seu início, lá no século XIX, por causar muitas divergências entre democratas e republicanos, provocando um ambiente caótico na política, e dessa forma, a questão racial foi deixada de lado "em prol da democracia". Porém, com o passar do tempo e a ascensão de movimentos raciais nos EUA(principalmente na década de 60) a temática voltou ao âmbito político e dessa vez permaneceu. Porém, as divergências entre partidos se acentuaram com esses acontecimentos, já que os democratas passaram a representar as minorias e os republicanos se tornaram um partido de maioria branca religiosa( vale lembrar que até meados do século XX, o cenário era o inverso, apesar dos partidos serem bem heterogêneos, os republicanos apresentavam uma grande fração dos apoiadores formado por minorias, já que uma boa parte dos democratas era contra o fim da segregação, principalmente no sul) culminando em uma polarização extrema não só política, mas na relação religiosa e racial.

Com a chegada do século XXI, essa polarização começou a se tornar doentia e a enfraquecer as normas essenciais para a estabilidade política americana( Tolerância mútua e Reserva institucional), permitindo a ascensão de líderes populistas autoritários e culminando na eleição de Trump, que apresentou vários pontos presentes na tabela citada no início, abalando o cenário político e acentuando as divergências sociais, fazendo com que opositores não se tratem mais como rivais, mas como inimigos. "Quando rivais partidários se tornam inimigos, a competição política se avilta em guerra e nossas instituições se transformam em armas"

Por fim, a questão que fica é "É possível estabelecer uma democracia estável, sem essa polarização doentia, com normas e leis sendo seguidas, respeitando todas as classes e estabelecendo uma igualdade necessária?"

PS: Tentei fazer uma resenha da forma mais imparcial possível e apenas expondo o que os autores mostraram no livro. ;)

Músicas que combinam com o livro: Toda forma de poder- Eng do Hawaii e o álbum Animals do Pink Floyd
Davyd 31/03/2021minha estante
Fera como sempre. Aplausos que vc merece.


Celestino 31/03/2021minha estante
Grande Davyd, muito obrigado meu caro, fico feliz que gostasse.


Ananias 08/04/2021minha estante
Caranba, assim vou ter q ler o livro kk


raafaserra 12/07/2021minha estante
resenha muito show!




Janaina.CrisAstomo 07/09/2021

Protegendo as democracias.
Eu achei que esse livro até poderia tratar sobre as democracias mundiais. Mas o livro fala mais da democracia americana mesmo, ela que está muito no foco do livro. Mostra alguns comportamentos interessantes de como podemos identificar um governo que pode se tornar ditatorial, e a importância dos partidos políticos e das instituições independentes para evitar que golpes aconteçam.
Cleyton 07/09/2021minha estante
Minha próxima leitura


Larissa Tabosa 07/09/2021minha estante
Exatamente a mesma conclusão a que cheguei.


Cleyton 07/09/2021minha estante
Compartilhe suas percepções à medida que avance na leitura.




Ingrid_mayara 28/10/2018

Minha experiência de leitura
Como as resenhas abaixo são parecidas com o que eu ia dizer, prefiro deixar aqui mais a minha experiência de leitura do que meu resumo sobre o conteúdo.

Obviamente, comecei a ler esse livro próximo ao segundo turno das eleições 2018 porque o título é bastante sugestivo. No início, fiquei meio perdida com tantos nomes, datas e e locais - não pela citação em si, mas pelo modo de citação - é que saía de um exemplo e já ia para outro, daí eu esquecia quem era tal pessoa e regredia a leitura para relembrar.

Fui anotando alguns termos. A cada fim de capítulo eu os pesquisava e até retornava onde estavam escritos. Isso aconteceu até a metade do livro, então as ideias começaram a se encaixar. As coisas das quais eu tinha dúvida foram sendo explicadas ou retomadas.

Para mim, as partes mais interessantes do livro são formadas exatamente pelo que eu imaginei que se tratava antes de lê-lo: o quanto os absurdos vão acontecendo aos poucos, sem que muitas pessoas os percebam e quando eles vêm à tona, parece que tudo aconteceu num piscar de olhos. Isso me lembra uma passagem no livro "O que é isso, companheiro?", sobre o qual eu resenhei o seguinte (sim, sei que é estranho citar a mim mesma):

"(...) provavelmente a que mais me fez refletir foi a capacidade do autor de discorrer sobre ignorância política sem tornar-se importuno, principalmente no oitavo capítulo, intitulado Sangue Gases e Lágrimas, em que Gabeira fala sobre uma amiga que não tem o hábito da leitura “e sempre que acontece uma coisa muito séria no mundo, costuma perguntar: ‘Como é que você explica isto, acontecendo tão de repente? ’ Tudo para ela foi acontecendo tão de repente.”.

Tive noção do quanto a população precisa se unir e buscar conhecimento quando uma democracia está sendo ameaçada; por várias vezes me lembrei do quanto foi importante ter lido "Mulheres, Raça e Classe" antes de "Como as democracias morrem", assim pude confirmar que realmente o livro de Angela Davis já em seu título responde a quais pautas precisamos dar relevância para que consigamos finalmente superá-las visando um mundo melhor.

Quase ao término do livro é sugerido que, além de tentar reconciliação com os opositores para que haja um convivência saudável, também é preciso que haja certa tolerância e empatia; por mais que tenhamos ideias divergentes, em alguma coisa há de haver concordância ou ideias parecidas.

Após a leitura, por mais que eu tentasse, não pude deixar de pensar na música Imagine, do John Lennon. Sei que é utópico pensar nela, mas isso é algo inevitável para mim, nesses tempos de intolerância.

Quanto à escrita, embora tenha algumas repetições (que são necessárias), impressiona positivamente pela objetividade e aproximação com o (a) leitor (a). O conteúdo foi tão relevante quanto as notas ao fim do livro, que dão maior propriedade ao que se diz. Há também um vídeo bem bacana no Youtube contendo um debate com Steven Levitsky complementando sua obra.

Embora fale mais sobre a "ameaça Trump", recomendo esse livro e as outras obras citadas acima a todas as pessoas, independente de posição política. Acho que seria um ótimo presente àquele seu amigo ou amiga que, assim como a maioria da população, está preocupado (a) com o futuro do nosso país.

site: Se quiser me seguir no instagram: @ingrid.allebrandt
Luh 29/10/2018minha estante
Vou sugerir que você leia o livro ? ?Como conversar com um fascista, da Marcia Tiburi? e que depois compare aqui. Pode ser?


Ingrid_mayara 30/10/2018minha estante
Obrigada pela dica! Lerei, sim.


Paola.Rezende 07/07/2019minha estante
Nossa me arrepiei. Pois terminei o livro "Como as democracias morrem?" , li teu comentário cheio de referências que já li. Angela Davis acrescenta na reflexão de maneira profunda e instigante. Obrigada por me ajudar a pensar e a juntar todas referências.Adorei teu comentário e leia o livro da Tiburi, bem reflexivo.




Filipe Rodrigues 27/08/2022

Radical, parcial mas historicamente útil
O livro é muito radical no seu racional, defende uma democracia mas debaixo de um controle quase que linear. Explico: Os autores defendem uma política por profissão, as mesmas pessoas e as mesmas instituições, sem renovação e outsiders ( pessoas de fora) na justificativa de que o próprio sistema controla a política e evita as revoluções incluindo as ditaduras. Mas pergunto, a democracia é um pote tão frágil assim que não pode ser testada e desafiada para ser aperfeiçoada? Não poderemos nunca ter políticos que não sejam de profissão que passam a vida toda no estado?

O livro não economiza críticas a gestão Trump, além de cita-lo como mal exemplo o livro todo, tem um capítulo exclusivo a ele.

Apesar de descordar muito da visão dos autores e sua forte parcialidade, os conceitos teóricos de política e resumo histórico é muito bom! As citações estatísticas são parciais e só para corroborar com a tese específica dos autores.

Dou nota 3 pelos seguintes motivos. Um bom resumo dos acontecimentos políticos na america (Norte e sul) e parcialmente da Europa. Um bom estudo sobre como os ditadores se estabeleceram no governo.

Os pontos negativos são uns forte e parcial visão política, quase um discurso político anti Trump e anti Republicano. Se não fosse tão tendencioso seria melhor. No meu ponto de vista só virou best seller porque defendeu a mesma visão da mídia e foi lançado 2 anos antes da tentativa de reeleição do Trump o que fez a mídia impulsionar esse livro crítico.

No mais, vale a leitura pelo contexto histórico mas ative seu filtro político.
Alê | @alexandrejjr 31/08/2022minha estante
O que seria uma "forte e parcial visão política"? É uma insinuação de que os autores são democratas liberais?


Felipe 18/09/2022minha estante
Respondendo o @alexandrejjr, provavelmente eles sao democratas liberais, isso fica nítido no livro. Apesar disso, o fato de ser um outsider não necessariamente é uma coisa ruim, mas o modo como esses outsiders surgem, como que negando as regras atuais do jogo, que é preocupante, e é isso que os autores falam.
E as críticas que são feitas à gestão Trump são unicamente no sentido de como ele enfraquece e deslegitima as instituições, nunca sobre sua gestão na economia, geração de empregos, etc. E nesse ponto especificamente eles não poderiam estar mais certos.


Filipe Rodrigues 01/01/2023minha estante
@alexandrejjr, os autores são claramente de esquerda e muitas das vezes, deixam a parcialidade do fato para trazer sua impressão sobre os acontecimentos, deixando assim de apenas narrar o fato como um exemplo para denegrir ou prejudicar a imagem daqueles a quem eles não concordam, por exemplo, os republicanos. Nada contra trazer exemplos reais, mas quando a crítica é apenas de um lado, seu ensinamento fica distorcido e passa a impressão de não quer ensinar e sim criticar. Oi ensinar o que pensa e não o conteúdo de fato. As Democracias são mortas pelos dois lados, esquerda e direita e os autores se furtam dessa imparcialidade.




Ani 15/07/2021

"Nem mesmo constituições bem-projetadas são capazes, por si mesmas, de garantir a democracia. Primeiro, porque constituições são sempre incompletas..."
Alê | @alexandrejjr 15/07/2021minha estante
Achasse ruim o livro?


Ani 15/07/2021minha estante
O livro é interessante, mas achei-o repetitivo e monótono.




@Cb.victorpi. 22/02/2021

O livro é ótimo. Ele realmente expõe o assunto a que se propõe, mas seu escopo temporal é apenas no primeiro ano do Gov Trump. Ele pede uma atualização principalmente porque o mandato do Trump terminou. Também seria interessante se alguém se propusesse a fazer uma versão brasileira desse livro. Material, certamente, há de sobra.
Celestino 31/03/2021minha estante
Seria legal mesmo se eles lançassem um capítulo à parte, falando do período completo do Trump, mas achei super válida a leitura mesmo assim :)


Celestino 31/03/2021minha estante
Senti falta também do Brasil no livro, eles praticamente nem citaram




Mari 29/05/2019

Ah se os brasileiros tivessem lido isso em 2018...
O livro é excelente. Inicialmente fiquei com medo por não ter formação em ciências políticas. Mas fui contemplada por uma leitura fácil e linguagem acessível para quem deseja entender mais da loucura que está rolando no mundo. Pois é. Não é apenas no nosso país que as coisas andam esquisitas. Muito pelo contrário. Estamos sofrendo um reflexo de um fenômeno mundial. Veja bem. O problema não está numa guinada à direita. Mas numa guinada cega num movimento que nem mais de direita é. É um movimento que representa a si próprio, a serviço de pessoas com uma mentalidade tacanha e ensimesmadas. Enfim. Leitura obrigatória para quem quer se situar - confesso que fiquei triste quando terminei o livro, por estarmos vivendo um momento em que professores são execrados e acéfalos exaltados.
Taissa 31/05/2019minha estante
Fui na Saraiva comprar, mas estava esgotado. A Tabata Amaral no programa Conversa com Bial citou varias vezes ele (você assistiu?). É uma das minhas metas de leitura deste ano!


Mari 01/06/2019minha estante
Não assisti, amiga! Você vai amar! Sério!!!




Gregori Pavan 11/05/2020

Apesar de interessante, me surpreendi com a leitura!
Os autores focam no sistema norte-americano, mas o comparam com o sistema de outros países. Elencam a postura e erros de candidatos extremistas - até com tabelas classificatórias -, mas, ao meu ver, para mostrarem de maneira até muito sutil os vícios e erros cometidos pela sociedade como um todo ao fazer suas escolhas, na sua maneira de pensar e de agir. Criticam e responsabilizam insistentemente os partidos políticos.
O que fica evidente é como a democracia é absolutamente frágil e é construída e mantida todos os dias por todos os agentes nela inseridos.
Por outro lado, o livro é absolutamente condescendente com a “grande mídia” sem fazer nenhuma crítica direta a essa “instituição” que é parte da sociedade e que dá atenção e voz exagerada a esses “agentes extremistas” explicitamente em busca de audiência, e quando a coisa não vai bem supreendentemente passa a atacar esse mesmo agente, não por consciência, mas também em busca de audiência. E, quando é desafiada por esses mesmos agentes, usa mais uma vez seu poder de manobra para usar a opinião pública como escudo.
O livro mostra que esse sistema “democrático” foi concebido e permaneceu durante muito tempo complacente com a ausência de direitos civis, direito de voto de negros e mulheres, entre outros.
E também surpreende no final ao relativizar e sugerir que partidos políticos abandonem bandeiras “extremistas” - a direita republicana, a supremacia branca e esquerda democrata, os direitos de gênero e racial - em prol de uma pacificação.
Entretanto também mostra que foram nos momentos de “inquietação” que a democracia mais avançou, na ampliação de direitos e até mesmo no aprimoramento do “sistema de pesos e contrapesos” e normatização de comportamentos aceitáveis.
O livro é superficial em explicar como ou porque surgem os extremistas. Fala bastante do Trump, diz que ele preenche todos os critérios, mas deixa claro que ele - ainda - não é um autocrata. E ainda debocha apontando incompetência.
Alessandra 28/05/2020minha estante
Gostei muito dos seus apontamentos. Ainda estou no início da leitura, mas somado a algumas das resenhas que li, minhas primeiras impressões têm varios dos pontos que você comentou.


Alessandra 28/05/2020minha estante
Mas fiquei muito feliz em saber que o livro aborda a complacencia de sistemas democraticos com desigualdades e escravidão; e sobre o avanço dos direitos em épocas de enfrentamento ao stablishment. Era algo que estava me incomodando muito ao não supor que essas questões seriam comentadas.




Laura Brand 17/11/2018

Nostalgia Cinza
Como as Democracias Morrem está gerando um burburinho há algumas semanas. Em meio a tanta polarização política, um livro com um título tão forte vem ganhando espaço nas discussões com seus levantamentos fortes e pontuais. Levitsky e Ziblat se propõem a contextualizar o processo democrático e como ele vem sendo ferido de forma mais intensa nos últimos anos. Um livro detalhado e pontual não poderia ter vindo em melhor hora.
Até pouco tempo, preocupava-se o fato de que algumas nações e sociedades ainda não vivessem em uma democracia e sim sob regimes autoritários ou monárquicos, mas nos últimos anos vem se tornando pauta o fato de que democracias já consolidadas estão passando por transformações preocupantes e intrigantes. Levitsky e Ziblatt trabalham exatamente essas democracias, com foco na democracia norte-americana, que vem sendo questionada com mais força desde a ascenção de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
Levitsky e Ziblat fazem, em poucas páginas, um resumo de como funciona a democracia norte-americana, explicam o que e quem seriam os guardiões dessa democracia que se reuniam em salas esfumaçadas e como o sistema foi sendo moldado até que os chamados outsiders pudessem ganhar espaço dentro da política.
O livro é extremamente focado na democracia norte-americana e em suas nuances. Por diversos capítulos os autores vão delineando os passos da democracia norte-americana, explicando contextos históricos e exemplificando com grandes nomes da política estadunidense. Em determinado capítulo os autores demonstram como se fortaleceu a polaridade política nos Estados Unidos, chegando a extremos que podemos facilmente compreender ao olharmos para a nossa própria política.
Apesar do que parece, o livro não fala sobre como as democracias morrem e sim o que faz com que a democracia norte-americana esteja passando por uma crise. O livro não se propõe a fazer um panorama geral das democracias mundiais e da democracia em si, e sim do contexto estadunidense, na verdade os autores usam exemplos de democracias estrangeiras para justificar e embasar os argumentos que levantam sobre a atual decadência da democracia nos Estados Unidos.
Como as Democracias Morrem é o perfeito retrato de um contexto político preocupante no Brasil e no mundo. Levando em conta todos os questionamentos levantados durante as últimas eleições e os reais e frequentes temores de boa parcela da população brasileira, o livro não poderia ser mais atual. Isso porque os autores afirmam que existem duas regras informais e decisivas para o funcionamento de uma democracia: a tolerância mútua e a reserva institucional. A primeira se refere ao reconhecimento dos direitos democráticos de rivais de competir pelo poder e pelo governo. A segunda significa evitar aquelas ações que, mesmo dentro da lei, violam seu espírito.
Os autores falam como é trágico o paradoxo da vida eleitoral para o autoritarismo uma vez que os assassinos da democracia usam as próprias instituições da democracia - gradual, sutil e mesmo legalmente - para matá-la. Não são precisos golpes de estado para minar uma democracia, esse processo pode e muitas vezes começa com uma polarização extrema por sorte da própria população do país.
Os autores sugerem estratégias que os cidadãos devem e não devem seguir para defender a democracia, com foco nos Estados Unidos. Para tornar ainda mais fácil o entendimento acerca dos passos mencionados pelos autores eles usam exemplos muito didáticos como regras de um jogo de basquete de rua versus as regras do basquete oficial.
A linguagem dos autores é extremamente didática, com referenciais teóricos sendo inseridos de forma bem natural e explicativa ao longo do texto, com exemplos históricos bem desenvolvidos e objetivos. Os autores mantêm uma exemplificação constante mas coerente com os assuntos tratados, sem se excederem demais ou tratar superficialmente de alguns conceitos e passos. Isso torna o livro extremamente acessível e facilmente compreensível, de fácil entendimento, apesar de as referências históricas e políticas serem um pouco distantes dos nomes conhecidos no Brasil.
Por esse motivo, não é um livro para ser lido de uma vez. Apesar de ser de fácil compreensão, tem um conteúdo muito rico e reflexivo, então recomendo que seja uma leitura apreciada com calma. Caso contrário será difícil absorver tudo o que os autores discutem em apenas uma leitura.
É assustador como é fácil identificar, na maior parte do livro, um cenário parecidíssimo com o cenário brasileiro. A ascensão de um outsider e o rompimento gradativo dos pesos e contrapesos da política brasileira demonstram como a confiança nas instituições pode ser extremamente falha se não existir um consenso e um contrato social por parte da própria população.
Como as Democracias Morrem é uma leitura muito esclarecedora e alarmante. É assustador perceber como a democracia vem sendo fragilizada de forma absolutamente legal em diversos países do mundo, incluindo grandes potências como os Estados Unidos, e como isso reflete no Brasil. Uma leitura que não poderia ter vindo em melhor momento.


site: http://bit.ly/comoasdemocraciasmorrem
Gustavo Rodrigues de Vargas 18/11/2018minha estante
Perfeito! Me animou ainda mais a ler.


Laura Brand 21/11/2018minha estante
Ahh, que bom!! Espero que goste ;)




Adrienne 25/10/2020

Game of Thrones é você?
Interessante e enfadonho ao mesmo tempo. Demorei para terminar devido a confusão mental não saber se estava lendo Como as Democracias Morrem ou As Crônicas de Gelo e Fogo - A Guerra dos Tronos. Muita briga entre os personagens políticos da democracia norteamericana. Contudo, existem aspectos muito interessantes que, inevitavelmente, aplicam-se à nossa democracia.
NatyNatalia 26/10/2020minha estante
Que interessante sua resenha!


Adrienne 26/10/2020minha estante
obrigada! ?




Rafadferrari 03/06/2021

Assustada
Se eu fosse rica depois desse livro eu juntava minhas coisas e ia pra fora do Brasil, eu fiquei decepcionado ,mas não surpresa, em quanto a ruptura da democracia narrada pelo livro se encaixa perfeitamente aqui no país.

E claro que depois do livro tirar toda esperança presente no meu coração botou uma frase bonitinha que da um pouquinho de esperança

"Nenhum líder político isoladamente pode acabar
com a democracia; nenhum líder sozinho pode resgatar uma democracia, tampouco. A democracia é um empreendimento compartilhado. Seu destino depende de todos nós."
Thiago 03/06/2021minha estante
Livro ótimo. Caso interesse aprofundar o assunto, leia Engenheiros do caos (Giuliano da Empoli) e A Morte da Verdade (Michiko Kakutani). Complementam muito bem o assunto.


Rafadferrari 03/06/2021minha estante
Nossa muito obrigada os engenheiros do caos eu já li e gostei muitooo vou botar na lista pra ler esse de a morte da verdade valeuu




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