alessa_fragnello 28/04/2024
Perfeitamente Instigante e Confrontadora Leitura
É preciso dizer primeiramente que ao recomendar a leitura deste livro, recomendo antes uma autoanálise minuciosa, a fim de despir-se o leitor de qualquer preconceito. Preconceito esse com relação aos fatos narrados e falas tão francamente ditas pelos personagens.
Ouvi muitas críticas infundadas a esse respeito. Saliento que a presente obra foi escrita em uma época distante da nossa. Portanto, é natural que cause certo choque, estranheza e até mesmo julgamento, como em muitas páginas me vi expressar. Corrigi-me nessas situações lembrando tratar-se de uma ímpar cultura com seus valores e juízos singulares a época.
Dito isso, destaco também a primorosidade da autora ao enredar e cativar, construindo a narrativa de tal forma que, os personagens, ao refletirem sobre as razões por traz de suas opiniões ou atitudes, convidam o leitor a semelhante reflexão.
Senti-me confrontada em diversas ocasiões. Creio que todos estamos sujeitos a fazer juízos incorretos em determinadas situações.
O que de fato me surpreendeu foi quando, ao julgar os personagens por suas ações impensadas ou opiniões pouco realistas e infundadas, me encontrei em seu lugar.
Quais são as motivações que nos levam a ter essa ou aquela concepção sobre as pessoas? É a forma como se dirigem a nós? É fruto de nossa vaidade e orgulho?
Seguramente, uma das falas mais intrigantes desse livro foi a de Elisabeth, quando confessou:
"Eu não teria dificuldade em perdoar o orgulho dele, se ele não tivesse ferido o meu".