Aisha Andris @AishandoBooks 15/03/2020
Uma trama intensa em que não podemos confiar em ninguém
A Viúva Silenciosa é o penúltimo livro lançado por Tilly Bagshawe sob o nome de Sidney Sheldon até agora e, embora não seja o meu preferido dela, é sem dúvida uma leitura da qual gostei muito, trazendo uma trama intensa e cheia de reviravoltas alucinantes, em que não é possível confiar-se em ninguém pra valer (nem mesmo na nossa protagonista), pois os inimigos estão por todos os lados — até onde menos imaginamos — e traições acontecem a todo momento. É o tipo de livro que desperta nossa curiosidade, ativa nosso detetive interior e não conseguimos largar antes de chegarmos à última página e termos as respostas para todas as perguntas feitas ao longo da leitura.
Nós acompanhamos a história de Nikki Roberts, uma renomada psicóloga de Los Angeles que, há pouco tempo, perdeu o marido, um médico que comandava uma clínica para viciados em entorpecentes, em circunstâncias um tanto suspeitas. Desde o início, nós percebemos que ela guarda mágoas profundas dele, mas não sabemos exatamente por quê.
Nikki possui muitos pacientes problemáticos e cheios de demônios, e quando um deles é assassinado de forma cruel, abre-se um leque de perguntas na nossa mente, a respeito da razão do crime macabro. Será que Lisa foi assassinada a mando de uma esposa ciumenta? Ou será que ela foi morta por engano, quando o assassino realmente queria acabar com Nikki (Lisa estava usando o casaco da doutora no momento do homicídio e, no escuro, não seria difícil confundir as duas)? E quando outras pessoas próximas a ela começam a ser mortas, as coisas ficam ainda mais misteriosas, e Nikki se torna a principal suspeita de cometer os crimes. Será que ela é culpada (Nikki não é uma pessoa boazinha, ela julga seus pacientes fortemente por seu modo de vida, quando deveria apenas atendê-los sem importar-se com o que fazem ou deixam de fazer) ou alguém está deliberadamente tentando incriminá-la?
Enquanto isso, uma nova droga surge no mercado, e nós ficamos curiosos para descobrir qual a ligação entre o submundo (e o alto-escalão) do tráfico, os assassinatos ― e as tentativas de assassinato contra Nikki ― e os segredos escondidos por alguns dos pacientes e outras pessoas ligadas à psicóloga, bem como a morte do marido dela. E como tudo isso se interliga ao desaparecimento de Charlotte Clancy, uma au pair americana, na Cidade do México dez anos antes, logo após descobrir que o amante comandava uma grande operação de drogas, e o fato de não sabermos o que realmente aconteceu faz com que criemos inúmeras teorias a respeito, afinal, por mais que tudo indique que ela foi morta, não vimos corpo nenhum, o que pode indicar que tudo não passou de um grande engodo, ainda mais porque a personagem é mostrada como dona de um caráter bastante duvidoso.
Vemos ainda Nikki dividida entre Lou Goodman, um charmoso detetive policial que está investigando os assassinatos junto de seu parceiro, Mick Johnson, um sujeitinho desagradável e racista, e Anne Bateman, uma jovem e talentosa violinista que está fugindo de um relacionamento abusivo. Será que ela conseguirá encontrar um amor em meio ao inferno no qual sua vida se transformou?
E outro personagem importante (o meu preferido, pra falar a verdade) a entrar na história é Derek Williams, um detetive particular cheio de problemas financeiros e pessoais que investigou, sem muito sucesso, o desaparecimento de Charlotte Clancy a pedido dos pais dela e agora é contratado por Nikki para solucionar um mistério que a assola desde a morte do marido. No entanto, essa busca o colocará no centro de um verdadeiro vespeiro e o levará a fazer descobertas ainda mais perigosas. Será que ele conseguirá sair vivo dessa?
Vi comparações, pertinentes até, com A Outra Face, o primeiro livro escrito por Sidney Sheldon, mas, sinceramente, tirando o fato de ambos os protagonistas serem psicólogos e terem seus pacientes misteriosamente assassinados, não encontrei muitas semelhanças. Além disso, preciso confessar que gostei mais de A Viúva Silenciosa; achei a trama bem mais densa do que a do outro livro, sobretudo o desfecho, que foi bem clichezão no livro de Sidney Sheldon. Mas leiam e tirem suas próprias conclusões a respeito!
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