Jorge 13/09/2013
Quando os fantasmas andam por ai
Sementes no gelo
Começo dizendo que não conhecia a literatura de André Vianco, muitos me indicaram começar a ler pelo “Senhor da chuva”, “Os sete”, “O sétimo”, mas confesso que a idéia de ler um autor nacional que escrevia sobre vampiros não me atraia muito. Eis que me surgiu indicado por um amigo (Rafael Pereira) o livro Sementes no gelo, um romance de detetive, cuja a época eu dava seguimento a um romance do mesmo gênero (ainda em andamento), recomendou pelo fato da temática, mas novamente eu com a mente fechada para autores nacionais o releguei.
Bom vamos falar da trama agora, a historia começa de maneira bem interessante, um pedofilo, estuprador e assassino está preso em uma delegacia da cidade de Osasco, quando em uma noite três crianças entram no local e o policial de plantão pensa ter cometido uma serie de deslizes permitindo que elas adentrassem o ambiente carcerário, decidido a não deixar os pequeninos vagando pela delegacia ele começa uma espécie de perseguição a elas que acaba na cela do pedófilo, que ao ser aberta depois de consecutivas batidas contra a porta de aço reforçado e gritos do criminoso revelam uma cena assustadora com o homem morto e nenhuma criança.
A seguir somos apresentados ao protagonista da história, Tânio Esperança, detetive particular, um sujeito peculiar, preocupado com o aluguel atrasado e por acaso ou destino reencontra uma velha colega por meio de sua profissão, ela tem um serviço para ele, mas não se tratava de uma investigação do ex-marido ou de um namorado, o caso envolvia um fantasma, algo que o detetive já encarou como sendo improvável e após algum tempo investigando ele se provou errado.
Com uma escrita fluida, objetiva e sem ser rebuscada o autor nos conduz a incidentes que se ligam e formam uma conexão. Sem reviravoltas mirabolantes, o escritor faz uso de um cenário bem urbano e conciso, não sou de Osasco, mas imagino bem as ruas e casas por onde o detetive passou para investigar seu caso. Ele ainda usa muitas referencias corriqueiras a nossa cultura, mesmo que a sua versão, como o Jornal Nacional o que dá um ar mais comum a trama e os personagens.
Concluindo, gostei bastante do livro, uma boa dica de leitura rápida, pra quem tem pouco tempo nessa correria do dia-a-dia.
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