Natália Tomazeli 07/10/2023Perdi tempo lendo, podia ter lido outro livro no lugar desseFaz tempo que li esse livro e tinha quase certeza que iria ser uma história super esquecível, mas até que lembro, acho que é porque não gostei. Só esqueço de livros água (aqueles sem sabor, odor, cor, aqueles neutros que não me atingem com nenhum sentimento bom ou ruim).
Aí esses dias estava olhando o catálogo dos filmes novos em cartaz nos cinemas e vi "A Filha do Rei do Pântano" lá, nem sabia que ia virar filme! Todo caso, ainda não fui assistir e nem vou, foi suficiente ter lido o livro, mas fica aí a informação a nível de conhecimento pra você.
Esse livro veio na TAG Inéditos mas eu troquei ou comprei ele de alguém, não lembro. Mas lembro de ter sido uma leitura ágil e envolvente, apesar de eu não ter gostado muito de como as temáticas foram abordadas.
A primeira é questão indígena abordada nesse livro que não sei se da pra chamar de representatividade, tá mais pra uma representação estranha. Quase não se tem histórias com personagens indígenas e aqui logo o criminoso é esse personagem, mas tá... Não vou entrar nesse mérito, o que me incomodava acho que era o fato de algumas coisas que o pai da protagonista fez serem justificadas como algum tipo de costume indígena ou serem usadas algumas coisas meio esteriotipadas. Me senti incomodada a leitura toda com essa coisa de cultura indígena contada com olhos do branco, e nem li tantos livros escritos por autores indígenas assim se for parar pra ver, enfim...
Segunda questão, esse negócio da "Síndrome de Estocolmo", "Cárcere Privado por anos" que é a temática do livro. Sinto que outras obras fictícias como "o Quarto de Jack" que eu só vi o filme por enquanto, (mas queria ler o livro) trouxeram a temática com mais pesquisa, mais fundamento e com um olhar mais interessante, não sei, foi o que eu senti. São muitas descrições e pouco debate sobre como o dilema de ser fruto de um crime como esse é paradoxal. Não senti verdade lendo, parece que a autora usa a situação só como um recurso pra construir o plot da "caçada de tirar o fôlego", até uma coisa meio pra cair bem aos moldes das narrativas estadunidenses hollywoodianas, pensando agora que teve adaptação do livro. Vai ver fui eu também que estava esperando algo mais profundo e não era isso que a autora queria trazer, mas acho até que chega a ser meio irresponsável, não sei se eu teria o sangue de barata de publicar algo assim sabendo o quanto esse tipo de vítimas sofrem (acho que to assistindo muito true crime) mas vai ver também a autora nem sabe ou tem noção de tudo isso...
Preferia ter lido o "Quarto de Jack"? Sim. Ou seja, foi perda de tempo esse HUEHUEHUEHUE