Helder 24/08/2012Um pequeno enorme livroNa minha opinião, as pessoas deveriam sempre ler por prazer e nunca por imposição, e este pequeno livro é um bom exemplo de prazer em ler.
Como detesto estórias de animais (Nunca gostei nem de filme da Lassie), confesso que pensei 2x antes de comprar este livro, mesmo encontrando-o numa estante de ofertas, mas graças a Deus dei uma lida nas resenhas aqui publicadas e decidi investir naquela capa com um gatinho, e assim como ele fez com Samuel, posso dizer que ele também me levou por outros caminhos, e de uma maneira extremamente suave e gentil.
Resumindo, acho que posso dizer que o tema principal deste livro é o acaso.
Samuel começa um novo ano sem grandes perspectivas. Quarentão solitário, vai sobrevivendo. Até que naquela manhã de ano novo, um gato aparece em sua casa e o faz sair de sua zona de conforto, levando-o a conhecer Titus, um velho escritor que mora no andar de cima e pede sua ajuda para arrumar um ferrorama. Sem conseguir dizer não ao velho, Samuel vai ao centro procurar uma loja especializada em ferroramas e ao atravessar a rua, cruza com Gabriela, seu 1o amor de infância, que lhe deu um beijo de borboleta. Buscando rever seu antigo amor, Samuel passa a frequentar um bar onde conhece o estranho Valdemar, sempre carregando seu manuscrito sobre a face oculta da Lua.
Ao parar para escrever esta resenha agora, isso tudo me parece um monte de nada, mas é tudo tão lindamente amarrado na estória que a leitura vai fluindo e em paralelo a tudo o que vai acontecendo, o autor vai desfiando cultura. Mendelsson. Kafka, Herman Hesse, Marylin Monroe e muito mais.
Uma estória, diversos contos, aulas de filosofia. É um pouco disso tudo.
Mas deixe-se levar por Mishima, o gato, e conheça estes personagens.
Impossível não se emocionar com o reencontro de Samuel e Gabriela. A falta de palavras, as sensações.
Dificil de explicar. Só lendo mesmo.
Recomendo para limpar o coração e acreditar que o mundo pode ser simples e bom.