O deserto dos tártaros

O deserto dos tártaros Dino Buzzati




Resenhas - O Deserto dos Tártaros


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leatorress 12/10/2020

Bom
Leitura um pouco difícil, mas que me fez refletir muito sobre como podemos perder tempo e deixar passar as oportunidades que a vida nos dá.
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Luigi.Schinzari 25/09/2020

Sobre O Deserto dos Tártaros
O tempo é uma incansável fonte de inspiração para a literatura. Em A Montanha Mágica (1924), de Thomas Mann, temos o maior expoente dentro dos livros sobre o chamado ?tempo estático?, em que as personagens, isoladas do mundo em um sanatório para tuberculosos, perdem a noção do transcorrer natural de suas vidas, não sabendo reconhecer especificamente há quanto tempo estão vivendo naquele lugar afastado do convívio social. Dino Buzzati (1906-1972), autor, jornalista e pintor italiano, soube acrescentar a essa discussão novas matizes a questão tão complexa do tempo na literatura com sua obra-prima, O Deserto dos Tártaros (Il Deserto Dei Tartari, 1940), enquanto nos imergia na questão da eterna promessa que temos de um futuro brilhante e sua procrastinação enquanto os anos vão passando e percebemos as esperanças fenecendo.

Na história, acompanhamos o jovem militar Giovanni Drogo, recém-promovido a oficial, sendo transferido para uma guarnição ao norte de sua cidadezinha -- local onde vive com sua mãe --, a Fortaleza Bastiani, forte escondido no meio de um vasto deserto e que se prepara para um possível e iminente ataque dos povos do norte, que tardam eternamente a chegar mas os militares do forte continuam a movimentar suas vidas em função daquela eterna promessa de invasão dos inimigos tártaros. Drogo, inicialmente indisposto com sua transferência àquele ermo local, pretende sair de lá em até quatro meses, mas por arroubos militares-heroicos e apoteóticos de poder, um dia, salvar seu povo do ataque dos bárbaros do norte, estende sua estadia na Fortaleza Bastiani até já não poder se desatrelar àquele local abandonado por Deus e pelos homens comuns.

Escrito no auge da 2ª Guerra Mundial, Buzzati bebeu diretamente desta inspiração ao localizar seu romance em um meio militarizado. O forte é para Drogo o que o sanatório foi para Hans Castorp em A Montanha Mágica; mas, diferentemente do romance de Thomas Mann, em O Deserto dos Tártaros vemos o tempo, primeiramente estático sob a percepção dos habitantes da Fortaleza Bastiani, ter suas nuances dependendo do momento da vida e do local em que Drogo, nossos olhos perante aquela realidade, por muitos momentos, surreal, vive e habita.

Mesmo vagando a passos lentos no início -- boa parte do curto romance se passa nos primeiros dias da estadia de Drogo --, logo Buzzati acelera a vida de forma abrupta, posicionando-nos em anos depois do início do romance para nos apresentar a inércia que o ainda jovem protagonista vai adquirindo, e mesmo sabendo rapidamente que a invasão do norte será nada mais que uma eterna promessa, o autor sempre cozinha uma possível invasão em momentos de tensão e, consequentemente, frustração, nossa e dos personagens. Vemos a vida de Drogo ser tragada pela esperança da invasão, assim como temos nossas próprias procrastinações e sonhos de um futuro melhor: sempre vindouro, nunca presente. Buzzati choca o leitor com o escoamento da vida deste jovem promissor por uma missão prometida que nunca irá chegar, e que mesmo assim Drogo, envelhecendo ao longo do livro, não deixa de pensar: No futuro... quem sabe? E, enquanto o tempo permanece estático para Drogo e seus colegas de serviço, temos o vislumbre de que é justamente o contrário: ele corre, despeja, esvai-se e não há como o recuperar.

O clima onírico do deserto e da Fortaleza Bastiani serve para compor o tom surreal e estático que Drogo percebe da realidade ao seu redor. As descrições de Buzzati, um pintor, em suas palavras, que, por hobby, durante um período, infelizmente bastante longo, fez-se também escritor e jornalista, carrega sua percepção sensorial de artista e as derrama sobre as páginas datilografadas. O deserto infinito e suas cores variantes durante as estações, a fachada da Fortaleza Bastiani e sua vasta autoridade expressa em seus muros carcomidos, e o interior do forte, uma garganta profunda de escuridão e vazio, semelhante a vida de Drogo quando passa a ter um único objetivo, um vazio e infindável, em sua vida -- são caracterizações que influenciam nos sentimentos que tomamos pela obra como um todo, moldando nossas emoções durante cada situação; e como Buzzati sabe trabalhá-las bem.

O Deserto dos Tártaros, não à toa, tornou-se um clássico italiano. É um romance vasto em suas mensagens e suas emoções, mesmo tendo tão poucas páginas (apenas 200, em média). A leitura, inteiramente uma sequência de duras verdades apontadas em nossa fuça, redime Drogo somente em seus últimos momentos. Por fim, abatido por uma vida esvaziada, Giovanni Drogo -- antes um jovem promissor e agora um velho que deixara sua vida passar como um eterno espectador -- encontra paralelo no Ivan Ilitch de Tolstói em seu momento derradeiro. Sem dúvidas, é um romance que, diferentemente da vida de seu protagonista, merece ser vivido e apreciado, e Buzzati nos alerta em cada página com sua escrita, por vezes seca como o deserto, por vezes lírica como suas pinturas -- sempre perfeitamente dosada --, nos alerta de que o presente é merecedor de nossas estimas tanto quanto o futuro incerto o é.
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Mari Pereira 24/09/2020

Chato
Entendo que muita gente tenha gostado. Eu particularmente não gostei. Leitura não me cativou, não me identifiquei com a história. Achei chato.
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Fabian Rodrigo 17/09/2020

O livro fala sobre o tempo e sua inexorável passagem. Fala sobre deixar para amanhã, um amanhã que nunca chega e quando nos damos conta percebemos que deveríamos ter vivido o agora, mas esse não existe mais. Cabe o arrependimento e a conformação. Alguns se resignam e esperam o fim, outros preferem antecipá-lo.
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saraiva 15/09/2020

A luta para dar sentido à vida enquanto o tempo passa
"Todos os dias quando acordo,
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo..."
Legião Urbana - Tempo Perdido

O livro retrata a vida do tenente Giovani Drogo, um oficial em inicio de carreira que foi designado para atuar no forte Bastiani. Drogo vive a rotina militar do forte e, como boa parte dos habitantes do local, tenta dar sentido a sua existência, enquanto o tempo vai passando de maneira implacável.

Enquanto Drogo alimenta uma esperança de ser bem sucedido no forte, por mais improvável que isso possa parecer, sua vida social vai ficando de lado. Assim, em um espiral descendente, buscando dar sentido a vida, Giovani fica cada vez mais preso ao forte e suas rotinas, que são executadas sem entusiasmo.

Não é um livro de momentos felizes ou de grandes realizações. É um livro que retrata a angústia de se tentar dar sentido ao dia a dia. Enquanto vivemos o hoje, a espera de uma recompensa futura, o tempo passa e não temos um futuro garantido. O livro permite uma reflexão sobre nossas escolhas de vida, sobre nos acomodarmos com determinadas situações e colocarmos as esperanças em um futuro distante, enquanto a vida vai passando de forma medíocre.
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Luciana Leitora 11/09/2020

Tudo o que faz sentido...
Fui extremamente tocada pela sutileza da obra por falar de coisas tão banais e preciosas com a mesma beleza e poesia, que a vida assim como a morte necessitam. A falta da razão pela qual viver e a compreensão da morte que Giovanni Drogo experimenta, tornam essa leitura uma viagem para dentro de si.
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Mari.Alves 17/08/2020

Não sei se foi pela época em que li (durante o isolamento social) mas esse livro me deixou bastante incomodada.
Pedróviz 17/08/2020minha estante
Esse é um livro para fazer pensar sobre as escolhas da vida. Pelo menos foi assim que interpretei... Um dos meus livros preferidos.


Mari.Alves 17/08/2020minha estante
Sim, mas também fala de solidão, de estar "preso" em um lugar esperando algo que nunca acontece. Acho que esses pontos juntamente com o momento atual me deixaram um tanto quanto angustiada.


Pedróviz 17/08/2020minha estante
De fato, essa leitura para quem é mais sensível ao isolamento é um tanto perturbadora mesmo. Até a natureza do lugar contribui para essa impressão.




Libio 24/07/2020

Maravilhoso
"...e encanto isso meditava sobre a vida."
Gostei do começo ao fim.
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Dani 18/06/2020

Atemporal e capaz de fazer refletir qual o sentido da vida, se vivemos para nós mesmos, aproveitando cada momento ou esperando a admiração/aprovação dos outros, acontecimentos grandiosos, esperanças e expectativas.
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lara 09/06/2020

Deserto dos tártaros
O livro de uma narrativa morosa e reflexiva , apresentando uma temática de solidão , escolhas, espera e frustrações. ?Amanhã, amanhã, amanhã?, pensam os generais. ?Amanhã , amanhã?, dizem os jovens soldados do forte. ?Amanhã ?, repete Giovani Drogo. ?Amanhã , virão d tártaros.? E, assim se passam quatro meses. Quatro anos... Trinta anos. Leitura te fazendo pensar e avaliar própria vida, as escolhas e a esperança em relação a futuridade.
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Gueu.Schade 01/06/2020

Perfeita monotonia
Monotonia, aflição, distância, expectativas, auto-realização, ego, tempo, frustrações e um enorme deserto em sua frente. Essas foram as principais emoções que o livro me passou. Uma leitura que demorei quase 3 meses pra concluir e que só me conquistou no final. E que conquista!

O grande flerte que recebi foi a percepção de que não se trata do passar do tempo mas sim de deixar o tempo passar sem se mexer, sem travar a própria guerra, sem esperar a guerra que nunca chegou e que nunca chegará.

Um livro muito bom. Recomendo!
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Matheus M Oliveira 29/05/2020

O conto sobre Giovanni Drogo é curto para a linha do tempo da história. Dino consegue passar uma certa agonia ao acompanhar a vida de Drogo. O final não é surpreendente, mas fornece uma reflexão sobre como gastamos nosso tempo em uma vida curta e mortal.
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