Cloro

Cloro Alexandre Vidal Porto




Resenhas -


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"Ana Paula" 12/07/2019

Mais um livro lido para o Piquenique Literário que participo aqui na minha cidade, São José dos Campos. O mês de junho foi o mês do Orgulho LGBTQAI+, por esse motivo o livro escolhido para debate foi um que falasse sobre o assunto.
Confesso que Cloro não foi minha escolha para leitura, mas ganhou a votação e claro, o li. O livro é ok. Nem tão bom quanto poderia ser, nem tão ruim que não possa ser lido.

"Durante a maior parte do tempo, fui um cara que negou a própria natureza, que extirpou a realidade para não deformar a vida, para que ela fosse da forma que ele queria. Eu tinha um carro na garagem, mas não o usei com medo da velocidade. Foi um desperdício."

A história de Constantino nos sensibiliza e nos trás questões intermináveis sobre quem somos e o que estamos fazendo para conhecermos a nós mesmos profundamente. Desde pequeno, Tino sabia que era diferente, mas em sua infância, ser homossexual era errado. Tino então, resolve que será um homem de bem, pai de família e que guardará esse sentimento dentro de si para sempre. Só que uma tragédia acontece e seu casamento que já não estava bem, acaba desabando de vez e Tino resolve dar uma chance para sua sexualidade.
Assim, passa a ter uma vida dupla: enquanto em São Paulo é pai de família, homem de bem, advogado e ótimo esposo, em Brasília é o amante ardente de Emílio, por quem acaba se apaixonando.

O detalhe mais sórdido dessa história é que Tino nos conta os principais momentos de sua vida depois que morre. Sim, esse livro é narrado em primeira pessoa pelo defunto. Tino está no limbo, esperando na escuridão pelo que virá depois e, para passar o tempo - ou sabe-se lá o que mais - resolve discorrer sobre sua vida, contando a nós, leitores, o que ninguém jamais soube - a não ser seus amantes.

"É difícil ser espontâneo quando se tem medo. Como ser íntimo quando a intimidade é o que mais apavora você?"

A narrativa do personagem é rápida e sucinta. Sua história é breve com poucos pormenores. Consegui me conectar com Tino logo nas primeiras páginas, sua história me deixou curiosa para saber mais. Em momento nenhum senti que a leitura ficou enfadonha ou arrastada, mas poderia ser melhor. Senti falta de aprofundamento maior na época de sua infância, de acordo com o livro, Tino abafou seus sentimentos homossexuais por causa de um garoto que o chamou de "bicha". Não estou me desfazendo da dor do personagem, mas achei sua desculpa supérflua perto do que pessoas reais passam diariamente.
Mesmo assim, entendo o contexto criado pelo autor: necessário em tempos nos quais desejos são reprimidos e personagens são criados para que se viva de acordo com o que uma sociedade conservadora impõe.

Outro ponto da história que me tocou foi a morte de seu filho André. Sua morte nunca foi resolvida e abaixo segue um quote que, mais uma vez, nos remete aos tempos atuais:

"Quanto menos armas, menos tiro; quanto menos tiro, menos mortos. É simples assim."

Como um todo, a leitura vale a pena. Tino é um personagem carismático que consegue passar o que sente para o leitor. O autor soube dosar as partes sentimentais do livro, causando simpatia nos leitores.
Além da narrativa de Tino, temos também, nas últimas páginas, a narrativa de pessoas que fizeram parte de sua vida: seu cunhado, sua esposa e Emílio. Acredito que essa parte tenha sido essencial para vermos Tino pelos olhos das pessoas ao seu redor.
Do mais, indico sim a leitura. É um contexto que deve ser discutido e não ignorado.

site: http://www.livrosdeelite.com.br/2019/07/resenha-cloro-alexandre-vidal-porto.html
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JoAo.Nhan 02/06/2023

Um livro impactante sobre pessoas reais e problemas reias, o livro tem aquela escrita característica de romances contemporâneos nacional, que eu amo. A história do livro e bastante emocionante mais o começo começa muito bom e o final não é tão bom assim, é tudo muito rápido. Mas acho que essa foi a intenção do autor. Uma boa e rápido leitura.
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Libera 01/01/2020

O livro traz a história da vida de Constantino, narrada em primeira pessoa, por ele próprio, depois de morto.
Na infância, após ser ridicularizado por um garoto no Colégio, Constantino colocou na cabeça que "ser bicha era ruim", e passou a controlar seu sentimentos e desejos.
Casou -se teve filhos, mas nunca uma real felicidade, até começar a se relacionar com outros homens, mesmo que as escondidas.
É uma história triste, que mostra como o preconceito afeta as pessoas a ponto de roubar suas vidas.
Durante a leitura discordei de várias atitudes de Constantino, principalmente em relação a família.
Mas acho que consegui compreender os motivos que o levaram a cometer vários erros durante sua vida.
É um livro com escrita bem simples, e de rápida leitura, que nos faz pensar nas consequências do bullying e do preconceito.
. " Ele arremedava os meus gestos, ria de mim, me ridicularizava. Fez com que eu sentisse medo e vergonha.Tornou minha vida um inferno. Cheguei a pensar em suicídio.
Eu tinha oito anos."
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Italo.Loiola 23/05/2023

Não esperava muito do livro mas achei super interessante a história. Muito triste como ainda há pessoas que precisam reprimir a sexualidade em detrimento de uma sociedade tóxica e animal. O que não gostei muito foi da linguagem muito formal e rebuscada, acho que isso deixa a leitura cansativa e monótona.
Mas em geral é um bom livro.
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Rê Lima 04/02/2020

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Livro 18/150 - Cloro
Autor: Alexandre Vidal Porto
Páginas: 152
Início: 02/02
Fim: 02/02
Opinião: 4 estrelas. Ah, as máscaras que as pessoas usam pra viver a vida como os outros acham que deve ser vivida...
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thiago 11/06/2020

Reflexão do morto
Um homem morre e, morto, reflete sobre a sua vida. Descreve uma vida triste e com segredos demais que ninguém gostaria de viver mas que muitos vivem pelos mais diversos motivos.
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João 21/06/2020

Memórias Póstumas de Constantino Curtis
“As pessoas se lembrarão de mim, terão uma imagem de mim, só que não serei eu. Será o depois de mim.”

No mês do orgulho, literatura com temática LGBT (e por autor LGBT nacional) cai bem. Em Cloro, o diplomata brasileiro Alexandre Vidal Porto nos convida a conhecer a vida e morte de Constantino Curtis, um advogado cis, branco, de meia idade, casado e pai de um casal. Aparentemente não há nada de interessante num personagem com essa descrição, que já marca presença exaustiva na literatura. Só esqueci um pequeno detalhe: ele era gay. E esse detalhe define o rumo da história.

O livro é contado pela perspectiva do próprio Constantino, logo após sofrer um AVC e ir à óbito. O que faz dele o nosso difundo-narrador. Com a liberdade proporcionada pela morte, em 24 capítulos (irônico né? Ou não) ele nos confessa memórias desde a infância quando foi primeiro rotulado como bicha (e isso definiu pra sempre seu comportamento) até o fatídico dia no Japão que sua artéria cerebral parou de perfundir o lobo frontal.

Trata-se de uma narrativa muito gostosa, com narrador bastante humorado e maduro, fazendo uma reflexão retrospectiva dos rumos que ele escolheu para sua vida. Ainda que seja um personagem bem construído, ele não advoga por si o suficiente para provocar compaixão. Talvez o objetivo dele nem seja que tenhamos pena, empatia ou compaixão. Mesmo após a morte em condições esclarecedoras, Constantino não consegue se desprender da concepção de homossexualidade como uma identidade secreta e não apenas uma identidade, expressando constante importância (disfarçada de curiosidade) à reação que o mundo exterior teria à sua “vida dupla”.

Outra coisa interessante é que o autor tomou liberdade de colocar alguns elementos da sua própria vivência na história – como um personagem diplomata, passagens num país que já morou – mas escolheu não os usar para enriquecer a narrativa, o que poderia ter acrescentado bastante na nossa experiência.

Após seu relato de vinte e quatro capítulos, temos ainda a oportunidade de conhecer Constantino sob a perspectiva de outros personagens, numa sessão chama “Outros”. Eu achei essa ideia deliciosa, porque uma das desvantagens de um narrador personagem é que estamos fadados a conhecer apenas até onde ele sabe dos fatos; e essa parte saciou um pouco a curiosidade sobre se alguém desconfiava da sexualidade dele, se a esposa dele já tinha descoberto, como foi a reação exterior à morte dele num ambiente para homens que fazem sexo com homens e também a perspectiva que o amante dele teve da relação breve que partilharam. O único defeito desta sessão foi que, na maior parte, a narração era bastante parecida com a narração do Constantino. É um detalhe que, quando atentado, ao narrar pessoalmente em diferentes perspectivas, engrandece muito a nossa experiência de leitura, por que também construímos, mesmo que brevemente, aquelas vozes no imaginário.

A experiência geral da obra definitivamente vale a pena, o autor capta características muito pontuais do homem gay enrustido, que engradecem muito a construção do Constantino – tal como a paranoia, o estado de constate vigilância e controle do próprio comportamento. Gosto bastante quando ele constata que há menos gente do que ele imagina prestando atenção no que ele faz; e que aceitar sua sexualidade e se permitir “dominar” por ela não destrói tudo que ele construiu, ele continuaria sendo “(...) Constantino, advogado e homem de bem”.

Devemos aprender com Curtis que “na vida, não há controle possível. As coisas acontecem ou não acontecem. Não tem jeito.”

Nota: 7,5/10
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Milena 29/11/2021

O salto não precisa ser ornamental, mas não tem volta. Pule da maneira que der. Tem menos gente reparando em você do que você imagina.
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