Ana 22/11/2021
O cotidiano pode ser esmagador e a solidão é inevitável...
Nesse Romance filosófico intitulado de O Deserto dos Tártaros publicado originalmente em 1940 pelo escritor, jornalista e pintor italiano Dino Buzzati acompanhamos um tentente chamado Giovanni Drogo que foi designado para ficar no forte Bastiani. Ao norte de um lugar que não sabemos exatamente onde é. Logo que chega não quer ficar, mas acaba sendo convencido a ficar por 4 meses até poder receber um atestado médico e não prejudicar sua carreira militar. Ele é jovem e tem muitas expectativas de glórias e grandes conquistas na sua vida. Agora falando das minhas impressões sobre esse livro, poucas coisas que li até hoje me deixaram me sentindo tão melancólica quanto esse livro me deixou. O jeito que o autor escreve e as reflexões que suscita são profundas e tristes. Como a busca por um motivo pra viver, o entendimento de qual o sentido da vida, Pra quê e por que fazemos o que fazemos? Quão poderoso é o hábito e como nos perdemos de nós mesmos no meio do caminho sem perceber até que seja tarde demais!!!
Talvez a respostas desses questionamentos seja encontrar o nosso lugar no mundo ou simplesmente aceitar a mediocridade da vida e ver nessa atitude grandeza de alma. Talvez aceitar que não existe resposta.
Só podemos ficar atentos para não desperdiçar nossas vidas e jogar fora nossa vitalidade. Uma história sobre expectativas frustradas, realidade esmagadora e solidão. O tempo é inflexível. O livro é ESPETACULAR.
"É dificil acreditar numa coisa quando se esta sozinho e não se pode falar com ninguém. Justamente naquela época Drogo deu se conta de que os homens, ainda que possam se querer bem, permanecem sempre distantes, que, se alguém sofre, a dor é totalmente sua, ninguém mais pode tomar para si uma minima parte dela, que, se alguém sofre, os outros não vão sofrer por isso, ainda que o amor seja grande, e é isso o que causa a solidão da vida."