Cris 27/02/2020Brevidade da vida"Parecia ontem, entretanto o tempo se consumira com seu ritmo imóvel, idêntico para todos os homens, nem mais lento para quem é feliz nem mais veloz para os desventurados." Pág. 62
Neste livro acompanhamos a história do jovem soldado Giovanni Drogo, que é escalado para integrar uma equipe responsável pela vigilância de um forte.
O forte Bastiani é afastado da cidade e fica no meio de um deserto, de lá, os vigias devem cuidar para que não sejam invadidos pelos tártaros.
E assim nós acompanhamos a melancólica história deste soldado e as diferentes fases da sua vida. Quando ele chega ao forte, ele está empolgado com o novo cargo, e aceita a missão pelo breve tempo que lhe é proposto. Porém, conforme o tempo vai passando, ele vai percebendo que as coisas não se encaminham da forma como ele esperava e também percebe que viver naquele ambiente isolado não é tão ruim como ele sentiu assim que chegou lá.
Eu adorei esta história, e achei a narrativa do autor maravilhosa. É um tipo de livro que me fez gostar nem tanto pela história que estava sendo contada em si, mas pelas mensagens que o autor nos transmite conforme observamos o tempo passar: a brevidade da vida, o comodismo, a falta de perspectiva, e a valorização do significado de pertencimento.
Achei o começo um pouco arrastado, mas quando me acostumei com a narrativa, me envolvi pela forma melancólica e realista que o autor nos conta a história.
Uma história triste e que nos faz parar pra avaliar nossa própria vida.
"Justamente naquela época Drogo deu-se conta de que os homens, ainda que possam se querer bem, permanecem sempre distantes; que, se alguém sofre, a dor é totalmente sua, ninguém mais pode tomar para si uma mínima parte dela; que, se alguém sofre, os outros não vão sofrer por isso, ainda que o amor seja grande, e é isso o que causa a solidão da vida." Pág. 172
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