Como as democracias morrem

Como as democracias morrem Steven Levitsky




Resenhas - Como as Democracias Morrem


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Jonas Teixeira 27/12/2018

Um passo ao ridículo
Livro escrito por dois professores de Ciência política na Universidade de Harvard. Em um primeiro momento, o foco do livro é falar sobre a democracia de forma científica e imparcial, no entanto, ocorre drástica mudança ao decorrer da obra. Fica evidente uma capacidade mínima de análise democrática, focando apenas em dois polos: Donald Trump e os Republicanos. Dessa maneira, mesmo discordando de muita coisa relatada na obra, a minha visão pessoal não influencia na "visão final": obra absolutamente medíocre e incompleta.

Uma colocação importante que demonstra uma incapacidade intelectual provocada pela parcialidade evidente é o ato de chamar a democracia de "forma de governo". Em um primeiro momento parece normal, mas para dois cientistas políticos da Universidade de Harvard é inadmissível cometer um erro tão grotesco. Para que fique claro, democracia, de acordo com a ciência política é um regime de governo. Regime de governo: democráticos ou de exceção (nazismo, fascismo, socialismo etc).

De todos os regimes de governo, a democracia é o "menos pior". O livro não expõe em momento algum críticas importantes à democracia. Para que saibamos lidar com ela, devemos conhecer os desafios e os problemas, visto que ela não é nem um pouco perfeita para ser tão venerada. Existem uma vasta escala de críticas importantes. Pegamos como exemplo o que Alexis Tocquevile chamou de "tirania da maioria". O que significa isso? Significa que democracia é o regime da "maioria", e, de acordo com o filósofo contemporâneo brasileiro Luiz Felipe Pondé: a maioria é sempre idiota. E, fica evidente que quando a maioria "acorda", de acordo com os autores, isso é "ameaça à democracia". Sendo assim, falar de democracia sem expor as devidas críticas demonstra uma incrível incompletude na obra de Steven Levitsky e Daniel Ziblatt.

O livro demonstra grandes críticas e previsões (incorretas, por sinal) ao governo Trump. Considerando como uma grande ameaça à deusa democracia. Como já disse antes, a base do livro é criticar Trump e os republicanos. O que fica mais "feio" é a falta de argumentos válidos para a crítica, são simples previsões e ataques extremamente maldosos e sem precedentes. Como já disse, a parcialidade estragou e muito a obra. Não é uma obra científica sobre democracia, apenas críticas baratas ao presidente americano Donald Trump e a todos aqueles que eles discordam.

O livro, portanto, demonstra uma mediocridade intelectual absurda, com posições políticas sendo explícitas de forma ridícula, em outras palavras: choradeira de esquerdista utópico que quando vê alguém que trata a realidade tal como ela é, chama de "fascista". Não é trabalho científico, apenas um amontoado de páginas que faz vastos ataques a quem eles não gostam. Mesmo discordando, esperava mais do livro, que tem como título um assunto tão urgente e importante. Isso demonstra como o nível intelectual, não só do Brasil, mas do mundo todo está caindo em drásticos e preocupantes retrocessos. Aonde vamos parar?
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Cheiro de Livro 01/01/2019

Como as Democracias Morrem
Os professores de ciência política da Universidade Harvard Steven Levitsky e Daniel Ziblatt resolveram se debruçar sobre declínios democráticos em diversos paÃíses ao longo da história e encontrar pontos de contatos entre eles. A motivação maior dos dois é a ascensão a presidência americana de Donald Trump. “Como as Democracias Morrem” (tradução de Renato Aguiar) faz uma analise vasta sobre como demagogos e autocratas conseguiram chegar e se consolidar no poder e como alguns foram impedidos ou derrotados ao longo da história.

Muito do livro se concentra em como a polarização da política americana se fez e se consolidou e como a utilização da tática de política como guerra teve e ainda tem importância no cenário atual. É um histórico interessante mas essa é a parte do livro que o torna menos universal, o que fez com que esse estudo virasse um best-seller está nas simetrias encontradas em outras democracias que sucumbiram, seja a Alemanha de Hitler ou a Turquia de Erdogan.

O que faz esse livro tão universal é a explicaçãoo simples sobre as regras não escritas que sustentam as democracias, qualquer democracia, e como elas funcionam como portões que a salvaguardam. A ideia de que para evitar danos a democracia todos os partidos e ideologias precisam tratar seus oponentes como adversários e não como inimigos; a pratica de não exacerbar os poderes de que cada um dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário) têm, são umas das muitas regras que eles definem e defendem como sendo fundamentais para o fortalecimento e continuidade de qualquer democracia. É quase um apelo para que os poderes não usem o que Maquiavel definiu como “Aos amigos, tudo, aos inimigos, a lei”.

Eles defendem que autocratas aparecem em qualquer lugar e o que diferencia cada lugar são as barreiras que eles encontram para se consolidar ou não. Há no livro uma série de quadros sobre autrocratas e suas semelhanças, o principal, pra mim, é o que nos ajuda a identifica-los. São quatro os elementos: 1 – Rejeição das regras democráticas do jogo; 2- Negação da legitimidade dos oponentes políticos; 3 – Tolerância ou encorajamento à violência e 4 – Propensão a restringir liberdades civis de oponentes, incluindo a mí­dia. Alguns autocratas preenchem alguns desses quesitos, outros todos. Preencher qualquer um deles já é um perigo iminente da qualquer democracia.

Depois de destrinchar como autocratas chegaram ao poder e como outros foram ceifados no meio do caminho os professores destrincham como os que chegam ao poder tentam consolida-lo e assim minam democracias. São alguns os passos e o mais interessante é que são usados seja por Chavez na Venezuela ou Putin na Rússia. Há quase uma cartilha para que autocratas se eternizem no poder minando a democracia lentamente e assim não acendendo o alerta em seus cidadãos. É o que Mussolini, um autocrata, dizia sobre depenar a galinha uma pena por vez, aludindo ao fato que dessa forma o bicho não veria o que estava prestes a acontecer.

Para permanecer no poder autocratas reescrevem as regras do jogo, aprovam reeleições sem restrição ou redesenham os distritos eleitorais, enfim, fazem qualquer coisa para manter o poder nas urnas. Eliminam os adversários, prendem, fecham ou forçam o exílio de oponentes políticos. É o que Erdogan, presidente da Turquia, fez com seus opositores assim como Chavez na Venezuela. E para fechar a tríade de ações esses governos cooptam quem deveria os fiscalizar. Fujimori no Chile subornou adversários e juízes, Putin perseguiu meios de comunicação até que eles fossem vendidos para seus aliados ou parassem por completo de cobrir política.

O que os professores nos dão é uma mapa de como identificar os sinais e tentar combate-los antes que governos antidemocráticos consigam se consolidar. Em meio a muita má notícia, a quantidade de democracias no mundo parou de crescer, eles apontam caminhos para se combater o mal maior que é a perda da democracia. Falam em como os opositores e como eles se comportam importa para a lenta morte democrática. Quando se demoniza um opositor se contribui para a marcha da insensatez, só se impede a morte da democracia construindo pontes com oponentes, encontrando, mesmo que pequenas, ideias convergentes. É agregando e nãoo segregando que se fortalece um sistema democrático. Algo que por aqui precisamos aprender o mais rápido possível.

site: https://cheirodelivro.com/como-as-democracias-morrem/
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Leiliane R. Falcão 13/01/2019

Análise lúcida
Leitura essencial para entendermos quais serão os caminhos da democracia na era da pós verdade. Me surpreendi com a leveza e com a clareza do texto, mesmo tratando de um tema tão complicado.
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Prestes 17/01/2019

As democracias morrem quando o parlamento e o judiciário consentem.
Os parlamentares e magistrados que assim agem são de uma ingenuidade e pobreza de espírito.
O que os levam a pensar que um chefe de estado ditador irá compartilhar o poder com eles.
É da natureza de uma ditadura que o chefe de estado comande sozinho.
Já ouviram aquela expressão "só pode haver um"? Na ditadura não é diferente.
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Élida Mercês 18/01/2019

Leitura necessária!
O livro propõe uma reflexão sobre a democracia dos Estados Unidos, após a eleição de Trump, a partir de uma série de análises a respeito de sistemas democráticos que minguaram ao longo do tempo, em diversas partes do mundo. Os autores mostram que os momentos críticos, como o atual vivido pelos norte-americanos, são resultado de uma série de episódios que os levaram até lá. Impossível não ver o Brasil contemporâneo na narrativa, o que torna a leitura angustiante em alguns pontos, mas não menos necessária. Vale muito a leitura.
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Marcus 18/03/2019

Li num final de semana. Revelador. Intrigante. Días 15,16 e 17 de março.
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Ab_Esteves 15/05/2024

O livro apresenta uma série de eventos pelo mundo, mas essencialmente na política americana, para demonstrar que a democracia é um sistema político-econômico frágil, que, sem os devidos freios e contrapesos, seus mecanismos voltam-se contra o próprio sistema, enfraquecendo-se de dentro pra fora.

Ataques às instituições, fabricação de notícias falsas para confundir a opinião pública, descrédito ao sistema com apoio de parte da mídia, criação de decretos ou leis inconstitucionais com roupagem democrática, dentre outros métodos, são estratégias que acabam por enfraquecer a democracia e convencer parte da sociedade a se ancorar em líderes com discurso autoritário, acreditando ser uma possível [e bastante arriscada] alternativa.
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MÁRCIA 23/03/2019

Pra mim que não entendo nada de política, foi muito bom, pq tem todo um apanhado histórico, e assim, ao meu ver, ficou muito mais fácil. No final, sinceramente, não fiquei muito contente, pois eles dão ênfase ao governo do Trump, e particularmente, nada que diz respeito a esse homem me interessa, acho ele um louco. Mas faz parte, afinal ele é um bom exemplo, como o livro bem retrata, de presidente antidemocrático. Aprendi bastante sobre o sistema de freios e contrapesos, democracias, etc. Merece três estrelas!
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André 26/03/2019

Uma importante lição política
Apesar de possuir alguns momentos de prolixidade e repetição, muitas vezes pecando pelo excesso de tentar trazer um elevado número de exemplos para cada situação descrita, "Como as Democracias Morrem" nos traz uma importante lição sobre a política e como impedir o surgimento de governos autoritários que não estão interessados na manutenção da democracia, fornecendo ferramentas relativamente simples e nos levando em uma viagem pelos países que se submeteram à regimes autoritários e os que conseguiram se livrar, buscando explicar os motivos para a falência ou sobrevivência da democracia nesses países.

Para compreensão total do livro, é necessário algum conhecimento sobre a política internacional, especialmente a americana, seu sistema eleitoral e personagens históricos, porém, ainda que esse assunto não seja especialidade do leitor, o livro ainda é funcional em seu aspecto central: habilitar o leitor a encontrar, identificar e lidar com possíveis autoritários antes, durante e/ou depois de seus governos, buscando sempre a defesa do regime democrático.

Em uma era onde diversos demagogos e potenciais autoritários são eleitos e possuem imenso apoio popular, essa leitura deixa de ser recomendada e passa a ser obrigatória.
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Capuleto 26/03/2019

Observações interessantíssimas mas escrita cansativa
Remete-nos a observações relacionadas interessantes de governos que se tornaram autocracias, a evitaram ou a venceram ao redor do mundo, como evita-la, gerencia-la entre outras coisas, me trazendo particularmente a ligeira sensação de que democracias em si não funcionem pela sua falta estonteante de imediação entre outros compromissos complexos, porém é um livro com demasia em exemplos e repetições como se fossemos burros ou muito esquecidos do que acabará de ser abordado. Acabei por abandona-lo, mas até os 40% do livro ainda estava bem interessada. Talvez assim que tiver paciência e muito tempo livre, volto a ler. Vale a pena conferir.
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Rayla 28/03/2019

O livro trata principalmente do panorama político dos Estados Unidos, mas é impossível não comparar com o que estamos vivendo no Brasil, especialmente ao pensarmos em como ocorreram as eleições de Trump e Bolsonaro e as atitudes de ambos. Enchi o livro notações, de tantas semelhanças que encontrei entre os dois. Assustador, mas muito útil. Não é uma leitura difícil, mas cansativa em alguns pontos pelo excesso de exemplos e repetição de ideias. Ainda assim, é um livro muito esclarecedor, e ao meu ponto de vista, necessário. Me fez ter uma ideia muito diferente da crise política que estamos passando, assim como repensar muitas atitudes minhas e em como eu influencio as pessoas ao meu redor.
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Helthon Aires 22/04/2019

Como as Democracias Morrem
Ótimo livro, leitura altamente recomendável...
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