Resenhas - Anna Karenina

Caio.Silas 04/11/2023

A maior obra sobre uma paixão já escrita
Lembro-me da primeira vez que li Anna Karênina. Passava por dias turbulentos e procurava qualquer coisa para ler. Abandonei-a pouco além das 50 páginas e teria feito o mesmo com qualquer livro. Mesmo assim e nessas poucas folhas, ao menos uma vez fui arrebatado e senti estar na própria Russia czarista.

Quando fiquei em paz e finalmente voltei a lê-la, fi-lo numa rapidez à qual não lembro de jamais ter tido em um livro dessa extensão, a não ser no IT de Stephen King, uma obra de linguagem e enredo juvenil, fácil de ler.

Tolstoi é simples de ler, ainda assim não há escritor em toda Rússia que se compare a ele em seu virtuosismo e sensibilidade. Não se trata de gostos pessoais ou opiniões, qualquer que conheça a literatura russa saberá que de todos Tolstoi é o maior. Eu que prefiro Gógol não tenho dúvidas disso.

Liviacozy 03/11/2023

Ninguém se salva
Anna Karenina é um livro que me fez odiar/amar todos os personagens. A Anna é uma egoísta e dramática, o Karenin é um chato que não perdoa a esposa, o Vronsky é um galinha que não assume a responsabilidade, o Levin é um nerd que fica filosofando sobre a vida (um coitado, não tenho nem o que falar sobre ele), a Kitty é uma sonsa que fica esperando o príncipe encantado, o Oblonsky é um safado que trai a mulher, a Dolly é uma trouxa que aceita as traições do marido?

Não tem ninguém que se salve nessa história. E justamente por isso que eu ADOREI, Eu acho que eles são complexos e humanos, e que têm suas qualidades e defeitos. Eu acho que os personagens representaram diferentes aspectos da sociedade russa do século XIX, e que enfrentaram dilemas morais e existenciais complicados. Eu acho que eles merecem compreensão e empatia, mesmo que cometam erros e façam uma chuva enorme num copinho de café.

5/5 ??

Renata_ Pandora 03/11/2023

Anna Kariênina é cheio de emoções, tradições, paixão, amor e traições. Um turbilhão de emoções e muito bem escrito. Um começo chato, mas uma história incrível ?

tha_altieri 30/10/2023

Parece chato, mas juro que não é!
Li esse livro praticamente por obrigação, para fazer um trabalho escolar quando ainda estava no ensino médio. E mesmo assim me envolvi MUITO com a história, muitos criticam a personalidade da protagonista mas para mim ela é um grande símbolo de liberdade.

debora-leao 26/10/2023

Entendi a Anna Kariênina no final.
[ESTA RESENHA CONTÉM SPOILERS]

Entendi a Anna Kariênina no final.

Anna, a pessoa, é a protagonista - uma das - mas não é uma pessoa que amamos. Claro, podemos enxergá-la como uma mulher à frente de seu tempo, como empoderada de seus próprios desejos, não querendo abrir mão de si, ser solapada. E de fato, ela faz isso tudo (se coloca acima de outros - homens) mas não a vejo como empoderada.

Explico: para mim, feminista convicta, o empoderamento passa pela consciência. Anna não era consciente de si na plenitude necessária para transformar sua rebeldia em empoderamento. Anna Kariênina sabe bem o que não quer, mas elaborou pouco o que queria. Aceitou suas emoções e compreendeu pouco a realidade. Que fosse para criticá-la, tentar mudá-la... Nesta ótica, admiro mais a princesa Betsy Tviérskaia, a quem me parece que de fato estão se referindo quando algumas pessoas falam de Anna Kariênina. Betsy é imoral (na ética daquele tempo histórico): também tem amantes, traiu o marido, não é divorciada, mas sabe que é, opta, domina a situação em que está, e, se não o faz, se refestela mesmo assim. Não tenho intento de defendê-la, não sei o que é o correto aqui, mas de qualificar a figura feminina que se apropria de sua sexualidade - não é Anna Kariênina.

Anna se torna mais compreensível, para mim, às portas da morte. Isso está baseado em seu "arrependimento" - ama Vrónski e não deseja Kariênin de volta ao seu leito, como de fato jamais terá novamente, mas arrepende-se de sua vida. Quem sabe, da forma em que fez as coisas e as escolhas que fez. Anna se desequilibra: sua mente está espalhada em todos os lugares, pensa no filho Serioja, na filha Anna (Annie) que não ama, no amante que não mais se parece com o homem por quem se apaixonou (como sempre acontece após determinado período de tempo), com as pessoas do convívio social que perdeu. Encontra tempo até para pensar em Kitty, em quem raramente pensou. Torna-se mais mística, em contraste com as preocupações rígidas do início do livro e do seu romance proibida. Pensa em sonhos, sinais, destino, ainda que não seja afeita à religião.

Para mim, são três as grandes passagens e momentos do livro. Vou enumerá-los de forma regressiva:

3 - A estadia próxima ao pintor. Os debates sobre arte são fantásticos, verdadeira filosofia, e se misturam ao comportamento das pessoas perante a arte, à arte como consumo e status... E é fantástico que, depois disso, apenas mais uma vez no livro inteiro se fala de arte: quando um colega vai visitá-los e nota o mesmo quadro que o pintor fez de Anna. É quase como se dissesse que aquele momento foi definitivo.

2 - A narrativa de Alexei Kariênin, quando já separado e "junto" da condessa Lídia. Tolstói é muito sensível ao explorar a emotividade de um homem não empotivo.

1 - A morte de Kariênina. Achei a descrição de Tolstói simplesmente fantástica. O ritmo, o olhar, a alternância do interno para o externo, ainda que sempre no subjetivo... O quão espalhada a mente de Anna estava. A descrição do trem a agarrando... tudo fantástico. Chorei de soluçar - não choro fácil lendo.

Li o livro após indicação do Pondé, e o que para ele é o grande destaque de Anna Kariênina (a culpa), não foi para mim - ao menos se vc pensar a culpa (o que não sei se foi o que ele fez) como arrependimento voltado para o outro. Para mim, a culpa é o grande destaque, sim, mas apenas na chave do arrependimento de Anna frente à desestabilização de sua vida. Saber que perdeu tudo, seu renome, sua estabilidade, seu filho... Era o amor suficiente para suprir tudo isso? O amor é alimento suficiente para a alma? Me parece que ela deixa de acreditar nisso ao longo do livro, e a culpa vem não da falta de amor por Vrónski, que acredito ainda existir, mesmo amargo, mas da decisão impensada, da ingratidão de ter jogado tudo que amou enquanto era infeliz fora.

No fim, após ler esse grande clássico, penso que é um clássico por ter realmente conjugado tantos pensamentos sobre tantas coisas em uma única história. A tecnologia, os relacionamentos amorosos e a moral, a emancipação feminina, o papel do estado, a burocracia, a maternidade, a religião... São apenas alguns poucos tópicos que seguem relevantes e debatidos em nosso tempo que me parecem intrínsecos à maternidade e que Tolstói conseguiu conjugar. Quero reler a obra, daqui a alguns anos, apenas para poder me ater a esses assuntos e detalhes filosóficos.

Hayke.Alles 24/10/2023

Melhor que Avenida Brasil
Falando sobre o ritmo de leitura, no começo é complicadinho pra pegar o embalo, mas depois vai que vai, você até começa a falar chique shuahsuashua

No começo eu fui bem, aí cheguei nos 60% e travei, não li mais nada e não fiquei sem pegar no livro por um mês, aí depois achei ele jogado e pensei eu li esse calhamaço até aqui e vou terminar, aí levei mais uns três dias lendo sem parar pra terminar e finalmente acabei, maior livro que eu já li.

Essa obra mergulha na vida de cada personagem e ela não são 100% mocinhos e nem 100% vilões, no início você começa amando um e no final já está odiando e vice-versa, cada personagem tem seu ponto de vista, sua forma se ver o mundo e vive suas próprias angústias.

Um ponto importante é também entender como vivia a aristocracia russa naquela época, seus costumes e como se relacionavam.

Enfim uma obra um pouco difícil de engatar mais que vale muito a pena e que vai ficar por muito tempo na minha memória, recomendo.


Obs. O final é bom demais

EduardaSaraiv 17/10/2023

Anna Kariênina
Me conectei muito com os detalhes da obra e como cada personagem é apresentado e aberto com suas miudezas e suas personalidades. Anna Kariênina é um obra que abrange temas como política, religião, classes sociais e romance de um modo que só Tolstói conseguiria descrever com tanta particularidade e realidade.A obra tem como protagonistas Anna, uma mulher casada que se apaixona por outro homem e acaba por escolher viver esse amor proibido, e Liévin, um jovem idealista e inseguro, que entra em um processo doloroso de autoconhecimento. No livro, Tolstoi traz com um detalhamento único personagens humanos, sensíveis e complexos com comportamentos e
pensamentos que estão longe de serem perfeitos mas que se encaixam de maneira graciosa com a realidade. O livro traz a contraposição entre maturidade e insânia, entre o divino e o terrestre, entre a ternura e o desprezo e foi o que me encantou em Anna Kariênina, que eu já estou com saudades e que sem dúvida, foi uma das melhores leituras do ano.

jessdafre 13/10/2023

Sempre tive uma grande curiosidade acerca desse livro, principalmente depois de ler uma referecia a ele no livro do milan kundera. Sinceramente tinha receio de começar, por imaginar que sendo um clássico russo seria uma leitura muito difícil, mas de fato me surpreendi.
É uma leitura obviamente longa, visto que são 854 páginas, mas é de uma fluidez impar, um envolvimento com a obra que é impossível parar de ler. Apesar de ter alguns momentos no livro de uma leitura um pouco mais difícil.

Fiquei encantada com o nível de aprofundamento dos personagens, a descrição de cenas e a exposição tão crua é tão verdadeira de sentimentos como amor, ciúmes, traição.

Uma obra como essa é um clássico por que de fato não existe como ler e não se apaixonar e se envolver na história de Anna Karenina e os outros personagens!

Breno205 11/10/2023

Gostei
Nao gosto muito de ler romance, mas como ouvi que tolstoi era um bom esceitor e que o livro valia a pena decidio le-lo. Fui ler e nao esprava tantas paginas, mas a leitura valeu a pena. Uma leitura fluida, nao fica chato o livro, dialogos bem legais e umas reflexoes que vale a pena pensar. Gostei do livro. Recomendo

Ellisa0 10/10/2023

Devorei-o em uma semana
O livro apresenta uma trama complexa e envolvente, explorando os conflitos internos e as relações interpessoais dos personagens de forma magistral.

Além disso, é realmente inacreditável como tanto o livro quanto as duas adaptações cinematográficas conseguem capturar a essência da história de forma tão perfeita. Tanto o filme de 1935, quanto o filme de 2012, ( o meu favorito ) são verdadeiras obras-primas visuais que conseguem transmitir toda a emoção e intensidade presentes na obra original.

A riqueza dos diálogos, a profundidade psicológica dos personagens e a descrição minuciosa dos cenários são elementos que contribuem para a grandiosidade dessa história. É uma experiência única poder acompanhar a trajetória de Anna Karenina e se envolver com suas lutas internas e dilemas morais.

Em suma, Anna Karenina é um livro que merece ser apreciado tanto em sua forma escrita quanto nas adaptações cinematográficas. É uma história atemporal que nos faz refletir sobre o amor, a sociedade e os desafios da vida. Uma verdadeira obra-prima da literatura e do cinema.

JoAo.Gilberto 08/10/2023

Uma das melhores leituras que já fiz
Anna Kariênina e um livro incrível. Suas duas histórias principais são igualmente fascinantes. A escrita do Tolstoi é encantadora, aprofunda na psicologia dos personagens e isso, atrelado ao contexto histórico, é o que mais me atrai. Recomendo a leitura pra quem busca uma excelente história

Igor 08/10/2023

Personagens
Como é profunda a construção dos personagens, cada um com suas motivações, suas inspirações, paixões e defeitos.
O que é um clássico? Tolstói responde com essa obra-prima.

Eduarda1728 05/10/2023

Mudou a minha vidq
Estou passando por um momento de depressão e esse livro simplesmente mudou a minha vida. muito obrigada tolstoi

tata278 02/10/2023

Uma deusa uma louca uma feiticeira,
Linda e completamente MALUCA, gente como a gente

seguem outros adjetivos para descrever Anna: vária, demente, delirante, louca, desvairada, alucinada, tresloucada.

Taly 21/09/2023

Uma obra marcante, uma tradução espetacular!
Um livro repleto de questionamento em relação a sociedade, religião, política e classe social! É impressionante como as reflexões são atuais!

Anna, com um filho fruto de um casamento por conveniência com Alexei, acaba se apaixonando por Vronsky, e acompanhamos todos os questionamentos gerados a partir dessa situação.

Achei marcante a núcleo de Kitty, também apaixonada por Vronsky e depois da desilusão ao não ser pedida em casamento por ele, se casa com Levin - um homem que vive no campo que durante toda a trama se questiona em relação a religião, estrutura social e sentido da vida.

A tradução de Rubens Figueiredo é um espetáculo a parte, com notas que nos ajudam a acompanhar e nos posicionar no tempo e faz com que a experiência de leitura seja uma grande prazer.